12.28.2010

Dentista



Para além dos meus pais e de alguns amigos, quando vou a Portugal, o meu Dentista é aquele que recebe sempre, sempre, sempre uma visita minha. Pode gabar-se de me ver mais vezes e com mais frequência do que pessoas bem mais importantes para mim mas que, por uma razão ou por outra, nem sempre consigo visitar.

Nasci com a infelicidade de ter uns dentes/gengivas péssimos, pese embora seja das pessoas mais cuidadosas e preocupada com a saúde dos mesmos. Visito o dentista pelo menos 2 ou 3 vezes por anos, uso elixir, fio dental, parta dentífrica XPTO, mas, quando a genética não está lá, não há nada mais a fazer do que tentar gerir a má sorte.

'A força de tantas desvitalizações, esse procedimento passou para mim a ser a norma. Contudo, desta vez a coisa piou mais fino e um pivot acabou por ir ao ar, deixando um novo buraco junto a um outro que já por lá se encontrava (resultado de uma extração o ano passado). Era meu desejo fazer 2 implantes, para que estes espaços fossem preenchidos mas, como um azar nunca vem só, ao que parece o meu maxilar também não tem massa óssea suficiente para os mesmos. Desta feita, por 6 meses tenho para aqui uma coisa metida na raíz (ou antes, no espaço deixado por esta) que, em princípio, vai estimular o crescimento ósseo, para que então os implantes possam ser equacionados.

E vou ficar desdentada, com este buracão aqui, Dr.? - perguntei eu já a temer que ia voltar para os EUA, qual velha desdentada. Não se preocupe, que vai ficar impecável, respondeu ele com a sua calma e optimismo característicos. Assim, não vim com um buraco enorme mas vim com um acrílico com 2 dentes... vulgo, uma bela de uma placa (ou seja, vim uma velha desdentada disfarçada).

Quem olhar para mim, nem nota e, de facto, não tenho buraco nenhum 'a mostra, mas aquela porcaria incomoda para caraças. E' certo que só passaram 24h desde que passei para o clube das placas (mas é só por 6 meses, ok?) e ainda tenho que me habituar, mas não auguro grande sucesso. Comer com aquilo, nem pensar. Parece que tenho uma montanha na boca que, volta e meia, decide deslocar-se. Para além disso, 'a volta de lá andar sempre com a língua, para me habituar ao corpo estranho que quase me sufoca e volta e meia me dá esgares de vómito, tenho bolhinhas na ponta de língua. Como se calçasse um sapato apertado e andasse com ele todo o dia.

Há também que referir que agora falo que nem uma adorável "sopinha de massa", mas cheira-me que daqui a uns dias já domino a nova técnica de palato.

Estou mortinha por Junho, para deixar de usar isto e ir pôr os implantes. Agora, o meu dentista pode-se também gabar de eu marcar viagens em função dele :)

Boston-Lisboa-Boston



Estamos acabadinhos de chegar de Portugal, onde é tudo tão bom que não há post que lhe faça jus. Foi bom. Muito, muito bom!!

Eramos para ter voltado ontem mas, graças 'a tempestade de neve por estas bandas, tivemos que ficar em terra. Bem vistas as coisas, foi a melhor coizinha que nos aconteceu. Se tivessemos vindo ontem, teríamos que parar em Ponta Delgada, já para não referir aturar os Açoreanos que por lá se apanham. Nada contra os Açoreanos, mas há uma espécie deles, Açoreanus immigrantis, que é tão bacoca que não há paciência. O avião vira uma festa de aldeia quando lá vão.

Assim, ao virmos hoje, pudemos usufruir de uma noite num hotel em Lisboa com tudo pago, tivemos direito a um vôo directo, pela SATA, excepecionalmente a voar 'a 3a feira, só para nós. Não só viemos directos como ainda cada um de nós pode vir deitado, tantos eram os lugares vazios. Nesta caso, vir em primeira classe ou não não teria feito diferença nenhuma.

Confesso que ontem ainda tememos que a coisa desse para o torto, pois se o vôo de hoje fosse também cancelado a nossa idade para o México, amanhã, estaria bastante comprometida. Já me estava a preparar para passar o dia pregadinha ao balcão da Delta, em Lisboa, a pedir 'a Sra. (ou Sr.) por todos os santinhos para nos arranjar um vôo Lisboa-Cancun, já que o de Boston-Cancun não poderia ser realizado uma vez que ainda estávamos em Portugal. Felizmente não foi preciso.

Claro que não podia tudo correr bem, bem, bem. A aterragem cá foi a pior de sempre. Eu já ia agarradinha ao saquito de plástico (para variar) e não visualizei o horror (se bem que o tivesse sentido... quase não acertava no saco) mas o David, lívido, relatou-me o que viu da janela: o quanto o avião oscilou já mesmo junto 'a pista, de tal forma que a asa, sobre a qual íamos sentados, ficou a um palmo do chão... um palmo mesmo, não é exagero. A coisa foi tão rés-vés-Campo-de-Ourique que, mesmo sem termos os Açoreanos a bordo, no fim se ouviram palmas, coisa quase inexistente nos dias que correm (excepto, claro, nos vôos que param em Ponta Delgada. Aí, é um forrobodó!). No rosto de todos (menos no meu, que estava era com cara de quem chamou o Gregório e foi poupada da bela visão) lia-se o alívio de estarmos vivinhos. Batiam palmas não pela aterragem fantástica mas por termos escapado a um senhor acidente. Enfim...

Mas a festa continuou! Quando já no táxi, a caminho de casa, parados num semáforo, eis que um carro se enfia na nossa traseira. Pumba!! Fruto não só da neve, mas também de alguma falta de travões (ou destreza, vá-se saber), uma mulherzita quis fazer amizade com o nosso motorista. Depois de um grande chinfrim (a mulherzinha devia ter ido para actriz), lá apareceu a polícia e tudo se resolveu. A nossa chegada a casa foi bem recebida... já chegava de emoções.

A ver se amanhã não continuamos a saga.

Merrrrrico Lindo!!! Aqui vamos nós, para o calor e para celebrar o início de 2011, que se avizinha próspero... depois conto :)

Bom ano para todos!