1.20.2009
Mais vale prevenir...
Ontem, enquanto sentada 'a minha secretária a escrever a tese, começou-me a cheirar a queimado.
Virei-me para a minha bancada, tudo ok. Na do meu colega, também. Prescrutando um pouco mais 'a frente, na bancada do outro lado, eis que vislumbro um goblet de vidro, cheio de um líquido que ardia vigorosamente.
A estudante de rotação, aflita, tinha pedido auxílio ao post-doc que, também ele apanhado de surpresa, batia com o caderno sobre o fogo. O goblet abanava, o líquido balançava e o fogo aumentava a cada sacudidela do caderno. Para ajudar 'a festa, de dentro do goblet saía uma vareta que, 'a força das pancadas do caderno, quase virava o goblet.
E o post-doc continuava a bater, completamente nervoso, e aquilo continuava a abanar, continuava a arder e eu estava mesmo a ver que a coisa ia dar para o torto não tardava muito.
Levantei-me, tirei num goblet de tamanho maior da minha bancada, dirigi-me ao outro lado:
- Pega, põe isto sobre o fogo, para que fique sem oxigénio.
Assim que o post-doc pôs o copo invertido sobre o outro, o fogo extingui-se.
Conto este episódio não para me vangloriar mas porque me deixou boquiaberta a abordagem que estava a ser tomada para extinguir este fogo... especialmente por alguém que faz trabalho de bancada. Quando se trabalha num laboratório, temos uma maior noção de como agir nestas situações... pensei eu. Aliás, mesmo não tendo este tipo de treino, aprendemos ao longo da vida como devemos ou não abordar situações de perigo.
Talvez por ser campista desde muito nova, sei que nunca se deve esguichar álcool para onde há chama, pois o fogo irá subir pelo líquido e chegar 'a nossa mão (nem para um assador de chouriço, já agora, como já vi várias pessoas fazerem). Sei também que para se apagarem velas não se deve soprar e sim tapá-las, para que, sem oxigénio, não seja mais possível a combustão. Se se soprar, a cera derretida e líquida pode ser projectada e queimar alguém. Estes são só alguns exemplos...
O que é certo e ficou mais que provado é que, independentemente da profissão da pessoa ou das suas qualificações, se uma pessoa não mantiver a calma, pode agravar situações já por si perigosas. A coisa podia ter sido muito mais grave se o copo se tivesse entornado (dado que tinha uma vareta a sair dele, não era nada difícil isso acontecer), o líquido incendiado se tivesse espalhado e, quiça, queimado algum dos envolvidos.
E ao passar por esta situação lembrei-me de um pequeno filme que recebi há tempos, por email, e que não custa nada pôr aqui, para sensibilizar quem me está a ler. Afinal, o fogo faz parte do nosso dia-a-dia e não é surpresa nenhuma se tal acontecer, por exemplo, na cozinha. Assim, nada como manter a calma e seguir o que se aprende:
1.19.2009
Do sonho 'a Realidade
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