12.05.2011

Depois da tempestade....

Mas nem tudo são más notícias.

Neste momento, eis a contagem decrescente que nos move :)







Zona



Lamento informar que não vou falar de prostitutas, o que, sei, atrairia muitos mais leitores. Vou falar da minha desgraça. Toda a gente sabe que a desgraça alheia também é muito procurada. Assim, devo conseguir na mesma um número de leitores razoável :)

Ontem passei o dia no hospital, mais concretamente nas urgências.

Tudo começou no Sábado quando, 'a noite, comecei a sentir uma dor no lado direito do rosto. Embora não fosse um dor de dentes, parecia uma dor de dentes. Embora não fosse uma dor de ouvidos, parecia uma dor de ouvidos. Era um mal-estar generalizado e interno, uma dor difusa, difícil de descrever ou de apontar.

Porque estava toda ranhosa e congestionada por causa da gripe, assumi que fosse consequência do congestionamento dos sinus. Uma nevralgia qualquer. Como passado um bocado a coisa amainou, não pensei mais no assunto e até ne esqueci do sucedido... até Domingo de manhã, quando, após acordar, tomar o pequeno almoço e tal, de repente a dor recomeçou. Mas desta vez muito mais forte e numa área maior, sempre unilateral, no lado direito.

Parecia que me apertavam os molares com uma qualquer ferramenta pneumática, tal a pressão que sentia. Uma dor de ouvidos terrível e, progressivamente, dor no olho, seguida por uma incapacidade de manter o mesmo aberto por se tornar tão sensível 'a luz.

Aquilo não nos agradou nada e, quando comecei a sentir dormência do lábio, da gengiva e da zona ocular, decidimos ir ao hospital... mesmo sabendo que isso significaria passar um dia inteiro em esperas intermináveis.

Confirmou-se a espera interminável, mas também se confirmou que ter ido lá foi o melhor que fizemos. O que eu tenho é herpes zoster, mais conhecido por zona.

Como quase todas as pessoas, quando eu era miúda tive varicela. Fiquei toda pintalgada, consegui coçar-me e arrancar crostas mesmo contra os muitos cuidados dos meus pais e hoje tenho marcas aqui e ali que comprovam a façanha.

O que acontece é que, uma vez que se tenha contraído varicela, o vírus fica latente. Pode ficar latente para toda a vida e nunca se manifestar ou, só para chatear (como é no meu caso), pode lembrar-se de se reactivar. Geralmente, quando o faz é em pessoas com mais de 60 anos... mas está visto que eu não podia esperar. Eu tinha que ser especial de corrida, ora pois!

Como o vírus fica alojado em nervos e gânglios nervosos, quando é reactivado é como se estimulasse o nervo constantemente, fazendo com que este dispare como se não houvesse amanhã. Já estão mesmo a ver que isto causa dores imensas.

O stress tem as costas largas. Como tal, é apontado como uma das razões pelas quais o vírus volta ao ataque. Isso e o sistema imune em baixo... ou seja, não se sabe patavina por que raio é que isto acontece!

No meu caso, o meu querido vírus decidiu instalar-se no nervo trigeminal, que é responsável pela enervação do rosto, como podem ver na foto. É este querido que nos faz ter dores de dentes, dores de ouvidos, dores de cabeça... tudo do bom e do melhor.

Agora imaginem como é que eu fico quando o vírus decide bailar e sapatear no meu trigeminal. São essas dores todas ao mesmo tempo, de forma intensa e intermitente.
É maravilhoso!!

Para além das dores excruciantes (sempre quis usar esta palavra, hehehe), o bicharoco também leva ao aparecimento das famosas veículas cheias de líquido, responsáveis pelo aspecto contagioso da varicela e pela comichão/ardor. Porque estas se formam só na região onde os nervos são afectados, aparecem sob a forma de uma banda, daí o nome "zona".

Por ora ainda não desenvolvi qualquer sintoma cutâneo e estou com esperanças de que, por ter atacado a coisa em menos de 24h após os primeiros sintomas, tal não venha a acontecer.

Assim, ando só a curtir a bela da dor (que não há como evitar) e esperar que os anti-virais que estou a tomar limitem os sintomas a uma semana em vez de 3 ou 4.

A ver vamos!!

Tenho ou não tenho razão para andar sempre a dizer: só comigo!?

12.04.2011

Cantoria

Uma amostra do concerto no Lincoln center, em Outubro, na Tucker Foundation Gala... a minha estreia num palco Nova Iorquino :)

A artista:


O côro:


(se clicarem na foto, vêem-me, por baixo do F de Foundation, com uma fita no cabelo)



Exagero



Dia 4 de Dezembro.

Entro na farmácia - musiquetas de Natal
Entro no supermercado - musiquetas de Natal
Entro nas lojas - musiqueta de Natal
Entro no hospital (sim, estive lá, mas nada de grave) - musiquetas de Natal

E ainda faltam 24 dias disto. Não sei se aguento.

* já para não falar do duende a vender árvores de natal verdadeiras nos passeios.

12.01.2011

Inesperado



Hoje o meu chefe chamou-me. "Inês, precisamos conversar".

Seguimos para o gabinete dele e as portas fecharam-se atrás de nós.

Sentados 'a mesa, só eu e ele.

"Temos que falar de algo que talvez não seja esperado." - (pronto, já houve merda!) - "Face ao teu desempenho nestes últimos meses" - (vou ser despedida!) - "e o que tenho observado da tua capacidade de organização e gestão do laboratório" - (ai o caracinhas que tenho que começar 'a procura de alternativas!) - gostaria de te conferir mais responsabilidades e autoridade. Um cargo superior."

Eis um belo exemplo de como em 5 segundos, num punhado de palavras, se deixa a vida de uma pessoa na corda bamba. Acabou bestialmente... mas bem que podia ter descambado em besta facilmente.

Mais uma prova



Mais uma prova de que "What happens in Vegas DOES NOT stay in Vegas".
Para além de uns quilinhos a mais, também voltei com uma bela de uma gripe.
Estou que nem posso!

Tempo



Que susto!
Hoje é dia 1 de Dezembro, dentro de 15 dias já vôo para Portugal, dentro de 24 dias já é Natal... e eu nada pronta para nada disto!

Las Vegas



Antes de ter ido a Las Vegas, julgava detestar tal lugar.

Pela artificialidade, pelos casinos, pelo jogo, pela aberração que é ter tal meca do consumismo no meio do deserto. Contudo, foram exactamente essas as razões que me fizeram gostar daquilo.

E' de tal forma surreal, que o que me afastava, atraiu-me.

O mais engraçado é que, de tudo o que por lá há, por entre toda a oferta, do que eu mais gosto lá nada tem a ver com aquilo que normalmente é o postal de visita da cidade: casinos, jogo, sexo, espectáculos, luzes, hotéis, buffets, alcoól?

Não.

Do que eu gosto mesmo, mesmo, mesmo... é de ver a águas a dançar em frente ao Bellagio. Fico completamente embevecida com o espectáculo, com o combinar da música com a água, as luzes, a coreografia. Acho lindo!

E de todas as coreografias que já vi (acreditem que já devo ter visto todas), a que mais me impressiona é aquela acompanhada pelas vozes da Sarah Brightman e Andrea Bocelli.

A música é bonita. Concordo. Mas nunca foi daquelas músicas que me fizessem carregar no "repeat" e ouvir até 'a exaustão. Mas, quando a ouço com a força das águas... qual Caetano, alguma coisa acontece no meu coração.

E de tão emocionado que o meu coração anda nestes últimos meses, acabei a chorar que nem uma Madalena face 'aquela beleza (vídeo):