5.19.2006

Férias

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Se antes já achava que andava a precisar de férias, depois da montanha russa emocional que estas últimas semanas foram acho ainda mais.
Assim, até daqui a duas semanas!

Ah, para onde é que eu vou?
No Domingo, por volta das 11h, digamos que esta será a banda sonora mais indicada :)

Samba do avião


(António Carlos Jobim/Vinicius de Moraes)

"Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro

Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito prá mim

Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você

A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de um minuto estaremos no Galeão

Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar

Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Aterrar..."

E sorRIO!!!!

Aviso de Bilheteira

A saga "Filme da Vida Real", já se encontra completa, agora com 3 partes.
Por forma a respeitar a ordem cronológica dos eventos, podem encontrar a solução do mistério depois das partes 1 e 2.

5.18.2006

Filme da Vida Real (Parte I)

Na 2a feira, após o trabalho, regressei a casa.
Porque chovia sem parar, desde há 10 dias atrás, a bicicleta ficou em casa e fazia agora esta distancia a pé. Debaixo do meu guarda-chuva azul, caminhei tranquilamente, enchendo a mente com os pensamentos mais variados. Se bem me lembro, acho que a maior preocupação se prendia com “o que vou fazer para o jantar?” e em desviar-me das poças de água para que os carros não me molhassem.

Chegada a casa, de imediato se desvaneceu este estado de placidez. Meti a chave ‘a porta e eis que esta, sem qualquer esforço, se abre.
Senti de imediato os calores que me são característicos quando fico alerta mas, por outro lado, não evitei exclamar “Hmm, that’s funny. I could swear I locked it this morning!”, numa de não me precipitar. Num qualquer lugar recôndito da minha cabeça, uma luz vermelha acompanhada de um alarme estridente soava já, ao mesmo tempo que a frase “something is wrong! something is wrong!” se avolumava em letras garrafais, preenchendo por total a minha mente.

Aberta a porta, a bicicleta estava caída no chão (e agora ouvia “SOMETHING IS WRONG!!! SOMETHING IS WRONG!!!”, ensurdecedoramente) mas, mais uma vez, o meu outro lado pensou: “algo a desequilibrou e caiu. talvez o descanso não esteja bom”. Mas logo deixei por completo que os alarmes me invadissem e tomei consciência de que a minha casa tinha sido assaltada.

Para além da bicicleta, também uma das colunas da aparelhagem estava no chão, enquanto que o resto do sistema de som se encontrava revolto sobre a mesa onde normalmente fica. A carpete estava enrodilhada.
“No, it can’t be! It can’t be!!!”, exclamava. E notem que o fazia em Inglês. Eu acho que era porque a situação era tão surreal e tão próxima de um filme que o Inglês me saía naturalmente, como sendo a linguagem mais apropriada.

Verifiquei que a televisão e o aparelho de DVD ainda estavam no sítio pelo que, ainda com uma réstia de esperança e tentando processar rapidamente a quantidade de informação com que era bombardeada, pensei “OK. Tentaram assaltar a casa, entraram mas, por alguma razão, não conseguiram levar as coisas todas, uma vez que tudo isto ainda está cá. Pode ser que no escritório também tudo esteja bem”.

E enquanto discorria nestes pensamentos, segui num misto de ansiedade e angústia para os outros compartimentos da casa, sem sequer me ocorrer que quem quer que fosse que tivesse feito isto talvez ainda estivesse lá. Felizmente isso não aconteceu mas o choque foi grande quando cheguei ao escritório e me deparei com a janela aberta, a cortina esvoaçante e a secretária vazia: computador, modem, colunas, rato, webcam, hard drive externa, máquina digital, carregadores, tudo... tudo roubado.

“No! No! No!” sussurrava quase sem voz. As mãos no rosto, as lágrimas a escorrerem-me e, facto interessante e até mesmo engraçado, os pensamentos mais inapropriados. Ao ver este cenário todo, sei que a primeira coisa que me veio ‘a cabeça foi “levaram a minha música toda”, o que não me parece lógico de todo mas que se veio a verificar ao longo de toda a história.

Não me lembro bem da sequência de eventos mas sei que, sem pensar, coloquei a bicicleta no sitio, levantei a coluna do chão, saí para a rua e gritei para o andar de cima, onde mora a minha senhoria. Ela assumou ‘a janela e, quase sem conseguir pronunciar as palavras que me pareciam tão surreais, falei, entrecortada por um choro estranho:
- The house has been robbed!

Desceu ela e o marido que, incrédulos, entraram para verem o mesmo cenário que eu. Acho que por uns minutos ninguém estava a pensar muito bem. Estávamos apenas estupfactos com o acontecimento: eu, porque, para além de tudo, reparei que a janela estava aberta sem ter sido forçada, quando podia jurar a pés juntos que a tinha sempre trancada; a minha senhoria porque, justamente naquele dia, passou o dia todo em casa, a entrar e a sair a toda a hora, juntamente com o carpinteiro, para arranjar coisas na cave, e lhe parecia impossível que alguém pudesse ter feito isto sem ter sido notado.

Num rasgo de lucidez, eu disse:
- We have to do something! Let’s call the police!
Em menos de nada, lá estava o detective que, da forma mais profissional que alguma vez vi (juro que parecia mesmo um filme), escutou e apontou tudo o que cada um de nós tinha para dizer, analisou a cena do crime e, para meu espanto (porque julguei que fossem lá apenas registar a ocorrência), tentou recolher impressões digitais da janela, da secretária, da cadeira, do móvel, da aparelhagem. Levou ainda consigo a rede que protegia a janela e que se encontrava no chão, do lado de fora da casa, para tentar analisar possíveis rastros na esquadra.

“E viva a América”, pensei.

Forneci todos os números de série do material roubado e perguntei se com isso seria mais fácil recuperar alguma coisa, ao que ele me respondeu:

- “To be honest Miss, we hardly ever recover anything. I wouldn’t have too many hopes!”. Frustrante!

E aí a senhoria lembrou-se que, a determinada altura, o carpinteiro referiu que havia gente em minha casa. Ela não ligou, julgando que era eu. Ainda mais frustrante!

E lá permaneci eu, sem quaisquer esperanças, num misto de choque, desamparo, tristeza e incredulidade. Ora ficava completamente séria e quase que ausente do local, fixada num qualquer ponto, como se não acreditasse no que se estava a passar, ou a realidade batia-me e desatava a chorar, num choro estranho e desconhecido para mim.

Abraçava-me a mim mesma, como que a confortar-me e a proteger-me ao mesmo tempo. Por incrível que pareça, ninguém (e falo da minha senhoria e do marido, que já me conhecem há meses) foi capaz de me tocar. Bastava uma mão no ombro e algo como “don’t worry” para eu me sentir menos perdida. Só isso, um pouquinho de calor humano. Mas não obtive absolutamente nada para além da distancia.

Passaram-se quase duas horas até que todos se foram embora e eu fiquei sozinha, naquela casa que agora me parecia desconfortável e conspurcada. Sentada no sofá, na sala, em mais um estado de apatia, fixei o olhar na carpete branca e mais um pensamento absurdo me ocorreu (é incrível a quantidade de parvoíce que nos ocorre numa situação destas): “Aposto que nem tiraram os sapatos e andaram por cima das minhas carpetes brancas a sujarem-nas!”

E senti um nojo imenso de tudo. Sentia que tudo estava sujo, invadido. “Será que mexeram nas minhas roupas? Nas minhas coisas? Alguém estranho violou o meu espaço, o meu cantinho”. Foi isso que senti, a minha privacidade invadida. Senti-me violada. E tive ganas e ímpetos de limpeza. Qual desvairada, aspirei tudo, esfreguei tudo com detergente, tentando retirar a sujidade invisível. E quando o frenesi cessou , já exausta, parei e quis partilhar a minha dor.

Telefonei a amigos/queridos: Joana mana, David e por fim o Zé. De todos recebi carinho e compreensão, apoio, amparo que me ajudou. Porque tinha consciência de que os ladrões sabiam agora o que a minha casa tinha, receei que voltassem para roubar o que não levaram e então sugeri ao Zé que viesse até minha casa buscar a aparelhagem de som (que permaneceu lá desde a minha festa de anos e que é dele). Nem teria sido preciso um pretexto. Assim que soube do sucedido, imediatamente o Zé se prontificou a ir ter comigo. E quando chegou... abraçou-me. E aí sim, finalmente senti-me acompanhada.

Foi dos abraços mais reconfortantes que alguma vez recebi e, não fosse o Zé espectacularmente impecável, tratou logo de me dizer: “vá, jantas em minha casa!”.
Fui com ele, transportámos a aparelhagem e depois foi-me servido um lauto jantar de moqueca com arroz, acompanhado de boa disposição e positivismo:

- Pah, se virmos bem as coisas, até foi bom isto tudo. Primeiro foi só dinheiro, tu estás bem, nada te aconteceu. Depois, é uma excelente oportunidade de fazeres um upgrade ao teu computador e máquina fotográfica. Tinham o quê? Dois anos!? Lá está, estavam mesmo a precisar de reforma. O ladrão até te fez um favor – brincava ele.

Descontraí e até entrei na onda:

- Yeah, tens razão. O caramelo podia era ter sido simpático e ter deixado a external hard drive para eu recuperar tudo o que tinha no computador.

Num espírito mais leve, regressei a casa, onde insisti em passar a noite sozinha, recusando ofertas de ir dormir a casa de amigos ou que eles ficassem comigo. Não quis de forma nenhuma que isto alterasse a minha vida mais do que já o tinha feito.

Confesso que estar sozinha em casa não soube lá muito bem mas, que remédio. Passou-se a noite, acordei muito em baixo mas não morri.

Filme da Vida Real (Parte 2)

Na 3a feira de manhã, ao acordar, ainda não acreditava bem no que tinha acontecido. Era tudo surreal e rápido demais, mas a sensação constante de desconforto e o sono atribulado confirmaram-me que tudo era a sério. Admito que foi com receios exagerados que saí do quarto e espreitei para cada canto da casa, só para ter a certeza que não estava lá ninguém. Segui desanimada para o laboratório e assim teria continuado, não fosse o telefonema da minha senhoria por volta das 10h. Depois dos “Hi, how are you?” habituais, pergunta-me se há novidades. Respondo-lhe que não, pensando para mim mesma (dah!!! só passaram 12 horas sobre o acontecido como queres que eu saiba alguma coisa? – assumindo obviamente que as coisas se processariam como em PT, por exemplo. Devagar, devagarinho. Lento, lentinho.). Aí, em tom efusivo, ela diz-me “I think they found your stuff!”. Nem queria acreditar no que ela me dizia mas, mais tarde, quando recebi o telefonema do detective, estava de facto confirmado. Tinham descoberto o ladrão e estavam agora em posse de tudo o que me tinha sido roubado. Eu não cabia em mim de contente e, mais que isso, de surpresa, pois esperança era algo que já se tinha extinguido há muito tempo. Ironicamente, no momento que recebi a excelente notícia, procurava na Internet o computador que iria substituir o roubado, para o encomendar quanto antes.
No entanto, o terem encontrado o suspeito tão rapidamente, acentuou perguntas que me assaltavam a mente com frequência: “Como raio se explica a janela não ter sido forçada? Só pode ter sido por alguém a abriu por dentro. Se este foi o caso, tem então que ser alguém que eu conheça, que esteve lá em casa! Será que confio em alguém que, na minha inocência, trago para minha casa e, afinal, essa(s) pessoa(s) têm más intenções?” E fiquei com receio de saber a verdade e o que realmente se passara. O sentimento era bastante ambíguo. Perguntei ao detective sobre os pormenores da detenção mas, naquele tom de voz típico dos detectives dos filmes, que usam gabardina e chapéu, respondeu-me que por ora não me podia adiantar mais do que aquilo que me tinha dito e que amanhã, 4a feira, me voltaria a contactar.

Filme da Vida Real (Parte 3)

Na 4ª feira recebi nova chamada do detective. Ansiosa e curiosa, perguntei-lhe sobre como tudo se passou, quem é a pessoa, eu conheço?, como a descobriram, ao que o detective, do alto do seu profissionalismo, mais uma vez me respondeu que não me poderia adiantar pormenores. “Mas que porra!!! Eu sou a vítima, a minha casa é que foi assaltada, as minhas coisas é que foram roubadas!! E não posso saber nada?!?!”. Obvio que só pensei isto e não o disse mas já estava farta de todo o mistério, que só servia para me deixar cada vez mais apreensiva e a confiar cada vez menos em tudo e todos. Percebendo talvez a minha ansiedade, o detective adiantou que me daria o número do processo e que eu deveria ligar para o “Victim Witness Advocat” e pedir detalhes. Fi-lo de imediato e de lá, após ser transferida para aqui e para ali, consegui falar com alguém que me adiantou o nome do suspeito: Michaele Valentin. O nome não me era estranho de todo, e rebuscava a minha mente incessantemente para me lembrar de como e quando veio até a mim aquele nome mas... nada. “Valentin!? Valentin?!? Caraças, eu conheço o nome. Mas de onde? Pelo menos não é ninguém com quem lido directamente e confio”, pensei, mas continuei bastante apreensiva. Pedi se me poderiam enviar por fax o relatório da polícia mas disseram-me que, para o ver, teria que ir até ao Tribunal de Somerville e aí pedir uma cópia. OK, seja. Falo com a Joana mana. “Queres vir ao tribunal comigo? Vou finalmente saber quem é o responsável!”. Parecia um filme. “’Bora lá!”.
Passados uns minutos já estávamos num táxi a caminho do tribunal. Percebendo o nosso destino, o taxista tentou logo averiguar o que nos levava até lá. Assim, em menos de nada, já estava todo interessado no caso e despediu-se desejando boa sorte e que tudo corresse bem. Foi engraçado sentir a solidariedade daquele estranho, coisa que me foi bem mais difícil de percepcionar por parte da minha senhoria e marido.
Chegadas lá, dissemos ao que vínhamos e passaram-nos o relatório para as mãos. Como se da revelação do terceiro segredo de Fátima se tratasse, eu e a Joana começamos a ler avidamente o relatório. Mais uma vez, e não me canso de o repetir, parecia uma cena saída de filme.
“Baptista (que sou eu) called at such and such hours. I went to her appartment and saw this and that”, reportava o detective. E eu só dizia “Fogo, o gajo prestou mesmo atenção a tudo o que se disse”. Mais uma leitura e eis que entra a frase que nos pôs admiradas, de mão na boca, tal o espanto: “The landloard and the carpenter, Michaele Valentin...”
“Porra!! Foi o carpinteiro!!!!!”
E com esta todas as perguntas começaram a obter resposta. “Por isso a janela não foi forçada! Ele abriu-a por dentro!!”.
Que alivio!! Não tinha sido esquecimento meu nem intenção de alguém que eu tivesse tido lá em casa. Então a história foi a seguinte:
Naquele dia, a minha senhoria chamou o carpinteiro, com quem já trabalha há vários anos e que, por ser ilegal, ela ajuda dando-lhe uns biscates para ele se desenrascar. Estiveram a trabalhar na cave durante o dia todo, entrando e saindo da zona circundante ‘a casa com bastante frequência.
Por volta das 15h, ela disse-lhe que teria que ir ao supermercado e que já voltava, coisa que durou 30 minutos. Durante esse tempo, o caramelo vai de buscar a chave da minha casa (que possivelmente já teria visto noutras vezes e, até quem sabe, de alguma vez que tivesse ido a minha casa com a senhoria reparar alguma coisa), entra pela porta da cozinha, vai até ao escritório, rouba tudo o que viu, vai até ‘a sala e rouba também a câmera digital e depois, para fingir que tinha sido um assalto, abre a janela do escritório, remove a rede que a protege e deixa-a no lado de fora da casa, deita a bicicleta para o chão, a aparelhagem, a cadeira e dá de frosques, por alturas em que a minha senhoria estaria para regressar. Quando ela reapareceu, já com tudo roubado e escondido, diz-lhe que ouviu vozes dentro do meu apartamento. Assim, ela poderia ir ver o que se passava, depreenderia que houve um rouba mas não duvidaria dele. Em vez disso, e porque não é nada bisbilhoteira, assumiu que era eu e não ligou.
‘A noite, ao dizer ao detective que tinha passado o dia com o carpinteiro, ele pediu-lhe o número dele para lhe ligar e perguntar se teria visto algo. Quando o fez, o início da versão do carpinteiro batia certo com a da minha senhoria mas, a determinada altura, meteu os pés pelas mãos: “quando a senhoria foi ao supermercado, eu ouvi um homem bater na porta de trás da casa da Inês, a dizer “Let me in! Let me in!” e depois ouvi vozes lá dentro, como se houvesse uma discussão. Também reparei que a porta da frente estava entreaberta”.
Ora, o detective achou isto muito estranho e ligou novamente para a minha senhoria, que lhe disse que o carpinteiro não tinha referido nenhum destes factos e que ela até achou o comportamento dele meio estranho. “Estava nervoso, com pressa e, muito embora estivesse a chover muito, declinou a oferta de boleia e disse que caminharia para casa” (e nós a lermos isto tudo no relatório, com a verdade a desenrolar-se ‘a nossa frente, interrompida por exclamações de espanto).
Assim, o detective pediu ao carpinteiro que se apresentasse na esquadra no dia seguinte, ao que ele acedeu prontamente. Já com a pulga atrás da orelha, o detective, tentando um “bluff”, diz ao carpinteiro:
- “ontem questionei vários vizinhos da Baptista para verificar se teriam visto algo e uma das mulheres falou que viu um homem na janela correspondente ao escritório da Baptista. Quando lhe mostrei a foto de possíveis pessoas, onde se encontrava a sua, ela identificou-o”.
- “Mas como é que ela me pode ter visto?”.
- “ Michaele, não minta. Você roubou o apartamento da Baptista!” (e aqui é quando a música se intensifica e se faz um grande zoom ‘as têmporas do suspeito, de onde começa a escorrer uma gota de suor, quase imperceptível).
Nisto, “deitando a mão ‘a testa e quase começando a chorar” (era assim que estava descrito no relatório), o carpinteiro confessa o crime e diz que não é mais o mesmo homem de há 15 anos. Ao que parece, no passado ele teria já uma história de crimes (que deduzi serem da mesma índole) mas mantinha-se “limpo” há 15 anos. No entanto, “porque perdeu o emprego e estava em dificuldades financeiras”, segundo as suas palavras, não sabe o que lhe ocorreu e deu de roubar. No relatório referiam ainda que “o suspeito se mostrou extremamente arrependido e disposto a colaborar totalmente nas investigações”. Assinou o Miranda (um documento qualquer mas que no início só nos fez perguntar: mas quem é a Miranda?) e revelou onde estavam os items roubados, assinando também uma autorização de busca ‘a casa dele.
Saímos de lá completamente esmagadas, numa profusão de sentimentos. A Joana mana sentia pena do carpinteiro, eu sentia um alivio imenso por não ter sido ninguém que eu conhecia e por o terem apanhado, e ao mesmo tempo pena da minha senhoria e uma revolta enorme por o caramelo se ter aproveitado da boa vontade dela. No entanto, com o passar do tempo, comecei também a ter alguma compaixão dele. Uma confusão!
No regresso, mais uma viagem de táxi e, a primeira pergunta ao entrarmos na viatura “Guilty or not guilty?” Lá deu o caso mais pano para mangas e conversa. Os motoristas que para aqui vêm devem ouvir as histórias mais rocambulescas.

Hoje, 6a feira, estou ainda ‘a espera das minhas coisas, pois o caso teve que entrar no sistema legal, tiveram que destacar um DA (District Attorney) e só depois disso é que determinarão se, para provas, precisam das coisas ou se fotos das mesmas bastam. Tive a sensação que vivi um filme e que não pode ter sido real. Tenho também consciência da sorte que tive e, como em “casa roubada, trancas ‘a porta”, agora tenho um cuidado extremo com tudo, bem como a minha senhoria, que vai tratar de pôr barras nas janelas e ter mais cuidado com quem contracta.
Ficam no entanto, mais duas lições:

Na falta de um mordomo, o culpado é o Carpinteiro!

Afinal filmes destes não se passam só em NY. Tem uma pessoa que vir para a parvónia para isto acontecer!

The End!

5.15.2006

O mal de uns...

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... e' o bem de outros.
E digam lá que não é bom morar nos USA e receber o ordenadeco em Euros (no eixo das abcissas) :)

PUUUUUUOOORTO!!!!!!!!!

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Carago! :)

5.12.2006

Já 'tá!!

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Eu e os meus peixitos bem podemos brindar e celebrar (eles deviam ser 'as risquinhas mas isso agora não interessa nada). Modéstia 'a parte, a apresentação correu muito bem. Como esperado e como vário me vieram dizer no fim, tive uma "tough crowd" e "very hard questions", mas com algum jogo de cintura, escapei a todos os tiros ilesa e consegui responder a tudo como deve ser. Assim, no fim também ouvi comentários como "very good talk" e "good job!", que me deixaram satisfeita.

Assim, e já passada a grande prova, comecem então os relatos. Hoje 'a noite de certeza que haverá algo a dizer acerca do dia de hoje. Preparo-me para, dentro de alguns minutos, me meter dentro de um carro com mudanças automáticas (coisa nova para mim) e ir, juntamente com a minha Joana Mana, amigona que mudou de casa há pouco tempo e precisa de a equipar, até ao IKEA.

Gajas, num carro desconhecido, com um mapa até um local onde nunca pusemos os pés... só pode dar molho.

Aguardem que não perdem pela demora ;)

5.11.2006

Está quase!!!

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Mais um pouquinho e já posso respirar.
Já vejo o fim a a proximar-se. So far so good!

Vi, Raquel e Mindgames, obrigada pelo apoio público.

5.09.2006

Message in a Bottle

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Aviso 'a navegação!!

Não estão esquecidos!

Eu é que ando com bastante trabalho 'a perna. Se sobrevivo a esta semana, nem acredito. Terei que fazer uma apresentação para 2 laboratório hoje (3a feira) e, na 5a feira, apresentação para o departamento, vulgo sala-cheia-de-cromos-e-nerds-de-harvard-todos-muito-inteligentes-e-
espertinhos-e-que-duma-penadinha-só-conseguem-deixar-um-gajo-
sem-saber-o-que-responder.
Assim que me livrar destes encargos, logo volto 'as lides do Blog.
Aliás, há até muita coisa para contar: concertos, reflexões, situações e uma Primavera especial... a minha :)

5.04.2006

Não há pachorra!

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Se cá por estas bandas uma pessoa tem que comprar algo relacionado com electricidadde, não tem grande escolha se não ir até ‘a Radioshack, loja da especialidade mas que de especialistas só os tens na arte de ludibriar, a que eu “carinhosamente” gosto de apelidar de Radiochatos. Nunca nos fornecem a melhor opção ou, por outra, a melhor opção, para eles, é sempre o mais caro dos mais caros e fazem sempre soar como se não houvesse alternativa.

Pois eu tive que visitar estes senhores há cerca de 2 dias, uma vez que queria comprar um cabo que me permitisse ligar o iPod a uma aparelhagem de stereo. E’ coisa que dá muito jeito para festas e que já vários amigos meus têm, pelo que sabia de antemão que a coisa rondaria, no máximo, uns 9 dólares. Chegada ‘a loja, explico o que quero e, do topo do seu fato e gravata, com um sorriso irritantemente branco e artificial, o empregado segue disparado até ‘a outra ponta da loja, onde me mostra um cabo de $30.

- Aqui está!

Fiquei um segundinho a olhar para ele com cara de "este gajo deve estar a gozar comigo. Só pode!".
Já preparada para isto, não estive com meias palavras:

- Escute, EU SEI que vocês vendem este mesmo cabo por algo como 9 dólares. Eu disse-lhe que queria o mais barato. Porque é que me mostra o material mais caro que tem?

De sorriso impassível mas agora ainda mais forçado, responde-me:

- Ah, este tem garantia de….

Nem o deixei falar. Já ia começar o relambório de características do material que eram tudo menos o que eu pedi:

- O mais barato, sim?
- Ah, sim! Tem razão! Venha comigo.

E lá seguimos nós para outro lado da loja onde, desta vez, me apresenta um cabo de 15 dólares.

- Hmm! Parece-me que estamos com um problema de comunicação – disse-lhe – eu quero o cabo mais barato. Está a perceber o que eu falo ou o meu Inglês é assim tão deficiente que não me faço entender?

Mantendo o sorriso mas, claramente contrafeito, diz-me:

- Sim, estou a perceber. Mas esse cabo não é tão bom!
- Pois, mas parece-me que cabe a mim decidir a qualidade que eu quero (e tu já me estás é a dar cabo do juízo, resmungava eu por dentro).

A esta hora já não sorria protocolarmente. Penso que, se legendas houvessem, o que lhe estava a passar pela cabeça seria um corropio de $%&^*@#!@ de tão inapropriado que era.

Eis-nos então chegados ao local onde estava o dito cabo, ironicamente ainda mais barato: 8 dólares.
Deu-mo de trombas.
Só lhe disse:

- Parece-me que conheço a loja melhor que você!

Obtive um “Humpf!!” de resposta e deliciei-me, de sorrizinho malicioso no rosto, na caixa, enquanto o carrancudo me fazia a conta.

Espero que da mesma forma que já lhes conheço a pinta, da próxima vez que eu lá fôr o caramelo se lembre de mim e me poupe uns quantos minutinhos de estupidez. Mas que raio? Porque são os vendedores assim? Devem julgar que toda a gente é totó!

Grrrr... fico-lhes com uma raivinha! Cá c'um pó!!!