3.30.2007

11 de Setembro e Afins

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Descobri toda a verdade aqui.

De me mandar ao chão de tanto riso.
Boinc! (som da Inês a cair no chão)

"O alegado cérebro do 11 de Setembro, que tem assumido a autoria de tudo o que é tragédia (da destruição de Pompeia às duas guerras mundiais e da peste negra à primeira eleição de Alberto João Jardim), admitiu agora ter planeado também o terramoto de Lisboa de 1755 como represália pela tomada da cidade aos mouros por D. Afonso Henriques. A deslocação violenta das placas tectónicas foi desencadeada por toupeiras amestradas doutrinadas no Islão que abriram túneis até grande profundidade na crosta terrestre, fazendo-se explodir em nome de Alá. Quanto ao absurdo aparente do seu envolvimento em algo que ocorreu há vários séculos, Mohammed prometeu pensar numa resposta e apresentá-la em breve. Apesar das queixas de ter sido torturado pela CIA, o ex-estratega da Al-Qaeda garante que nenhuma destas confissões foi obtida à força mas pede encarecidamente para lhe tirarem os eléctrodos dos testículos porque incomodam bastante, agradecendo a extracção recente da cópia enrolada do Corão que trazia alojada no recto. Convidado a comentar o visual na fotografia tirada aquando da sua captura, disse apenas que "foi uma fase."

in www.inpecia.com

Palhaços

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Têm a mania que são maus mas são é uns belos palhaços, é o que é!

Refiro-me, obviamente, ‘a policia de trânsito por estas bandas. A malta queixa-se de Portugal mas olhem que aqui a coisa não é melhor. Quando há cotas por preencher, toca a multar a torto e a direito, mesmo sem o fazerem como deve ser.

Como se devem lembrar daqui, andei a receber multas de mau estacionamento, muito embora tivesse a permissão de residente e naquela rua tal nem se aplique. A cena repetiu-se não uma, não duas mas sim sete vezes.

Já era tal a frequência com que acontecia que, por várias vezes, o David chegava ao pé de mim e dizia-me:

- Adivinha quem nos visitou!
- Quem?
- O nosso amigo Eagle (palerma do polícia que nos passou as multas).

E lá se repetia o ritual de manhã: entro no site, reclamo e passados uns dias recebia uma carta a dizer que “sim senhora, tem razão. não é preciso pagar”.

Mas a coisa há tempos mudou de tom e em vez de eu reeber esta carta, recebi uma a dizer que estavam a analisar a minha situação e que posteriormente me contactariam.

Ora, o contacto chegou ontem, e vejam só a lindeza da coisa. Os totós dizem que “após minuciosa análise do seu processo” (notem a ironia no Minuciosa) decidiram negar o meu apelo porque, e preparem-se que agora é que a coisa fica ainda mais bonita, “ o parquímetro está a funcionar em perfeitas condições”.

PARQUIMETRO?!?!?! Mas qual parquímetro?
Essa coisa nem sequer existe na minha rua quanto mais um a trabalhar?

Já estão a ver o quão cuidada e minuciosa é a análise deles. Achei aquilo tão estapafúrdio que até dei a carta para um Americano ler, não fosse eu não saber que qualquer outra coisa se podia chamar “meter” (parquímetro).

Mas é mesmo isso que diz. E querem que pague $90.
Noventa dólares!!! Pfff, o caraças é que pago!
Está visto que vai haver forrobodó com esta história.

Já mandei a respectiva reclamação... vamos lá a ver o quão minuciosa vai ser agora a análise do processo. Com sorte recebo uma carta a dizer que “após análise pormenorizada do caso, chegámos ‘a conclusão que é proibido ter camelos dentro do carro”.

Aí até percebia... devia ser o Sr. Eagle a ver-se reflectido na janela do carro!

3.28.2007

Ah, Fadista(s)!!!

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Foi no Sábado passado que ela actuou na Berklee School of Music.

Nem a chuva, que mais tarde se transformou em neve (após um dia de sol radiante... o tempo aqui é completamente doido), arredou os muitos admiradores que quiseram escutar a Mariza, esgotando o auditório.

Não há palavras para a descrever.

A Mulher é um portento!
A Mulher é uma força da Natureza!
A Mulher é o máximo!
A Mulher é extraordinária!
A Mulher, pura e simplesmente, não existe.

A minha amiga Holandesa, excitadíssima, sentada ao meu lado, só exclamava como era inacreditável que tamanha voz e poder saísse de dentro daquele figura esguia, delgada e frágil.

Mariza encheu a sala, não só com a sua voz como com a sua presença, calma e tranquila, ao mesmo tempo que simpática e comunicativa. Falou em Inglês e em Português. Gracejou aqui e ali e, amiúde, esclareceu-nos porque esta ou aquela música lhe eram relevantes, porque Carlos do Carmo é um dos seus mestres (homenageou-o cantando um dos seus Fados), qual a origem do Fado, qual a origem dela, as suas raízes Moçambicanas e Portuguesas, como foi a sua infância e como, aos 5 anos, interpretou em público o seu primeiro Fado no Café dos pais, na Mouraria.

Fez-nos sentir Portugueses e remexeu nAquela nossa Saudade, que nos é tão típica. Por vezes tive lágrimas nos olhos. Noutras, sorri e ri animada enquanto a Mariza, bamboleando-se e dançando até, puxava pela plateia que, batendo palmas, acompanhava os Fados animados e divertidos.

O público estava ao rubro! Irrompia em valentes “Ah, Fadista!!” quando, imponente, Mariza terminava as suas interpretações, interpretações essas perfeitas, cheias de alma e sentimento, mesmo quando se estabelecia aquele silêncio de expectativa, esperando por um sussurro quase inaudível ou por aquela palavra suspensa.

Tudo afinadíssimo!! Irrepreensível!
Profissional como é, Mariza deu todo o espaço aos seus músicos para se expressarem e mostrarem o quão exímios são. Tivemos até uma sessão de guitarrada, em que a Mariza se retirou momentaneamente do palco e só as guitarras primaram.

Excitadíssima, recorri várias vezes ‘a minha camera, muito embora fosse proibido, para registar este ou aquele momento. Tendo sido admoestada uma vez, decidi, após uns 6 filmes (hehehe) parar. Já estava a abusar.

Disse mesmo para mim mesma que não o faria mais mas, quando no fim, inesperada e surpreendentemente, a Mariza presenteia os Americanos com uma versão em Fado de “Summertime” (Gershwin) EXTRAORDINARIA, não resisti e saquei da maquineta mais uma vez.

Mais valia ter estado quietinha porque, muito embora várias pessoas estivessem a tirar fotos, por eu estar mesmo junto ao corredor, fui logo apanhada. A cena foi linda, segundo a minha amiga Holandesa. Ela diz que ficou assustada. Eu... nem sei o que me passou pela cabeça, mas estava na maior. Acho que fiquei possuída pelo espírito aventureiro e destemido dos meus antepassados, enaltecidos no Fado.

Foi assim, chega a menina dos bilhetes e diz-me:

- Faz favor de parar. Já foi avisada 3 vezes. Vai ter que me dar a sua máquina.
- Mentira!! (que raio Inês, não te sabes calar? Que diferença fazem 2 ou 3 vezes!?! Não tens razão e não!)
- Por favor dê-me a sua câmera.
- Não dou!! (lá está ela...)
- Então peço-lhe que me acompanhe até ao gerente.
- Faz favor de esperar que quero ouvir esta música. (juro que lhe respondi assim)
- Já lhe disse para, por favor, me acompanhar.
- Não acompanho. Já lhe disse que quero ouvir esta música – respondi do alto de toda a minha razão - E não insista que está a estragar o espectáculo aos outros (JURO que lhe respondi isto)

Acho que, perplexa com tamanha cara de pau da Tuga, a miúda ficou meio muda, gaguejou, não soube o que falar e bazou.

Tranquila, fiquei a ouvir o Summertime. Não sei mesmo o que me deu porque, mesmo tendo sido em Inglês (que me deixa sempre insegura no que toca a discussões) fiquei calmíssima, impávida e serena.

Termina a música, apoteose e aplausos e sinto uma sombra ao pé de mim.
Era a miúda e o gerente.
- Olha estes – pensei.
- Sou o fulano tal, gerente do estaminé, bla, bla, bla... venha comigo
- ‘Bora lá!
-
Calmamente, disse ‘a minha colega, “eu já venho”. Peguei no meu casaco, no meu saco, ajeitei o cabelo e segui ‘a frente do mafarrico: trá-lá-lá!

Levou-me para o gabinete dele e disse que a miúda disse não sei o quê e eu dizia que não e que ela mentiu (notem como eu sou doidinha e discuto mesmo sabendo que não tenho razão) e que ela não me podia chamar mentirosa e depois ele dizia que ela não me estava a chamar mentirosa e depois eu dizia que se eu digo algo e ela diz “não foi nada” isso era chama-me mentirosa e depois ele disse que era uma questão de semântica e eu disse-lhe que era exactamente o mesmo argumento que ele estava a usar para dizer que ela não disse a palavra mentirosa, especificamente... uma bela treta de discussão.

E notem como eu me enterrava e continuava a barafustar:

- Disseram-me para parar e eu parei.
- Ah, mas estava a fazer um filme sabendo que era proibido.
- Estava, MAS parei quando me disseram e há muitas outras pessoas a fazer filmes mas vocês não chegam lá. Não está certo! Deviam usar os mesmos parâmetros de justiça com toda a gente (lindo este argumento, não acham?)
- Quantos filmes fez?
- Fiz um porque, como disse, parei quando me disseram (e continuava cheia de razão, hein!)

Patati – patatá depois diz-me:

- Faz favor de apagar o filme.
- Não apago! (miúda, tu estavas possuída, só pode)
- Apague por favor.
- Não apago. Apague você se quiser (máximo de estupidez a bater ‘a porta)
- Eu não mexo na sua máquina. Apague o filme se faz favor.
- Não apago!
- Então vou ter que lhe ficar com a máquina.
- Ah, bom... ‘tá bem, eu apago.

E notem, agora é que é liiiiiiindo.

Cheia de razão e completamente ultrajada viro-me para o homenzinho, quase espetando a máquina no focinho dele, digo:
- Então venha cá ver para não me chatear mais (JURO que lhe disse isto)

E começo a apagar o último filme. Puta da máquina (desculpem lá os mais sensíveis), vai de mostrar sempre o que está a seguir. Então era ver 1, 2, 3, 4....6, 7 filmes a aparecer. "Ganda" festa!

O homenzinho podia ter feito de mim gato-sapato mas, se calhar, já habituado aos doidos mais que varridos, nem se deu ao trabalho de dizer:

- Com que então só um, ah!

E agora a cereja no topo do bolo:

- Está feliz? Já está tudo apagado, viu? Ou também quer ver as outras fotos (e nesta altura a máquina exibia orgulhosamente uma foto de mim com cara de tresloucada a idolatrar os Morenazos). Quer mais alguma coisa?
- Não – acho que o homem nem respondeu muito mais porque devia estar completamente abananado com a minha atitude de Micas-Coxa-da-Madragoa-desvairada. Tenho a certeza que pensou que eu tinha acabado de sair do manicómio sem terminar o tratamento.
- Então com licença que quero ir ver o espectáculo!

E saí, sem sequer olhar para trás, altivamente caminhando para o auditório, onde cheguei e, calmamente, como se não fosse nada comigo, me sentei e ignorei os olhares do pessoal nas cadeiras vizinhas que assistiram ao circo todo.

Ah, Fadista!

O Gerente teve que ter mesmo muuuuuuita paciência. Nem sei como se manteve sempre tão bem. Eu cá, nem que me paguem, aceito ser gerente seja do que for se tiver que aturar doidas como a que eu fui, hehehe.
Ele há com cada uma!

A minha amiga Holandesa só me dizia:

- Uau, fizeste-lhe mesmo frente. Es mesmo Forte!

E eu pensava:

- Sou é muito maluca é o que sou!

Coisas!

PS – Só para a Ivone, e para a fazer rir, o que eu pensei quando o gerente me disse que tinha que ir com ele foi:
- C’oa Breca! :D

3.27.2007

Hoje é dia de festa...

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Lá lá lá lá-lá-lá!

(...)

Uma salva de palmas!

Clap! Clap! Clap!

3.26.2007

A Saga

Tudo começou com a minha ida a Portugal, em Dezembro.

Como toda a mãe que se preze, sempre que a filhota parte para terras além-mar, esta tenta mandar-lhe na bagagem daqueles miminhos que, sabendo o quanto custa chegar para o vazio de uma casa sem família, beijos e abraços, irão de certa forma colmatar um pouco essa carência.

Assim, sempre que vou ‘a Terrinha, durante os dias que lá passo, volta e meia ouço a minha Madalê dizer-me “filha, vou pôr isto para levares!” ou “vou comprar isto para a minha Nês se consolar quando estiver na América!” (e vem-me ‘a lembrança, com carinho, a forma engraçada como abre os olhos quando diz “Ameeeerica”, para logo a seguir sorrir e me abraçar).

Sabendo que de manhã nada mais me satisfaz para pequeno-almoço que um valente copo de leite branco e puro acompanhado de bolachas de chocolate escuro, prontamente comprou 10 pacotes de Morenazos, bolachitas do LIDL semelhantes aos Filipinos, mas mil, milhões, trilhões de vezes melhores.

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“Já tenho as bolachinhas para o teu “piqueno-almoço”!” disse-me ela enquanto, orgulhosamente, me exibia o saco plástico cheio das embalagens vermelhas. Mas cheio mesmo: eram 10 pacotes!

Com tamanha devoção os guardou para que não fossem consumidos e na hora da partida não fossem esquecidos que, acabaram mesmo por ficar muito embrulhadinhos num qualquer saco na dispensa.... esquecidos!

Como ela diz, levei na mala o suficiente para abrir um restaurante: bacalhau com grão, língua estufada com ervilhas, massa de coelho, cozido ‘a Portuguesa (note-se, estes quatro já cozinhados e prontos a comer), chocolates, mel, latas de atum, pães-de-leite, chouriços, empadas, azeite, rissóis, croquetes (sim, isto tudo e, como costume, tudo passou incólume e chegou, são e salvo ‘a minha cozinha) mas, mesmo satisfeita com mais um sucesso do famoso contrabando Tuga, nada me conseguiu consolar assim que percebi que os meus mui e mais que queridos Morenazos ficaram em terras Lusas.

Virei e revirei as malas, pensando que a Maezinha os tivesse enfiado algures sem eu ter reparado. Mas, não… a dura verdade é que os coitadinhos ficaram por lá sozinhos e abandonados, e eu abandonada e sozinha deste lado fiquei!

Bem, chega de lamúrias! – pensei – e logo comecei a engendrar possíveis soluções. Sendo o Natal uma altura em que bastante gente vai a casa, pensei em quem ainda poderia estar em Portugal que eu conhecesse e que, no seu regresso para Boston, me pudesse trazer os “my precious”.

Assim, toca de falar com a Madalê. Logo que atendeu e percebeu que era eu (e, obviamente, após me perguntar como foi a viagem, se correr tudo bem e tal) logo do outro lado da linha ouvi um prolongado e lamuriento:

- “ooohhhhh filha!!! os teus morenazos!!”
- “Pois é, Madalê, mas não te apoquentes. Fulana tal ainda aí está, o número de telefone é o tal, tenta ligar por favor e explica bem a situação (se bem que, por muito bem explicadinha que fosse, acho que qualquer pessoa acharia que eu não podia estar boa da carola a dar-me a tanto trabalho por causa de umas bolachas. Mas, mais uma vez ressalvo: não umas quaisquer. Os MORENAZOS!!)… pode ser que ela os possa trazer”
- “Roger. Mensagem recebida!!” e de imediato a minha Madalê começou logo a bulir.

Fiquei esperançosa de que no dia seguinte me dissesse: já está tudo tratado mas, devido a excesso de bagagem (mal que se apodera de todo e qualquer um que regresse de casa) o transporte dos Morenazos não seria possível.

“C’oa breca” – pensei – mas não desanimei.

Revolvi as ideias mais um pouquinho e, Plim!, lembrei-me de outra pessoa que viria daí a uma semana.

Novo telefonema para a Madalê, nova troca de instruções, “Roger” e lá foi a Madrecita tratar de outra missão. Mais uma vez, porque o possível destinatário não se encontrou disponível quando julgou que estaria, a transação não foi possível e lá ficaram os Morenazos em águas-de-bacalhau, ou seja, em Portugal (que não são bem águas de bacalhau uma vez que não os há na nossa costa... mas vocês entendem-me, não é?).

Desde então, passei Janeiro e Fevereiro tristíssima, a suspirar pelo Morenazos além-mar e sempre a tentar descobrir novas maneiras de os trazer até cá, uma vez que tão cedo não iria eu até lá. Nem as Milano , que eu adoro, pela manhã a acompanhar o meu copo de leite conseguiram suprimir a dor. E eu pensava e pensava "como raio vou trazer os Morenazos para cá!?", até que o André me diz que o pai dele está para vir a Boston.

“Epá, é oportunidade a não perder!!”. Meto a minha mãe ao barulho, a minha irmã também entra na festa (escusado será de dizer que o André nem teve tempo para dizer quer não), entra a secretária do pai do André, telefonemas para aqui e para ali, tudo a mexer e a dar-a-dar para despachar os Morenazos (missão bem mais importante que aquela do soldado Ryan, por exemplo. Vejam só a dimensão da coisa! Oscar garantido.) mas o destino era mesmo para que ainda não fosse desta. Desencontros e faltas de tempo fizeram com que, mais uma vez, a esperança morresse na praia.

- “Oh, André!!!” – lamentava-me eu no ombro dele - “Estivemos quase!! Quase!!!”
- “Não te preocupes! “ – e fazia-me festinhas na cabeça – “para a semana vou eu a Portugal!!!”

Rejubilei.

Abro um parêntesis para dizer que, embora seja um poço de boa vontade e tenha um coração do tamanho do mundo, o André é a pessoa que eu menos esparava que me pudesse salvar nesta situação, uma vez que anda sempre numa lufa-lufa, numa roda viva, extremamente ocupado com tudo e mais alguma coisa e é sempre dificílimo manter uma conversa com ele por mais de 2 minutos… que fará marcar alguma coisa.

Adiante.

Eu estava tão desesperada e, percebendo que ele entendia a minha dor (só um maluco para entender outro maluco… cada um tem a sua pancazita), pensei: vamos a isso! alguma vez há-de dar.

Telefonemas, encontro no aeroporto entre os meus pais e o André (é Milagre!!! Funcionou!!!), troca da mercadoria, regresso do André e email recebido:

remetente - André
receptor - Inês
mensagem - “já cá estão sãos e salvos!!”

E eu saltava e ria, pulava para o pescoço do David aos guinchinhos:

- Chegaram!! Chegaram!!! – e o David pensando que eu me tinha passado de vez.
- Calma ‘mor! Calma! (coitadinho, maridinho sofre!)

E segui toda feliz para o lab no dia seguinte, onde passei a esperar a cada hora, cada minuto, cada segundo que o André me entrasse pela porta adentro com o pacote dos Morenazos.

Um dia, dois dias, três dias… e nada de André. Já pensava em telefonar-lhe quando me aparece a meio de uma experiência. Larguei a pipeta, tirei as luvas, rasguei a bata, entornei as soluções, passei por cima das bancadas como se de um filme de Hollywood se tratasse, para estacar em frente ao André:

- E então!?!?! – enquanto perscrutava minuciosamente tudo ‘a volta dele não vislumbrando qualquer embalagem.
- Opah, comi os Morenitos!!
- Morenazos!!! – corrigi imediatamente – deixa-te lá de tretas e passa para cá a “droga” – repliquei divertida.
- Inezita, hoje não as pude trazer (isto já depois de 3 dias de espera) – disse ele com tacto e carinho, já adivinhado o colapso da Je - Estão em minha casa, mas nem fui lá, não dormi, trabalhei a noite toda, o meu carro foi roubado (é que para além de ocupado tudo, mas tudo mesmo, lhe acontece. Até me surpreende como é que não ficaram com os Morenazos na alfândega!), fiquei adoentado, blá, blá, blá…

E então apercebi-me que tinha passado para um segundo estágio do desafio: se a primeira fase correspondeu a trazer os Morenazos de Portugal para Boston, a segunda fase, e ainda mais difícil, seria trazer os Morenazos da casa do André para o lab.

Mas, se eu já tinha esperado tanto tempo, não seriam agora uns dias ou uma semana (mais que isso não, ok?) que me fariam desesperar… e eu sei que o André tem as melhores intenções, portanto, bastaria falar-lhe ao coração uma ou duas vezes por dia:

- “, mori! Trouxeste? Não!?!? Ohhh… fico tão tristinha!!!” – e do outro lado do telefone ele poderia adivinhar o meu beicinho e os olhinhos de Pussycat (gato do Shrek).

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E por aí foi até que, finalmente, na 4a feira passada lhe amoleci o coração o suficiente ao ponto de ele se organizar um tiquinho e recebi o tão atribulado pacote.

Qual tesouro, assim que o vi, com os olhos a brilhar, nem o desembrulhei logo (vinha dentro de uma caixa de sapatos, embrulhada em papel de oferta). Quis saborear aquele momento tão esperado.
Apreciei-lhe o peso, adivinhando as delícas que estariam lá dentro. Surpreendida com o peso algo excessivo, abanei e escutei, pressagiando que a minha Madalê teria feito das suas:

- pesado para serem só bolachas não – dizia-me o André curioso, agora também já super envolvido na história.
- é!…. – e continuava a manuseá-lo – vou abrir quando chegar a casa.
- não abres agora?!?! – respondeu surpreendido, a rebentar de curiosidade
- ‘mori, prometo que assim que abrir te telefono a dizer o que tem cá dentro!

Passei a tarde a pensar naquele momento glorioso que seria, ‘a noite, juntamente com o David, abrir O pacote. E assim o fizemos (salvo seja).

Qual ritual, tirei o papel, cortei o baraço, tirei a fita-cola que envolvia a caixa dos sapatos e…

(neste momento já podem adivinhar que se ouviu música algelical e que saiu uma luz super forte lá de dentro, ‘a medida que o tesouro se revelava)

Mais que os pacotes de Morenazos, ‘a nossa frente estavam, nada mais nada menos do que: tabletes e tabletes de chocolate (Nestlé, Milka, Ritter Sport, Toblerone, Serenata de Amor e sei lá que mais…), latas de atum Bom Petisco, uma embalagem de bolachas de água e sal, outra de óleo Johnson verde – hhmmm, que tem Aquele cheirinho!! o daqui cheira mal!! – vejam por vocês:

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Miminhos da mamã!! Os melhores do Mundo!
Que espectáculo. Celebrei tanto que o David só dizia:
- tenho que te forografar! Os teus pais têm que ver isto (por motivos de preservação da minha imagem, não as coloco aqui... até tenho vergonha :P)

E digam lá, se não valeu a pena a espera! Em vez de uns mísero Morenazos (oh p’ra ela! Agora que tem resmas e resmas de coisas boas, os Morenazos já não lhe chegam!! Mal agradecida) !! Porca!) recebi tudo, TUDO isto… e ainda mais a surpresa, do inesperado, do que será?

Claro está que telefonei ao André para lhe revelar o segredo de Fátima:

- Quê?!?!? Eu trouxe isso tudo?!?!?! Miúda, ainda ia preso!!! Depois terias que me ir levar Morenitos ‘a prisão.
- Morenazos – corrigi – não levo ‘a prisão mas levo amanhã para o lab!


E viva a Madalê!!
E viv'ó André!
E viv'ó David também coitado. 'As vezes tem que ter uma paciência de santo, hehehe!

E um final… Feliz!!! :)

3.20.2007

Teoria: Menstruação Masculina

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Embora Homens e Mulheres sejam claramente diferentes, noto que têm algo em comum.

Da mesma forma que gajas a trabalhar/viver juntas acabam por ter o período sincronizado, também os gajos que convivem diariamente no mesmo espaço passam a cortar o cabelo ao mesmo tempo.

Basta o Chinezito do meu lab aparecer de guedelha cortada que até ao fim dessa semana já sei que todos os outros irão fazer uma visita ao barbeiro.

Ainda só não percebi se também sobrem de TPM, mas como volta e meia ficam com a neura, deduzo que sim :)

3.16.2007

E' 6ª feira...

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Bom fim-de-semana!
Por mim, passá-lo-ia aqui, junto ao meu Mar... que com tanto carinho os meus pais tentam tornar menos longe.

3.15.2007

Quase me esquecia...

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Este post vai especialmente para a Violante e a Giorgia, únicas leitoras do Casaco que se dignaram a responder ao repto lançado aqui, pois o resto esteve a borrifar-se... como de costume!

Como os leitores são poucos e há que os preservar, aqui vai a resposta prometida. Então, da lista de trampolinices e malabarices que o pessoal do meu lab já fez, eu sou a responsável por:

- Quase me ter afogado = aconteceu há cerca de 3 anos, mesmo eu tendo o curso de nadadora-salvadora e até já ter trabalhado na praia durante um Verão. Esta foi mesmo para enganar o pessoal, pois ninguém iria desconfiar que alguém que nada tanto como eu alguma vez passasse por apuros.

O que é certo é que me aventurei um pouco mais no mar de Santo André, o MEU Mar, e ele quase ficou comigo. O mais estranho foi que eu sabia que estava a ficar sem ar e, como se estivesse a ver a coisa a acontecer-me, 'a distancia, só dizia para mim mesma, "Inês, tem calma! Tem calma!".

E assim permaneci, calmíssima, enquanto não conseguia encher os pulmões de ar das duas ou três vezes que vim 'a superfície e uma onda me esmagava para baixo dela. Quando emergia, ainda acenava para o meu pai como quem diz "já vou", enquanto ele me chamava para mais perto. "Estás muito longe! Vem para cá!", dizia-me ele.

Não o quis preocupar nem correr o risco que me fosse ajudar e por lá ficasse também.
Só passados uns dias lhe contei que estive quase a ir desta para melhor.

- Fingi que não conhecia o amigo dos meus pais que me ia buscar ao infantário todos os dias e fiquei lá uma eternidade até alguém me ir buscar de novo = pois é, do alto dos meus 5 ou 6 anos e, provavelmente, sob o efeito de uma qualquer novela que vi, deu-me para inventar esta. Escusado será dizer que o Sr.Marques ficou envergonhadíssimo e se recusou e ir-me buscar de novo, fosse porque razão fosse. Fiz finca pé e neguei e neguei que o conhecia... até o ver partir e, desesperada, dizer "não, não, eu conheço aquele senhor. eu conheço!!"

Mas aí já era tarde demais. Lá fiquei eu 'a espera que alguém fosse até lá buscar a maluquita de arroios, já a temer pelo raspanete que iria levar. Os meus pais lá devem ter achado que eu não tinha bem noção do que fiz e só tive que ir pedir desculpas ao Sr. Marques. Acho que ele também me desculpou, pois continuou a brincar comigo... só que nunca mais me foi buscar ao infantário.

A catraia tem com cada uma...

E "prontos" Vi e Giorgia, eis a resposta única e exclusivamente para vocês :)

3.14.2007

Macho: 'as vezes não faz mal

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Entrei no carro e notei que os vidros estavam bastante sujos:

- Porque não ligas o limpa-vidros e limpas os vidros um pouquinho?
- Então Amor, o líquido acabou e eu enchi de novo, com o líquido que estava na mala. Mas não sei porquê não está a funcionar! Eu até enchi até acima... não era aquele!?

Cheguei 'a conclusão que 'as vezes nem faz muito mal deixá-los ser "machos" e fazer as coisas que são "coisas de homem". Se eu tivesse feito isso, o David não teria colocado o líquido do radiador de novo em vez de líquido para limpar os vidros.

O meu Tiquinho Carioca

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Acabei de enviar um email que me deixou cheia de Saudade da Cidade Marvilhosa e com a sensação que saí de lá há já muito tempo. Nele inclui todas as dicas de que me lembrei de como aproveitar ao máximo a capital Carioca.

O Indiano de um dos labs no segundo andar veio ter comigo e disse-me:

- Inês, I am going to Rio, so you have to tell me all about it. I know you're THE person to ask.

Achei piada. Mesmo com 3 Brasileiros, Cariocas, no mesmo andar que ele, o Pavan decidiu vir perguntar-me a mim sobre o Rio de Janeiro. Acho que é por causa daquela parte de mim, vinda não sei de onde, que me atrai, qual iman, para aquele cantinho do Brasil.

3.13.2007

Ah, Carago!!

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" 'indá mulheres do nuorte cumo debe sere"!
Puuuuuuooorto!!!

Foto gentilmente cedida por esse grande Portista! :)

3.09.2007

Uma pessoa vai para uma coisa... e sai-lhe outra

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Pior do que ter dinheiro, os meus cartões de crédito e carta de condução roubados foi mesmo a renovação desta última.

A confusão começou logo quando a agente que tomou conta da ocorrência me disse que, mediante a apresentação do relatório policial, poderia requisitar uma nova licença gratuitamente.

Depois de bastantes telefonemas para a esquadra e mais um e-mail ao caramelo do Sargento, ou lá o que é que ele é, que nunca se encontrava no gabinete, lá consegui o dito documento.

Verifiquei online que outros requisitos eram necessários para a renovação da carta e, de passaporte e cartão de segurança social em riste, lá telefonei eu ao David para que, no fim do dia, me viesse buscar ao laboratório para irmos ‘a DMV.

- Quando eu chegar do emprego? – lamuriou-se o David – mas eu estou cheio de fome!
- É rapidinho, prometo. Só tenho que entregar estes papéis e já está!
- Será!? E’ rapidinho mesmo?
- Rapidinho! Prometo.

Mais valia estar calada. Juro que me lembrei desta cena **, em Nova Iorque. (ver no fim)

Chegados ‘a repartição, estacionámos o carro, saímos, entrámos, subimos as escadas rolantes e ficámos na fila.

- A minha carta de condução foi roubada e venho requerer uma segunda via.
- OK. Preencha este formulário. São $20.
- Tenho aqui o relatório da polícia que confirma o roubo. Fui informada de que não teria que pagar nada nestas circunstâncias.
- Sério? Foi mal informada. Tem que pagar $20.

Desprevenida para esta situação, não tinha qualquer dinheiro.

- David, tens dinheiro?
- Comigo não, deixei tudo no carro... não era um coisa rápida?
- Eeerr... afinal tenho que pagar. Temos que ir até ao carro.

Descemos as escadas rolantes, saímos, fomos até ao carro, tirámos o cartão de crédito do David, voltámos, entrámos, subimos as escadas rolantes e lá estávamos nós de novo na fila.

- Ai, estou com tanta fome – queixava-se o David.
- Já já vamos embora. E’ só pagar e já está – tentava eu tranquilizá-lo enquanto lhe afagava o cabelo.
- Aqui está – disse eu, estendendo o cartão de crédito para a funcionária.
- Ah, lamento mas não aceitamos ESSE cartão de crédito (de todos tenho logo o da marca que nãoa ceitam... humpf).
- Quê?!?! – e nesta altura o David olhou para os céus como quem diz “mas não ia ser rápido?”
- Tem que ser em dinheiro! - virei-me eu para o David - tens algum? Eu não tenho mesmo nada.
- Tenho... mas está no carro.

E vai de novo: descemos as escadas rolantes, desta vez a arrastar um David mais lento e desanimado e uma Inês algo frustrada, saímos, fomos até ao carro, o David deu-me a nota de $20, voltámos... espera, voltei, porque aqui o David já tinha decidido que não ia gastar as poucas energias que lhe faltavam a andar para cima e para baixo. Ficou no carro.

Então, voltei, entrei, subi as escadas rolantes e, pela terceira vez, fiquei na fila... e entretanto já se tinha passado mais de meia hora e não apenas 5 minutinhos, como eu esperava.

- 20$, aqui está – disse eu já sem paciência nenhuma, estendendo-lhe a nota.
- Ah, lamento mas não aceitamos dinheiro.
- Lamenta o caraças (pensei eu). Mas então não aceitam nada?!?!
- Está aqui escrito – apontou com desdém e sem sequer olhar a funcionária para um letreiro amarelado.
- Está a gozar comigo não está?

Ao ver-me tão desesperada disse-me:

- Se quiser, pode ir até ‘ CVS no rés-do-chão e pedir que lhe passem um vale de $20 dólares. Isso aceitamos.

Soltei um fortíssimo suspiro de enfado e lá fui eu: desci uma escada rolante, outra escada rolante, atravessei o corredor e entrei na CVS.

- Gostaria de obter um vale no valor de 20$, por favor.
- OK, são 20 dólares e 89 cêntimos.
- Nãããããããooooo!!!!!! – disse eu praguejando para os céus e já a arrancar os cabelos – não pode seeeeeeerrrr!!! (acho que até ecoou)

O funcionário olhava-me sem perceber nada enquanto eu quase espumava pela boca.

- Oitenta e nove cêntimos!?!?! – exclamei eu como se de uma fortuna se tratasse – mas eu só tenho $20!
- Então não lhe posso passar o vale...

Se o olhar matasse, teria fulminado o homenzito logo ali, com requintes de malvadez de lhe pôr os macacos do nariz a arder e piri-piri no "sim-senhor".

Saiu a Inês a deitar fumo por tudo quanto era lado (estranho os alarmes de incêndio não terem disparado!). Atravessei o corredor, subi o primeiro lanço de escadas rolantes, subi o segundo, saí, voltei até o carro onde, quando me viu abrir a porta, me recebeu um David esperançoso:

- Vamos?! – disse ele já com a chave na ignição.
- Eerrr... ainda não ‘morzito! Desculpa lá. Raio da mulher não aceita dinheiro e faltavam 89 cêntimos para eu poder fazer um vale na CVS. Vamos ver se aceita cheques... era só o que faltava.

Escusado será dizer que o David só não se atirou da ponte porque não havia nenhuma ali perto.

E lá regressei eu, de livro de cheques em punho: atravessei a rua, entrei, subi as escadas rolantes, pus-me na fila e esperei qual animal enjaulado.

- Aceita cheques, certo? – rugi eu não dando qualquer espaço para que a funcionária me contrariasse quando chegou a minha vez.
- Sim! - respondeu em sentido.

Quase não acreditava no que os meus ouvidos escutavam. Após quase 1:30h, consegui finalmente requesitar a porra da carta de condução e pudemos, finalmente também, ir para casa e o David pode comer... coitadinho!

Maridinho sofre!

** Fragmento do "Casaco Amarelo em NY

"(...) Hoje queria ir igualmente nadar mais um pouco mas, os planos foram todos por água abaixo... ou antes, ficaram sem água! Queria comprar bilhetes para um espectáculo da Broadway e, para tal, caminhei até Washington Square, onde se encontra o polo principal da NYU e também a central de bilhetes, onde há descontos para estudantes (só mesmo nessas circunstâncias é que posso adquirir ingressos para tal evento). Chegada lá, bati com o nariz na porta. A bilheteira só abria às 12:30 e eu não podia esperar porque tinha embriões a crescer. Assim, voltei para o lab e decidi comprar os bilhetes da parte da tarde. Planeei ir lá às 17:30 para regressar por voltas das 18:30, o que ainda me dava tempo para ir nadar dessa hora até às 20h. Qual quê... o plano até era bom e exequível mas, a totoinha da Inês pura e simplesmente "perdeu-se" no metro. O que se passou foi que na linha que eu queria passam 4 metros, uns que param em todas as estações e outros que vão directos a paragens mais longínquas. De início apanhei um destes e vi a paragem que eu queria passar-me à frente. Assim que pude, saí e tentei parar na estação que queria no regresso. Parecia um filme cómico... mais uma vez, meti-me num metro que me permitiu uma vista previlegiada da dita plataforma, mas sem parar lá. Voltei, então, ao ponto de partida. Dou nova olhada ao mapa, excluo o metro W (que era no qual eu tinha feito esta primeira tour) e vai de decidir que o que eu queria era o N, Downtown. Espero na linha correspondente, vem o metro e entro, toda contente. Pois, pois... vai de ver outra vez a "8th street" (paragem que eu queria) a passar à minha frente e népias de conseguir lá chegar. Acontece que na mesma linha que o N corre o Q e eu não reparei que estava a entrar neste último. No regresso, nova tentativa para ficar na 8th street, novo falhanço... e vão duas viagens no carrocel. Finalmente, à 3ª, consigo sair na 8th street. É o que faz não estar habituada a metros com 4 linhas! Bem, lá vou eu toda lampeira à central de bilhetes e, qual não é a desilusão, após este esforço Herculeo, quando me dizem que os bilhetes já esgotaram. É preciso ter azar... começaram a ser vendidos hoje! Claro está que a ida à piscina ficou sem efeito uma vez que perdi uma hora a "passear" de metro. Mas, durante as 5 viagens que fiz, até deu para observar pessoa bastante curiosas. Uma, em particular, chamou-me a atenção pelo ar mórbido. Era uma moça, de aproximadamente 25 anos, muito branca. Os olhos eram azuis muito claros e, pos ser tão branca, as veias transpareciam um tom igualmente azulado. O cabelo era preto azeviche, com reflexos roxos, sendo também roxos o camiseiro e a mala, que se destacavam na idumentária totalmente negra. Está-se mesmo a ver o que ela me lembrou... um belo de um vampiro. "Será?". Bem, em NY tudo é possível... porque não? (já sei, já sei... filmes a mais!). Esqueci-me de ver como eram os dentes mas ela não estava com cara de bons amigos e, portanto, não os mostrou!
Bem, não consegui exercitar a nadar mas bem que o fiz a andar, a subir e descer escadas. Pode ser que amanhã lá consiga ir, está-me mesmo a apetecer. Não sei é se depois desta noitada terei energias... são agora 5:30 da manhã. Os embriões esperam-me..."

3.06.2007

Toca a Forrozar

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No Sábado passado foi noite de Forró.

Uma Portuguesa, uma Brasileira, dois Brasileiros, uma Francesa e um Americano fizeram de groupies da banda do David e lá fomos todos despencar.

E foi ver o pessoal, cada um a seu jeito, a dar-a-dar a noite toda. Segundo o David, que do cimo do palco, enquanto tocava teclado, congas ou zabumba via tudo, um espectáculo imperdível :)

Proibido Sorrir

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Temperatura = -14˚C
Windshield = -26˚C

Está tanto mas tanto frio que não consigo abrir a boca, falar ou sorrir na rua. A dor nos dentes é igual aquela que sentiria se cravasse os incisivos num pedaço de gelo.

3.02.2007

Para Ele

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Noto que o meu peito esquerdo é ligeiramente maior que o direito.
Acho que é do Amor!



"O meu lado esquerdo
é mais forte do que o outro
é o lado da intuição
É o lado onde mora o coração

O meu lado esquerdo
Oriente do meu instinto
É o lado que me guia no escuro
É o lado com que eu choro e com que eu sinto

Meu é o meu foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo

O meu lado esquerdo não sabe o que é a razão
É ele que me faz sonhar
É ele que tantas vezes diz não

Meu é o meu foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo"

Mundo Pequenino Pequenino

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Há 3 ou 4 semanas atrás:

Passados 10 minutos de me ter deixado no laboratório, o David telefona-me:

- Nês, acabei de assistir a um acidente enooorme!!! Mesmo ‘a minha frente! Até saltaram pedacinhos de vidro para o nosso carro. Um cara passou o vermelho e bateu com tudo noutro carro.

Há 1 semana atrás:

Enquanto esperávamos que o journal club começasse, alguém fez um comentário sobre a nevão que caía lá fora, ao que um PostDoc me perguntou:

- Vieste de bicicleta?
- Não, o meu marido trouxe-me de carro. Tu também vieste de carro, não?
- Não, estou sem carro.
- Então, porquê?
- Tive um acidente há umas semanas atrás e o meu carro ficou completamente destruído.
- Espera... foi de manhã, na Prospect? Por causa de um carro que passou o vermelho?
- Sim!! – respondeu surpreendido.
- Que coincidência! O David viu esse acidente.
- O teu marido viu?? – perguntou ansioso – sério?
- Arrã. Até me telefonou para contar.
- E’ que eu preciso de uma testemunha! Houve um sem abrigo que confirmou que eu tinha sinal verde e o outro sinal vermelho mas, porque a companhia de seguros não o consegue contactar, não aceitam o testemunho para o processo.

E pronto, porque o mundo é pequeno e Cambridge uma ervilha, assim se conseguiu que os estragos fossem cobertos pelo seguro.

E um final, feliz!

3.01.2007

Linha Manhosa

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Ontem ao fim do dia, quando ia a pagar a conta do supermercado, reparei que alguém havia roubado alguns cartões de crédito/débito, dinheiro e a minha carta de condução da minha carteira, enquanto esta ficou dentro da minha no laboratório.

Telefonei ‘a policia de Harvard e dentro de minutos uma policia baixinha e simpática tomou conta da ocorrência.

Chegada a casa, liguei para a linha 24h do banco para cancelar os cartões. Hoje de manhã, para ter a certeza que estes tinham sido de facto cancelados (uma vez que o homenzinho que me atendeu na noite anterior estava mais interessado em mandar charme para cima de mim do que em resolver o problema), liguei novamente para o banco.

Atendeu-me outro homem, bastante lento. Durante os longos minutos que decorreram enquanto ele processava a informação que eu lhe dava, ouvi a respiração dele, ofegante e pesada: eternos segundos de hhaaa.... hhaaaaa.... hhaaaaaaa!!!

Confesso que as linhas deste banco mais parecem linhas eróticas.