4.30.2010

Espaço aéreo

A propósito da erupção do vulcão Islandês, de nome impronunciável, deparei-me com estes 2 vídeos: o primeiro relativo ao fecho do espaço aéreo (visto sobre a Holanda) e o segundo relativo 'a reabetura do mesmo (desta vez sobre a Europa).





Não é o máximo??

4.29.2010

Serviço Público - Colite Ulcerosa


Toda a gente me pergunta: então e as fotos, e o relato do Brasil, e as férias?

Têm todos muita razão (e não perdem pela demora para ficarem roidinhos de inveja) mas desde que chegámos que tudo tem sido uma correria. Para além do trabalho e correspondência (e respectivas contas, etc...) acumulados por quase um mês, acabei por ter uns problemas de saúde que em nada ajudaram a voltar 'a rotina.

Para aqueles que já me seguem desde o início deste blog (1 leitor talvez... 2 vá!), lá bem longe, em 2004, deve-se lembrar que uma vez contei sobre uma aventura, quando então ainda morava em Nova Iorque, onde falava sobre um episódio no hospital.

Na altura ninguém me soube explicar os sintomas que vinha a sentir há uns dias, de muito sangue nas fezes, cólicas e sensação constante de ter que ir 'a casa de banho. Impôs-se portanto que eu fizesse uma colonoscopia, situação essa descrita no post acima referido. A médica suspeitou que fosse uma proctite, receitou-me um tratamento tópico com mesalamina, que a bem ou mal acabou por controlar a coisa e, da mesma forma que apareceram os sintomas também se foram embora.

Desde então que nunca mais tive qualquer evento do género, até agora, passados 6 anos, pouco antes de ir de férias. A indisposição e algum sangramento recomeçaram, mas mantiveram-se estáveis durante todo o tempo que estive fora. Regressada aos EUA, fui de imediato a um Gastroenterologista que, mediante os sintomas e o meu historial, deduziu que eu estivesse a ter novamente um episódio de proctite.

Assim, há cerca de 2 semanas que reiniciei o tratamento com mesalamina e, no início, o medicamento pareceu surtir efeito. Contudo, passada uma semana desde o início da medicação, comecei a ter cólicas muito fortes. Tão fortes que, a cada uma, me tinha que dobrar e contorcer toda para tentar diminuir a dor. Para além de fortes eram também muito frequentes.

Imaginem que estão com uma intoxicação alimentar e que, a cada 10 minutos, sentem daqueles pontadas dolorosas e agudas na barriga, que vos fazem correr para a casa de banho. Quando as cólicas começaram ainda tinha algo para deitar fora, se bem que fosse já só água castanha, mas passadas umas horas, só sentia a dor, a urgência, os arrepios, o frio, as contracções, mas já nada para evacuar... e muita muita dor!

O fim de semana foi passado assim, com a esperança que o uso tópico da mesalamina surtisse efeito, mas já nem isso funcionava. Aliás, porque o tratamento é sobre a forma de clister, vi que a coisa estava a dar mesmo para o torto quando já nem conseguia segurar a solução injectada mais do que 2 horas (quando é suposto actuar durante toda a noite).

Positiva e não querendo ceder aos sintomas, na 2a feira ainda fui para o laboratório mas, a cada contracção, quase que deitava a pipeta pelo ar e escorregava pela cadeira abaixo contorcida em dor.

Tive que ir 'as urgências e lá, após contacto telefónico com o meu médico, fui logo tratada com mesalamina oral, para que o medicamento actuasse agora em todo o intestino e não só no recto (porção inicialmente tida como a origem do problema). No dia seguinte fui para o hospital, para realizar uma sigmoidoscopia de urgência, por forma a o médico perceber porque estava com tantas dores e tamanho desarranjo intestinal.

O exame revelou notícias indesejáveis, pois a inflamação que inicialmente se julgava confinada ao recto e, portanto, tratável com clisteres de mesalamina, alastrou agora por todo o colon/intestino. A zona do recto estava saudável, sinal de que a medicação surtiu o efeito desejado. Inesperadamente, a inflamação manifestou-se e alastrou para zonas que não recebiam o tratamento. Tenho, portanto, o que é conhecido por colite ulcerosa.

Num intestino saudável um exame como a sigmoidoscopia não necessita de qualquer anestesia. No entanto, num intestino com colite, como o meu e cuja condição o médico desconhecia, as paredes estão muito irritadas e sensíveis e o mínimo estímulo provoca a mais profunda das dores. Já estão a imaginar o que eu passei durante o exame, quando o ar era insuflado por forma a afastar as paredes do intestino para a sonda passar.

Posso dizer que sou uma pessoa muito resistente 'a dor e que é raro chorar por este motivo. Não chorei quando parti o braço ou fiz ruptura dos ligamentos do joelho (há 2 meses atrás). Quando bebé, eu era o espanto das enfermeiras, pois nunca chorei com nenhuma vacina... nem mesmo com injecções de penincelina. Não me lembro de alguma vez ter chorado num consultório médico. Pois digo-vos, chorei mesmo muito durante este exame! Soltei gritos de dor, tal eu estava.

Bem, chega de desctições desagradáveis. Imagino que por agora aqueles que me estejam a ler estejam com esgares de desconforto no rosto.

A razão pela qual aqui escrevi sobre isto, sob o título de "serviço público" é porque, se bem se lembram, aqui há uns tempos falei sobre um outro sintoma que me levou a descobrir a vulvodinia. Até hoje nunca recebi tantos comentários num post nem nunca antes um post me pareceu ter sido de tanta utilidade para os leitores.

Penso que é também de utilidade estar ciente desta situação de colite ulcerosa. Se tiverem alguns dos sintomas descritos, não hesitem ou demorem a visitar um médico. Convencida de que "isto passa", fiquei quase 4 dias com dores, que pioraram gradualmente. Se tivesse ido logo ao médico de novo, possivelmente não tinha sofrido tanto quanto sofri.

A boa notícia é que a mesalamina faz milagres e desde que comecei a tomar os comprimidos que os sintomas estão a diminuir e já consegui retomar a minha vida normal... bem, quase toda. Só ainda não retomei o ginásio.

Por isso, assim que estiver de volta 'a forma antiga e com mais cabeça e disposição, dedico-me 'as férias, ok?

4.28.2010

Ines(perado)... ou antes, Ines(desesperada)



Quando chegámos de férias, há já 2 semanas, Cambridge recebeu-nos cheio de flores e sol. As árvores são um festival de rosas e brancos, pétalas por todo o lado, tudo muito verdinho e viçoso... uma Primavera digna do nome.

Obvio que, imediatamente, alguns apetrechos foram logo postos de lado, nomeadamente luvas, gorro e cachecol para andar de bicicleta. Tem sido uma maravilha, sentir a brisa amena no rosto e no pescoço.

Mas, qual não é o meu espanto, quando hoje de manhã dou por mim a tiritar de frio e com as mãos congeladas, a desejar por um par de luvas. Mínima de 4 graus!!! Quê, mas está tudo louco??

Devo ter entrado na rua errada.... humpf!!

4.16.2010

Pronta para a maratona!



Eis-me de volta! Há muitas coisas para contar mas, uma vez que só chegámos na 3a feira, ainda não me consegui organizar por forma a mostrar seja o que fôr.

Contudo, o que posso dizer é que, sem demora, fui logo visitar o cirurgião na 4a feira, que me deu a excelente notícia de que, afinal, não preciso de ser operada ao joelho.

Testou a perna, puxou, dobrou, torceu, fez 30 por uma linha para chegar 'a conclusão que há pessoas com o joelho muito mais solto do que o meu e que recuperei rapida e excelentemente (nada como os ares do Brasil, digo eu). Disse-me que podia voltar 'a minha vida normal, frequentar o ginásio, andar de bicicleta e tal. Fiquei felicíssima!

Quis ir de bina logo no dia seguinte para o laboratório, mas a marreca da Mila (a minha bina), de tanto tempo parada (ou de tanto chorar com saudades minhas), ficou com a corrente enferrujada e vai de não andar um milímetro.

Hoje já a pus a arranjar e acabei de a ir buscar. Pormenor importante, já voltei a casa a pedalar, sem dores ou dificuldades, sempre a andar... zinga zinga (e olhem que é a subir!).

Ainda não fui ao ginásio mas, desde que o médico me deu a boa nova, que arrisco descer as escadas aos saltinhos ou uma corridinha pelos corredores do instituto... e sabe tão bem!

Lembrou-me daquela cena do filme Forrest Gump, em que o miúdo supostamente é todo coxo, anda com um aparelho nas pernas que mal o deixam mexer e, de repente, desata a correr e esfrangalha aquela traquitana toda, descobrindo que tem umas pernas prontas para tudo.

Se eu estivesse também com um daqueles aparelho na perna, aposto que também o tinha mandado para o galheiro assim que recebi a notícia, hehehe.