10.31.2010

Mini-canhão

Há dias deparei-me com este vídeo e dei por mim a rir que nem uma perdida.
E' só de mim ou há qualquer coisa acerca deste canhão minúsculo que o torna super cómico?



PS - Coitadinha da vaquinha!

Batucada

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Embora a foto possa parecer que me preparo para andar de patins em linha com auscultadores, ou para qualquer outra actividade radical (vá-se lá saber qual), este material vai ser usado para algo bem diferente.

Vai ser usado, nada mais nada menos do que, para tocar Surdo num grupo de bateria Brasileiro, ao qual me juntei há duas semanas.

Quem me conhece minimamente sabe que um dos meus grandes desejos é, um dia, desfilar no Sambódromo do Rio de Janeiro, Cidade mais que Maravilhosa, no Carnaval mais espectacular do mundo, não com um biquini reduzido e lantejoulas, não com plumas e em cima de um carro alegórico, mas sim como integrante da Bateria, agarrada a um Surdo. Não há nada que mexa mais com as minhas origens primitivas do que o som de uma bateria. O som dos tambores, o repique, o baixo, a vibração... ai, arrepiam-me e emocionam-me demais. E' impossível ficar indiferente. E o Surdo, mais do que os outros tambores, é o que me agrada por excelência.

Há duas semanas, quando me juntei ao Bloco AfroBrazil, pude começar logo com o Surdo. Adorei!

Entre outras coisas, bater no tambor e fazer barulho é muito terapêutico e ajuda imenso a libertar toda a tensão acumulada. Para além disso, obviamente que fazê-lo com um grupo de 20 pessoas é logo 'a partida divertido. Como devem imaginar, o barulho é ensurdecedor, uma vez que os ensaios são feitos num estúdio. Embora seja na Berklee e o espaço seja bastante grande, mesmo assim todos temos que usar protectores para os ouvidos. Aproveitei logo para comprar uns auscultadores amarelos, para ser a minha imagem de marca, hehehe.

Uma vez que o Surdo é bastante grande e fica ao nível dos joelhos e canelas, um outro resultado do primeiro ensaio foram também montes de nódoas negras e dores nas rótulas nos dias seguintes, pois os aros de metal do tambor batem a torto e a direito nos joelhos e canelas, especialmente quando fazemos aquelas coreografias, tipo Olodum. Daí o ter comprado a joelheiras e as caneleiras.

O próximo ensaio é na 3a feira e já estou toda equipada, mais que pronta :)

10.17.2010

O Abraço

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Podia ter chovido ou nevado. Podiam ter estado temperaturas negativas, um frio de rachar. Vento, cinzento, Inverno... podia ter sido tudo isso hoje. Mas hoje continuaria a ser um dos dias mais bonitos que vivi ultimamente.

Recebi pelo correio a peça de arte que vêm na fotografia!

Feita pela mui amiga Mariana, chegou até a mim com uma mensagem, daquelas que precisamos sempre, seja em que altura das nossas vidas fôr, pois os altos e baixos estão sempre lá.

Pese embora a distância e o oceano que nos separa, o carinho e bem querer da Mariana estenderam-se até esta margem, num abraço imenso, recriado por estas duas figuras.

Na mensagem lê-se "para te lembrares que tens sempre um abraço de uma amiga, mesmo 'a distância...". Não preciso de me lembrar. Sei bem que posso sempre contar com esta amizade, mas aqueceu-me muito o coração ver esse bem querer recriado nesta peça e no próprio acto que foi trazer este pacotinho tão especial até cá.

Estas são o tipo de lembranças que não têm preço e que não há dinheiro nenhum no mundo que possa comprar... e por isso mesmo são as mais valiosas e especiais.

Mariana, muito e muito obrigada, do fundo do coração!

O Juiz Decide



E eis que a saga finalmente chegou ao fim (ver na barra aqui do lado esquerdo). Muito embora o caso do stand se tenha resolvido com alguma facilidade, o mesmo já não se pode dizer do caso da senhoria, que não me quis devolver o depósito, alegando as razões mais estapafurdias e decidindo ignorar-me quando estas não pegaram. Se julgava que esta era a solução, enganou-se redondamente.

Após ter sido emitido um mandato de prisão contra a senhoria, fiquei 'a espera que o xerife me telefonasse, para avisar quando tal ia acontecer. A coisa parecia andar enguiçada: primeiro ligaram-me a dizer que iam fazer a apreensão durante a semana em que estive em El Salvador, por isso, teve que ser adiada. Depois ligaram-me, marcaram o dia, mas passados uns dias desmarcaram. Voltaram a ligar na semana seguinte, marcaram novo dia, mas na hora H o xerife teve um problema de barriga e a coisa foi de novo adiada. Até que me telefonaram a semana passada a dizer que tentariam a apreensão no dia 14 (5a feira passada).

Enretanto, também na semana passada, a minha ex-senhoria lembrou-se que tinha que me mandar com a máxima urgência uma série de 3 cartas, todas elas convenientemente datadas de acordo com os contacto que eu fiz e que ela ignorou e claramente redigidas de acordo com instruções de um advogado. A mim só me deu vontade de rir quando vi o envelope da FedEx, ultra urgente e sei lá mais o quê, quando durante 7 meses não quis saber de me responder. Deu-lhe a pressa agora que viu que podia ser presa.

Quanto ao conteúdo das cartas, indescritível. Desde calúnias a insultos, a tentativas de me intimidar com advogado, serviços de imigração (para ela todos os emigrantes são ilegais, está visto... ah, e ignorantes quanto 'as regras cívicas dos EUA) e mandado de restrição, aquilo deu para tudo. Se ela asneasse muito no tribunal, juro que ainda lhe punha um processo em cima por difamação mas, sinceramente, desde que a dívida fosse paga, só queria é que ela fosse com a nossa senhora e não me chateasse mais. Ah, e mandava também um cheque, por metade do valor que ela me devia e que, obviamente, não aceitei.

Quando recebi as cartas, liguei para o xerife a contar o sucedido. Instruiu-me para que não a contactasse nem respondesse a qualquer tentativa de contacto, pois já há muito que tinha passado a oportunidade de ela decidir o que queria pagar. Nas palavras dele "She is playing games with you and with us. Leave is to us". Assim, na 5a feira passada, após terem ido até 'a casa dela 'as 6 da manhã, ligaram-me 'as 7:45 a dizer que ainda estavam 'a espera que ela saísse, para a prenderem. Por volta das 9:00 ligaram-me a dizer que, após muita resistência, estavam a caminho do tribunal com ela e pediram que me dirigisse para lá também.

Yuuhhuuu, finalmente!! exclamei.

Quando entrei na sala do tribunal, vi de imediato aquela balofa de mais de 100kg sentada na zona do réu, algemada. "Que vergonha!!", pensei "será que vale a pena passar por isto só para não pagar o que me é devido?! Agora, não só passou pelo vexame de ter a polícia 'a porta de casa a prendê-la como tem que estar, em público, algemada. Em frente a toda a gente. E ainda por cima, pagar mais do que a dívida inicial. Que vergonha!!"

Numa das cartas ela dizia que eu, por ser de outro país, não compreendia como as coisas se passam nos EUA mas, ao ver este espectáculo, está mais que provado que ela é que não se sabe reger pelas regras vigentes.

Uma vez as duas presentes, fomos para uma outra sala de tribunal, onde as pessoas, com advogados ou não, expoem o caso ao juíz, tipo o famoso programa "O juíz decide". Antes de irmos para lá, o xerife perguntou-me se eu queria falar com a ex-senhoria ou se preferia falar com o juíz. Respondi de imediato que queria falar com o juíz, uma vez que o caso já estava decidido de antemão, a razão estava do meu lado e, por isso, não me queria estar a chatear. Ele acedeu e disse-me que ela também não queria falar comigo. Ainda bem :P

Quando ficámos em frente 'a juíza, a palerma da ex-senhoria ainda referiu que me tinha enviado documentos a semana passada e que os tinha enviado também para o tribunal, como se aquilo servisse para alguma coisa. O tribunal não recebeu nada e eu prontifiquei-me a formecê-los 'a juíza, já antecipando que, se calhar, ainda ia ter que puxar das provas todas que tinha comigo e sujeitar a ex-senhoria a mais uma vergonha pública, uma vez que a cada linha da carta havia uma mentira facilmente contrariada. Contudo, a juíza foi suficientemente inteligente para ver de imediato que aquelas cartas eram uma treta e só disse: A Sra. Baptista (eu) tem um julgamento válido a seu favor pelo que estas cartas não servem de nada, por isso... azareco! (ela não disse azareco, mas a expressão facial dela basicamente dizia isso). Tem condições de pagar neste preciso momento o que deve? (leia-se que o que ela me devia no início eram $1100 e agora era já próximo dos $1600). Qual doida, com um sorriso tresloucado e uma admiração estúpida, a ex-senhoria respondeu "Of course!! I am more than willing to pay!!". Só faltava ter dito "duh" 'a juíza... coitada, uns morrem e outros ficam assim.

E pronto, passou o cheque, pagou o que devia e ainda ouviu a juíza dizer que era bom que o cheque tivesse cobertura porque se não só estava a arranjar mais problemas desnecessários.
Que vergonha!! repito.

Finalmente acabou este forrobodó e posso dizer que a justiça foi feita. Espero não ter mais histórias destas para vos contar!!

10.02.2010

Crise em Portugal

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E' uma vergonha o que se passa (e se vem passando) em Portugal.
Este blog disse-o muito bem:

"O discurso sobre a crise não é saudável. A dívida pública, o desemprego, a crise tomaram conta do ar de que precisamos para viver. As notícias sobre uma possível vinda do FMI, que nos poria a todos na ordem, sobre os juros da dívida a aumentar, e a falta de dinheiro em geral asfixiaram o quotidiano das pessoas. Em vez de nos ser dada tranquilidade para sair do buraco, somos confrontados com discursos que oscilam entre o optimismo delirante e o derrotismo irremediável. Depois de termos ouvido as recentes más notícias sobre o novo pacote de medidas de austeridade inserido no Orçamento de Estado para 2011, recordamos que era bom terem dito que não havia dinheiro para nada e que as contas estavam descontroladas. Que ia ser preciso cortar e fazer sacrifícios, a começar pela não renovação das frotas de automóveis dos organismos públicos. Mas não. Ninguém com responsabilidade governativa achou por bem fazer a coisa certa. E fazer a coisa certa, neste caso, não era difícil: consistia apenas em cumprir a obrigação de dizer a verdade aos portugueses. Não o tendo feito, o governo adiou medidas que agora se revelam dolorosas para todos. Cortes de salários na função pública e congelamento das pensões são duas dessas medidas que vão afectar directamente a vida das pessoas. O aumento do IVA para 23 por cento é outra que se prevê ter sucesso para ajudar a controlar o défice. Não sendo economista nem fiscalista, mas aproveitando o momento para declarar o meu repúdio pela discussão que nos obrigam a ter, diria que isso se calhar depende da despesa que se faz. Ora, se não há dinheiro para comprar nada, como espera o Estado receber mais de um imposto aplicado a bens de consumo? Para terminar o dia de pesadelo, Almeida Santos declarou que «o povo tem que sofrer as crises como o governo as sofre». Há uma mentira e um disparate nesta frase. A mentira é o governo sofrer como sofre o povo. O disparate consiste em pedir aos pacientes que entendam o sofrimento dos médicos. O que pensa das novas medidas de austeridade?"

10.01.2010

Novo Emprego

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Ora se bem se lembram, o ano passado, em Maio de 2009, a Je virou Doutora.

Não sei se alguma vez se questionaram sobre o que viria a seguir. E agora? Acabou o Doutoramento e depois? Bem, se não se questionaram (o que é natural que não tenham feito, pois de certeza que há coisas bem mais giras com que se entreterem do que ficarem a perder tempo a tentar saber o que me acontece por estas bandas) mas se quiserem saber 'a mesma, continuem a ler.

Ora, assim que defendi a tese, acabou também o meu projecto no laboratório em que estava e, a partir de dia 31 de Maio de 2009, fiquei oficialmente desempregada. Como qualquer estudante que se prepara para defender a sua tese, com algum tempo de antecedência comecei a pensar no que seria o meu futuro.

O que eu queria mesmo, mesmo, com muita força, era acabar o Doutoramento e ir logo para a Indústria (biotécnica/farmacêutica). Continuar na Ciência/Meio académico não fazia muito sentido dado que nunca aspirei vir a ter o meu próprio laboratório. No entanto, acontece que também me graduei num dos períodos económicos mais conturbados e frágeis de que há memória. Logo, tinha consciência que um emprego na indústria não iria aparecer do dia para a noite.

Por forma a ter várias opções na mesa, alinhavei também um pós-Doutoramento com um outro laboratório, não fosse a coisa dar para o torto. Assim, o plano foi eu escrever dois projectos para ver se conseguia financiamento para o que eu iria fazer neste novo laboratório e, durante os meses em que esperava pelos resultados das candidaturas, procurar empregos na indústria. O que aparecesse primeiro, era aquilo para onde eu ia a seguir (sendo que se fosse o post-doc, continuava 'a procura de empregos na indústria).

Os resultados só iam sair em Setembro e dei por mim a dar em louca com a incerteza do futuro, o estar em casa e não trabalhar... e percebi que não ia conseguir ficar de Junho a Setembro só a concorrer a empregos. Assim, em part-time e só para ajudar uma companhia, virei secretária de uma Lavandaria Industrial por umas semanas. A experiência não foi má. Deu para aprender coisas novas, para ganhar uns trocos e para me fazer sentir útil, mas... continuava muito insatisfeita. Especialmente porque continuava a concorrer e empregos e, nada!!
"Anda uma gaja a matar-se por 6 anos a tirar um Doutoramento e depois... népias. Ando para aqui a tratar dos lençóis e das toalhas dos hotéis na Nova Inglaterra!! Tá mali!", pensava eu.

Em cima disto tudo, vieram os resultados das candidaturas e não consegui nenhumas delas. Mau, mau, mau, mau! pensei. Ainda fiquei com esperança de que o chefe do lab do futuro post-doc conseguisse o financiamento para que ele concorreu e que me permitiria ir para o lab em Janeiro. E foi ao contar esta minha história a uma amigo meu, numa festa, que, do nada, surgiu uma oportunidade... pelo menos temporaria, de Outubro a Janeiro, mas uma oportunidade para largar os trapos da lavandaria e passar de novo para o campo da pesquisa.

A oportunidade: ir para um laboratório no M.I.T, processar as muitas amostras acumuladas para um projecto iniciado há já 7 meses, amostras essas que foram colhidas diariamente por dois elementos de estudo e que continuariam a ser recolhidas até perfazer um ano. O "senão" na oferta foi que... as amostras eram cocó. Humano. Um deles do chefe. Lindo!

Bem, não foi assim tão mau! A coisa parece pior do que de facto era e... hey! pelo menos estava empregada, na minha área e no MIT (que não é propriamente dos piores sítios para se trabalhar, especialmente para quem tinha saído da Harvard, hehehe). Ora, lá fiquei eu alegremente a isolar DNA dos cocós (e também de saliva), 'a espera que o chefe do lab do post-doc me dissesse que tinha conseguido pilim para o projecto e que eu podia ir para o laboratório dele em Janeiro.

Desolé!!, a coisa não aconteceu bem assim. Também isso foi chumbado. "Hhhmm, a coisa não está a correr lá muito bem!". Mas, como diz a minha mãe e muito bem, é porque não tinha que ser. Desta feita, e porque já estava bastante integrada no projecto e "expert" nos protocolos (diga-se que também não havia muita gente a querer substituir-me), esta nega de um lado fez com que saísse uma positiva no outro. E assim, em Janeiro de 2010 passei oficialmente a ser post-doc no MIT.

E por lá fiquei, alegremente, sempre 'a procura de emprego na indústria mas, pelo menos, com um trabalho que me satisfazia (excepto quando certos odores me passavam pelo nariz... blargh!), que era na minha área e que me permitia preencher o meu CV com algo útil.

E passou-se Janeiro, Fevereiro, Março... nada de emprego. Abril, Maio, um ano volvido sobre a defesa da tese, e nada de emprego. Junho, nada. E eu já a ver que ia ficar no post-doc por muito mais tempo do que aquele que eu queria.

E em Julho apareceram 2 entrevistas, ambas promissoras. A primeira opção não era má mas aquela pela qual fiquei verdadeiramente apaixonada foi a segunda: parecia caída do céu. Posição na indústria, no cerne da área em Boston (chamado Technology Square), perto de casa (continuo a fazer a minha vidinha de bicicleta, como eu gosto), com salário e condições óptimas. Mesmo aquilo por que esperei tanto tempo. Consegui esse emprego e, ironia das ironias, após já ter assinado o contrato, fiquei a saber que também consegui o emprego da primeira entrevista. Como diz a minha mãe (já devem ter percebido que ela diz muitas coisas sábias), não há fome que não dê fartura.

Então, eis-me a Lab Manager de uma companhia responsável por produzir moscas transgénicas para a comunidade científica de Drosophila de todo o mundo (é a mosca da fruta - aquelas mosquinhas super irritantes que aparecem a voar em volta da fruta).

Comecei há 2 semanas e estou a adorar. Especialmente porque percebi que gosto mesmo de mandar. Bem, pecebi não, porque isso já eu sei há muito tempo, heheh. Aliás, tenho até uma história muito gira acerca disso:

Abre parêntesis - quando eu tinha 6 ou 7 anos e andava na escola primária era comum arranjar problemas com as outras crianças do recreio porque eu queria que toda a gente fizesse como eu queria e não deixava ninguém brincar (uma bela chata, é o que é!). Para tentar gerir a situação e lidar com a minha personalidade, a minha professora chamou-me um dia e disse-me "Inês, vamos fazer assim. Quando fores para o recreio, vais ver os meninos a brincar. Mas ficas só a ver. Se vires alguma coisa errada, não fazes nada. No fim do recreio vens ter comigo e dizes-me o que achaste que estava mal". Pensam que eu concordei de imediato?! Era o concordavas. A minha pergunta foi imediatamente "mas supervisiono só a minha turma ou a escola toda?".
Palavras para quê? Gosto de mandar e pronto!! - Fecha parêntesis.

Embora goste de mandar, gosto também de o fazer só quando sinto que estou inserida num contexto que domino e no qual me sinto perfeitamente 'a vontade e que por isso me dá a moral para puxar dos galões. Acontece que já há muito tempo que não sentia isso. No Doutoramento, rodeada por crânios por todo o lado, confesso que a minha auto-confiança nesse campo diminuiu, razão pela qual também nunca quis ter o meu próprio laboratório. Estava rodeada de pessoas tão ou mais competentes do que eu que não me achava com moral suficiente para subir para aquele degrau. E se quero mandar, quero saber o que estou a fazer e fazê-lo bem. Se não fôr para fazer bem, então mais vale não fazer. E por isso sempre evitei posições que implicassem uma chefia na qual não me sentia confortável.

Mas, neste emprego, sinto que sou capaz e que vou fazer um bom trabalho. E entusiasma-me perceber as falhas que existem e pensar em alternativas, soluções, como optimizar e tornar mais eficiente. E ando com a cabeça a borbulhar de ideias!! E isso entusiasma-me imenso. Faz-me sentir útil e satisfeita comigo mesmo. Ciente de que estou a dar o meu melhor e que isso vai ser também o melhor para o grupo de pessoas que giro.

Embora só lá esteja há 2 semanas, já consegui progressos significativos e pelos quais há já algum tempo se andava a lutar sem sucesso. Lá está, como sinto que tenho a moral, talvez por isso consiga ser convincente e transparecer segurança... e por consequência convencer a chefe de que precisamos de mais um computador, de que todos os existentes têm que ser actualizados, de que temos que ter um servidor, e um website com pedidos online, e integração dos sistemas, e acesso remoto de casa ou seja de onde fôr, e descrição da resistência/tamanho/marcadores dos plasmídios, e..., e... até dinheiro para comida nas lab meetings já cá canta.

E estou feliz com o progresso!! E embora chegue a casa toda cansadinha, estafadinha, partidinha, a sensação constante de missão cumprida (e comprida) faz-me querer ir no dia seguinte e avançar mais um bocadinho.

Ainda há muito para aprender e muito para fazer mas estou confiante. E espero que seja assim por muito tempo!

O Juiz Decide



Ora, se bem se lembram dos post que já escrevi com este título (ver arquivo aqui no lado esquerdo), da última vez que toquei no assunto os mafarricos que me deviam dinheiro ficaram obrigados a fazer o pagamento, uma vez que foi emitida uma Capias para cada um.

O caso da senhoria ainda não está resolvido mas, o caso do stand... acabou de acabar (passo a redundância). Esta semana recebi em casa nada mais nada menos do que um chque no valor de $272, pois os caramelos perceberam que a coisa já estava a ficar séria demais para me continuaram a ignorar. Note-se que a quantia inicial era de $175. Com juros e taxas de tribunal bem que se lixaram e tiveram que pôr quase mais $100 em cima.

Toma lá que é para aprenderem!! :)

Curiosidade



De uma maneira geral, gosto de saber e/ou perceber como as coisas são feitas. Não é raro dar por mim a parar num programa que dá na televisão chamado "how things are made" e ficar por ali a ver como se faz um trompete, um taco de golfe, um chapéu, um pato de madeira... as coisas mais variadas. Mas todas com a particularidade comum de serem interessantes do ponto de vista da manufactura.

Por isso há dias pus por aqui como funciona uma máquina de costurar. Muitas vezes nem paramos para pensar como estas coisas funcionam mas, quando descobrimos, ficamos maravilhados com a revelação.

E foi isso que aconteceu quando tropecei neste vídeo sobre como a tinta é feita. E' raro ter paciência para ver coisas no Youtube com mais de 2 minutos de duração mas, no caso deste filme, bem mais longo que isso, nem dei conta do tempo passar. Achei tremendamente interessante.

E aquela música ("O Imperador", concerto para piano de Beethoven, um dos preferidos do meu Fatino), perfeita. E aquele amarelo, tão lindo. E ver aqueles líquidos, aqueles brilhos. Só sentia vontade de enterrar as mãos naquela massa fluída e senti-la escorrer por entre os dedos, ao apertar, e ouvir "chlec" chlec".