6.28.2015
Nó na garganta
No fim deste ano, eu e a Elis mudamos-nos para Londres, para uma nova fase das nossas vidas. Por muito que almeje esta mudança e celebre a sua concretizarão, não deixei de me surpreender com a emoção que me assolou ao comprar o bilhete de ida... sem volta.
Vontade de chorar. Nostalgia.
Embora tenha muito pela frente e sinta o frémito da ansiedade do que está para vir, não consigo deixar de pensar no tanto de memórias que ficam para trás.
Doutorei-me, casei-me, divorciei-me. Fui mãe. Fiz amizades para a vida. Vivi experiências inesquecíveis e que fazem tanto parte do que sou hoje. Fui tia pela primeira, pela segunda e pela terceira vez. Chorei, sorri. Harvard, MIT, Rockefeller, MIT de novo. Decisões de carreira. Mudanças. Nova Iorque, Boston, Nova Iorque, Boston de novo.
Neve, sol.
De Portuguesa a também Americana.
Tudo aqui.
E tanto, tanto mais!
E por muito que a América nunca tenha sido a minha "casa". Me tenha sentido sempre estrangeira. Não saiba como reagir até hoje quando, já na fila da emigração para residentes, me dizem "welcome home!". Agora que o deixar este país é uma realidade e está eminente, sinto vontade de chorar... pelo tanto que a América também se tornou a minha "casa".
6.27.2015
Todos diferentes, Todos iguais
Passámos na rua por um mural onde estavam pintadas várias pessoas, uma delas um homem negro, com bigode. A Elis olhou e disse, "Olha o avô!".
E agrada-me perceber que para a Elis, preto ou branco é igual.
O que interessa mesmo é o bigode! :)
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