Se alguém achou o vídeo do post anterior radical, esperem só para ver o filme e as fotos (oficiais e amadoras) que acompanham este relato (se tiverem paciência para ler tudo e chegar até lá). Esse sim é prova de algo verdadeiramente radical: eu e o David, no passado 26 de Julho... casámos... de novo!! :)
A decisão foi tomada em Março de 2007, quando recebemos as nossa alianças, oferta dos mui amigos Melos. Ao colocar-ma no dedo, o David, com os olhos mais apaixonados deste mundo, só me disse: casa comigo! vamos casar “como deve ser”.
Porque casámos pelo civil há 2 anos atrás, e ainda por cima no Brasil, e porque conheci o David cá nos USA, passados esses 2 anos muita da minha família ainda não conhecia o Eleito... já para não falar que os nossos pais, meus e do David, também só tinham travado conhecimento por telefone até ‘a data. Existia de facto a urgência de um evento onde pudéssemos reunir todos aqueles que nos são queridos, partilhar com eles o nosso Amor e deixar toda a gente conhecer-se. Assim, desde Março de 2007 que andámos a preparar o grande dia.
Ah, e obviamente que eu disse logo que “Sim” ao David!
Poupei-vos da histeria típica dos noivos (mais das noivas, devo dizer) e nunca referi a preparação do grande enlace. No entanto, agora que há tanta coisa para contar e mostrar, não resisto a partilhar convosco o que foi aquele dia. Afinal, vocês também fazem parte do meu dia-a-dia e até têm acompanhado aqui e ali as nossas peripécias.
Por isso, merecem... espero ser merecedora do vosso tempo também. Vai ser longo, hehehe!
Dia 26 de Julho de 2008, Setúbal. Para mim o dia começou logo ‘as 6 da manhã, após umas míseras 3 horas de sono... típico! A minha mana chegou pontualmente ‘a casa dos meus pais. O David dormiu na casa dela, para que não houvesse a mínima hipótese de ver a noiva antes da hora. Já que uma pessoa se mete nestas coisas, fá-lo como deve ser até ao fim.
Fomos, eu, a minha mãe e a minha mana para o cabeleireiro, sendo que eu fui logo a primeira a entrar em acção. Confesso que não fui uma noiva muito convencional, uma vez que não tinha qualquer penteado pré-definido ou idealizado. O único requerimento era levar uma fita do mesmo tecido do vestido na cabeça, uma vez que véus também não é coisa para mim. Paciente e artista como sempre, a Salete andou para ali em experimentações, até que finalmente engendrou uma maneira de pôr a fita, prender a fita e assegurar que a coisa se mantinha firme até ao fim do dia.
Depois do penteado seguiu-se a maquilhagem. Até então o dia estava a correr muito bem mas, assim que a miúda me começou a pintar, senti-me pela primeira vez nervosa. Aliás, parece até ridículo, mas durante o dia todo foi naquele momento que me senti mais ansiosa... eu sei que a noiva se deve atrasar, mas, pelo menos, que seja para ir linda. E, a avaliar pelo “belo” serviço que a rapariga estava a fazer, não me pareceu que esse fosse o caso. Vejam só a minha cara de felicidade!!
O que vale é que a minha mana estava lá e, graciosamente, foi guiando a miúda, dizendo-lhe como devia pintar, com que cor e tal. Mais valia ter sido logo a minha mana a pintar-me. Tinha ficado muito mais tranquila e bonita, mas pronto... não se pode controlar tudo. No fim, acho que nem ficou assim tão mauzinho:
Com a noiva e a mãe da noiva prontas (lindíssimas, diga-se), seguimos para casa, deixando a minha mana, sogra e cunhada a aperaltarem-se, para depois seguirem para a casa do noivo.
Chegada a casa, preparei-me para vestir o vestido, uma vez que os fotógrafos estariam a chegar daí a nada. O meu pai também se começou a vestir quando, meio que aparvalhado a olhar para a cintura dele, só balbuciou:
- Oh Cidália, tens a certeza que estas são as minhas calças?
- Lá estás tu! Claro que são!! – respondeu a minha mãe ainda antes de chegar ao quarto e ver o meu pai numa cena típica de filme cómico – Não vês que emagreceste? (e neste momento entrava no quarto).
- Pois... só que mesmo assim elas estão-me minúsculas!!
O cenário era no mínimo hilariante e eu já me começava a rir. No dia anterior a minha mana levou os fatos dos meus sogros e da minha cunhada para casa dela, para que eles se vestissem lá e tirassem as fotografias com o filho. A minha mami, como é meio pitosga e os fatos do meu pai e do meu sogro até eram algo parecidos (mas bem diferentes, diga-se), deu o fato do meu pai para a minha irmã levar. Conclusão, ali estava o meu pai a tentar vestir as calças do pai do David, que é um senhor consideravelmente mais baixo.
Eu ria-me, o meu pai despia-se e abanava a cabeça, a minha mãe começou a deitar fumo pelos ouvidos (coitadinha, ser mãe da noiva é um posto difícil) mas a coisa resolveu-se facilmente: o meu pai foi a casa da minha mana, trocou os fatos, voltou e ninguém deu por nada. Antes mesmo de os convidados chegarem já toda a família, incluindo a minha mãe, estava empiriquitada. Acho que estas coisas fazem parte de todos os casamentos, hehehe. E’ para dar mais emoção!
Os fotógrafos foram extremamente pontuais. ‘As 10h tocaram ‘a campainha e parece-me que fizeram o mesmo com o David, mesmo tendo marcado com o noivo só ‘as 11h. Ainda o apanharam nos últimos preparativos, mas nada de stresses. Tudo correu bem. O Pedro e o Gonçalo puseram-me super ‘a vontade e foi sem esforço nenhum que tirei todas as fotos, muitas vezes até sem notar que elas estavam a ser feitas.
Pouco depois, começou toda a Alegria que se prolongou por todo o dia, Alegria essa que só variou para aumentar ainda mais: a chegada dos convidados. Eram Amigos, Familiares, mais Amigos, muitos abraços, muitos! Muitos sorrisos, muitos reencontros, muita Saudade de repente esquecida. E eu sorria e sorria, tanto que as lágrimas assomavam sem eu mesma notar. Toda a gente sorria. Imperou a Felicidade! Estar no estrangeiro tornou destes momentos muito raros, se não mesmo inexistentes. Está-se em casa sempre por um período finito e curto, sendo impossível estar com todos, muito menos no mesmo espaço, por isso foi tão mais especial ver todas aqueles rostos luminosos.
Toda a gente me referia o quão bonita eu estava, o quão bonito era o meu vestido e como era original o penteado. Confesso que, de todos os elogios, o que mais se repetiu, e que mais me agradou, foi toda a gente dizer: estás mesmo Tu!
Nunca pensei casar por Igreja. Aliás, nunca pensei casar e era acérrima militante contra tudo o que envolvesse um dia assim. Sempre achei um disparate todo o dinheiro que se gasta, o tempo que se dispende, o balúrdio que é um vestido... tudo. Os meus pais bem me diziam: vais ver... quando menso esperares Ele aparece!
E assim foi, de repente tudo fez sentido.
Aquela segurança que sinto naqueles olhos dele, o estremecer que me provoca o seu toque, o Amor que me dói quando me beija, aquele cheiro em que quero ser envolvida todas as noites, hoje e para sempre... e sim, vamos casar, celebrar todo o nosso bem-querer, partilhar a nossa felicidade. E sim, quero estar linda para ti, e ter um vestido e pintar-me e até arriscar usar uns sapatos “de senhora”. Sim, sim, sim!!
E lá me vi eu na eminência de ter que comprar um vestido, sem nunca ter tido aqueles sonhos de menina, que idealizam aquele dia e logo imaginam todos os pormenores Daquele vestido. Sem saber bem o que procurava, sabia contudo que queria continuar a ser eu mesma e que as pessoas vissem a Inês de sempre e não uma boneca vestida de princesa.
Foi o segundo vestido que experimentei e soube de imediato que era aquele. Em menos de 2 horas de buscas a coisa já estava feita. Simples e liso. Senti-me bem dentro dele de imediato e não desconfortável. E ficou provado que fiz a escolha certa. Não ouve quem não referisse o quanto o vestido era a minha cara.
Quando me viu, a D.Lizete, nossa vizinha que me conheceu com 10 meses, beijou-me e segredou-me: está tão linda, Inês!! Mais linda do que a sua irmã há 3 anos, mas não lhe diga nada! Sorri. Achei engraçada a maneira como quis expressar o que sentia. Não contei ‘a minha mana, porque estas coisas não são verdade. Depois de ter sido uma, tenho a certeza que não existem noivas feias (e a minha mana estava mesmo muito bonita, no dia dela).
Após as fotografias em casa, chegou o momento de seguir para a Igreja. Os convidados já tinham ido e sobravam agora o meu pai e a minha mãe. Estavam ambos radiantes, lindos. E não era por causa da indumentária, mesmo estas sendo muito chiques, viu?
Tinham um brilho especial, de Orgulho, mas um Orgulho que transcende o terreno. Não é pela Beleza, não é pela Alegria daquele dia, por si só já suficientes para deixar qualquer um em estado de plenitude. Era um Orgulho de concretização, de missão cumprida, e bem cumprida, o saber que me criaram e mimaram toda a vida e que ali estava o resultado: alguém Feliz, muito Feliz, e rodeada de Azul, Mar, muito Mar, tudo de bom... e que agora era esperada, pelo Amor verdadeiro, para ser ainda mais Feliz.
Quero um dia poder sentir o mesmo com um filho/filha minha.
Enquanto a minha mãe se certificou que tudo estava em ordem, ajeitei a flor na lapela do meu pai.
- Vamos? - disse-lhe com um sorriso miudinho.
Estava muito descontraída e feliz e, chegada ‘a Igreja, só queria sair do carro e caminhar em direcção ao David.
Tive que refrear a minha vontade, pois o casamento anterior, que já devia ter terminado, ainda estava para durar.
Dentro do carro tentava manter-me baixa para que não houvesse a mínima hipótese de o David me ver, mas duvido que ela não tenha percebido onde eu estava. Os amigos que ainda não me tinham visto de imediato vieram para ao pé de mim e ali se travaram mais sorrisos e reencontros. A espera nem custou nada!
Saído o casamento, toda a gente entrou para a Igreja e chegou finalmente a hora de me juntar ao David. Subi a escadaria da Igreja com medo de tropeçar. O meu pai ia-se certificando que tinha o casaco apertado, a flor na lapela e esquecia-se de me dar o braço. A minha mãe já estava ‘a espera, com a Clara ao colo, para também ela entrar. A minha sobrinha foi a menina das alianças mas, porque ainda não sabe andar, seguiu com a avó.
A música soou: o órgão, encheu a Sé, acompanhado das vozes dos Amigos: os Melos, nossos Amigos de longa, longa data... correcção, nossa Família de longa data, e outros Amigos, também eles do peito, afinaram as vozes para abrilhantarem o nosso casamento.
Assomámos, eu e o meu pai, ‘a porta da igreja, silhuetas escuras contra o sol brilhante lá de fora e o céu azul. Procurei o David com o olhar e lá estava ele ‘a minha espera: lindo... lindo demais! Sorriu-me e mesmo ‘aquela distância consegui sentir o carinho nos seus olhos. Tive que segurar o braço do meu pai com mais força.
De repente senti os olhos encherem-se de água e o queixo a tremer. Não podia continuar a olhar para o David. Começámos a caminhar e então olhei para todos aqueles sorrisos e olhos brilhantes. Estendi a mão ao Ricardo, pisquei o olho ‘a Teresinha, a minha irmã tinha lágrimas a molharem-lhe o sorriso rasgado... e continuava a sentir toda aquela emoção estremecer-me. Não conseguia olhar para o David... só o encarei já muito perto dele, quando a mão dele já estava quase ao meu alcance, quando já a podia segurar na minha e ter a certeza que aquilo não era um sonho.
O atravessar da Igreja esfumou-se na minha memória. Lembro-me do que aqui relatei e nada mais, mais ninguém para além dos enunciados, e a música... e depois o meu pai falou com o David, e a um novo filho entregou a filha. Olhámo-nos:
- Bom Dia, Amor! – disse-lhe com a voz embargada.
- ‘Cê tá linda, querida! – disse-me, enquanto me apertava a mão.
Virámo-nos para o altar e o padre Graça cumprimentou-nos. Relembrei-o que me conheceu quando eu tinha 6 anos. “Já vão uns aninhos”, respondeu com a sua voz grossa. Falou com o David, deu-lhe umas pantufadas na cara (acho que os velhinhos sentem que exprimem melhor a sua satisfação dando umas palmadinhas na cara com força) e ficámos a ouvir a música, que ainda decorria. O Padre Graça sentou-se, fechou os olhos e ficou a escutar, eu e o David sussurrávamos carinhos um ao outro, discretamente... como se ainda não fosse permitido fazê-lo, mas como se não nos conseguíssemos conter.
Senti, pela primeira vez em toda a minha vida, o que é ter os joelhos a tremer. Bateram um no outro duas ou três vezes. E de mãos dadas, soube que não ia cair, pois o David segurava-me.
Terminada a marcha nupcial, caiu o silêncio sobre os ecos que ainda ressoavam. A Clara continuou a cantar, como se estivesse a gostar da música, mas logo parou. E o Padre Graça iniciou a celebração:
- Bom dia a todos! Estamos aqui a reunidos para celebrar a união da Maria Inês e do Francisco.
E neste momento sentiu-se uma certa agitação entre a assembleia. Como já devem ter percebido, Francisco é bastante diferente de David e, embora sejam esses os seus nomes, o David apresenta-se usando o segundo. Ninguém sabia que o primeiro nome dele é Francisco e foi com grande espanto que ouviram o padre Graça enunciar os primeiros nomes que leu.
O David também se riu, mas já era tarde demais para corrigir a coisa e a partir daí foi Francisco até ao fim. O nosso amigo Ricardo referiu-nos mais tarde que, caso o Padre tivesse perguntado se alguém tinha alguma coisa contra aquele casamento ele se teria levantado e perguntado: mas quem é esse Francisco?? Eu quero é saber onde está o meu amigo David!
Se esta peripécia tirou alguns risos aos presentes, o que se seguiu arrancou gargalhadas. Como profissionais que são, os fotógrafos movimentavam-se pr’aqui e pr’ali, por forma a captarem tudo e mais alguma coisa. Para que a luz fosse ideal, instalaram um holofote junto ao local das leituras e suavam em bica para assegurarem um trabalho de qualidade. Iniciada a cerimónia e já a meio do seu discurso, sem que ninguém o previsse, o Padre pára de falar, olha para o holofote, olha para os fotógrafos e diz:
- Tirem-me lá daqui esta coisa que já estou cheio de calor. Que coisa! Em tantos anos nunca vi tamanha agitação! Desliguem já tudo e deixem-me fazer a celebração em paz!
Apanhado de surpresa, o Pedro foi até lá atrás e desligou o holofote... só que com ele desligou também o microfone do Padre. Ia o Padre continuar o seu discurso quando percebeu que o micro... nicles, tinha-se ido ao ar. Com a sua voz poderosa (talvez prática de muitos anos sem estas modernices), resmungou:
- Olha agora, então não é que me desligaram o som!! Bonito!! Um sistema caríssimo e agora estragaram isso tudo. Que chatice!!
A Sara, minha madrinha, ria atrás de mim. O Patrick, meu padrinho, mesmo não percebendo Português, ria também. E riam a minha irmã e o meu cunhado, padrinhos do David. E ria toda a gente.
Como se já não bastasse isto tudo, o Padre ainda nos diz:
- Esperem aí que eu já venho!
E saiu, deixando-nos ali no altar. Eu gargalhava (uma amiga até me disse que foi naquela altura que teve a certeza que era eu que ali estava, pois aquela gargalhada era inconfundível), o David também se ria. Olhávamos para trás de nós e entre risos e ombros encolhidos de como quem diz “e agora?”, aquele momento foi sensacional para informalizar a coisa e ser aquilo que verdadeiramente era, um momento entre Família e Amigos.
Quando voltou, o Padre veio a resmungar com os fotógrafos, dizendo algo entre o “estragaram” e o “têm que pagar”. Depois, lá se recompôs e continuou, como se nada se tivesse passado. Fez o sermão, escutámos com atenção e depois os padrinhos aproximaram-se para a bênção e troca das alianças.
Obvio que neste momento os fotógrafos, coitados, já sem luz (o padre também não os deixava acender as luzinhas das próprias cameras) aproximaram-se o máximo que conseguiam. Afinal, não pode faltar justamente esta foto. Clic para aqui, clic para ali, e o Padre a benzer as alianças, mais um clic, mais outro... e o Padre a resmungar:
- Saiam lá daqui, que chatice!!! Nunca vi fotógrafos assim, valha-me Deus! – e olhava para cima como quem diz “Senhor, ajuda-me!!”.
A esta hora até os fotógrafos já se estavam a rir e nem ligaram muito ‘a coisa.
Decorrida a troca das alianças, o padre dava por encerrada a cerimónia. O David, espantado, sussurrou-me “e não beijo a noiva?”.
- O Francisco quer saber se pode beijar a noiva! – disse eu divertida ao Padre.
- Pois claro que pode! Pois claro! – riu o Padre Graça num misto de divertimento pela falha de memória e satisfação por mais um casamento.
Olhou-me com carinho e, segurando o meu rosto entre as mãos meigas, o David beijou-me longamente. O coro começou a cantar novamente e foi tão bom! Sentámo-nos a ouvir e, quando terminaram a canção, o Melo, nosso maestro, dirigiu-se aos convidados e anunciou: pedimos agora o máximo de silêncio, pois vamos fazer uma coisa muito especial.
As pessoas entreolharam-se! Ainda mais coisas??
O David também olhou para mim, confuso. O meu pai pegou na viola e sentou-se junto ao Melo, também ele já a ajustar a sua. O Melo piscou-me o olho e lá começaram eles a tocar.
Chegado um harpejo e uma pausa mais longa, com todos os olhos postos no coro, eis que eu me levanto e começo a cantar para o David. E todas as cabeças se viraram.
Era uma surpresa, para ele!
Quis cantar-lhe juras de Amor, de Fidelidade, de Tudo... cantei-lhe que o Amaria, para sempre, mas a emoção apossou-se de mim, e a voz saiu entrecortada por sentimentos, por choro e riso. E o David, como que perdido e maravilhado, segurava-me a mão, beijava-ma e ouvia-me como se da melhor cantora se tratasse. A Rita, filha mais velha dos Melos, auxiliou-me quando a voz foi assoberbada pela emoção e depois o coro todo, no refrão. Tentei recompor-me para a segunda parte, mas era muita a emoção. Eu tinha lágrimas nos olhos, na voz e no coração, o David estava embevecido e os convidados fungavam. Foi muito, muito bonito!!
Toda a gente bateu palmas no fim. Muito bonito!
Ainda a recuperar de tudo isto, seguimos para a sacristia para assinar os papéis. O Padre Graça, embora um querido, já acusa a idade avançada. Quando lá estávamos, já chamava o David por outro nome que não Francisco. “Ai a minha cabeça”, dizia ele divertido!
Lá fora, já nos esperava a multidão de sorrisos, arroz, pétalas e cor. Caminhámos de mão dada, muito felizes e sorridentes para aquele ponto de luz e, chegados lá fora, fomos envolvidos numa onda de alegria.
O arroz e as pétalas caíram sobre nós. Fomos envoltos em abraços e risos, votos de felicidade e acima de tudo isto, envolvidos por aquela melodia. Romântica, a roçar o Parisiense, o som maravilhoso daquele acordeão.
A Celina, amiga de há muitos, muitos anos, dos tempos do conservatório, reencontrou-se connosco neste dia e presenteou-nos com a sua arte de tocar. E encheu aquela manhã linda ainda de mais luz e beleza. Toda a gente foi tocada por aquele som e inebriada pela atmosfera. Dançou-se, aqui e ali. E eu abraçava toda a gente e sorria muito... e lembro-me de dizer várias vezes:
- Que dia tão lindo!!! Tão lindo!!! Podia estar a chover e a trovejar que este continua a ser o dia mais lindo da minha vida!!!
Ainda nos demorámos por ali até as pessoas começarem a dirigir-se para Sesimbra, para a Quinta dos Sonhos, local onde se realizou o copo-de-água. Nós, eu e o meu marido :), ficámos para trás com os fotógrafos e ainda tivemos umas sessões de fotografia junto ‘a Igreja e no Forte de São Filipe. Quando chegámos ‘a Quinta, já eram quase 16h.
Felizmente, o pessoal já tinha comido muitas entradas e estava com um ar satisfeito. Eu e o David estávamos cheios de sede e a única coisa que tomámos foram 2 valentes copos de água. Sessão de fotografias, em Julho, no sol das 14h, vestidos a primor, não foi pêra doce! Mas foi muito divertido. Os fotógrafos eram muito criativos e tirámos fotos em poses muito engraçadas (que podem ver no link que aparece mais abaixo). A coisa ainda não se tinha ficado por aí, pois ao chegarmos ‘a Quinta seguiu-se a inevitável sessão de fotos com os convidados, mas estávamos tão felizes que tínhamos sorrisos para dar e vender para muitas mais sessões de fotografia.
Chegou o merecido momento de nos sentarmos ‘a mesa, para comer (embora a fome fosse quase nula).
Quando já todos os convidados estavam na sala, entrámos nós ao som da música “Leãozinho”, cantada pelo Sr. Gonzaga e a sua banda, excelentes músicos, diga-se. Toda a gente nos aplaudiu e foi com satisfação que descansámos nas nossas cadeiras.
Nesse momento apercebi-me da quantidade de adrenalina que me correu pelas veias desde o início do dia, pois deu-me muito, muito sono. Se calhar nem era adrenalina mas sim emoções a mais. Decorrida a refeição, também ela impecavelmente servida e deliciosa, aproveitei os intervalos entre pratos para me dirigir a esta ou ‘aquela mesa, uma vez que não há tempo para nada e não se consegue falar com todos como desejaríamos. E’ mesmo verdade que o dia passa a correr e a demanda pelos noivos é enorme: chamam-nos os músicos, os fotógrafos, o chefe de sala, os convidados... não temos mãos a medir, mas é muito giro.
Passada a refeição seguiu-se a distribuição dos brindes aos convidados. Porque o tema foi “Brasil”, tudo se revestiu de azul, verde e amarelo. Os convites eram assim:
E no cesto, igualmente decorado, distribuímos envelopes azuis com fitinhas verdes/amarelas, contendo um CD, também ele decorado de cores verde/amarelo, onde se encontravam compiladas todas as músicas referentes a cada mesa. Optámos por dar o nome de cantores Brasileiros ‘as mesas e escolhemos uma música de cada cantor que falasse de Amor e Bem-querer. Nos marcadores das mesas constava não só o nome do artista bem como uma frase dessa mesma música.
Até o livro do coro seguiu 'a risca o tema do casamento e a nossa amiga Teresa fez capas a primor. Aqui também podem ler a música que tentei cantar ao David:
Para além de conter todas essas canções, a última faixa do CD correspondia ‘a tradicional valsa dos noivos. Porque nos conhecemos num forró, a nossa “valsa” foi o “Nosso Xote”, que dançámos apaixonadamente:
Claro que também não faltaram os charutos!
O dia estava a ser perfeito, mais que lindo, de tanto sentimento que se sentia no ar, mas a coisa ainda conseguiu melhorar quando a nossa amiga Celina nos surpreendeu mais uma vez, desta vez dedicando-nos dois fados. Chorei, pela surpresa, pela dedicação, pela beleza daquele momento, por termos Amigos assim... e tantos outros ficaram comovidos.
Como se já não chegasse de surpresas, o meu pai e o meu tio, ambos em pleno êxtase de felicidade, fizeram discursos lindos, que tocaram a todos, que fizeram sorrir toda a gente, que nos uniram ainda mais e depois... os Melos outra vez. Prepararam-nos uma apresentação que remexeu no baú das memórias, como fotos antigas e palavras lindas.
Estava emocionalmente esgotada. Tanto, que já me faltavam as lágrimas para exprimir tamanho sentimento... só no dia seguinte, quando revi essa apresentação, senti toda a comoção de novo e chorei, mais uma vez, de alegria.
Houve muitas lembranças e presentes. Todos foram muito generosos, como se já não bastasse a presença de toda a gente. As minhas primas lindas deram-nos um mealheiro pintado por elas, recheadíssimo! O que chamei inicialmente de porquinho passou a ser um javali, depois de revelado o seu interior. Os meus amigos, voluntários da Expo, também nos presentearam com semelhante prenda, mas desta vez uma abelhinha, também ela bem cheiinha de mel. A Liliana primou por “aquele” toque e ofereceu-nos um quadro original, pintado pela avó Mimi. Lindo! E toda a gente expressou o seu carinho ‘a sua maneira.
Um dos momentos altos, que mais uma vez nos uniu a todos, provando mais uma vez que estávamos numa reunião de família/amigos e não numa festa formal, foi quando os fotógrafos, que andaram a bulir a tarde toda, exibiram esta montagem:
E eram “ahs” e “ohs”, e risos, e choros.. e toda a gente com olhares embevecidos. A Sarita, minha madrinha, até veio para perto de mim e do David e, visivelmente emocionada e com as lágrimas a escorrerem-lhe, só me dizia: “estou tão, mas tão feliz por vocês!!!”
Chegada a hora de partir o bolo (também ele decorado de verde e amarelo. E viva o Brasil, hehehe) ainda fizemos rir os convidados. Ofereci um pedaço ao David que, no momento em que o ia comer, o viu desviado para a minha boca. Dei-lhe depois o segundo pedaço, que ele comeu, oferecendo-me em troca um pedaço... que também ele desviou para a sua boca.
(PS - A minha cara de desagrado não é por causa do bolo mas sim por causa do espumante. Eu não bebo :P)
Entre os vários momentos, houve muita música e muita dança. Toda a gente dançou e se divertiu muito, não havendo períodos mortos. A música foi excelente e agradou a toda a gente, de todas as idades.
O atirar do ramos da noiva também foi engraçado, calhando a sorte grande ‘a minha prima Joana. Está bem encaminhada, uma vez que namora com o Carlos, o do “tapinha não dói”, no filme, e esse já está adoptado como primo dada tamanha performance, hehehe.
E, de repente já eram 2 da manhã, e o dia já chegava ao fim... mas que dia, tão lindo. Senti-o eu, senti-o o David e todos aqueles que se juntaram a nós. Ainda hoje recebo emails de pessoas que lá estiveram a expressar o quão gostaram da festa. Não resisto em partilhar convosco as palavras queridas da minha queria amiga Jerusa, que me enviou este email ontem (espero que ela não se importe...):
"Inês,
o vosso casamento foi mesmo muito lindo, cheio de emoções e confesso que era possível sentir o amor no ar, nao só dos noivos, que estavam em extase amoroso, mas de uma forma geral de todos os convidados. Acho que o amor de vcs contagiou a todos.
Teu casamento ficará para sempre em minha memória como um momento único e iluminado. Tua homenagem ao teu homem com a voz embargada pela emoção, a saída da igreja regada por rosas, arroz e uma amiga tocando acordeão maravilhosamente, inesquecível.
A valsa, ao compasso nordestino, com sensualidade e muito amor. Ssuponho que vcs tenham se conhecido dancando forró, ou?.
Outro ponto alto para mim, foi ouvir a tua amiga Celina cantando fado, foi a primeira vez que ouvi fado ao vivo, e Inês, confesso novamente, que maravilha heim... essa tua amiga é um espetáculo.... eu nao entendo nada de música, melodia e essas coisas, mas a Celina me agradou muitíssimo, que coisa encantadora, só em relembrar fico arrepiada.
Enfim, parabéns e parabéns aos organizadores, foi lindíssimo. Hmmm, o vídeo também está muito bom, os rapazes da produção fizeram um bom trabalho. E qd colocas algo no blog?
Que Deus ilumine teu amor e que vcs continuem radiantes como no último dia 26.
Muitas felicidades!!!
Bjinhos carinhoso e obrigada por teres proporcionado um momento tao lindo na minha vida
Jerusa"
Foi lindo demais, de facto!
Conseguiu tocar até os fotógrafos. O Gonçálo, camera-man, só nos dizia:
- Pah, vocês são dos noivos mais giros que já tivemos. Por vossa causa, vou pedir a minha namorada em casamento! A culpa é vossa!
Espero que tenham gostado do relato do dia e que tenham conseguido captar um pouco de toda a Felicidade que ali se viveu. Ao lê-lo, sinto que falta ainda muita coisa... é impossível conseguir descrever tudo o que foi aquele dia mas, é o que se arranja :)
Aqui podem ver as fotos oficiais, feitas pelos fotógrafos, embora seja de agradecer as fotos que aqui mostrei, enviadas por amigos e familiares.
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13 comments:
Parabéns aos dois.
Invejo-vos...
Felicidades!
Que bom que é ver pessoas felizes e apaixonadas!
Também acho que estavas mesmo tu!
Muitas, muitas felicidades!
há dias q ansiava por este relato! :D
agora sim, o ciclo está completo!
Foi de facto excelente...
beijo grande e abração ;)
'Crida'
Claro que me emocionei lendo teu post, neh?!
Tudo lindo... e vc consegue passar a felicidade desse dia com tuas palavras!
Vcs sao a prova de que o amor existe!
Tudo de melhor nesse mundo! Toda a felicidade que possa haver nele!
Bj enorme
Muitos beijinhos e como já sabes amamos o dia 26 de julho. Muitas Felicidades!
Jerusa e Marco
O Amor celebra-se assim, todos os dias, com 200% de emoção. O teu relato deixou-me de lágrima no canto do olho =,)
Muita, toda a Felicidade para vocês!!!
Então foi por isto que calçaste uns sapatos de saltos altos!!!
Fizeste muito bem.
Estão ambos lindos. O vosso sorriso denuncia logo a vossa imensa felicidade.
Muitos parabéns.
Querida Inês,
Parabéns por esse dia lindo, seu relato é muito emocionante.
Que essa alegria e a doçura dessa família se repitam sempre
beijo enorme
Lú
Parabéns!! que lindo!! Estavam os dois tao felizes, e pelo relato parece ter sido mesmo emocionante, conseguiram pôr todos em sintonia com o vosso amor!
Beijinhos e continuem assim!
Parabéns Inês e David, foi um dia único...
Nós não nos conhecemos muito bem porque ainda não tivémos oportunidade para isso (sou apenas a namorada do Gustavo, amigo da Inês da Expo), mas adorei o vosso casamento. Arrisco mesmo a dizer que foi dos que mais me emocionou, entre vários casamentos de familiares e amigos mais próximos.
A noiva estava linda, os pais radiantes, o ambiente fantástico, tudo muito bem. E o vosso amor é único, como são todos, na realidade. O que é certo é que contagiaram muita gente de coração menos quente (talvez), encheram os olhos de lágrimas a muitas raparigas já casadas, por casar, enamoradas...e cativaram o vosso público.
Longo seja o vosso futuro porque o que é bom, deve durar uma eternidade. Ah! Aproveito para dizer que ainda hoje dou por mim a cantar a música surpresa que, graças à foto da letra no blog, posso continuar a cantar devidamente. Quem sabe fico inspirada???!
Muitos parabéns e muitos filhotes!
Vera
Parabéns Inês :)
Nunca tinha pensado em casar, mas depois do teu relato "tão" lindo, fiquei com uma vontade imensa de dizer ao meu mais-que-tudo que também quero um casamento, assim, como o teu. :)
Muitas Felicidades aos dois.
Beijinhos,
Cláudia
(uma ex-colega da faculdade)
Foi uma grande alegria e uma honra partilhar aquele dia tão especial convosco, como o é também no resto dos outros dias, convosco são sempre especiais! (verdade, não é? vocês sabem que sim! O dia que estiveram em Estoi connosco foi dos mais lindos que já passei...)
E sempre que quiserem casar, lá estaremos em grande força! :) (afinal já casaram duas vezes, agora já estão habituados, não se acanhem, nós gostamos de festa!)
desejo-vos muita Harmonia e também muita Musica na vossa vida comum, contem sempre com a minha amizade!
Os nossos parabéns pelo Blogue.
Desejamo-lhes muitas felicidades.
Apesar de já casados, estão convidados a visitar o portal de noivos:
www.casamentosmagazine.com
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