3.17.2015

Elis, a Esquiadora

Do jeito que posso, tenho-me esforçado por que a Elis seja exposta ao maior número de experiências possíveis e me acompanhe nas coisas que eu gosto (e que, se tudo correr bem, venha a gostar também :)). Assim, este fim de semana foi a vez de experimentarmos o ski.

Fomos para o Maine, dois estados a norte, para o resort de Sundayriver, o meu preferido mas que já não visitava há 5 anos, fruto de ter dado cabo do meu joelho. Fomos com o melhor amigo da Elis, colega de escola, e a mãe dele e ambos os miúdos nos surpreenderam com a facilidade com que, em menos de nada, estavam a deslizar com os esquis nos pés. Foi giro vê-los a experimentar as botas de ski pela primeira vez e a andarem tipo astronautas. Estavam felicíssimos e nós, mães babadas, também.









 Esquiámos sábado e domingo e logo no primeiro dia inscrevi a Elis numa aula, pese embora seja só a partir dos 3 anos. A Elis está com 2 anos e quase 7 meses mas, talvez porque ela é alta e toda despachada, olharam para ela e disseram que sim, que podia fazer a aula. No primeiro dia não correu nada bem porque não houve um período de transição entre o chegar 'a escolinha e deixá-la, garantindo que ela sabia com quem ia ficar e que eu também sabia e que tínhamos estado todos juntos um bocadinho. Até eu fui apanhada de surpresa. Sem mais nem menos ela foi levada pelo professor, eu desapareci de vista e, obviamente, a cachopa ficou desconsolada. Sei bem que eles 'as vezes choram quando saímos da vista deles mas que passados 2 minutos já estão finos. E não me importo que ela chore quando assim é (já o fiz na creche). Mas, desta vez, eu sabia que a Elis não estava bem. De longe, de onde ela não me visse, fiquei sempre a olhá-la. No início ela olhava para todo o lado 'a minha procura, mas depois, quando perdeu a esperança de me encontrar, começou a chorar desesperada e implorava: mamãaaaaa!! mamãaaa!!!

Qualquer mãe fica com o coração partido numa situação destas, e eu não fui excepção. Era a Elis a chorar por mim e eu a chorar por ela. Mesmo assim, ainda esperei que a levassem no carrinho que transporta os miúdos até ao topo da pista das crianças, com esperança que a coisa melhorasse. Não melhorou e ela continuou desconsolada e a partir o coração de qualquer um que a ouvisse (excepto do professor, que me pareceu pouco talhado para aquilo). Assim, em menos de 20 minutos já eu a tinha ido buscar e abraçado muito e dado muitos beijinhos e dito que a amava infinitas vezes para tranquilizar aquela respiraçãozinha tão aflita. Foi tão pouco o tempo que ela ficou na aula que até me reembolsaram o valor da mesma.

Como percebi que a coisa não funcionou mesmo por uma questão de tato (ou falta dele), decidi que a Elis faria a aula do dia seguinte mas que trataria de fazer uma transição como deve ser. Dito e feito, no Domingo ela não só conheceu o professor (outro) comigo, como ficámos a falar todos um pouco eu expliquei-lhe que ela iria com ele, o que ia fazer e que havia mais meninos. Também acabei por incluir na conversa o condutor do snowmobile que leva os miúdos, porque reparei que no dia anterior, quando ele lhe pegou para a trazer de volta, ela parou de chorar, ficou mais calma e até pôs a mãozinha no ombro dele. Claramente engraçou com aquele motorista gigante, de barba e barrigudo, qual urso grandalhão e bonacheirão (se calhar por causa da mascote do resort :))

(enquanto estávamos a tirar esta foto, saiu um tipo pela porta atrás da Elis que imitou o barulho do urso. A Elis assustou-se e deu um salto tão grande que quase experimentou uma nova modalidade: base jumping.)

E assim, já pela mão do Jason (condutor), lá foi ela tranquilamente para o grupo. Segui-a 'a distância de novo e ela não chorou e já era de novo a minha Elis, sorridente e social, a falar com todos e a dar hi5 quando lhe pediam. A aula correu super bem e se, até então, quando esquiava comigo não o fazia sem ser a dar-me a mão ou entre as minhas pernas, quando voltou, já ia sozinha...





... 'as vezes até sozinha demais :)


O que é certo é que, em menos de 24h, os miúdos já estavam a esquiar. São um espectáculo! Aposto que mais uns fins de semana disto e eu já não vou conseguir acompanhar a Elis nas pistas. A prova de que o dia foi bem passado e que a actividade satisfez foi que, a seguir ao primeiro dia, assim que acordou, a primeira coisa que a Elis disse foi: ski! ski! Ah, e também que, mal entravam no carro, o cenário era este:




(A Elis adormeceu com o carro ainda parado e, mesmo nós tendo chegado ao restaurante e eu a tendo tirado da cadeira, continuou a dormir... e a dormir ficou durante todo o jantar)

2 comments:

enfermagica said...

Ines que incrível ver a Elis assim. Como cresceu e está linda. Parabéns por estimular a ter uma vida ativa. Um abraço

enfermagica said...

Ines esse ano o Casaco Amarelo faz 10 anos. Ah tem que ter celebração.