2.23.2010
Adeus Ski!!!
Este fim de semana fui esquiar de novo só que, pela primeira vez, e infelizmente, não acabou da maneira desejada. Voltei para casa com uma perna imobilizada, um par de muletas, medicamentos para a dor e um prognóstico nada agradável de ruptura dos ligamentos do joelho.
Tudo aconteceu na parte da tarde. Durante a manhã esquiámos várias montanhas, imensas pistas, incluindo pistas pretas, que o meu amigo Maurício me convenceu a descer. Desci-as sem nunca cair, 3 vezes. A coisa correu bem e fomos todos contentes almoçar.
Depois do almoço, o pessoal do meu grupo decidiu voltar 'as pistas. Porque ainda estava cansada e me queria aquecer mais um pouco, disse-lhe que fossem descer umas quantas vezes que, depois, me juntaria a eles. Passada uma meia hora (e uma barra de chocolate), lá fui eu para a neve de novo.
Subimos até ao topo da montanha e descemos a pista azul que já várias vezes tinhamos descido de manhã. Chegados cá abaixo, decidimos subir novamente só que, desta vez, iriamos virar para umas outras pistas, para apanhar um outro elevador. Combinado!
Porque eu sou mais lenta que o resto do pessoal, exactamente por receio de ir rápido demais e de me espalhar, disse-lhes: eu vou indo e vocês apanham-me pelo caminho. Combinado!
Comecei a descer enquanto eles apertavam as botas 'a prancha. Zig, zag, zig, zag, lá ia eu toda contente... tudo a correr bem até que, ao fazer uma curva para a esquerda, vejo um monte de neve que não vislumbrei antes. Para o ultrapassar sem dificuldade, teria que ir mais devagar... que não ia. Assustei-me e tentei fazer exactamente aquilo que não se deve, que foi travar em cima do obstáculo. Pronto, embrulhei-me e ao cair a porcaria do ski não saltou dos meus pés. Assim, o meu pé ficou preso enquanto eu ainda rodava e foi então que ouvi um espectacular estalo no meu joelho, seguido de dor lancinante.
"Não! Não! Não!!!" gemia eu, de cara na neve, sem conseguir mexer-me e consciente de que acabava de mudar a minha vida, se não para sempre, por uma bela temporada, provavelmente com cirurgia pelo meio.
A única coisa que consegui fazer foi levantar o braço e acenar para que alguém me ajudasse. De imediato um casal parou perto de mim e auxiliou-me. Com a maior calma, tranquilizaram-me, tentaram tirar-me os skis sem me magoar e viraram-me por forma a ficar de barriga para cima. Chamaram logo o "ski patrol" e não sairam de ao pé de mim até que a ajuda chegasse. Foram impecáveis!!
Entretanto, eu estava com atenção para ver se os meus amigos passavam... e passaram! Só que, porque iam depressa e eu estava numa depressão, não me viram. Eu ainda chamei por eles mas não adiantou muito. Pensei: " bem quando virem que eu não apareço, procuram por mim" (isto porque nesta montanha não há cobertura de telemóvel e eu não lhes podia ligar).
A patrulha de salvamento chegou em menos de nada e, também eles, foram impecáveis. Explicando-me sempre tudo o que estavam a fazer, testaram a perna um pouco, puseram uma tala em cada lado do joelho, passaram-me para cima da maca, cobriram-me com uns cobertores e impermeáveis e depois... toca a deslizar-me até ao fundo da montanha. Esta parte até foi gira, porque foi novidade. De certeza que não é toda a gente que pode dizer que andou num toboggan de salvamento, hehehe.
Porque a lesão era na perna, e para evitar que a pressão sanguínea fosse para lá, eu fui de cabeça virada para baixo... disso não gostei muito. Porque sou uma enjoadinha, a meio do caminho estava a ver que ia vomitar ali mesmo e isso não ia ajudar muito. Vá lá, aguentei-me e cheguei ao posto de socorro sem verificar em que ponto estava a minha digestão.
No posto de socorro toda a gente foi super atenciosa. Transferiram-me para uma maca, tiraram-me as botas de ski, cobriram-me com um cobertor quentinho e daí segui para o raio-x. A gaja do raio-x devia estar num mau dia pois foi a única excepção no que toca a amabilidade. Até então, eu não tinha soltado uma única lágrima, não obstante a dor e toda a situação, em que me sentia meio fragilizada e preocupada. Mas esta gaja, sem dó nem piedade, mandou-me pôr a perna em posições em que, mesmo sem eu querer, as lágrimas me escorriam pela cara abaixo. Eu bem lhe dizia que me estava a doer muito mas a gaja só respondia "aguenta e não mexe". Estúpida!
Os raio-x mostraram que nada estava partido e depois o médico, por palpação e pelos guinchos de dor que eu mandei com certos movimentos que ele fez, deduziu que, provavelmente, fiz uma ruptura dos ligamentos cruzados anteriores. Mandou-me para casa com a perna imobilizada, com um par de muletas, com uma receita para medicamentos para a dor a recomendação de ver um médico quando chegasse a casa.
E depois, só tive que ficar ali 'a espera que os meus amigos dessem pela minha falta. Pensei que tal fose acontecer instantâneamente mas, quando não me viram aparecer no elevador combinado após esperarem mais de 15 minutos, pensaram que eu não tinha virado na pista combinada e que nos tinhamos desencontrado. Na cabeça deles, o mais óbvio era depois encontrarmo-nos ou no lodge ou no sítio onde aluguei os skis e, portanto, continuaram a esquiar alegremente.
Nem mesmo o facto de os nomes deles estarem em cartazes em todos os elevadores e de terem sido chamados em todos os lodges os conseguiu trazer até ao posto de socorro antes que passassem 2 horas. Só ao fim do dia é que um deles ouviu o chamamento e eles foram lá ter.
Durante as 2 horas que esperei ainda ponderei a hipótese de agarrar nas minhas canadianas e ir esperá-los no sítio do aluguer mas... sem sapatos, não havia condições. Afinal, os meus sapatos eram as botas de ski e essas ja tinham ido 'a vida.
Enquanto esperei tive direito a chocolate-quente... menos mal.
Ao fim do dia, lá apareceram eles. No fim das contas, até foi bom assim: aproveitaram o dia enquanto eu esperei bem quentinha, a beber chocolate quente, de perna esticada. Se tivessem vindo mais cedo, não me podiam ajudar com nada e a única diferença é que iríamos mais cedo para casa sem que eles se divertissem tanto.
E pronto, foi este o resumo do meu último dia de ski deste ano e, certamente, dos próximos tempos :(
No momento em que vos escrevo, já fui ao médico, já fiz uma ressonância magnética e aqui continuo de perna esticada, com um saco de gelo em cima. Amanhã saberei ao certo o que aconteceu com o meu joelho. Pelo exame físico que o médico fez hoje, o prognóstico parece ser melhor... talvez eu só tenha ferido o tendão lateral, sem o romper totalmente. Descobri (pelo médico) que consigo andar, desde que com um suporte apropriado, com uns ferros de lado. Mesmo assim, continuo a andar com pelo menos uma muleta, pelo sim, pelo não.
Sei também que não tenho quase dores nenhumas, agora que já passaram mais de 24h desde que tomei comprimidos para a dor. Era suposto tomá-los de 4 em 4h e foi isso que fiz no primeiro diz só que (como sou uma enjoadinha) sofri de alguns efeitos secundários e passei a noite toda a vomitar, de tanta naúsea (e vomitar sentada numa cama, de perna esticada, não é nada confortável... fiquei com uma dor de costas incrível). Assim, deixei de os tomar e... não sinto dor. Portanto, pode ser que tenha sido só um susto e que as coisas se componham. Pelo menos, assim espero!
Torçam por mim! :)
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8 comments:
as melhoras. Beijinhos
Torcer não será propriamente o termo...mas sim, desejamos-te as melhoras:)
Só se machuca quem aproveita essa vida !
Ninguém segura essa gaja, vamos que vamos !
As melhoras e rápidas (o meu foi 1 ano, mas foi bem mais grave).
Sei bem o que é "lixar" o joelho e não é bonito não.
Pelo que li pode ser que tenhas só que fazer fisio, o que é bom.
Prima esquiadora, beijinho de rápidas melhoras. :)
Nossos desejos de melhoras. Te cuida!
Bjinhos Je/Marco
As melhoras, Inês! Talvez já não nesta temporada :-(, mas espero q nos possamos juntar outra vez na próxima, para mais uma escapadela na neve (lembro-te imensas vezes daquele fds no ano passado, foi tão giro!)
(tinha mesmo falhado este post, por isso te perguntava há pouco o q se tinha passado, mas já estou actualizada... e com mta pena tua...)
Beijito gde
Mariana
Ai Ines(ita), q m*, hein?
Estou aqui 'torcendo' por vc! Sei bem como é, mas as vezes não vai precisar de cirurgia, não. Fica bem aí, gaja querida!
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