1.21.2011

Manjar: Boa companhia e Boa comida (espero)







Terminou há pouco o que demoninei por "saga dos jantares"... ou "maratona gastronómica"... ou, curtir bem os Amigos, a companhia e as iguarias Portuguesas.

Desde 5a feira passada que tenho sempre alguém cá por casa 'a noite. Num misto de saudades, que surgem quando se passa umas semanas fora e se quer saber das novidades e como foram essas mesmas semanas para todos os amigos que também viajaram e agora estão de volta, e do querer partilhar todas as coisas boas que se trouxe da Santa Terrinha (vulgo salpicões, chouriços, queijo da serra, vinho do Porto, marmelada da mamã, bolo da Madeira, tarte de amêndoa, café, etc...), estava quase que sôfrega para me encontrar com toda a gente. O David estar no Brasil e eu por aqui sozinha, neste Inverno mafarriquento, também ajudou 'a festa.

Vai daí, 5a feira passada fomos 3, na 6a éramos 8, no sábado 3 de novo, no Domingo 4 (e este foi especial, pois foram só gajas, e uma delas directinha de São Paulo, carregada de boas novas), na 2a foi noite de jogos, com mímicas e charadas para 8, na 3a uma breve pausa, para depois receber novamente 3 amigos ontem e 3 amigos hoje.

E cozinhar é um prazer. Detesto fazê-lo só para uma pessoa, mas faço-o de coração quando sei que tenho com quem partilhar.

Do queijo pouco sobrou... um "cuzinho". A marmelada da Madrecita marchou rapidamente, entre "ohs" e "ahs", de prazer e satisfação. Os salpicões e chouriços, foram desaparecendo aqui e ali, disfarçados no refogado ou nas ervilhas, sempre a dar aquele gostinho especial. A tarte de amêndoa e o bolo da Madeira foram mais resistentes e ainda há vestígios dos mesmos digno do nome... o mesmo já não se pode dizer da 7a maravilha do mundo, o vinho do Porto "do Tio João".

Embora sobriamente engarrafado num garrafa verde, sem rótulo, só o "B" (de Bom) escrito na rolha e o pequeno autocolante, onde se lia suncitamente "Porto João", deixavam adivinhar a iguaria que por ali vinha. Vinho do Porto, daquele que não se encontra em prateleiras de loja, de idade pouco precisa, mas certamente avançada... 30, 40? Quiçá, 50 anos! Directamente da região demarcada do vinho do Porto, do Douro, do Peso da Régua, terra onde muitas das minhas origens nasceram, ainda com algum pó acumulado nas curvas da garrafa. Certamente que o carinho e boa vontade com que o meu Tio me oferece destas relíquias também aperfeiçoa o sabor já de si magnífico... pelo que dizem, claro. Infelizmene, eu beber não bebo. Mas delicio-me com as reacções dos meus amigos. Imperetrivelmente, muitas das exclamações incluem "o melhor vinho do Porto que algum vez bebi!". E eu acredito e sei que é verdade. Nem eu própria fico indiferente ao perfume que este nectar dos deuses exala.... até molho dedo em alguma pinguinha que verta fora do copinho. Afinal, todo o pedacinho deste vinho do Porto que não seja consumido, é um desperdício.

Sobra agora a garrafa vazia, ainda em cima da mesa, por entre os despojos do jantar de hoje e destes dias, envolta no quão bom foi ter toda esta gente aqui, rever todos os Amigos, partilhar todas as coisas boas e voltar 'a vida "normal" da melhor maneira... sim, porque é sempre um choque voltar a Boston, ser recebido pela neve e pelo frio, pela distância que nos separa daquele porto de abrigo onde nos recolhemos por uns dias.

E nada como o calor humano, para que tudo seja mais fácil!

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