5.10.2011

Skydiving

New England Skydiving from Ines Baptista on Vimeo.



Como referi a semana passada, na 6a feira fui experimentar Skydiving.

A coisa surpreendeu-me por três razões.

A primeira foi que, nunca, nunquinha, me senti nervosa, mesmo quando já a 14,000 pés (4,267 metros) de altitude. Juro, com os dedinhos a cruzar sobre os lábios. Até eu fiquei surpresa com tamanha reacção... ou ausência dela. Não sei se foi pela sensação de segurança (ilusória) que dá estar toda apertada e agarrada por arnezes ao instructor (boa pinta, diga-se. O Don foi o máximo, super competente e simpático), não sei se foi porque o céu estava azul e o sol brilhava, dando mesmo vontade de saltar para dentro de toda aquela Primavera, não sei se foi por estar com amigos... só sei que, nem mesmo quando a porta se abriu, senti as perninhas a tremer.

Aliás, pelo contrário. Como já referi várias vezes, sou uma enjoadinha de primeira apanha e então, ainda no avião, por ir virada para a cauda do mesmo e por causa do cheiro a gasolina lá dentro, estava era mortinha por sair de lá e apanhar ar fresco.

A segunda foi que, quando finalmente saímos do avião (com um back-flip para ser mais emocionanate e radical), não há a mínima sensação de queda ou de abismo. Julguei que ia ser como na montanha russa, em que se sente aquele vazio no estômago, ou como nos pesadelos, quando vamos a cair e não mais paramos, a menos que acordemos. Mas não! Pese embora vamos em queda livre por 1 minuto, sim, leram bem, 1 minuto (e eu que julguei que era uma coisa rápido, tipo 10 segundos), a sensação é sempre aquela de irmos a flutuar e não a cair.
Foi quase como que uma "desilusão", mas uma desilusão que mais foi uma agradável surpresa.

O vento é de uma força incrível e sustenta-nos, não havendo propriamente aceleração que propocione a sensação de queda. E isso traz-me 'a 3a supresa: NUNCA pensei que fosse possível a minha cara transforma-se numa massa de panqueca, qual gelatina, qual bandeira defraldada ao vento feroz. Ainda agora não consigo parar de rir quando vejo o filme.
E' surreal!! Até as orelhas ficam deformadas.

E, confirma-se. Tenho umas bochechas gigantes, o que ajudou 'a festa :)

Durante o salto estavam -14ºC. Muito frio segundo os instructores. Bem mais frio do que o costume, mas nem isso me impediu de ficar mesmo muito enjoada enquando caíamos (nesse aspecto, até foi bom o vento ter deformado a minha cara, porque assim não se nota o quão enjoada eu estava). Enquanto o cameraman rodopiava 'a minha volta para nos filmar e fotografar, confesso que temi que ele apanhasse um grande plano, 4D, do meu pequeno almoço. Quando o paraquedas abriu, o meu estômago ripostou e, num reflexo, fez aquele arranque de quem vai vomitar. Felizmente não saiu nada, se não tornava-me na primeira pessoa a vomitar a tamanha altura e, mais surreal ainda, conseguir vomitar em cima de alguém. Só comigo!!

Mas o enjôo passou-me quando já íamos de paraquedas (que ainda manejei) e deu para aproveitar a vista e aquele sensação de leveza, ausência de peso, de silêncio, calma.

Muito lindo!

Ao fundo, deu para ver o mar e o topo do Mount Washington, ainda coberto de neve. E' uma sensação indescritível. Lá nas alturas, veio-me 'a cabeça Milan Kundera e o título "A insustentável Leveza do Ser" adquiriu um novo significado.

A aterragem foi suave, aliás, como eu descreveria tudo até então, até mesmo a queda.

"Smooth" foi a palavra do dia pois, tal como eu, também os meus amigos estavam surpreendidos com a facilidade da coisa.

Se eu tivesse que pôr por ordem crescente de nervos e sensação de angústia, sem dúvida que Skydiving vinha primeiro, seguido de montanhas russas como o Superman ou kingda ka
e depois Bungee Jumping (que acho que é a única coisa que nunca farei na vidinha... a menos que seja concorrente do concurso Amazing Race :)).

PS - Neste outro filme, do amigaço Maurício, podem ver a minha queda de outro ângulo. Só aqui é que tive mesmo a noção de que não vamos a flutuar e que caíamos rapidamente. Continuo a achar inacreditável que não se sinta isso!

Smooth Sky Diving from Mauricio Carneiro on Vimeo.

2 comments:

ana rita said...

As bochechas a drapejar, ahahah! :)

Que fixe, fiquei com vontade de ir experimentar!

Rita Maria said...

Ai, que agora é que nao resisto!

(Delicioso!)