4.27.2015

Maratona e a questão que se impõe!


A Elis e eu fomos ver a maratona de Boston. 
Ao ver passar tanta gente, a pequenota insistia na pergunta que se impunha:

- mamã, para onde é que eles vão?

(vê-se na carinha dela que está confusa :))


Pitosga como a mãe



Pelo título devem julgar que esta é mais uma entrada sobre a Elis. Não. Este é sobre mim.

A minha mãe é pitosga como tudo e, há muitos anos, enquanto fazíamos uma viagem de roullote pela Europa e nos debruçávamos sobre o mapa para definir a empreitada do dia seguinte, ao ver tantas cruzinhas em várias áreas do mapa, a minha mãe exclamou:

- Tantos aeroportos!!

Quase.
Não eram aeroportos. Eram cemitérios! (o que vai dar quase no mesmo e ajudou ainda mais 'a risota).

E lembrei-em disto porquê?
Porque a semana passada, enquanto corria com a Elis (ela ia no carrinho), ao chegarmos junto ao rio vejo um dos pontões cheio de "patos".

- Olha filhota!! - apontei eu - tantos patinhos!!

Vai-se a ver, quando chegámos mais perto, eram montes de ténis, dos remadores que se tinham feito 'a água nos seus barcos.

Pois, patinhos...

Pitosga! Pitosga!


Fase desconhecida

Que todas as crianças passam pela fase dos porquês é já sabido. A Elis ainda não está lá. No entanto, para além de estar na fase de querer pensos colados nas mãos e no queixo por tudo e por nada, agora a nova moda é perguntar: o que é que está lá dentro?

Vemos um arbusto: o que é que está lá dentro?
Passamos por uma casa: o que é que está lá dentro? (e pergunta isto quase em toooodas elas)
Pega num boneco: o que é que está lá dentro?

Já estão a ver como tenho andado a desenvolver a minha criatividade nas respostas :)

4.03.2015

Passarinha Coração (parte II)




Fomos buscar as miúdas 'a creche e caminhámos até 'a minha casa, onde me despedi da Elis, para depois ela seguir no carrinho-de-bebé-duplo (que ela adora!), para o metro (que ela adora!), para passar a noite na casa da Hollie (que ela ainda não sabe se adora, mas aposto que sim!).

Ajeitando-lhe a franja e fazendo uma festinha na cara, da Elis disse-lhe:
- porta-te bem e faz o que a Jessica diz, está bem?
- hmm hmm
- se precisares de fazer chichi, diz 'a Jessica, ok? 
- hhmm hmm
- vais-te divertir muito hoje 'a noite não é?

Apontou para a porta de casa e disse:
- mamã, vai p'a casa!!

E pronto. Acho que preciso de um defibrilhador!

Passarinha coração



Há dias, uma das amiguinhas da Elis veio passar uma noite cá em casa. Foi tamanha a diversão que a Hollie, desde então, só fala em ter a Elis a dormir na casa dela também. Tanto insistiu que a mãe da Hollie me perguntou esta semana se a Elis podia ir lá passar uma noite. Acedi e assim sendo, hoje a Elis vai, pela primeira vez, dormir fora de casa para passar a noite na casa de uma amiga.

Acabei de preparar a mochilinha da Elis. E, pese embora ache a ideia óptima e tenha dito logo e sem hesitação que sim e saiba até que o seu inseparável coelhinho não está esquecido, surpreendo-me com um aperto no coração. Sou defensora acérrima de que as nossas crianças devem ser independentes e que super protegê-las as prejudica mais do que as ajuda. Já passei até dias longe da Elis. Dias em que a deixei com alguém e eu fui. E tudo bem.

Mas hoje, mesmo assim, e inesperadamente, no momento de preparar a malinha da Elis, senti-me pela metade. Desta vez pareceu-me mais independente do que o costume. A minha senhorinha, que já tem uma malinha! Que já não leva fraldas! Que já tem planos de 6a feira 'a noite com a "melhor-amiga".

A Elis cresceu-me. Assim. De repente.

Tem crescido, obviamente. E apercebo-me disso. Mas hoje, mais do que até então. De outra forma. Hoje não a deixo com ninguém. Hoje, alguém ma leva. Eu fico, e lá irá ela, feliz, contente, entusiasmada... sem mim.

Tão diferente!

E acho que é disto que falam quando dizem que ser mãe é ter o coração constantemente a passarinhar fora do peito.
Sei que hoje 'a noite o meu coração andará a passarinhar irrequieto por outras paragens, que não apenas as da casa da Hollie.

Das Fraldas ao Pote



Há uns meses atrás, a Elis começou a mostrar interesse pelo pote. Espontaneamente, pedia para lá ir e fazia chichi. Pensei: fantástico!! a minha criança é mesmo um génio (todos os pais pensam o mesmo, não é?). É tão inteligente que se vai treinar sozinha!

Pois, não foi bem assim.

Da mesma forma que se interessou, desinteressou-se. E quando tentei tirá-la das fraldas, deliberadamente a Elis fazia chichi pelas pernas abaixo a olhar para mim, como quem diz: faço chichi no pote quando quiser e não quando tu queres. Tu não mandas! Ou então, quando lhe punha umas cuecas, ia a correr ao cesto da fraldas, de onde tirava uma e depois andava atrás de mim, numa birra imensa, a implorar "falda!!! falda!!!". Melhor ainda, perguntava-lhe:
- onde é que se faz chichi? é no chão?
- siiiimmmm - respondia ela
- não. É nas calças?
- siiimmmm
- não. É no pote?
- nãooooooo!!

Percebi perfeitamente que usar o pote passava por uma decisão da Elis e não por uma imposição minha. Assim sendo, não insisti e deixei a coisa andar. Andou de fraldas até querer e não a chateei mais. No entanto, na escola, volta e meia as professoras lá me começaram a dizer que a Elis tinha feito chichi na mini-sanita, o que me pareceu ser o sinal para abordar o assunto outra vez.

Desta feita, no fim de semana passado, tirei-lhe a fralda e vesti-a. Expliquei-lhe que não tinha fralda e que tinha que fazer chichi e cocó no pote. Acedeu e fez os dois sem problema. Milagre! Na 2a feira mandei-a para a escola sem fraldas e é oficial. A Elis já não usa fraldas!

Na escola volta e meia lá tem uns acidentes, mas são mais a excepção do que a regra. No entanto, em casa, faz sempre tudo bem e não tive (até agora) que andar a limpar nada. Há duas noites atrás, pese embora a ponha a dormir com uma fralda, veio ter 'a minha cama 'a 1 da manhã a pedir-me para ir ao pote. Fez o chichizinho dela e a fralda que tinha estava seca. Voltei a pôr nova fralda e, de manhã, seca de novo.

Ontem fomos jantar a um restaurante com amigos. Porque íamos estar fora de casa por algumas horas e íamos até andar de metro, onde não há hipótese de casa de banho, quis pôr-lhe uma fralda. Não deixou. Foi, qual senhorinha, sem nada! E no restaurante, impecável. Por duas vezes que me pediu para ir 'a casa de banho e voltámos para casa sem incidentes.

Parece-me que estamos no bom caminho e não tive nem metade da chatice que aqueles pais que insistem porque insistem que tem que ser quando faz 2 anos ou quando sei lá o quê têm.

Aos 2 anos e 7 meses, quando decidiu que assim devia ser, a Elis deixou de usar fraldas :)