4.03.2015

Passarinha coração



Há dias, uma das amiguinhas da Elis veio passar uma noite cá em casa. Foi tamanha a diversão que a Hollie, desde então, só fala em ter a Elis a dormir na casa dela também. Tanto insistiu que a mãe da Hollie me perguntou esta semana se a Elis podia ir lá passar uma noite. Acedi e assim sendo, hoje a Elis vai, pela primeira vez, dormir fora de casa para passar a noite na casa de uma amiga.

Acabei de preparar a mochilinha da Elis. E, pese embora ache a ideia óptima e tenha dito logo e sem hesitação que sim e saiba até que o seu inseparável coelhinho não está esquecido, surpreendo-me com um aperto no coração. Sou defensora acérrima de que as nossas crianças devem ser independentes e que super protegê-las as prejudica mais do que as ajuda. Já passei até dias longe da Elis. Dias em que a deixei com alguém e eu fui. E tudo bem.

Mas hoje, mesmo assim, e inesperadamente, no momento de preparar a malinha da Elis, senti-me pela metade. Desta vez pareceu-me mais independente do que o costume. A minha senhorinha, que já tem uma malinha! Que já não leva fraldas! Que já tem planos de 6a feira 'a noite com a "melhor-amiga".

A Elis cresceu-me. Assim. De repente.

Tem crescido, obviamente. E apercebo-me disso. Mas hoje, mais do que até então. De outra forma. Hoje não a deixo com ninguém. Hoje, alguém ma leva. Eu fico, e lá irá ela, feliz, contente, entusiasmada... sem mim.

Tão diferente!

E acho que é disto que falam quando dizem que ser mãe é ter o coração constantemente a passarinhar fora do peito.
Sei que hoje 'a noite o meu coração andará a passarinhar irrequieto por outras paragens, que não apenas as da casa da Hollie.

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