Caminhávamos, já no lusco fusco, de mãos dadas. Não havia mais ninguém ‘a nossa volta. Apenas nós.
Distraída, nem me apercebi da bicicleta que se aproximava em direcção oposta até sentir o David puxar-me para o seu lado. Assim, ficámos mais perto da parede e deixámos mais espaço para que a dita bicicleta passasse por entre nós e a cerca que ladeava o outro lado do caminho. Caberiam, seguramente, umas 4 pessoas lado a lado, pelo que o espaço deixado por nós era mais que suficiente para a bina passar.
Observando a luzinha cintilante aproximar-se de nós, estranhámos quando esta começou a adquirir contornos oscilantes. Zig-zagueando de um lado para o outro, vimos, como que em câmara lenta, o ciclista espetar-se ‘a nossa frente contra a parede com algum estardalhaço, dada a cabeçada que mandou com o capacete no cimento, e escorregar por esta abaixo, até ficar com a bicicleta estatelada no chão e as pernas no ar.
Estranhamente, os reflexos não foram aqueles que se esperam de alguém que procura evitar a queda mas sim os de alguém que, talvez, tivesse perdido a consciência.
Preocupados e sem perceber muito bem o que se teria passado, acorremos de imediato para tentar ajudar o homenzito.
- Are you OK? Can you stand up?
O bafo etílico que me envolveu assim que me abaixei para o tentar erguer, enquanto perguntava se estava bem e se se conseguia levantar, de imediato me tirou as dúvidas quanto ‘as causas daquela queda. Quase que caía para o lado também!
Meio que envergonhado meio que desnorteado, o senhor só disse, em Inglês:
- Lamento muito! Desculpem lá!
Mas é que fiquei aflito quando vi esta multidão de 5 pessoas ‘a minha frente – ao mesmo tempo que gesticulava para nos mostrar a multidão (diga-se, eu e o David).
O David, olhando meio que incrédulo meio que divertido, virou-se para mim e, em Português, perguntou-me:
- Ele disse CINCO pessoas? Uma MULTIDAO!!
Assenti com a cabeça, já com um daqueles risos que mal se consegue controlar a subir-me pela garganta!
- Pois é, eu sei o que você quer dizer – respondi eu ao homenzito.
Ajustando o capacete, a luz da frente e verificando que os reflectores das pernas estavam no sítio (vá lá, ao menos era um bêbado consciente... “maijomenos”), montou-se de novo na bicicleta e lá foi ele, desculpando-se de novo.
Eu e o David ficámos a vê-lo ir, temendo pelo poste que tínhamos passado uns metros antes:
- Ai o poste! Ai o poste! – dizia eu já com as mãos na cabeça, enquanto o via, periclitante, a aproximar-se dele.
- Quantos postes verá ele? – questionava-se o David, por entre gargalhadas.
Nestas dúvidas, como que por milagre, vimos o bêbado continuar caminho, sem mais incidentes.
Esperemos que não tenha apanhado nenhum policia pelo caminho... senão, de certeza que fez figuras como esta :)
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1 comment:
Ines, gosto imenso do teu blog! :D Venho ca imensas vezes e sorrio sempre com as tuas aventuras...por favor nao pares de (nos) escrever.Beijinhos e felicidades, Susana (GABBA,expo ;))
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