11.12.2008

Late in the Evening



Já vos aconteceu, do nada, lembrarem-se de uma música que já não ouvem há séculos e depois ficarem com uma vontade louca de a ouvir? Isso aconteceu-me ontem.
Acho que escrever a tese está a ter os seus efeitos e, inventar as coisas mais bizarras para me distrair e interromper a escrita, tem sido o prato do dia.

Lembrei-me de uma música da minha infância, de um dos vinis dos meus pais e que, gravada em cassete, nos acompanhou em muitas viagens e momentos. Nem sequer tinha a certeza de quem era o cantor. Paul Simon, acho eu... mas só isso não me ia levar muito longe.
E' uma música que me faz mexer, e querer dançar, e sorrir... deixa-me sempre com um certo quê de euforia. E em menos de nada já estava ao telefone a cantar para o meu pai:

- Lembras-te desta música Fatino? - e cantarolei.

Do outro lado, já o meu pai cantarolava, identificando-a de imediato e, de repente, já era um redemoinho de emoções e lembranças.

- Eu tenho esse disco!! - senti o entusiasmo na voz do meu pai - até já estou a ver a capa! Espera aí que eu já vou ver. Já, já, já!

E foi mesmo já. Largou o telefone, passou-o 'a minha irmã e vai de começar logo a procurar. Em barulho de fundo, já o ouvia a ele e 'a minha mãe, na tarefa de encontrar "O" disco e "Aquela" música.

- Que música é que é? - perguntou-me a minha mana.
- E' aquela... ta ta ra ta ta ta...
- Aahhhh!!! Aquela que depois faz tum tum tum tum?!?!
- Sim!!
- Eeehhh, essa música! - exclamou ela.

E começámos a cantar juntas.

- Lembra-me sempre as nossas viagens, da carrinha Mazda!...
- A mim também, a mim também!! - respondia-me ela, sorridente.

Acho que a lembrança daquela música agitou os espíritos da família e ficámos embuídos em recordações boas e doces.

E hoje já tenho a música comigo, e hoje até a ouvi aqui no meu computador enquanto o meu papi a ouvia também na nossa casa em Portugal e, pelo chat, íamos cantando em uníssono. Sorri muito e quase que via o meu pai, do outro lado do oceano e de todos estes quilómetros, a sorrir também. Passado um bocado, o meu pai escrevia-me de novo para me dizer que pôs a música de novo e dançou com a Clara ao colo, a minha regueifinha, e que ela o abraçou e gostou muito. E ficámos ainda mais ligados... tudo por causa desta música e das boas vibrações e energias que nos passa.

O meu contador do iTunes diz-me que já ouvi 29 vezes em menos de 24 horas. Pouco saudável, dirão muitos... eu digo que são precisas estas massagens de Alma, de sentimentos, de conforto e carinho.... e de sentirmos que as distâncias não existem e que o Amor impera e nos une.

E que é tão simples e fácil sentirmos tudo isto. Basta uma música, por exemplo.

2 comments:

Anonymous said...

É mesmo assim, filhota.
Tudo serve para nos unirmos e amarmos. São estas pequenas mas significantes coisas, a que conseguimos dar importancia e fazer delas momentos interessantes.
Continuemos assim.
Madalê

Fadalê said...

Fatina... Deste lado do oceano, dancei, vibrei e emocionei-me com os sons. A regueifinha ajudou à missa com aquele ternurento e fantástico abraço, cheio de amor que até doi.
Amo-vos ( a todos )
Fatinito