2.23.2012
Zeca Afonso
Ultimamente, é pelo Facebook que sei da morte dos famosos.
Amy Whinehouse, Witney Houston... toda a gente desatou a postar coisas sobre eles antes que pudesse receber a notícia pelos jornais.
Quando abri o Facebook hoje de manhã, era posts dos Zeca Afonso por todo o lado.
Por um momento julguei que tivesse ressuscitado.
2.22.2012
As Tangerinas
Não posso dizer que tenha desejos durante a gravidez. Pelo menos, não até agora.
Sinceramente, espero não passar por aquelas loucuras de acordar a meio da noite com uma vontade esganada de comer uma qualquer iguaria que não lembra nem ao menino Jesus e correr seca e meca (ou fazer o David correr) até a encontrar.
Contudo, é um facto que, no início da gravidez, tinha uma vontade enorme de comer citrus: laranjas, tangerinas, até limão... tudo me parecia extremamente apetecível. Como disse, não acordava a meio da noite desesperada por um gomo suculento mas, quando vislumbrava um destes frutos, via um sumo de laranja, uma limonada ou algo semelhante, sentia de imediato vontade de o ter para mim.
Ora, estávamos nós muito felizes e contentes na Jamaica, quando um senhor apareceu perto de nós, na praia, com um saco cheio de tangerinas. Pelos vistos, tinha acabado de as comprar algures, ali por perto. Até então, a única fruta que tinha vislumbrado por aquelas bandas tinha sido bananas, papaias e abacaxis, mas assim que vi aquelas tangerinas, o mundo reduziu-se a um canudo e toda a minha atenção e o meu desejo se focou naqueles frutos laranja.
E parecia um robot, empancado numa ordem e que não pode avançar sem que esta seja cumprida:
- QUERO TANGERINAS!!!
De um salto, levantei-me. Parecia que tinha uma mola no rabo. E fui ter com o senhor, que agora se preparava para descascar uma:
- Desculpe, onde comprou essas tangerinas? - balbuciei, disfarçando com dificuldade a saliva que me humedecia a boca e quase deslizava pela língua, olhando fixamente para as tangerinas e quase sem dirigir o olhar para o senhor.
- Ali, mais abaixo, há uma velhota perto do resort blá blá blá... - e neste momento já nem conseguia ouvir nada, uma vez que as minhas narinas eram inundadas pela essência que emanava da casca rasgada, expondo agora os gomos laranja suculentos. Tive que me segurar para não lhos pedir.
Engoli a saliva que quase me afogava.
- Obrigada!
Virei costas, agarrei na mão do David que, sem hipótese, teve que me seguir:
- Vamos comprar tangerinas!!!!
E lá seguimos pela praia, prescrutando tudo e todos na tentativa de encontrar rapidamente a dita velhota, guardiã do tesouro. O sol estava a pique. Quente, queimava-nos as costas, toldava-nos o olhar, agora franzido, para combater tanta luminosidade. Mas nada me parava.
- Temos que encontrar AS tangerinas!!
E dizia aquilo com tamanha convicção e desejo que, em menos de nada, em vez de 1 erámos já 2 com uma vontade tremenda de comer tangerinas. E andámos e andámos e andámos. E nada de encontrar a velhota. E continuámos a andar. Perguntámos a uma senhora se sabia onde poderíamos encontrar tangerinas: mais 'a frente, respondeu. E continuámos a andar.
Já perto do resort que me parecia soar vagamente ao nome que o senhor tinha dito (mas que, para dizer a verdade, nunca ouvi bem de tão inebriada que estava), perguntámos a um nativo se sabia de uma velhota que vendia fruta. Ah, a avozinha, exclamou ele com o que nos pareceu ser uma certeza inabalável de que tínhamos chegado ao destino. Sim, está ali. Vão falar com ela.
Vimos uma velhota pachorrenta, sentada no alpendre, sem qualquer sinal de tangerinas ou qualquer fruta. Mesmo assim, dirigimo-nos a ela. Quando questionada sobre laranjas/tangerinas, disse que sim, que tinha. Perguntámos quanto custavam, tentou extorquir-nos uma fortuna, discutimos o preço e deixou-nos com um "esperem aqui".
Esperámos. E vimos a velhota, lentamente, dirigir-se para as traseiras da casa. Lentamente, vimo-la também passar para um dos lados com um balde vazio. Passados uns 10 minutos, voltámos a vê-la, lenta, passar para o outro lado, ainda com o balde vazio. E ali continuámos 'a espera. Mais 10 minutos, mais 20, mais 30... quase 45 minutos volvidos eis que a velhota sai, lentamente, das traseiras da casa, desta vez carregando não só o balde (ainda vazio), como uma sombrinha. Lenta, passou um pouco 'a nossa frente, sem nos dar qualquer cavaco. Lenta, continuou até uma banquinha de madeira branca, vazia, mais 'a frente, junto ao mar.
Agora, já com cara de parvos e de "só pode estar a gozar connosco!!", vimo-la, lentamente, caminhar até ao mar. Encheu o balde com água. Lentamente, regressou até 'a banquinha e, lentamente, começou a lavar a mesma com a água salgada.
Só connosco!!! O raio da velha ainda está a montar o estaminé para vender fruta (que continuávamos sem ver)!!!! Já desesperada, sequiosa de citrus, citrus, citrus, tão sequiosa quanto determinada, exclamei: continuemos então. Se aquele senhor encontrou tangerinas, nós também vamos encontrar. Eu TENHO que comer tangerinas. TENHO!!!!!
E lá seguimos pelo extenso areal. Só para terem uma ideia, a praia chama-se "Seven Mile Beach" (praia das 7 milhas... ou seja, de 11.2654 km). Não exagero se vos disser que percorremos mais de metade da praia em busca das tangerinas perdidas (mais parecíamos o Indiana Jones).
Eis então que encontrámos uma banca de fruta. É ALI!!!! Exclamei, qual Moisés perdido no deserto quando encontrou um oásis. E corri para a banca. Lá, uma monte de fruta mal encarada. As tangerinas não eram sequer laranja. Deformadas, olharam-me mal encaradas e verdes. Mesmo assim, quis comprá-las. Como nestas coisas tudo tem que ser difícil (não fosse isto passar-se comigo), demos com uma velhota hiper-mega-super-uber mal encarada, mal educada e que julgava que os turistas são estúpidos. Conseguiu que me crescesse uma raiva maior que o meu desejo, o que me fez mandá-la 'a fava e partir para a terceira empreitada da busca das tangerinas.
Como 'a terceira é de vez, finalmente, lá ao fundo, mais de 2 horas passadas sobre o início da nossa peregrinação, apareceu uma outra velhota, numa banquinha simples, pequena... mas com umas tangerinas lindas!! Sorridente, presenteou-nos com a simpatia a que nos habituámos na Jamaica (a velha ranhosa de antes deve ser a ovelha negra lá do sítio). Mesmo o preço sendo justo, o David tentou baixar mais um pouco. Resisti e disse, com uma vontade incomensurável de enfiar aquelas tangerinas na boca, não, está bem, está justo. A senhora sorriu mais uma vez: a menina é boa pessoa... em vez de 4 dou-lhe 5 tangerinas pelo mesmo preço!
Quem merece, merece!!
E, após tamanho sofrimento, não consigo descrever o quão bem me souberam os primeiros gomos quando, sentada sobre a kanga, numa sombra, devorei a primeira tangerina. Passadas 3 peças de fruta e saciado um pouco do meu desejo, percebi que as tangerinas nem eram tão espectáculares assim. Mas eu TINHA que comer tangerinas!!
Felizes e contentes, curtimos aquele lado da praia que ainda não conhecíamos, banhámo-nos, secámos ao sol, para depois regressarmos aonde tínhamos partido. Inacreditavelmente, passado aquele tempo todo, só agora a primeira velhota se sentava para começar a vender a fruta. Se tivéssemos ido na conversa dela, 'aquela hora ainda estávamos 'a espera das ditas laranjas. Lentidão é o espírito da Jamaica!
Esta história já vai longa e quase soa a loucura sentir tamanha vontade de comer citrus. No entanto, há uma explicação científica, que passo a partilhar convosco, não vão vocês pensar que sou doidinha.
No início da gravidez, o corpo de uma mulher passa a produzir mais sangue, por forma a transportar o oxigénio e nutrientes necessários ao bebé. No fim da gravidez, o volume de sangue terá aumentado entre 30% a 50%, sendo que o período de produção saguínea mais acentuado ocorre durante as primeiras 12 semanas. Assim, a quantidade de ferro disponível na corrente sanguínea diminui, sendo bastante difícil atingir os 30mg de ferro necessários diariamente durante a gravidez (o dobro, comparado com a dose necessária normalmente).
Ora, a nossa amiga vitamina C (sobejamente presente em citrus), ajuda a fixar e a aumentar a absorção de ferro.
Eu nem sabia disto na altura... só sabia que TINHA quer comer tangerinas!!
Mas, a Natureza tem sempre razão.
Daí o meu ar de felicidade na foto :)
Família
2.14.2012
Ironias da Gravidez - As Mamas
É um facto que, se por agora ainda não se nota a barriga, o aumento do tamanho das mamas é quase que imediato desde o início da gravidez.
Elas ficam maiores, mais redondas, mais maciças, mais tonificadas e duras. Tudo de bom.
Mega apetecíveis, tanto ao olhar como ao toque.
Mas, não há bela sem se não e não podia ser tudo tão perfeito: as mamas doem que se fartam!
Até dormir de barriga para baixo se torna quase impossível, de tão dolorosas que as belas se tornam no início.
A ironia suprema? O coitado do David, qual sequioso perante um fonte de água fresca, vê tais frutos apetecíveis e nada de lhes poder tocar. E, desgostoso, exclamava:
- Dá Deus nozes a quem não tem dentes!!
2.13.2012
Aceitam-se apostas
Segundo a Dra. D, e de acordo com a data do início da minha última menstruação, a Cajú vai nascer no dia 13 de Agosto.
Na 1a ecografia, e segundo as medições feitas 'as 9 semanas e 4 dias, a Cajú vai nascer dia 14 de Agosto.
Segundo um amigo querido, com um "je ne sais quois" sobre estas coisas, a Cajú vai nasber dia 12 de Agosto.
Aceitam-se apostas :)
a 1ª Ecografia
Seguimos para o laboratório onde a ecografia seria feita e esperámos. Porque já tinha providenciado uma amostra de urina 'a Dra. D., desatei a beber água que nem louca quando lá cheguei e me disseram que tinha que ter a bexiga cheia, por forma a que o exame fosse bem sucedido. Aquilo até virou risota - uma vez que só tinham copinhos pequeninos e era ver o David fazer "piscinas" enquanto trazia copos cheios e levava copos vazios. As coisas que nós fazemos por uma Favita :)
Chegado o exame, foi totalmente indescritível.
Assim que a técnica colocou a sonda na minha barriga, besuntada de gel morno, abriu-se um novo mundo. Aquela imagem apareceu e atingiu-nos de forma violenta. Ali estava ele, aquele embriãozinho pequenininho, qual lua cheia numa noite escura, a iluminar tudo, o nosso futuro, as nossas vidas.
Por muitas destas imagens que vejamos, nada nos prepara para o que é ver aquele pedaço de nós!
Senti os olhos marejados. Apertei a mão do David e olhei-o. Não sei o que brilhava mais, se o seu sorriso se o seu olhar, também ele humedecido pela ternura e pela amoção.
Mais uma vez tivemos sorte: a técnica, tal como a médica, agia como se fosse a primeira vez que presenceava tal momento. Paciente, explicava-nos tudo o que estávamos a ver e sorria aqui e ali para com ela mesma, como se dissesse: "que coisa fofa". Porque o motivo daquela ecografia era, supostamente, a possibilidade de algum problema, o exame foi minucioso. Vimos até o bracinho direito do/a bebé mexer, como quem acena para aquela janela para o exterior.
Ouvimos o coraçãozinho do bebé bater. Tal como a imagem, surpreendeu-nos com a sua determinação. Tão sonoro e tão robusto. Fiquei tão emocionada que por vezes não continha o soluço e lá saltava a sonda. Cúmplices, ríamos todos.
- Parece um bateriazinha de samba: tac tá, tac tá, tac tá! - exclamou com um risinho nervoso o Pai babado - O nosso bebé já está sambando!
E foi, sem dúvida, um dos dias mais emocionantes das nossas vidas.
Com o coração a explodir de amor, eis que, finalmente, naquele dia, partilhámos a boa nova com os que nos querem bem e com aqueles que moram nos nossos corações. A acompanhar as 4 fotografias que ilustram este post, seguiu este email, ao qual recebemos mais de uma centena de respostas, confirmando que estamos, nós e esta coisinha aqui dentro, rodeados de muito bem querer e boas energias:
"Querida Família e Queridos Amigos,
Feliz 2012!!!
Para nós, 2012 vai ser um ano em grande. Literalmente. Estamos grávidos!!!!!! :):):):):)
Estamos muito, muito felizes e é com muita alegria que partilhamos convosco a primeira fotografia da nossa Favita (já não é mais uma ervilha, uma vez que tem 2.35cm).
Fizemos ontem a primeira ecografia e, por muitas fotografias destas que vejamos, nada nos prepara para a emoção que é ver a NOSSA ecografia e o nosso rebento. Emocionámos-nos muito e quase morremos ao ouvir o coraçãozito, tão veloz mas já tão acertivo e forte.
É mesmo muito, muito incrível! Se já estávamos apaixonados pela novidade, agora estamos ainda mais.
Desde ontem que tudo se tornou muito mais real e concreto.
Se até agora a única indicação que tínhamos da existência desta vida eram o risquinho a mais no teste de gravidez, alguns enjôos e dores nos peitos, agora sabemos que tem 9 semanas e 4 dias, 2.35cm e está com nascimento previsto para dia 13 de Agosto.
Em anexo seguem as fotos daquela que já é a maior e mais emocionante aventura das nossas vidas.
Esperamos poder continuar a contar as novidades, até que o pãozinho saia do forno :)
Muitos beijos para todos,
Nês e David"
2.12.2012
IJokes
As hormonas dão-me para a parvoíce. Assim, a semana passada foi uma risota despregada quando começámos com as IJokes, ou seja, piadas sobre a Apple e o Steve Jobs, que começam com o tão famoso I (ai).
Ainda hoje estou para perceber como conseguimos rir tanto e durante tanto tempo de algo tão básico, mas o que é certo é que (e diga-se que 'as 3 da manhã, naquela festa, já estava tudo muito bem atestado - menos eu, que não preciso, tenho as hormonas - e, portanto, o álcool também ajudou) é que aquilo deu muito aso 'a imaginação e ainda esta semana dei por mim a inventar mais uma maravilhosa piada para este grupo.
Assim, seguem-se algumas versões: Americana, Brasileira e Portuguesa (esta da minha utoria):
- O que disse o Steve Jobs quando chegou ao céu?
- IGod
- Com a morte do Steve Jobs, a Apple lançou mais um novo produto, desta vez na Bahia: o IPim
- Que disse o Steve Jobs quando se cruzou com uma família de ciganos?
- ILelo!!
* os maiores sucessos da noite foram a Ipinga, Ibanana e "ai, ai"... mas o nível de parvoíce era tal que não há como explicá-las.
2.11.2012
Ana Moura
Ontem foi dia de Ana Moura. E que bela surpresa!
Tinham-me dito que ela não era de grandes falas, algo tímida e, que embora cantasse bem, que o concerto era assim, morninho.
Pois ontem foi totalmente o oposto. Tanto em Português como em Inglês, envolveu a plateia. Pôs toda a gente 'a vontade, a cantar, a bater palmas. Explicou algumas das músicas, fez piadas e, acima de tudo, cantou espectacularmente.
Tivemos ainda direito 'a surpresa de o saxofonista dos Rolling Stones, com quem ela já trabalhou, aparecer em palco para a acompanhar em 3 Fados (vantagens de estar em Nova Iorque. Já no concerto do Philip Glass apareceu o Francis F. Coppola, já que mora por estas bandas).
A veia de emigrante desterrada há mais de 8 anos já me levou a vários eventos de Fado cá nos EUA. Contudo, de todos, contando com os concertos da Mariza e do Camané, este foi de longe o meu concerto preferido. O mais completo, mais intimista... não sei explicar. Adorei.
Os músicos exímios, ela linda de morrer (a mulher é mesmo uma brasa) e com uma voz fantástica. A cereja no topo foi quando interpretou "Por um Dia", um Fado de que gosto muito e que não sabia que ela (e os músicos) cantavam (a tocar aqui ao lado).
Um excelente início de fim de semana.
Gravidez - Considerações
2.06.2012
Dra. D.
Porque a minha ginecologista já não exerce obstetrícia, quando soube que estava grávida tive que marcar consulta com uma nova médica.
Liguei para o consultório e, ao explicar a situação, atribuiram-me logo uma outra médica, que viemos a conhecer passado 1 mês, na consulta das "8 semanas" (afinal, 9 semanas e 4 dias naquele dia).
Confesso que estava meio apreensiva por não tido qualquer parte activa nesta escolha ou tido sequer oportunidade de me certificar que a médica escolhida seria do nosso agrado. Afinal, numa fase tão especial das nossas vidas, é imperetrível que haja uma ligação de confiança, amizade e 'a vontade logo desde o início, para que as coisas corram pelo melhor até ao fim.
Esperámos, eu e o David, na sala de exame. Bateram 'a porta, e eis que entra a Dra. D.: alta, grande, robusta, extremamente sorridente e de braços abertos.
PARABENS!!! já exclamava ela, ao mesmo tempo que nos abraçava, sem sequer haver tempo para as apresentações formais. VAO SER PAIS!! QUE COISA FANTÁSTICA!!!
Conquistou-me imediatamente pela espontaneidade e pela afabilidade. Afinal, por estas bandas não é nada comum o contacto físico entre as pessoas, muito menos com quem se conhece pela primeira vez. Mas, logo ficou tudo explicado: a Dra. D. é Grega.
Estamos entre gente da nossa: Brasileiros, Portugueses, Gregos. Mediterrânicos e Latinos... tudo gente quente e que se recomenda. Mais um ponto a favor.
Durante o tempo todo que lá estivemos, mais que uma hora seguramente, fez-nos sentir especiais. Muito especiais. Como se fôssemos os únicos pais 'a face da terra prestes a terem o seu primeiro filho. Como se nunca antes a Dra. D. tivesse enfrentado tal situação. Um bebé, que novidade!! Contem-me tudo!!
Incrível que uma obstrecta há já tantos anos, com tantos partos, bebés e pais no seu curriculum, nos tenha conseguido fazer sentir assim. O que é certo é que soubemos imediatamente que tínhamos ali a médica certa para nós.
Perguntou-nos tudo: de onde éramos, como crescemos, como fomos criados, que empregos temos, se vamos ter alguém a ajudar quando o rebento nascer, qual o tamanho do nosso apartamento, qual o histórico de saúde e familiar de cada um de nós, se foi planeado, quanto tempo demorou até engravidarmos (fiquei a saber que, para a minha idade, estou mais que saudável!), e mais e mais.
Previu a data de nascimento, deu-nos dicas quanto a cremes para estrias (dica: comprem todos na Europa. Os Americanos não prestam :P), quando comprar o quê, com o que nos preocuparmos agora, que exames se vão seguir, etc, etc...
E, uma vez mais, tudo com o máximo de atenção. Sem nos apressar, sem nos fazer sentir que a próxima paciente poderia estar 'a espera. Muitos mais pontos a favor.
Depois, no fim, eis que nos marca a próxima consulta e nos fala de quando será a primeira ecografia.
(Abro aqui um 'aparte para dizer que, tanto eu como o David, esperámos ansiosamente por esta primeira consulta. Por todas as razões e mais algumas mas também porque estávamos piamente convencidos de que iríamos, pela primeira vez, vislumbrar o que se passa no meu útero e, quiçá, escutar o bater do coração da então Favita. Assim, já podem adivinhar a nossa cara de desilusão quando a médica nos disse aquilo.)
- Mas... não vamos ver nada do bebé hoje?
E foi aqui que a Dra. D. ganhou o 1º prémio para a melhor primeira consulta de sempre, para além de todas as menções honrosas já recebidas. Nem foi preciso dizermos mais nada, pois as nossas caras e a nossa exclamação não precisaram de mais interpretação.
- Bem... o que posso fazer é pôr aqui no relatório que houve um pouco de sangramento e que, por precaução, recomendo que se faça uma ecografia. Mas corroborem com a história, ok? - disse ela a sorrir e a piscar o olho.
Avisou-nos que, num estado tão precoce da gravidez, o embrião estaria ainda muito pouco desenvolvido. Não se veriam braços nem pernas, mas em vez disso toquinhos. Talvez a forma ainda não fosse a mais humana. Mas por nós, tudo bem. Rejubilámos com a ideia de, finalmente, tudo se tornar mais concreto, com uma imagem, uma visão.
(continua)
* na foto, eu sentada no consultório... sei lá com que dúvidas/expectativas/deslumbramentos a passar pela cabeça.
Liguei para o consultório e, ao explicar a situação, atribuiram-me logo uma outra médica, que viemos a conhecer passado 1 mês, na consulta das "8 semanas" (afinal, 9 semanas e 4 dias naquele dia).
Confesso que estava meio apreensiva por não tido qualquer parte activa nesta escolha ou tido sequer oportunidade de me certificar que a médica escolhida seria do nosso agrado. Afinal, numa fase tão especial das nossas vidas, é imperetrível que haja uma ligação de confiança, amizade e 'a vontade logo desde o início, para que as coisas corram pelo melhor até ao fim.
Esperámos, eu e o David, na sala de exame. Bateram 'a porta, e eis que entra a Dra. D.: alta, grande, robusta, extremamente sorridente e de braços abertos.
PARABENS!!! já exclamava ela, ao mesmo tempo que nos abraçava, sem sequer haver tempo para as apresentações formais. VAO SER PAIS!! QUE COISA FANTÁSTICA!!!
Conquistou-me imediatamente pela espontaneidade e pela afabilidade. Afinal, por estas bandas não é nada comum o contacto físico entre as pessoas, muito menos com quem se conhece pela primeira vez. Mas, logo ficou tudo explicado: a Dra. D. é Grega.
Estamos entre gente da nossa: Brasileiros, Portugueses, Gregos. Mediterrânicos e Latinos... tudo gente quente e que se recomenda. Mais um ponto a favor.
Durante o tempo todo que lá estivemos, mais que uma hora seguramente, fez-nos sentir especiais. Muito especiais. Como se fôssemos os únicos pais 'a face da terra prestes a terem o seu primeiro filho. Como se nunca antes a Dra. D. tivesse enfrentado tal situação. Um bebé, que novidade!! Contem-me tudo!!
Incrível que uma obstrecta há já tantos anos, com tantos partos, bebés e pais no seu curriculum, nos tenha conseguido fazer sentir assim. O que é certo é que soubemos imediatamente que tínhamos ali a médica certa para nós.
Perguntou-nos tudo: de onde éramos, como crescemos, como fomos criados, que empregos temos, se vamos ter alguém a ajudar quando o rebento nascer, qual o tamanho do nosso apartamento, qual o histórico de saúde e familiar de cada um de nós, se foi planeado, quanto tempo demorou até engravidarmos (fiquei a saber que, para a minha idade, estou mais que saudável!), e mais e mais.
Previu a data de nascimento, deu-nos dicas quanto a cremes para estrias (dica: comprem todos na Europa. Os Americanos não prestam :P), quando comprar o quê, com o que nos preocuparmos agora, que exames se vão seguir, etc, etc...
E, uma vez mais, tudo com o máximo de atenção. Sem nos apressar, sem nos fazer sentir que a próxima paciente poderia estar 'a espera. Muitos mais pontos a favor.
Depois, no fim, eis que nos marca a próxima consulta e nos fala de quando será a primeira ecografia.
(Abro aqui um 'aparte para dizer que, tanto eu como o David, esperámos ansiosamente por esta primeira consulta. Por todas as razões e mais algumas mas também porque estávamos piamente convencidos de que iríamos, pela primeira vez, vislumbrar o que se passa no meu útero e, quiçá, escutar o bater do coração da então Favita. Assim, já podem adivinhar a nossa cara de desilusão quando a médica nos disse aquilo.)
- Mas... não vamos ver nada do bebé hoje?
E foi aqui que a Dra. D. ganhou o 1º prémio para a melhor primeira consulta de sempre, para além de todas as menções honrosas já recebidas. Nem foi preciso dizermos mais nada, pois as nossas caras e a nossa exclamação não precisaram de mais interpretação.
- Bem... o que posso fazer é pôr aqui no relatório que houve um pouco de sangramento e que, por precaução, recomendo que se faça uma ecografia. Mas corroborem com a história, ok? - disse ela a sorrir e a piscar o olho.
Avisou-nos que, num estado tão precoce da gravidez, o embrião estaria ainda muito pouco desenvolvido. Não se veriam braços nem pernas, mas em vez disso toquinhos. Talvez a forma ainda não fosse a mais humana. Mas por nós, tudo bem. Rejubilámos com a ideia de, finalmente, tudo se tornar mais concreto, com uma imagem, uma visão.
(continua)
* na foto, eu sentada no consultório... sei lá com que dúvidas/expectativas/deslumbramentos a passar pela cabeça.
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