2.06.2012

Dra. D.

Porque a minha ginecologista já não exerce obstetrícia, quando soube que estava grávida tive que marcar consulta com uma nova médica.

Liguei para o consultório e, ao explicar a situação, atribuiram-me logo uma outra médica, que viemos a conhecer passado 1 mês, na consulta das "8 semanas" (afinal, 9 semanas e 4 dias naquele dia).

Confesso que estava meio apreensiva por não tido qualquer parte activa nesta escolha ou tido sequer oportunidade de me certificar que a médica escolhida seria do nosso agrado. Afinal, numa fase tão especial das nossas vidas, é imperetrível que haja uma ligação de confiança, amizade e 'a vontade logo desde o início, para que as coisas corram pelo melhor até ao fim.

Esperámos, eu e o David, na sala de exame. Bateram 'a porta, e eis que entra a Dra. D.: alta, grande, robusta, extremamente sorridente e de braços abertos.
PARABENS!!! já exclamava ela, ao mesmo tempo que nos abraçava, sem sequer haver tempo para as apresentações formais. VAO SER PAIS!! QUE COISA FANTÁSTICA!!!

Conquistou-me imediatamente pela espontaneidade e pela afabilidade. Afinal, por estas bandas não é nada comum o contacto físico entre as pessoas, muito menos com quem se conhece pela primeira vez. Mas, logo ficou tudo explicado: a Dra. D. é Grega.

Estamos entre gente da nossa: Brasileiros, Portugueses, Gregos. Mediterrânicos e Latinos... tudo gente quente e que se recomenda. Mais um ponto a favor.

Durante o tempo todo que lá estivemos, mais que uma hora seguramente, fez-nos sentir especiais. Muito especiais. Como se fôssemos os únicos pais 'a face da terra prestes a terem o seu primeiro filho. Como se nunca antes a Dra. D. tivesse enfrentado tal situação. Um bebé, que novidade!! Contem-me tudo!!

Incrível que uma obstrecta há já tantos anos, com tantos partos, bebés e pais no seu curriculum, nos tenha conseguido fazer sentir assim. O que é certo é que soubemos imediatamente que tínhamos ali a médica certa para nós.

Perguntou-nos tudo: de onde éramos, como crescemos, como fomos criados, que empregos temos, se vamos ter alguém a ajudar quando o rebento nascer, qual o tamanho do nosso apartamento, qual o histórico de saúde e familiar de cada um de nós, se foi planeado, quanto tempo demorou até engravidarmos (fiquei a saber que, para a minha idade, estou mais que saudável!), e mais e mais.

Previu a data de nascimento, deu-nos dicas quanto a cremes para estrias (dica: comprem todos na Europa. Os Americanos não prestam :P), quando comprar o quê, com o que nos preocuparmos agora, que exames se vão seguir, etc, etc...

E, uma vez mais, tudo com o máximo de atenção. Sem nos apressar, sem nos fazer sentir que a próxima paciente poderia estar 'a espera. Muitos mais pontos a favor.

Depois, no fim, eis que nos marca a próxima consulta e nos fala de quando será a primeira ecografia.

(Abro aqui um 'aparte para dizer que, tanto eu como o David, esperámos ansiosamente por esta primeira consulta. Por todas as razões e mais algumas mas também porque estávamos piamente convencidos de que iríamos, pela primeira vez, vislumbrar o que se passa no meu útero e, quiçá, escutar o bater do coração da então Favita. Assim, já podem adivinhar a nossa cara de desilusão quando a médica nos disse aquilo.)

- Mas... não vamos ver nada do bebé hoje?
E foi aqui que a Dra. D. ganhou o 1º prémio para a melhor primeira consulta de sempre, para além de todas as menções honrosas já recebidas. Nem foi preciso dizermos mais nada, pois as nossas caras e a nossa exclamação não precisaram de mais interpretação.
- Bem... o que posso fazer é pôr aqui no relatório que houve um pouco de sangramento e que, por precaução, recomendo que se faça uma ecografia. Mas corroborem com a história, ok? - disse ela a sorrir e a piscar o olho.

Avisou-nos que, num estado tão precoce da gravidez, o embrião estaria ainda muito pouco desenvolvido. Não se veriam braços nem pernas, mas em vez disso toquinhos. Talvez a forma ainda não fosse a mais humana. Mas por nós, tudo bem. Rejubilámos com a ideia de, finalmente, tudo se tornar mais concreto, com uma imagem, uma visão.

(continua)

* na foto, eu sentada no consultório... sei lá com que dúvidas/expectativas/deslumbramentos a passar pela cabeça.

1 comment:

enfermagica said...

Inês, já gostei da médica :)
Achei muito interessante dedicar-se só a obstetrícia.
E como é bom ter afinidade com a médica do pré natal e mais ainda ser a mesma que fará o parto.
abraço.
Saúde pra Cajú!