1.24.2008

Lab Retreat

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Há 2 fins de semana atrás foi a retreat do laboratório.

Vamos todos (19 pessoas) para o estado do Maine (que faz fronteira com o Canadá) e ficamos numa casa durante 4 dias. Durante esse tempo obviamente que o trabalho não é descurado e lá temos nós que ter sessões de ciência/apresentações. Mas depois, é uma festa.
Lá vamos nós para o Ski Resort, que é um dos melhores da área: Sunday River

A casa onde ficámos (ou antes, as 2 casas, pois estavam ligadas e era tudo nosso) é cinematográfica. Percam algum tempo aqui e vejam só a quantidade de luxos: sala de cinema, mesa de snooker, matraquilhos e ping-pong, piscina (que não nos valeu de nada pois estava congelada), duas hot-tubs, playstations, não sei quantos ecrans plasma... verdadeiramente surreal para o comum mortal.

'As vezes o pessoal até ficava numa de não ir esquiar e curtir um pouco a casa, de tão confortável que era. Eu só fui esquiar uma vez, não tanto por causa da casa mas mais porque é bastante caro passar o dia nas montanhas, tendo que pagar lift-ticket e rental (aproximadamente 100 dólares por dia). O chefe até que se podia chegar 'a frente mas, como casa, alimentação e transportes são todos por conta dele, a malta não se importa.

'A medida que vou ganhando experiência a fazer ski, cada vez me divirto mais e faço melhor. Em contrapartida, embora caia muito menos que em vezes anteriores, quando caio faço-o a sério. Como agora já esquio mais depressa e em pistas mais difíceis, fiz quatro valentes nódoas negras das 2 vezes que caí. Até me abstive de tirar fotos, não fossem os mais susceptíveis ficar impressionados, mas pareço uma vaca leiteira com manchas tão negras na pele agora branca pela ausência de sol.

Contudo, todo o excesso de confiança tem as suas desvantagens, a maior das quais é metermo-nos em belos 31. Claro que já estão mesmo a ver que aqui a menina Inês se meteu num bela alhada.

Para perceberem bem, vão até este site e sigam as minhas intruções:

Agora, só uma pequena introdução para dizer que as pistas mais fáceis são as verdes, seguidas pelas azuis, sendo as mais difíceis as pretas (cuja dificuldade ainda é maior quando, em vez de 1 diamante têm 2).

Ora, aqui a Maria Amélia andou o dia todo nas azuis e verdes, alternando entre o Spruce Peak e o Aurora Peak (por favor clicar no mapa EAST, ampliar e mover com o cursor) e descendo de diferentes maneiras até South Ridge Lodge. Quando já se aproximava o fecho do resort, aqui a Je pensou "hhmmm, já conheço estas pistas, já consigo descer sem grandes problemas.... vou tentar outro pico e outra pista azul".

O eleito foi o pico Barker Mountain, nomeadamente a pista Ecstasy que, muito embora o nome arrebatador (percam algum tempo a ler os nomes das pistas e vão-se fartar de rir), desce a montanha não a direito mas sim numa oblíqua.
Isto quer dizer que não seria tão inclinada.

E lá foi a Inês para a última etapa do dia. Estudei o mapa dos elevadores a apanhar e meti-me a caminho. Ora acontece que, não sei bem em que altura do campeonato, troquei as voltas e, após muuuuuito tempo a subir e a subir a montanha, vi que tinha apanhado o elevador errado e estava no Locke Mountain... ou seja, ao lado do que eu queria e, se olharem bem para a corzinha das pistas lá.... quase todas pretas. Gulp!!!

Havia 2 azuis 'a escolha mas, fiquei tão atarantada, que acabei por escolher a piorzinha (Upper Punch).

Nota: De se notar também que tirar as maozinhas das luvas para analisar o mapa é impensável 'aquela altura pois está mesmo, MESMO, muito frio. Para terem uma ideia, o meu telelé deixou de funcionar com o frio e só reanimou quando sentiu temperatutas mais próximas do positivo.

Continuando: Mais valia ter ido pela "Goat Path": um caminho de cabras era mesmo que eu precisava. Azar. Ainda me pus a olhar para o elevador e a pensar se deveria pedir ao homenzinho para me deixar descer mas depois... que se lixe, já estou aqui, é p'rá desgraça!

Passados 2 segundos a descer arrependi-me logo do espírito aventurerio... mas aí também já não conseguia ir para cima e olha, lá teve que ser.

Eu bem tentava ir devagarinho mas a pista era tão inclinada que eu ganhava muito lanço sem querer... e claro, direito a cheirar a neve directamente com o meu nariz. Numa das quedas até perdi um dos skis. Lindo!

Depois, o dia já estava a acabar e eu não via ninguém por aquelas bandas... já tinha começado a rezar aos santinhos e a entrar naquela fase em que falamos com nós próprios:
- "vá Inês... devagarinho... deva...gaaaaaaa...ri..... catrapum.... ai Inês.... como raio vais sair daqui. Só tu!" - lá ia eu falando com os meus botões.
Já pensava: bem, se eu ficar por aqui, ao menos estou com o meu casaquinho amarelo e o meu gorro laranja fluorescente e alguém me há-de ver... só espero que não seja um urso (ao subir no elevador vi várias pegadas a passear pelos locais afastados das pistas).

E lá ia eu, a tentar descer aos tiquinhos, mais um trambulhão, mais neve nos ouvidos, mais um esqui pelo ar... bem, no fim lá consegui chegar inteirinha (tirando as nódoas negras) e completamente estourada. Estava tão fraquita das pernas que quando já ia numa pista verde, que é bem a direito, também já não conseguia controlar bem a coisa.

Toma lá que é para aprenderes a não ser confiante demais! :P

'A noite, foi uma delícia mergulhar na hot-tub, rebolar na neve e voltar para o quentinho da água, ali ao ar livre (esta coisa que os Escandinavos fazem é mesmo extraordinária. Os nossos terminais nervosos recebem tanta informação contraditória relativamente 'a temperatura que a sensação é de formigueiro em vez de quente ou frio. Aconselho vivamente).

E o sono... foi mais que merecido!

1 comment:

Anonymous said...

Cada pista com nome mais engraçado ;)
Obrigado pelas tuas "histórias", são uma maravilha de ler.
um abraço