No dia 24 de Janeiro de 2004, escrevi-a eu assim, nos primórdios do "Casaco Amarelo":
"Vim para o lab, onde recolhi os meus primeiros embriões de zebrafish. São tão giros! Estou agora a companhar o desenvolvimento deles ao microscópio e, nos intervalos, vou relatando as minhas aventuras. E' mesmo espectacular vê-los a desenvolver-se e ir identificando as estruturas que caracterizam cada estadio. Sei que é um cliche mas, a Natureza faz as coisas de maneira mesmo magnífica. E' nestes momentos que sinto com mais certeza que a minha escolha profissional me realiza plenamente. Estou mesmo ansiosa por comecar a investigar e enfrentar todos os obstaculos inerentes para poder ficar mais proximo da Natureza! Acho que me apaixonei pelos meus peixes!! "
'A parte todas as dificuldades inerentes a um doutoramento e toda a dose de sofrimento compensada apenas por umas graminhas de sucesso, continuo a achar maravilhoso e admirável observar o desenvolvimento destes peixinhos.
Embrião de Zebrafish, 24 horas após a fertilização
Vejam só no filme como se passa de 1 célula, para 2, 4, 8, 16.... até já termos estruturas como o coração, o olho, os sómitos, a vesícula ótica e tudo mais, formados!
Não é lindo?
Falando em termos científicos, acabaram de observar o zigoto a passar pelos processos de clivagem, blastulação, gastrulação e segmentação.
5.22.2008
5.16.2008
Twin Peaks Revival
Quando em 1990 a série
Twin Peaks se estreou em Portugal, os meus imberbes e ingénuos 12 anos não me permitiram apreciar a obra de Mark Frost e David Lynch.
Para além de estranha, toda a trama envolvida numa atmosfera misteriosa, macabra e tensa não eram, sem dúvida, a melhor experiência 'as tantas da noite, antes de ir dormir (como sempre na TV Portuguesa, tudo o que é bom passa a horários impraticáveis durante a semana). Assim, naquela altura esta obra prima passou-me quase ao lado, não fosse a banda sonora excelente, essa sim, algo que registei imediatamente.
E agora, em 2008, quase 20 anos passados sob a estreia de Twin Peaks, eis que me dediquei a saber e conhecer finalmente o extraordinário e o fantástico para o qual a série nos transporta.
S. emprestou-me a Gold collection e de imediato fiquei viciada, não descansando até chegar ao último DVD, ao último episódio, ao úlimo material bónus. Sorvi tudo avidamente: Agent Cooper, Sheriff Truman, Dr. Jacoby, the Log Lady, Laura Palmer, Chief Gordan Cole (hilariantemente interpretado pelo próprio David Lynch) e tantas outras personagens deliciosas fizeram-me excelente companhia durante 1 mês.
Não hajam dúvidas que é uma obra prima extraordinária!
A rever, sempre!
5.10.2008
E' bom ter leitores assim!
Ao anónimo que comentou no post Música Cabo Verdeana e me sugeriu que ouvisse Mayra Andrade e Nancy Vieira, o meu muito obrigada!
NANCY VIEIRA
MAYRA ANDRADE
Grande malha!
Ao António, que comentou aqui
e me mandou, prontamente a música da Sophie e a tão procurada "Estava Escrito" (embora cantada pelo grupo "Labaredas"... ao que parece o Ney nunca lhe pegou), um muito obrigada também!
NANCY VIEIRA
MAYRA ANDRADE
Grande malha!
Ao António, que comentou aqui
e me mandou, prontamente a música da Sophie e a tão procurada "Estava Escrito" (embora cantada pelo grupo "Labaredas"... ao que parece o Ney nunca lhe pegou), um muito obrigada também!
5.08.2008
Pasta e mais Pasta
Porque comer fora todos os dias pesa no bolso, opto muitas vezes por trazer a marmita e almoçar comidinha caseira. Por outro lado, cozinhar todos os dias 'as vezes não é possível, por falta de tempo ou de vontade. Assim, quando me meto a cozinhar, faço logo uma quantidade industrial, para que o gourmet dure vários dias.
A última receita foi Pene com Mozzarela, espargos, cogumelos, pimentos e galinha. Ficou bem bom, devo dizer, mas hoje, ao fim de 3 dias a almoçar pasta e mais pasta, pensei:
- ah, hoje compro qualquer coisa lá na cantina.
Chegada a hora de almoço lá fui eu comprar a minha comida.
Ironia das ironias, o prato do dia era Lasagna de vegetais!
5.07.2008
Contra o Acordo Ortográfico
No blog "Estado Civil" lê-se o seguinte acerca do Acordo Ortográico:
"(...) não podemos deixar de manifestar o nosso desacordo e a nossa mais profunda indignação acerca das modificações previstas para a ortografia portuguesa que, além de contraditórias, só irão causar mais confusão para quem aprende e, mais importante, fala o português.
O próprio acordo entra em contradição variadas vezes. Está previsto que se retirem os “c’s” e os “p’s” mudos, desprezando a etimologia das palavras, mas também está previsto que se mantenham os “h’s” mudos (“homem”, “harmonia”), devido à etimologia das palavras. Onde está a coerência nisto?
Para além deste facto, a eliminação dos “c’s” e dos “p’s” mudos irá causar imensa confusão para quem aprende e fala a língua portuguesa em Portugal, visto que vai contra as regras da pronúncia do português nesse país. Isto porque, apesar de não se lerem explicitamente, os “c’s” e os “p’s” são essenciais para indicar a abertura da vogal que lhes precede. Eis alguns exemplos práticos que o demonstram claramente:
• Na palavra “cação”, o primeiro “a” é fechado; lê-se, portanto, “câ-ção”. Na palavra “facção”, o primeiro “a” é aberto pela letra “c” que lhe sucede; lê-se, portanto, “fá-ção”. Ora, o acordo estabelece que se escreva “facção” como se escreve “cação”: “fação”. Mas nesse caso, qual a pronúncia correcta desta palavra? Segundo as regras da pronúncia do português de Portugal, deveria ler-se “fâ-ção”, visto que não há nenhum “c” que abra a vogal “a”!
• Na palavra “adoçar”, a letra “o” tem o valor de “u”; lê-se, portanto, “a-du-çar”. Na palavra “adopção”, a letra “o” é aberta pela letra “p” que lhe sucede; lê-se, portanto, “a-dó-ção”. Ora, o acordo estabelece que se escreva “adopção” como se escreve “adoçar”: “adoção”. Mas nesse caso, qual a pronúncia correcta desta palavra? Segundo as regras da pronúncia do português de Portugal, deveria ler-se “a-du-ção”, visto que não há nenhum “p” que abra a vogal “o”!
• Na palavra “tropeção”, a letra “e” é muda; lê-se, portanto, “tru-p’-ção”. Na palavra “inspecção”, a letra “e” é aberta pela letra “c” que lhe sucede; lê-se portanto, “ins-pé-ção”. Ora, o acordo estabelece que se escreva “inspecção” como se escreve “tropeção”: “inspeção”. Mas nesse caso, qual a pronúncia correcta desta palavra? Segundo as regras da pronúncia do português de Portugal, deveria ler-se “ins-p’-ção”, visto que não há nenhum “c” que abra a vogal “e”!
Evidentemente que poderíamos continuar com um vasto rol de exemplos, mas estes parecem-nos bastante elucidativos das graves consequências que estas modificações irão trazer."
E eu, de igual forma, concordo plenamente com que não se avance com este Acordo.
Assim, assinem aqui a petição contra o Acordo Ortográfico
5.06.2008
Sonho Americano
Quando vi o envelope 'a minha frente e analisei o seu conteúdo, confesso que fiquei algo confusa.
Aliás, ao ler "you have been randomly selected for the fiscal year... blá blá blá" (você foi aleatoriamente seleccionada para o ano fiscal...) não foi bem confusão que senti, mas calores. Julguei que ia passar por uma auditoria dos serviços fiscais dos USA. A avaliar pela maneira imberbe e inexperiente com que preencho os impostos, não me admirava nada que descobrissem algum erro e aí... pimba! Teria que desembolsar bastante dinheiro, possivelmente dinheiro que nem sequer tenho!
Depois, lendo a coisa com mais calma, leio a palavra "lottery" (lotaria). E' verdade que já há dois anos que me habilito 'a lotaria do Green Card - pensei - mas onde é que está a dizer Green Card?
Não encontrava essa palavra em lado nenhum.
Voltei ao estado de confusão. Tantos papéis e formulários, tinha que ser coisa séria. Como faço em todo e qualquer caso de dúvida (seja ela qual fôr, acerca do que fôr) recorro eu meu mui amigo Maurício, Carioca de gema, uma mente brilhante sempre dentro de tudo e actualizado acerca de tudo e de nada.
"Maurício, recebi esta coisa?" - disse-lhe ainda meio esbaforida ao chegar ao segundo andar - "O que é que é isto gajo? Será sobre a lotaria do Green Card? Mas não vejo a palavra em lado nenhum!!!"
Quase que nem o deixava falar.
- "Calma!!!" - respondeu ele com a sua pacificidade típica (neste quesito juro que ele é Baiano) - "Deixa ver!.... Hhhmmmm.... arrã..... hhmmmmmm!"
E eu apertava as mãos e voltava a sentir os calores:
- "E' grave gajo?!? Não me digas que é dos impostos?"
- "Hmmmmmm....." - continuava dele.
E depois, escancarando um franco sorriso, finalmente falou:
- "E' isso mesmo gaja, 'cê foi sorteada para a lotaria!!"
Eu?!?!?! EEUUUUU!?!?!?!
Caramba, nem queria acreditar. Eu, que nunca ganhei sequer um carrinho de linhas seja em que competição fôr, seja em que concurso fôr... nem num rifa!!!! Eu, no meio de toda a gente do planeta, fui sorteada!!!
FIIIIXEEEEE!!!
Não digo que me encontre mais próximo do "sonho Americano", pois esse já teve os seus dias contados mas, encontro-me certamente mais longe do "pesadelo Americano" que é tudo o que diga respeito a vistos e entradas e permanências legais no país.
Hoje já seguiram os papéis para a fase seguinte!
Vamos lá a ver se a coisa corre bem :)
PS - Fiquei também a saber que "Green Card" é o termo popular que se usa para nos referirmos ao "Diversity Visa", esse sim, o nome verdadeiro. Por isso é que eu não encontrava Green Card escrito em lado nenhum.
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