3.31.2011

NY details



- Um dos paparazzi era um chinoca minorca, caga tacos, anão, perna curta e rente ao chão. Munido da sua potentíssima máquina fotográfica, com uma objectiva quase do tamanho dele e capaz de o derrubar caso se distraísse e desequilibrasse, fazia também parte do seu equipamento um banquinho desdobrável. Transportava-o para aqui e para ali com imensa destreza e era em cima dele que se punha por forma a conseguir elevar-se sobre as cabeças dos seus rivais.

- Após ter visto a Liv e o Kevin (cá para os amigos), uma rapariga (e tantos outros) agarrou-se logo ao telemóvel, através do qual, excitadíssima, relatava a quem a ouvia do outro lado: ela é super alta e está mesmo aqui, a 2 metros de mim. Oh my God!! Oh my God!!

- Quando saímos do cinema, eu e a J. metemos-nos no F-Train e seguimos em direcção 'a rua 63 (julgávamos nós), em amena cavaqueira. A determinada altura, o caminho pareceu-nos algo longo, os nomes das estações pouco familiares. Até as pessoas no metro eram diferentes.

Mas espera, estamos no F? Sim, confirma-se. Hhhmm, mas onde é que estamos? Com a conversa não ouvimos os anúncios do motorista que avisam da mudança de trajecto (mesmo que tivessemos ouvido, não tínhamos percebido nada porque toda a gente sabe que estes altifalantes dos lugares públicos só estão autorizados a emitir sons fanhosos e inintelegíveis) e, quando demos conta, já estávamos a atravessar o rio para Queens.

Bonito!! E nós com tanta vontadinha de chegar a casa, com sono e cansadas (diga-se que o sono foi especialmente induzido pelo filme Francês que fomos ver, "Certified Copy"... Francês e está tudo dito). Decidimos sair na próxima estação, e inverter a nossa direcção. O plano era bom mas, devido 'as obras e sei lá que mais, os metros não corriam na direcção oposta. Tivemos que esperar de novo pelo metro que tínhamos acabado de abandonar e mais 'a frente saímos novamente, para inverter a direcção... e mais uma vez essa opção foi-nos negada. Parecia um daqueles pesadelos em que estamos num labirinto e não conseguimos sair.

Eu quero ir para Manhattan!!!!! (até me lembrei da Samantha, no Sex and the City).

E lá entrámos nós de novo no metro, para nos enfiarmos ainda mais em Queens e tentarmos chegar 'a única estação que permitia o retorno 'a "civilização".

O que vale é que nos deu para a parvoíce (mais a mim do que 'a J., mas depois acabou por entrar na onda). Dizia eu, armada em snob: que coisa?! Nós, meninas do Upper East Side, chiques, divas, aqui, a caminho de Queens... mas pronto, não te apoquentes J. Temos que ser uns para os outros e fica-nos sempre bem interagirmos com as minorias! (aqui, como a J. tão bem disse, eu parecia a irmã do Michael Bluth, do "Arrested Development"... bacoca, bacoquinha, burra, burrinha). E ríamos, pronto. Ao menos isso.
Sempre é mais giro andar "perdida" no metro acompanhada do que sozinha, como me aconteceu aqui... esta cena é meio parecida :)

** Fragmento do "Casaco Amarelo em NY"

"(...) Hoje queria ir igualmente nadar mais um pouco mas, os planos foram todos por água abaixo... ou antes, ficaram sem água! Queria comprar bilhetes para um espectáculo da Broadway e, para tal, caminhei até Washington Square, onde se encontra o polo principal da NYU e também a central de bilhetes, onde há descontos para estudantes (só mesmo nessas circunstâncias é que posso adquirir ingressos para tal evento). Chegada lá, bati com o nariz na porta. A bilheteira só abria às 12:30 e eu não podia esperar porque tinha embriões a crescer. Assim, voltei para o lab e decidi comprar os bilhetes da parte da tarde. Planeei ir lá às 17:30 para regressar por voltas das 18:30, o que ainda me dava tempo para ir nadar dessa hora até às 20h. Qual quê... o plano até era bom e exequível mas, a totoinha da Inês pura e simplesmente "perdeu-se" no metro. O que se passou foi que na linha que eu queria passam 4 metros, uns que param em todas as estações e outros que vão directos a paragens mais longínquas. De início apanhei um destes e vi a paragem que eu queria passar-me à frente. Assim que pude, saí e tentei parar na estação que queria no regresso. Parecia um filme cómico... mais uma vez, meti-me num metro que me permitiu uma vista previlegiada da dita plataforma, mas sem parar lá. Voltei, então, ao ponto de partida. Dou nova olhada ao mapa, excluo o metro W (que era no qual eu tinha feito esta primeira tour) e vai de decidir que o que eu queria era o N, Downtown. Espero na linha correspondente, vem o metro e entro, toda contente. Pois, pois... vai de ver outra vez a "8th street" (paragem que eu queria) a passar à minha frente e népias de conseguir lá chegar. Acontece que na mesma linha que o N corre o Q e eu não reparei que estava a entrar neste último. No regresso, nova tentativa para ficar na 8th street, novo falhanço... e vão duas viagens no carrocel. Finalmente, à 3ª, consigo sair na 8th street. É o que faz não estar habituada a metros com 4 linhas! Bem, lá vou eu toda lampeira à central de bilhetes e, qual não é a desilusão, após este esforço Herculeo, quando me dizem que os bilhetes já esgotaram. É preciso ter azar... começaram a ser vendidos hoje! Claro está que a ida à piscina ficou sem efeito uma vez que perdi uma hora a "passear" de metro. Mas, durante as 5 viagens que fiz, até deu para observar pessoa bastante curiosas. Uma, em particular, chamou-me a atenção pelo ar mórbido. Era uma moça, de aproximadamente 25 anos, muito branca. Os olhos eram azuis muito claros e, pos ser tão branca, as veias transpareciam um tom igualmente azulado. O cabelo era preto azeviche, com reflexos roxos, sendo também roxos o camiseiro e a mala, que se destacavam na idumentária totalmente negra. Está-se mesmo a ver o que ela me lembrou... um belo de um vampiro. "Será?". Bem, em NY tudo é possível... porque não? (já sei, já sei... filmes a mais!). Esqueci-me de ver como eram os dentes mas ela não estava com cara de bons amigos e, portanto, não os mostrou!
Bem, não consegui exercitar a nadar mas bem que o fiz a andar, a subir e descer escadas. Pode ser que amanhã lá consiga ir, está-me mesmo a apetecer. Não sei é se depois desta noitada terei energias... são agora 5:30 da manhã. Os embriões esperam-me..."

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