7.20.2011

Comunicação



Nesta coisa de morar no estrangeiro, encontra-se muita gente na mesma situação. Emigrante.
E, inevitavelmente, a determinada altura os caminhos separam-se e cada um segue o seu caminho, para e noutro sítio. Aliás, acontece nesta situação ou noutra qualquer em que as pessoas fiquem fisicamente afastadas.

Nas despedidas, promessas de emails, de continuação de contacto, de comunicação.
"Já sabes, quando quiseres, é só apareceres", "diz qualquer coisa quando fores até X ou Y". E eu, de facto, tento isso mesmo. E mando emails aqui e ali, mesmo que espaçados, para dizer olá, contar as novidades, saber como correm as coisas. Por vezes, um telefonema.
Mas tento. Mesmo que demore, tento manter o contacto.

Contudo, muitas vezes, o outro lado pura e simplesmente vai-se afastando, demora mais a responder, não retorna a chamada, desaparece por tempo indeterminado e puuff... vai-se.

Concordo que a vida passa a correr e que nem sempre encontramos um tempinho para responder ou então queremos responder "como deve ser" e, porque as condições nunca são as ideiais, o tempo passa passa e nunca mais se responde.

Mas, por muitas desculpas e justificativas que haja, eu sou da opinião que, se houver vontade, tudo se consegue, nem que sejam 2 linhas ou uma chamadinha de 3 segundos só para dizer que não se esqueceram de nós. A distância só existe se quisermos, especialmente nos dias de hoje.

Porque se não é assim, então o que eu não compreendo é porque é que, se nos meios de comunicação passiva, como o Facebook ou um Blog (e note-se que as pessoas têm sim tempo de ir a estes locais procurar a informação que não procuram a um nível mais pessoal), uma pessoa coloca que algo importante aconteceu ou, melhor ainda, que algo especialmente mau aconteceu (estranhamente, as pessoas parecem ser movidas a curiosidade. morbidez ou a desgraça alheia, em vez de natural cuidado e amizade), de repente toda a gente se lembra de ti.

Responder a emails, não têm tempo, retornar as chamadas, não houve oportunidade, mas escrever ou perguntar ou comentar assim que aparece um "is now single" no Facebook (ui, como as pessoas adoram separações e afins), ou um "está grávida", "está triste" e tal, aí há logo tempo, pois a curiosidade (ou o que quer que seja) não pode esperar.

Não se julgue que estou a atirar pedras. Não posso, porque tenho telhados de vidro e também eu faço isso. Mas faço isso com quem não me é próximo. Com quem é mais um conhecido do que um amigo. Agora, com quem considero amigo, procuro sim um contacto mais pessoal, mais próximo, dentro do possível.

Após vários emails e missivas deste cariz e da ausência de resposta ou reciprocidade, decidi agora que não vale a pena esforçar-me por algo que deve ser bidireccional e não o é.

Por isso, nova regra: mando email, tento comunicação. Quem responder, recebe resposta, quem não responder... olha, passar bem!

Mas depois não me venham perguntar coisas no FB ou Blog :P

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