“ (…)
Rugas
ja começo a ter as primeiras rugas
Rugas
começam-me a nascer as primeiras rugas
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar, começo a franzir
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar
Rugas de sentir
Rugas (…)”
(António Variações, in Humanos)
Escutava esta música e ocorreu-me que as rugas são sempre acompanhadas de uma carga simbólica e emocional muito forte, de maneira geral associadas a melancolia e tristeza, recordação de tempos passados e que já não voltam, resvetidas de doçura e de amargura.
Mas, nem sempre tem que ser assim.
Rugas lembram-me calma, tranquilidade, a imensidão azul, um mergulho no mar, um suster da respiração e contemplação da luz filtrada pela água límpida, uma onda que passa por cima arrastando consigo a espuma branca. Lembram-me o silêncio surdo do mar. Cabelos revoltos, pele morena, sabor a sal nos lábios, nos olhos. Férias, praia, um gelado, uma roda de amigos, um pôr do sol, um fim do dia, um beijo salgado.
Rugas… rugas nos dedos das mãos, nos dedos dos pés de tanto tempo passar dentro de água.
Rugas de água… felicidade.
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1 comment:
nem sei bem porque mas parece-me S. Andre.Sera?
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