Acordava agora para a última manhã que passavam juntos.
Junto a si, ele ainda dormia.
Sentia-o nas suas costas, quente e tranquilo. Também assim ela se sentia envolta por aquele abraço e aconchegada no seu interior. Lentamente, virou-se. O seu corpo moveu-se também, ajustando-se ao dela. Num sono não perturbado continuava a abraçá-la.
Nesta posição, ficou a olhá-lo. Admirava-lhe as feições. Lábios carnudos, pestanas longas, uma leve marca na face deixando adivinhar o sorriso amplo. Memorizava a pequena cicatriz no sobrolho, o quase imperceptivel sinal na orelha. Sentia-lhe o cheiro e o toque. A respiração, profunda, confundia-se com o bater do mar lá fora, tão perto.
Perdeu-se demoradamente nesta contemplação...
Desejou que o tempo parasse e puder segurar aquele momento. Dentro dela, soaram-lhe então os primeiros acordes daquela música (Gorecki -Lamb):
“If I should die this very moment
I wouldn’t fear
For I’ve never known completeness
Like being here
Wrapped in the warmth of you...”
Encaixou-se sob o seu queixo, naquela reentrancia já tão familiar e tão sua. Sentia agora a aspereza da barba por fazer no cabelo e o peito macio no seu rosto. Abraçou-o mais. Inspirou fundo e deixou que a sua essência a invadisse.
Como que escutando a mesma música, num sono não perturbado, também ele a apertou contra si.
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1 comment:
...palavras para que??ternura, carinho, cumplicidade.
que perdure essa sensação e esse amor.
meb :)
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