
Que os Brasileiros são, não sua generalidade, bastante atiradiços toda a gente sabe, ou pelo menos deve sempre desconfiar :)
A prova disso é que, no forró, enquanto decorre a dança é frequente que me perguntem não se eu tenho namorado mas, mais atrevidamente, se o meu namorado está a ver.
Contudo, dada a situação que decorreu hoje, eu diria que eles é que deviam prestar atenção na namorada e verificar se ela está a ver.
A história é no mínimo caricata.
Dançava eu com o meu amigo Adelson, com quem vou sempre ao Forró e com quem já toda a gente se habitou a ver-me e, porque tinha uma blusa relativamente curta, em várias das voltas a tatuagem ficava parcialmente ‘a mostra.
Terminado o Xôte, voltei para o meu lugar e esperei sentada pela próxima dança, aproveitando também para descançar. O rapaz ao meu lado, que eu nunca tinha visto mais gordo, com quem nunca tinha falado ou dançado e em quem nem sequer tinha reparado, perguntou-me o que era a minha tatuagem. Respondi-lhe e a coisa ficou por aí.
Meteram-se mais umas danças, voltei de novo ao meu lugar e, passados uns momentos, o mesmo rapaz diz-me tristemente: porque eu perguntei para você o que era a sua tatuagem, minha namorada terminou comigo!
Fiquei completamente perplexa e não consegui evitar um “é doida!”. Eu, ali “sugadita” a dançar com o meu amigo, sem sequer saber da existência daquele rapaz quanto mais da namorada e, de repente, sou motivo de vendaval.
E que vendaval!
Afastei-me logo para outro lado, não fosse fazer mais estragos sem dar conta. Mesmo assim, deu para ver a cena: ela amuou, ela deixou-o sozinho, ela voltou, ela discutiu, ela chorou, ela voltou a sair, voltou de novo, fez beicinho… bem, no fim já estava tudo bem de novo mas o rapaz, coitado, no meio da história toda só encolhia os ombros. Não haja dúvidas que, ALGUMAS mulheres são, de facto, muito complicadas e ALGUNS homens deviam receber o prémio da paciência.
Incrível, eu ali sem fazer nada e zás… metida numa embrulhada. Logo eu que, NUNCA por NUNCA, me meteria fosse com quem fosse que eu soubesse comprometido. E’ ponto de honra que, até hoje, nunca quebrei. Só faltava a miúda vir tirar disputas comigo.
Fez-me lembrar a anedota do compadre Alentejanito, acusado de esfaquear o companheiro:
- Eu!? Eu estava aqui “sugadito” a descascar a minha maçanita e ele a atirar-se para cima da minha facanita!!
Bem, neste caso eu nem tinha consciência mas, mesmo quietinha, a coisa deu para o torto. Está visto que há gente que tem que ser menos insegura e aprender que o violoncelo não é um instrumento perigoso. Não o meu! :P