3.30.2006
A Miúda das Jardineiras
Porque o tempo continua lindo e fantástico e as temperaturas rondam, preparem-se, os agradáveis 14ºC (já dá para perceber o quão frio é o Inverno), as pessoas apressam-se a libertar-se do fardo que são os casacos e cachecóis, para darem lugar ‘as sandálias e ‘as mangas curtas.
Hoje de manhã, enquanto especada diante do armário aberto sem saber o que vestir que combinasse com o início do ar Primaveril (sabem como é, ter o armário cheio e sentir que não se tem nada de jeito para vestir), eis que me decidi pelas jardineiras. “Tão velhotas mas sempre tão prácticas” pensei e, ao mesmo tempo, veio-me ‘a ideia o que um amigo me disse há uns tempos, quando cá veio jantar: “Ainda me lembro da menina Inês nos primeiros dias de Faculdade, com as suas Jardineiras e a mandar vir com os veteranos a dizer que não ia ser praxada e não. E não foi mesmo!”
Sorri com ternura.
Algumas coisas não mudam, mesmo volvidos quase 10 anos sobre este episódio. Amizades que se mantêm e manterão, eu, teimosa e resmungona sempre pronta a disparatar quando as coisas não me cheiram, as mesmas Jardineiras e, curiosamente, o mesmo sentimento de outrora.
A menina.
Continuo a sentir-me uma miúda, longe da “Senhora” que, invariavelmente, julguei que os 20 e tal anos significavam (quase 30, quase 30….). Sempre julguei que chegada a esta idade me sentisse mais adulta, “mais grande” mas, rodeiam-me os mesmos medos, receios, inseguranças, sonhos e o conforto que é saber que tenho os pais, amigos e família para o que fôr preciso, para me protegerem e ajudarem. Dizem-me sempre que não, que é só impressão: “Olha só para a tua trajectória? Es pessoas destemida, responsável e aventureira. Mais que independente. Es muito Mulher e Senhora”. E dentro de mim o mesmo pensamento de sempre: ”Eu acho é que ando a brincar aos adultos!”
Algumas coisas realmente nunca mudam…
Felizmente o tempo não obedece a estas minhas constatações :)
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