6.30.2011

Corrida "Portugal Day"



Há uns fins de semana atrás foi a corrida do "Portugal Day", no Central Park. Foi a primeira vez que se realizou e espero que daqui para a frente continue a fazer-se, pois adorei.

A coisa começou logo bem quando fui buscar o dorsal/número e t-shirt. A blusa é toda gira e de boa qualidade. A acompanhá-la, dentro de um saquinho todo XPTO também: uma lata de ATUM BOM PETISCO!!
Já devem imaginar como fiquei radiante, uma vez que, sempre que volto de Portugal, venho com 10 latas desta iguaria na malita. Receber assim, "di grátis" e sem contar, uma lata destas, foi uma bela surpresa :)

Depois, no dia, era uma festa total. Montes de gente, bandeirinhas de Portugal espalhadas pelos que foram assistir, barraquinhas com broa, queijo da serra, bolo de chocolate, atum bom petisco (lá consegui mais uma latinha, heheh), sumol... uma alegria.

Confesso que estava um pouco receosa de não me aguentar 'a bronca, diga-se 'as 5 milhas (8 km), uma vez que já não corria há algum tempo e que tinha ido para o Grand Canyon na semana passada, o que me deixou com uma senhora bolha no dedo grande do pé. Mas, fear not... enganei-me.

Corri tudo, tudinho, sempre com energia e sem ser a arrastar-me e a sofrer e terminei no que seria o meu tempo normal, que é cerca de 10 minutos por milha. E correr no Central Park, é uma emoção, mesmo. Quando começámos, o ver aquela gente toda reunida para correr, os apoiantes todos a aplaudirem e a sorriem, a abanar bandeiras e afins, tudo a juntar 'a musiqueta que escutava, deixou-me 'a beira da lagrimita... mas a correr não dá jeito nenhum e, respirei fundo, disse-me "deixa-te de mariquices" e lá fui eu!

A organização foi super profissional. Quando nos inscrevemos, dizemos qual é o nosso ritmo de corrida. Baseado nisso, no dia da corrida, somos distribuídos por áreas (a que eles chamam de curral... mééé ééé ééé) com código de cor, por forma a que os mais rápidos fiquem 'a frente e ninguém empate ninguém. No pézinho, uma sensor magnético, que regista quando partimos e quando chegamos, por forma a sabermos como foi a nossa performance. Ao longo do trajecto, fotógrafos cujas fotos são depois identificadas com base no nosso número e depois nos são enviadas por email.
Na marca das 4 milhas, uma surpresa maravilhosa: uma cortina de vapor de água pela qual todos passávamos e nos refrescávamos. Maravilha! Com aquele calor, soube mesmo bem.

E pronto. Foi assim!
Por isso, saí de lá radiante e cheia de energia... nem parecia que tinha acordado 'as 5:30 da matina.









6.27.2011

O emplastro



Como já referi aqui, temos uma porteiro mesmo "muita" chato.

Hoje, cheguei e vi que ele estava perto do jardim a chatear alguém, se bem que notou a minha entrada. Do meu lado esquerdo, a porta do elevador aberta, ao fundo, a caixa do correio ainda por verificar. Correio ou elevador? Deixa-me mas é entrar já. Se vou ver o correio, já sei que apanho o chato do homem 'a perna.

6.25.2011

Modo de Navegação



Em Nova Iorque, parece que se vive numa floresta, de árvores de cimento altas e peculiares. Lindas. Entre elas, um labirinto de caminhos, uma infinidade de possibilidades.
Por aqui ou por ali?

A melhor maneira de se andar em Nova Iorque é a olhar para cima e seguir para onde os sinais luminosos nos indicam.

6.22.2011

Vulvodinia


Até hoje, o post que mais comentários recebeu aqui no Casaco Amarelo foi este, acerca da vulvodínia.

De facto, o que escrevi fez de serviço público e várias foram as pessoas que se reviram nos sintomas e, espero, na "cura" ou pelo menos no alívio do desconforto e da dor. Porque há tempos voltei a ter uma episódio semelhante ao descrito no post, volto a escrever sobre o assunto, para tornar a informação um pouco mais completa.

Mediante o aparecimento dos sintomas, aumentei a dose de citrato de cálcio e apliquei clotrimazol, um anti fúngico de largo espectro. A coisa não melhorou e tornou-se até bastante mais dolorosa, pelo que fui 'a ginecologista.

Mediante exames, revelou-se a presença de uma levedura, mais conhecida por candida. Embora as leveduras sejam fungos unicelulares, o clotrimazol parece não ter surtido o efeito desejado, pelo que a médica me receitou 4 doses de fluconazol (um outro anti-fúngico), para serem tomadas por via oral, 1 vez por semana.

Foi remédio santo! O efeito combinado do citrato de cálcio (que a médica recomendou que continuasse a tomar) com o fluconazol fez maravilhas e agora já estou aí para as curvas.

High Five



Andar de bicicleta en NY é uma aventura, maioritariamente no mau sentido, uma vez que o perigo espreita em todo o lado, com uma frequência exorbitante.

Ele é carros que abrem as portas sem verem quem vem lá, táxis que se atravessam sem mais nem menos, pessoas que se atiram 'a estrada com a ideia de que só carros é que por ali passam, povo das entregas em sentido contrário (hispânicos e asiáticos aos molhos), faixas de bicicleta cheias de obstáculos... venha o diabo e escolha.

Todas estas coisas me irritam solenemente. Juro que ando com vontade de comprar uma buzina para a bicicleta daquelas que parecem de camião, para ver se o pessoal apanha um susto valente.

Contudo, há uma coisa que ainda me consegue irritar mais que tudo isto: são as pessoas que se empoleiram na berma da estrada, justamente por onde passam as bicicletas, de braço esticado, para chamar um táxi.

Quase já levei uma bofetada/murro. Outras vezes, tenho que me baixar para passar pela mão no ar, porque o idiota não baixa o braço para eu passar. Ah, e claro que isto faz com que os táxis te empurrem para o lado e se atravessem 'a tua frente, pois entre apanhar um freguês e atropelar uma ciclista, é melhor o freguês.

Curiosamente, a vontade que me dá quando isto sucede, nem é de ser agressiva ou de lhes mandar um berro, como normalmente faço com os carros.
A vontade que me dá é de levantar também o braço e fazer um valente "high-five".

Juro que ainda o faço!

Central Park






Agora que os dias estão mais quentes, a humidade dá o ar da sua graça e os dias são mais longos, é um previlégio poder ir, quando saio do trabalho, pedalar para o Central Park.

Este espaço emociona-me: pelas pessoas, pelo verde, pela vida que tem. Quem por lá caminha, corre, anda de bicicleta ou patins, passeia os cães ou exercita de alguma maneira, fá-lo com um sorriso no rosto, porque o Central Park transmite calma, descontracção... obriga-nos a fazer uma pausa na cidade que não pára.

E é tão lindo!
E o pôr do sol, no West Side é tão único!
E as águas, do reservatório e do lago, tão plácidas!

E dou por mim a pensar e sentir muitas vezes que me apaixono cada vez mais por esta cidade.

I <3 NY :)

Madeleine Peyroux



Sábado passado fui ao concerto da Madeleine Peyroux, cantora em quem tropecei, por acaso, num destes dias, quando ouvia o website Pandora.

A música dela que me cativou e levou a obter todos os seus albuns não se encontra disponível para pôr aqui a tocar no estaminé, mas de certeza que a que por aqui passa neste preciso momento já dá para ter um cheirinho do tipo de música e de voz.

Ela é um misto de Ella Fitzgerald com Billie Holliday e outras que tais. Ao vivo soa tal e qual como nos CDs e foi uma maravilha escutar as músicas antigas, bem como as novas, do albúm que agora está a lançar. Pena ter ido sozinha. Pese embora actuasse por 3 dias, rapidamente os bilhetes esgotaram. Por saber que queria ir "no matter what:, comprei o meu bilhete assim que soube... os meus amigos já não foram a tempo e o maridão está a viajar.

Mas valeu muito a pena.
Se eu já era fã, ainda fiquei mais!

6.21.2011

Cantoria na rua - o fiasco

Ora bem, como anunciado ontem, hoje fui até ao DeSalvio Playground cantar com os Suaverinos, para a minha grande estreia como (wanna be) cantora.

Primeira coisa, a fatiota. Segundo o código da banda, os homens vão de fato e as mulheres de vestido e salto alto, para o clássico. Assim sendo, lá fui desencantar um vestido preto no armário, que cai sempre bem, e umas sandálias de salto. Como não estou habituada a este tipo de indumentárias, demorei mais tempo do que pensava a arranjar-me e, com o tempo a escassear, mudei de cuecas (perdão, calcinha... se o meu marido lê isto, dá-me um tiro. Para os Brasileiros, quem usa cueca é homem!) umas duas vezes. Como se notava sempre o vinco das mesmas e eu já não estava com paciência, decidi ir sem elas. Ah, ganda maluca!

Assim, quando me montei na bicicleta (sim, porque lá porque estou vestida 'a chique, não significa que o seja de facto), numa bela figura (vestido preto comprido e justo, sandália de salto alto, mochila, e capacete), não pude deixar de achar a cena super cómica e sentir-me a Sharon Stone de bicicleta, qual "Instinto Fatal".

Depois de uma pedalada algo particular, ou pelo fresquinho entre pernas, ou pela saia que se levantava e "ai Jesus que ainda mostro tudo", ou pelas sandálias a escaparem nos pedais, lá cheguei ao Soho.

Lá, um bando de gatos pingados. Todos com os seus Ukaleles, contrabaixos e afins, dois microfones e, 'a vez, lá iam tocando e animando as hostes. Eis que chega então a nossa vez. Tinhamos que tocar 3 músicas, numa das quais eu era a cantora. Como era estreia e não queria que a coisa desse para o torto, decidi que a minha música seria a segunda... para aquecer um bocadinho.

Começámos então com "Summer Afternoon", onde fiz os back-vocals. Uuuhh uuhhh, aahh aahhh, chamanhamanham... e nestes entretantos vejo que se aproximaram 2 polícias que ficaram, sisudos, por trás de nós. Não me digas que notaram que estou sem "calcinha" e me vão prender por atentado ao pudor, pensava eu, enquanto acompanhava o Rick e o Rush. Terminada a música, o pessoal aplaudiu, o Rick começou a apresentar a 2a música, dizendo que íamos ter uma estreia na banda, a Inês Baptista, mais recente cantora... e o polícia bate-lhe no braço e interrompe-o, chamando-o 'a parte.

Começam a conversar, enquanto eu e o Rush esperamos junto ao microfone, dizendo umas coisas aqui e ali, para passar o tempo. Conversa vai, conversa vem, o Rick retorna, para nos dizer que, afinal, acabou-se a festa. Como aquilo é um playground (parque infantil), os adultos ali presentes têm que estar acompanhados por uma criança. Por isso, a menos que toda a gente fizesse uma bebé rapidamente, tínhamos que ir embora. Para além disso, era necessária uma autorização para termos amplificadores ligados, sobre a qual nos tinham informado anteriormente que não era necessária mas, como o pessoal destes departamentos é um bando de incompetentes em toda a parte e nos EUA não são excepção, afinal era precisa.

Conclusão, ainda não foi desta que cantei. Caramba, está difícil :)

6.20.2011

Cantoria na rua



Atenção, senhores e senhoras!!

Amanhã, grande estreia. Estreia MUNDIAL!!
Directamente de Nova Iorque, do centro da Big Apple, a grande, a única, a extraordinaria e ilustre desconhecida: INES BAPTISTA!!!

A cantar, no DeSalvio Park, no Soho, juntamente com os Suaverinos, banda 'a qual se juntou há cerca de 2 semanas, com quem teve 2 ensaios, nenhum deles digno do nome.

Banda do tipo "tudo ao molhe e fé em Deus" "estasse bem" "don't worry, be happy", com malta muito fixe, mas mais interessada no repasto que se segue aos ensaios (jantar cozinhado pelo anfitrião), bem como na passinha que por vezes por ali passa, prevê-se que vá ser um espectáculo inédito.

Parte de um mini-festival que por ali se vai realizar, os Suaverinos vão actuar 'as 18:45, um total de 3 músicas, das quais uma tem por cantora... quem mais? Moi même!!

Se quiserem, apareçam!

Bike New York



Aproveitar enquanto estou com pedalada... topam, o trocadilho?!
Como disse, estou numa fase meio parva :P

Bike New York

Laser



Após anos e anos a fazer depilação com cera, chegou finalmente a vez de experimentar a mesma, mas a laser.

Devo desde já dizer que o laser foi contra muitos e bons hábitos que eu tinha, sendo difícil pactuar com a coisa logo no início, quando me disseram que, no dia da depilação, devia remover todos os pêlos... com gillette!

Com lâmina?!?!

Juro que fazê-lo foi a coisa mais anti-natural que já fiz nos últimos tempos (sim, até saltar do avião me pareceu mais normalzinho que isto), como se me obrigassem a escrever com a mão esquerda, ao fim de uma vida de destria.

Qual ralação com os pêlos ficarem mais fortes, crescerem mais rápido, parecerem uma escova assim que despontam... ah, mariquices! Toca a rapar tudo que o que se quer aqui não é a pele lizinha e sem pontinho negros. Aliás, para a depilação a laser, quanto maior o contraste de côr entre a pele e o pêlo cortado, melhor, uma vez que o laser actua na base dessa diferença. Assim que detecta um ponto preto... ZAP!!!!! Esturrica aquilo até 'a raíz.

E isso traz-me a uma outra surpresa com que este tipo de depilação me presenteou: o laser esturrica mesmo o pêlo, deixando um "agradável" odor a carne-de-porco queimada (neste caso porca). Pppf, que pivete! E, como se isso já não fosse mau, assim que acerta num pêlo, o laser queima até 'a raíz, o que significa que se sente uma coisa, que eu ainda não consegui definir se é queimar se é electrocutar, no interior da pele.

Ah, não dói!! A depilação a cera dói muito mais, nhanhanha, nhanhanha... tretas!!! Dói sim e dói que se farta. Nunca pinchei tanto nem soltei tantos guinchos numa depilação. Só mesmo a chamuça de la muerte é que conseguiu superar a marcação no "dolorirómetro". E olhem que eu até sou bastante resistente 'a dor (só a título de ilustração, quando parti o braço, no hospital julgavam que se tratava de uma caso de mãe preocupada em demasia pois, como dizia a enfermeira "oh, minha senhora, se o braço estivesse partido, a sua filha estava aí num berreiro que não se podia!"... e eu, quietinha, "sugadita", agarrada ao braço só a dizer "dói", em surdina)

Da última vez que fui ao laser (já a 2a), estava-me a doer tanto que a mulherzinha teve que tomar medidas drásticas. Vai daí, besuntou a área a depilar com gel de ecografias, pôs o ar que sopra ao mesmo tempo que o laser actua no máximo da força e do frio e pronto, só congelando a coisa é que eu deixeid e sentir as picadas do laser... mas aí, estava a morrer de dor, de tanto frio.

Presa por ter cão e presa por não ter.

O que vale é que, ao todo, a coisa nem deve durar 5 minutos, de tão rápido que é. O que não é nada rápido é os pêlos começarem a cair, como a esteticista indicou que ia acontecer. Passei a andar obcecada, a puxar os pêlos, assim que eles espretavam, a ver se caiam. E nada de cair.

Era só o que me faltava, rapar os pêlos, esturricar-me toda e agora os pêlos persistirem, pensava eu. Mas acho que era só mesmo ansiedade de querer ver o esforço recompensado. Já caiu tudo e parece-me que vamos no bom caminho.

Vá lá!

Ainda estou viva

Ando a passar por uma fase meio parva: ando com a cabeça sempre a pulular de ideias e coisas sobre as quais quero escrever aqui no blog mas, no fim, vai-se a ver, escrevo pouco ou nada.

Se calhar é o efeito Nova Iorque: há tanta coisa para fazer, que não fico ao computador. Quando tenho tempo, não escrevo porque estou cansada. Estasse mesmo a ver que o Blog está em sérios riscos de extinsão. O que me vale é que, muuuuuito de vez em quando, lá há alguém que me diz que lê o blog e aí fico mais animada para escrever... sim, que isto de escrever para o vazio (leia-se, total ausência de feedback sempre que clico em "publish post"), faz com que uma pessoa fique meio lentinha.

Como sei que, embora agora esteja cheia de boas intenções, não vou falar aqui nem de metade daquilo que queria, fica já aqui a listinha do que está para vir, quando Deus quiser :)

Relatos sobre:

- bike new york, nos 5 bairros de Nova Iorque
- depilação a laser
- fim de semana do memorial day, nos Adirondacks
- Hike e backpacking no Grand Canyon, Arizona
- concerto da Madeleine Peyroux
- Summerstage, com Mart'nália, no Central Park
- Corrida de Portugal, também no Central Park
- Suaverinos - uma banda 'a qual me juntei e onde canto

Se tudo correr bem, hoje ainda tiro um destes items da lista... tijei!

6.11.2011

Mooning



Bem sei que ando sempre a dizer que certas coisas só acontecem em Nova Iorque, mas que hei-de fazer? E' verdade!!!

Se não, vejam só o que me aconteceu ontem.

Estava eu num restaurante com uma amiga, daqueles que têm um balcão junto 'a janela, ao qual nos sentámos, para vermos as pessoas passar enquanto jantávamos. Nisto, já no fim da nossa refeição (ainda bem), aparecem 2 miúdos, que pararam mesmo no passeio 'a nossa frente. Até chamaram a nossa atenção pelo facto de serem tão novos e estarem sozinhos, sem a supervisão de qualquer adulto.

Enquanto comentávamos sobre isso (parvas, preocupadas com e pivetes, tão "inocentes"), um deles fica parado no passeio enquanto que o outro olha desconfiadamente para os 2 lados. Percebemos imediatamente que algo ia acontecer mas, antes que qualquer uma de nós pudesse articular uma palavra, já um deles corria na nossa direcção e, num milésimo de segundo, saltou para o vidro ao mesmo tempo que baixava as calças e esparramou o rabo na janela. Tau, um mooning ali, 'a maneira, para sobremesa.

Foi tão rápido que as pessoas ao nosso lado, ao ouvirem o barulho e ao verem a nossa cara de surpresa e riso, ao mesmo tempo que os putos fugiam em alta correria rua abaixo, já só puderem adivinhar o lindo cenário que tinhamos acabado de presencear.

Foi risota geral.

E' ou não é coisa que só acontece em NY?