4.08.2005
Actualização Cultural (Parte I)
Os dias que se passarm foram deveras culturais e intelectualóides. Fui a muitos sítios, vi muitas coisas, sobre as quais quero escrever... sobre todas. Como são bastantes, vamos por partes.
Começando por 6a feira passada, dia 1 de Abril, fui até ao Brooklyn, nomeadamente ao Harvey Theater no BAM (Brooklyn Academy of Music), ver a "Play Without Words". Tratou-se disso mesmo: de uma peça sem palavras, mas sem ser possível definir um estilo em particular. Tinha de tudo: representação, dança, musical, comédia, música ao vivo.. tudo sem palavras. Mas, como "uma imagem vale mais que 1000 palavras", nada se perdeu pela ausência de diálogos, antes pelo contrário.
Era produzida por Matthew Bourne, director e coreógrafo bastante conceituado, de que a maioria das pessoas se lembra por ter feito o "Lago dos Cisnes" só para homens ou, peça representada num das últimas cenas do filme Billy Elliot.
A acção era muito intensa uma vez que várias das personagens eram representadas ao mesmo tempo em triplicado (por 3 bailarinos/actores distintos), dando uma sensação de dinamismo e omnipresença extraordinária. O cenário, embora muito simples (duas escadarias giratórias e umas portas de vai-vem), não podia ter sido mais ideal. O subir e descer de escadas, abrir e fechar de portas conferia 'a acção um ritmo constante e fluído. O jogo de luzes era óptimo e a música ao vivo, excelente. A banda sonora andava muito pelos Blues, Jazz... sons que se ouvem em ruelas escuras, 'a noite, de algum suspense, passando também por múscias tipo Cabaret ou Musical da Broadway.
Teve cenas de humor indescritíveis, desde a rotina de uma das personagens a ser vestida/despida pelo criado até 'as fantasias sexuais que percorriam a mente da personagem enquanto observava a sensual empregada a debruçar-se e a limpar o pó, exibindo umas pernas longas e bem torneadas. Esta passagem em particular era acompanhada de um jogo de luzes e música/ritmos diferentes que ilustravam na perfeição a transição do que ia na cabeça do personagem e do que era a realidade.
Foi também nesta peça que vi uma das melhores representações eróticas, tudo em cima de uma simples mesa de cozinha, de madeira, só com 2 pessoas que, sem fazerem qualquer gesto explícito ou óbvio, transpiravam sensualidade e desejo em cadamovimento.
O teatro onde fui ver este espectáculo era lindo. Uma sala enorme, com um aspecto totalmente não cuidado, no sentido de que se viam falhas nas paredes, alguns tijolos, uns canos, umas cortinas gastas pelo tempo mas quel no seu conjunto, se tornava um cenário muito bonito.
As cadeiras eram altas, como as de um bar (já estão a ver que fui para a galeria, não é, hehhe) pelo que a vista não podia ter sido melhor.
Como vêm, foi uma noite muito bem passada.
Eis uma review que encontrei acerca do assunto:
"With a cast that gets into more positions than there are in the Kamasutra, "Play Without Words" is the hottest show in town -- and it does it all without dialogue. "Inspired by" Joseph Losey's film "The Servant," based on the novel by Robin Maugham, choreographer-director Matthew Bourne's erotic, sinister, witty take on corruption and seduction is setting the Brooklyn Academy of Music's Harvey Theater on fire.
Bourne details that most British of conflicts: class differences as embodied in the aphrodisiac of sex. In his last New York outing, "Swan Lake," Bourne's strategy was to cast only males in the roles of the transformed cygnets. This time, he has two or three performers playing each character, offering a time traveler's view of events that would make Einstein proud.
Breaking down specific actions into several parts both reflects and deepens the physical act. The result is an ambiguous scrambling of motivations so that the story is told on various levels and from shifting perspectives. Occasionally the focus becomes muddied, but the overall through-line is clear.
Ter"ry Davies' jazzy, bluesy music, under Michael Haslam's musical direction, is played by a superb band. Bourne's sinuous choreography ranges from classic ballet to the frug. These are the swinging '60s, with their abundance of anything-goes freedom. For all its mod style, though, this is also the classic theatre of reversals, feeding into everyone's secret schadenfreude as master is toppled by servant.
Using a revolving staircase and a background of tilted London landmarks, set designer Lez Brotherston creates a crazy-quilt environment, lit with dreamlike intensity by Paule Constable. Brotherston's smart costumes pinpoint each character's place in a universe of dark betrayal, sexual ambivalence, and cheerful hedonism.
Bourne doesn't neglect humor, although it's shaped like a stiletto. And his sizzling cast is up to every nuance, teasing the audience into delicious voyeurism."
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