4.29.2006

As Meninas da Horta - Parte II

Se bem se lembram, andámos, eu e a Sarita, a plantar girassóis há cerca de 2 semanas atrás. Como chego a casa sempre 'a noite, quando vou até ao jardim regar as sementes, nunca dá para ver muito bem como se estão a desenvolver mas, hoje de manhã, eis a descoberta!

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Sarita, parece-me que vamos ter girassóis.
Já estão a "dar-a-dar" :)

4.28.2006

Os Sentidos da Inês: Olfacto

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Como já referi várias vezes, tenho um senso de olfacto muito apurado. 'As vezes, penso que até anormal uma vez que estou sempre a referir cheiros que ninguém nota. Quando contei a história que se segue, poucos acreditaram que fosse verdade. Mas, o que é certo é que é mesmo assim!

Todas as semanas, pelo menos uma vez, vou até 'a piscina e nado 2500 metros de enfiada. Como estão a imaginar, andar para trás e para a frente 110 vezes (porque a piscina tem um pouquinho menos que 25 metros) torna-se algo aborrecido pelo que, tudo o que possa alterar essa rotina, é benvindo.

Na semana passada, pediram-me que mudasse para uma outra faixa, uma vez que se iniciaria uma aula na faixa onde eu nadava. Assim, mudei-me para o lado e partilhei a nova pista com o rapaz que já lá andava. A conversa do costume: "can we slip it?", "sure" e daí cada um começa a nadar no seu lado.

Acontece que, de cada vez que nos cruzávamos, eu sentia um cheiro na água super agradável. O rapaz cheirava mesmo bem e deixava um rasto no azul delicioso. Juro que estive quase para lhe perguntar que perfume usava, mas isso soaria mesmo a conversa de engate, pelo que não o fiz (ainda por cima, porque não era nada de se deitar fora, o que acentuaria as suspeitas de segundas intenções na pergunta).

Não consegui, no entanto, deixar de pensar que aqueles foram os 2500 metros mais agradáveis dos últimos tempos. Bem melhores do que quando 'as vezes me calham pessoas a cheirar a suor ou a cebola... sim, estes aromas, infelizmente, também se sentem na água!

4.26.2006

Flatiron

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Finalmente, desta vez que fui até 'a Big Apple, consegui ver o Flatiron em todo o seu esplendor. Durante bastante tempo teve a sua fachada coberta por causa de obras e já nem me lembrava bem de como era sem aqueles panos verdes a ocultá-lo. Desta feita, assim que desemboquei no cruzamento da 5ª Av. com a Broadway, não resisti a tirar-lhe esta foto, de tão bonito que está. Sempre me fascinou o seu constante estado de (aparente) preclitante equilibrio e bidimensionalidade.

Por saber que eu gostava tanto deste edifício, há já mais de um ano atrás, quando por lá passavamos, o Rui falou-me de um facto bastante engraçado acerca do edifício.

Ao que parece, o seu vértice servia de confluência não só de ventos como de polícias e mirones de tornozelos. Vejam porquê:

"It is said that the building created unusual eddies in the wind which would cause women's skirts to fly around as they walked on 23rd street. This attracted throngs of young men who gathered to view the barelegged spectacle. Police would try to disperse these knots of heavy-breathers by calling to them, "23 Skidoo." This phrase has passed out of common usage, but its descendant, the word "scram" remains in a back corner of the American lexicon."

Morte Feliz

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Hoje de manhã, como semrpe, coloquei o peixe macho e o peixe fêmea no mesmo tanque. Passados uns minutos, voilá, eis os embriões. Colectei-os, pus os peixeitos novamente no “coisatório” (recipiente onde… coisam! :P) e, qual não é o meu espanto quando, vejo a fêmea morta, de papo para o ar.
- Ena, esta foi forte!! Morreu de prazer. Ora aí está uma maneira porreira de ir desta para melhor. Sempre é melhor que “dar o peido mestre”!

Negócio da China

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Embora NY e Boston estejam separadas por apenas quatro horas de carro, viajar entre estas duas cidades de comboio é uma verdadeira exurbitância, ficando cada viagem por este meio de transporte quase pelo mesmo preço que se a fizessemos de avião. Assim, e não fossem os Chineses os reis das oportunidades (cá para mim são Asiáticos com genes Judeus), há várias companhias chinesas que fazem o curcuito Boston-NY milhentas vezes ao dia, em ambas as direcções, unindo as Chinatown de cada cidade por um preço irrisório.
Existem duas companhias principais, a Fung-Wah e a Lucky-Star que, como concorrentes que se prezem, iniciaram uma bela história de amor que envolve desde corridas na auto-estrada até paragens inesperadas para que os motoristas tirassem disputas e, em discussões mais acaloradas, lá vai disto: Restling entre os “Malga d’Aloz”. Isto foi no início e nunca presenceei estas cenas mas, porque a publicidade não era favorável, cada uma das companhias começou a tentar superar a outra em pequenos quês.
Então:
- uma estabelece que o preço é $15 e a outra… faz o mesmo.
- uma decide fazer vendas de bilhetes online e a outra… faz o mesmo.
- uma (e tenho a certeza que esta decisão deve ter custado um ataque cardíaco ‘a Matriarca da família. Sim, porque isto é negócio onde “só” entram pais, mães, filhos, primos, afilhados, cunhados, amantes, tios, avós, o cão, o pintassilgo e, se preciso fôr, o padeiro e o leiteiro que, por portas travessas, também devem ter contribuido para a família ao fazer uns quantos bastardos) decide baixar o preço em $1 se a compra fôr online e a outra… faz o mesmo.
- uma alarga os horários e a outra… faz o mesmo.

Já estão a ver o esquema, não é?
A determinada altura julguei que já não pudessem alterar a coisa muito mais mas, eis que me surpreendem este fim de semana, quando usei os seus transportes (estes chineses são levados da breca!). Usei uma das companhias ‘a ida e outra no regresso.
Na primeira viagem, em vez de a paragem da praxe ser no fast-food ranhoso e gordurento do costume, parámos num local muito mais “chique”, maior e com mais opção de escolha. Pensei logo: “Não deve tardar muito a outra companhia também começa a parar por estas bandas!”
Mas, a outra companhia foi mais espertinha e optou por um método muito mais inovador e que só me deu vontade de rir ao entrar no autocarro. Entrego o bilhete e, em troca (e nem de algo em troca esperava, óbvio), recebo um papelinho e 25 cêntimos.
- Fantástico! – pensei – por este andar, qualquer dia pagam as viagens ‘a malta e, com sorte, ainda nos vão buscar a casa.
E então para que é o dinheiro?
No papelinho que me entregaram explicam que serve para gratificarmos o motorista no fim da viagem, caso achemos que se comportou como deve ser, uma vez que o objectivo primordial da empresa é satisfazer o cliente, blá, blá, blá.
Estes chineses realmente pensam em tudo.

Vamos lá a ver o que inventam da próxima vez que me tiver que deslocar ‘a Big Apple :)

4.20.2006

Big Apple

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Pessoal,

Até 2a feira.
Vou passear até 'a Cidade: Nova Iorque!!! :)

4.18.2006

Festarola

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E porque recebo tanto carinho, estou maquilhada (são só os olhos mas, para mim, isso já é muito!), de vestido “chique” e tão colorida de espírito quanto o chapéu que envergo?

Porque todos os meus amigos compareceram para me festejar e me encheram de Alegria!

Este fim de semana houve festarola cá em casa, para celebrar o meu aniversário. Bem sei que foi já bastante tardia mas, foi-no por uma boa razão. Sendo nesta data tinha a certeza que, não só alguns amigos destas bandas poderiam comparacer, como também (e tenho que dizer que esta foi das melhores “prendas” que me poderiam ter oferecido) a Sarita, a Sara e o Vitor puderam vir directamente de Nova Iorque, expressamente para a festa, uma vez que se desdobraram em horários tresloucados para cá conseguirem estar, mesmo tendo que regressar logo no dia seguinte.

Foi festa rija até p’ra lá das 6 da manhã. Até a bófia se portou bem, uma vez que não mostrou nem um pézinho. Eu bem que avisei a senhoria que ia haver barulheira (que desde logo achou o máximo) e até pensei fazer o mesmo com o resto dos vizinhos (mas vim a saber que são todos velhotes para cima dos 80 anos, pelo que confiei que as suas capacidades auditivas já estivessem pifadas e não dessem por nada). Se foi por isto ou porque eu disse aos “Xô Polícias” que o meu pai era ex-polícia militar e que a minha irmã estava na Força aérea, eles mostraram muito respeitinho e ficaram na linha, hehehe!

Os meus amigos encheram-me de sorrisos, beijos, boa disposição e prendas. Vê-se bem que já conhecem a peça, pois o que me ofereceram foi de encontro a tudo aquilo de que gosto mesmo : guias de turismo e mala (viajar!!! viajar!!!), 600g de chocolate Lindt dividido em 2 tabletes gigantes (chocolate!!! chocolate!!!), uma panóplia imensa de produtos de beleza de aromas estonteantes (cheiros bons!! cheiros bons!!!), CDs (e aqui foi um 2 em 1: música!!! música!!! Brasileira… Brasil!!! Brasil!!!), livros (sexo!! sexo!! ciência!! ciência!!) e, claro está, animação até mais não.

Assim, nem me importo de ficar mais velha :)

4.17.2006

As Meninas da Horta

Este fim de semana, por causa da festa, tive cá a minha Sarita, directamente vinda de NY. A Sarita gosta muito de terraços e/ou jardins e lembro-me que na casa antiga dela, lá para os lados da East Village, o que mais a deliciava era ir para o seu alpendre enorme no topo do edifício após o jantar, onde fumava o seu cigarrinho, enquanto ficávamos em amena cavaqueira. De um lado apreciávamos os arranha céus, o Empire State e o Chrysler Building enquanto que do outro tinhamos o que apelidei de “Live Big Brother”. Havia um prédio quadradão e grande que, quais caixinhas de fósforos empilhadas, tinha uma série de janelas que davam acesso ‘as mil e uma vidas que por lá se desenrolavam. Ainda me lembro das boas gargalhadas que soltámos enquanto inventávamos um enredo para as cenas que víamos. Acontece que, por causa de uma história rocambulesca digna de Nova Iorque, a Sarita teve que sair daquele apartamento e, desde então, não tem mais um terracinho.
Quando tive que arranjar casa cá por estas bandas e finalmente encontrei o meu “cantinho”, a Sara foi de longe a que mais entusiasmada ficou com a casa. E isto porque… tem um jardim. Ela já batia palmas e dava pulinhos, imaginando-nos a todos no Verão a fazer churrascadas e a beber umas “bjecas” fresquinhas. Claro que teve que refrear a sua alegria dado que eu vim para cá em Setembro e, desde aí, o termómetro foi sempre a descer. Assim, agora que a Primavera já dá uns ares da sua graça e a celebração do meu anievrsário foi desculpa forte o suficiente para arrancar 3 grandes amigos (a Sara incluída) de Nova Iorque para virem até ‘a “parvalheira”, a Sarita de imediato se preparou para vir estrear o jardim. Para além de uma mala linda de morrer que me ofereceu, deu-me também 3 saquinhos com sementes e disse logo: “para nós irmos plantar!!”. Tinham que ver o sorriso estampado na cara dela, qual criança. Como dizer que não? Até eu fiquei entusiasmada com tanta felicidade. Se os preparativos para a festa demoraram algum tempo, não demoraram o suficiente para que não se conseguisse arranjar um espacinho para irmos então para a lavoura.
E lá fomos nós!
Seguindo as instruções com todo o rigor, plantámos girassóis (porque eu gosto de Amarelo :), cenouras e feijão verde.

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Não temos bem a certeza se a coisa vai funcionar mas, que nos divertimos divertimos. Vejam só a carita embevecida da Sara!

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Olhando para as fotos dá para perceber porque não temos grande certeza que as sementes vão germinar (basicamente, porque não temos lá grande jeito. Oh, oh! Olh'ó pézinho da rica!!). No entanto, porque o fizemos com tão boa intenção, talvez o santinho das plantas (que não sei qual é) nos ajude e dê uma forcinha ‘as sementes. Se “funceminar”, daqui a um mês eu mostro-vos as fotos!

4.16.2006

Aviso

Lamento se já estavam a pensar comprar bilhetes para me verem cantarolar na 'Asia ou nas Bermudas. Morri na praia e não fui seleccionada na última fase de audições. Nem mesmo tendo posto toda a gente a cantar com o "Killing me Softly" no solo que tive que fazer, convenci o pessoal. Azareco!
Ficaram todas muito bem impressionadas e insistiram para que eu concorresse novamente nas audições de Outono porque gostariam de me ter no grupo mas, por ora, já tinham encontrado as pessoas para preencher as vagas.
Assim, acho que o mais próximo que me aproximarei de fazer música nos próximos tempos é quando cantar e/ou tocar na campainha da minha bicicleta :)

4.12.2006

"Prueba Superada"

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E ontem lá fui eu ‘a segunda Audição.

Se na primeira achei a coisa muito fácil, nesta o cenário foi totalmente o oposto. Assim, ‘as 3 pancadas, eu e o resto do pessoal que foi seleccionado teve que ser capaz de ler, cantar e pôr a letra numa música de Gershwin (já estão a ver, muito Jazz, cheio de dissonâncias) e ainda, cantar a nossa voz juntamente com elas, que faziam as outras.

Obvio que a coisa não foi assim de chofre: tivemos algum tempo para estudar a nossa voz, com o auxílio de um dos membros do coro que nos guiava na melodia. Depois cantávamos com elas em octetos (enquanto outros membros se aproximavam de nós e tentavam perceber se estávamos a cantar como deve ser) e, já para o fim, fazíamo-lo em quartetos, sendo nós o único elemento do nosso naipe.

A música não era fácil mas, ao fim de um tempo, a pessoa começa a entrar no esquema e no fim já o está a cantar um gozo enorme. Era assim, daquelas músicas com alguém a fazer o baixo “dum-dum-dum-ba-dum-ba-dum-dum-dum), que quase que apetecia começar a estalar os dedos e acompanhar o ritmo.

Foi muito divertido e as raparigas revelaram-se bastante simpáticas. Tirando uma ou outra que ilustra um pouco o estereótipo de "Americana superficial", todas as outras se revelaram muito agradáveis e o grupo é, no geral, muito divertido.

No fim, o discurso da praxe, dizendo que somos todas (as candidatas) o máximo, mas que não podem escolher todas e, portanto, quando hoje recebermos o email, não ficarmos tristes se não formos escolhidas.

Eu não fiquei nada triste.

Já recebi o email e.... FUI ESCOLHIDA para a próxima fase, que me parece vir a ser mais lúdica do que de selecção. Referiam no email que temos que ter a consciência de que estamos a assumir um compromisso e que esperam poder contar connosco para todas as actuações, não só na área como, na Tour ‘a ‘Asia e ‘as Bermudas!

OOOOOHHHHHHHHHH, que chatice! :)

4.11.2006

De Pífaro a Cana Rachada

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Na 6a feira passada, reparei num placard em Harvard Yard, onde anunciavam audições para o coro a cappella feminino: The Radcliffe Pitches.

Parei, avaliei o repertório (algo Jazzístico, o que me agradou), tirei as informações necessárias e segui caminho. Confesso que não pensei muito mais no assunto até ao dia seguinte, Sábado, dia em que me calhou, mais uma vez, alimentar os peixes do laboratório. E’ tarefa que tem que ser feita pela manhã e novamente ‘a tarde, o que deixa algum tempo livre pelo meio. Assim, durante esse intervalo, fui ao ginásio e, quando já vinha a sair, lembrei-me do anúncio:

- Espera lá! – pensei para os meus botões – aquela coisa do côro começa hoje e é por estas bandas!

Saquei do papel onde tinha escrito os detalhes e de facto, era já ali, a menos de 5 minutos, e começaria dentro de 15 minutos.

- Ora bem, o que é que é preciso? Hmmm, vocalizos, leitura ‘a primeira vista e cantar algo que nos apeteça. Bem, não custa nada ir. Não tenho nada a perder.

E enquanto me dirigi ao local das audições tentei escolher algo para cantar, pois vocalizos e leitura ‘a primeira vista teria mesmo que ser o que Deus quisesse.

Como cheguei um pouco antes da hora, fui a primeira. Preenchi um formulário com os meus dados pessoais e de imediato fui inserida numa sala, no meio da qual se encontrava um piano e uma carpete gigante que assinalava o espaço onde decorreria a minha avaliação e para onde se dirigiam os olhares de todos os membros do grupo, estes sentados em sofás que formavam um semi-círculo em torno da carpete e ao piano.

A sala tinha um ar acolhedor e as raparigas um ar simpático. Tentaram pôr-me ‘a vontade. Se calhar até demais pois, exibindo um comportamento 100% Americano, exclamavam “Great!” a todas as minhas respostas, quais orgasmos:

- What’s you name?
- Inês!
- GREAT! (um orgasmo)

- And your last name?
- Baptista.
- GREAT! (mais um. E já vão dois!)

- In which year are you?
- I am a 2nd year grad student for Genetics from the Dudley House.
- GREEEEEEEEAT! (acho que aqui foram múltiplos)

Embora não seja algo que me agrade muito, percebo que estavam a ser simpáticas, pelo que não ficaram com pontos negativos na minha classificação. Sim, porque não era só eu que estava a ser avaliada, hehehe :)

Iniciou-se então a audição e confesso que não achei muito exigente. Primeiro avaliaram a minha amplitude vocal, depois tive que fazer uns exercícios que testavam a afinação, seguindo-se uma leitura ‘a primeira vista que era tão fácil, mas tão fácil que, ainda elas me estavam a dizer “take your time” e eu já a tinha cantado até ‘a última nota.

- Hhhmm, eu estou a fazer isto com tamanha descontracção que as tipas não me vão levar a sério e vão julgar que eu não quero assim tanto juntar-me ao grupo – pensava eu.

Sempre muito cordiais e antecipando que a parte de cantar para elas fosse a mais intimidante, continuavam a tentar criar um ambiente descontraído. Desta feita, antes deste último teste, perguntaram se eu sabia alguma piada. Confesso que tive um bloqueio total e não me ocorria nada. Para ajudar, a “chefa” até me disse que podia contar em Português, que ela percebia. E então, só me vinham anedotas de loiras ‘a cabeça... e a fulana que esperava a minha piada, mais loira que batata frita.

- Estou lixada – pensava – não lhe posso perguntar porque é que as loiras usam cuecas (que é para aquecer os tornozelos) ou porque é que as loiras não sabem conduzir (porque quando entram num carro, saltam logo para o banco de trás). Será a morte do artista!

E enquanto discorriam estes pensamentos camuflados pelo meu silêncio e a minha cara de “mas o que é que eu faço? ainda me desato para aqui a rir sozinha!”, perceberam que não valia a pena e pediram então que eu cantasse alguma coisa.

- Uff, já me safei! Agora é que eu tinha mandado a audição ao ar cá com uma pintarola!!!

Decidi-me então pelo tema “Telepatia”, que todos nós conhecemos pela voz de Lara Li. Tirando a parte “Serge Gainsbourguiana”, que não teria que fazer, (tipo: Mon Amour! Mon Amour! sussurrado como se estivesse com uma “ganda bezana”… blarghh, que piroseira!) a música é linda, tem uma melodia que conquista qualquer ouvido, encaixa muito bem na zona musical na qual me sinto mais confortável e tem lá pelo meio uma “berrito”, ideal para mostrar algum poder vocal. E aqui vai disto:

- Tele-pati-aaaaaaaaaaaa!....

Pareceu-me que gostaram e agradeceram-me o ter ido até lá.

A coisa, no total, demorou no máximo 15 minutos e, mesmo tendo sido decidida 'a última da hora, consegui facilmente chegar a tempo ao Clube Faialense (esse portento desportivo cá da zona onde se reúnem os velhotes todos dos Açores) para ver o jogo do F.C.P (Puuuuuuuuuorto, CARAGO!!!!!), que se iniciaria dentro de minutos.

Foi tudo tão rápido e improvisado, caí lá no meio de fato de treino e cabelo ainda molhado com um ar tão inadaptado ‘a situação que saí de lá convencida que não seria escolhida.

Mas, eis o resultado!!
Olhem lá para o nomezinho na lista (ok, tudo bem que não escreveram bem o meu nome mas, pelo menos colocaram o acento circunflexo, o que é uma verdadeira raridade por estas bandas! :))

Siga para Bingo, hehehe!

Preparem-se que vêm aí novas aventuras. Se bisbilhotarem no site, verificam que vai haver uma Tour em Junho, até ‘a Asia. Querem ver que ainda me habilito a uma viagenzita ‘a paleta, hehhe!

Não percam os próximos episódios porque nós... também não!!!!!

Maravilhas da Tecnologia Moderna

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Gosto muito do meu Casaco Amarelo, o Blog.

Iniciei-o essencialmente por mim, por funcionar como um amigo, um diário, quase como uma terapia. Depois, pelos outros também: porque gosto de partilhar as minhas aventuras e reflexões com aqueles que me são queridos e também com aqueles que, dada a promiscuidade do mundo cibernético, vim a conhecer nestas lides.
E isso trás-me ao que mais gosto do Blog, que é a interacção com as pessoas. Embora por vezes pareça uma relação bastante unilateral (refiro-me obviamente 'a escassez de comentários... ai os óscares, ai os óscares :)), apercebo-me de que as pessoas seguem o que vou escrevendo e que, quando as encontro, é com alegria que me perguntam sobre este ou aquele assunto.

E é precisamente das interacções que advêm do Blog que vos quero falar neste post. Daí a foto que o ilustra, uma foto da Ilha do Sal, um dos paraísos de Cabo Verde, de onde recebi este email tão carinhoso:

"Olá.
Antes de mais queria comprimenta-la e deseja-la um bom dia.
Sou cabeverdeana e vivo em Cabo Verde, Ilha do Sal. Estive a ver os videos do concerto da nossa diva Cesária Évora que você conseguiu gravar no dia 31, fiquei encantada porque há muito que tenho procurado por fotos e videos dos espectáculos e não consigo muitas coisas e como sou fã da cesaria queria caso fosse possivel e se tiver fotos do espectáculo que me enviá-se, porque como não consigo assistir aos espectáculos e só consigo acompanhar a cesaria por rádio, televisão e internet agradecia se pudesse enviar-me algumas fotos da Cesária e da sua banda musical.
Queria dizer-lhe que ficou muito gira na foto com os rapazes e que é muito bonita.
Agradeço desde já pela atenção.
Com carinho"

Obvio que de imediato atendi ao pedido e senti-me muito feliz e bem por isso. Sabem, como quando se faz uma boa acção? Agradou-me sobremaneira poder, mesmo que a milhares de distância e sem conhecer esta pessoa, estabelecer um elo e poder ser útil. Tenho a certeza que, da mesma forma que o seu email me fez sorrir, também as minhas fotos representaram mais do que meras fotos para aquela pessoa. E são estas pequenas coisas que nos relembram que nem tudo é mau e que, de forma fácil e simples, se pode tornar o nosso dia ou o dos outros mais bonito. E o mundo é mais pequeno e sentimo-nos mais queridos e com mais vontade de bem-querer.
Assim, só me apetece dizer Obrigada!

Mais uma razão para gostar tanto do meu Casaco Amarelo! :)

4.09.2006

Precisa-se de Gajo!

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Na foto podem admirar a minha bela caixa de ferramentas, ferramentas essas de que nem sei o nome (como vêem, sou muito “gaija”), da qual me orgulho profundamente. Orgulho-me exactamente por ser coisa de “gaijos” e que eu, não me acanhando, fui comprar.
Na falta de “gaijo”, que remédio!
O que se passou por várias vezes é que, a meio das minhas pedaladas, senti o pedal a abanar, terminando até uma das minhas voltas com a Inês a caminhar com a bicicleta numa mão e um pedal na outra, porque este se soltou. Assim, agora ando sempre com a ferramenta (salvo seja) na mochila e, quando é preciso atarrachar, a Inês saca das peças mágicas e desenrasca-se sozinha, substituindo a ajuda do “gaijo”.

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Nesta foto agora vêem o resultado, mais uma vez, da falta de um “gaijo” em casa. E’, nada mais nada menos que, a tampa de uma garrafa de vidro na qual trouxe, de Portugal, azeite, daquele especial, que nem nas lojas se encontra e que é produção de família. Ora, devido ‘a viagem e ‘as variações de pressão, quando tentei abrir a garrafa, a coisa estava sob vácuo e não havia força que o superrasse. Eu tentei com as mãos, com um pano, com as luvas de borracha, pôr debaixo de água quente, bater um pouquinho aqui e ali e… nada. A tampa não cedia nem um milímetro.
Normalmente, chamava-se o “gaijo”, dava-se-lhe o frasco para a mão e, em menos de nada, fazendo-nos sentir fraquinhas mas tão felizes por estarmos sob a alçada de um homem tão forte, “ploc”: o frasco estaria aberto. Eu tive que recorrer a outros métodos. Desta feita, vai de pegar numas outras ferramentas para as quais também não sei o nome (“gaijas! gaijas!”) e um tipo de martelo e pimba: marretada na tampa para abrir os buracos que se observam na foto.
Hoje de manhã foi a mesma cena com o frasco do mel mas, talvez já antecipando o que lhe aconteceria, quando a Inês começou a ficar roxinha de tanto esforço, a tampa lá cedeu e o frasco estava aberto.

Lá me veio outra vez o pensamento ‘a cabeça: um “gaijo” em casa faz muita falta! Ainda para mais porque nem tudo pode ser substituído com uma caixa de ferramentas ou buracos nas tampas ;)

4.08.2006

Filmes da Vida Real

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Polémicas 'a parte, é por estas e por outras que tenho saudade imensa de Nova Iorque.
Só mesmo lá é que se podem passar por estas aventuras surreais e que nos ficam para a vida.

(foto tirada do blog da Diana e alerta para este post do blog da Caloira Inês)

4.07.2006

Está tudo explicado!

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Hoje, quando entrei na Fish-Facility, era um cheiro a azeitonas que tresandava.
Por isso é que os meus peixes não "coisam"... são Alentejanos! :)

4.06.2006

Perda dos Géneros

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"- Lembro-me como se fosse hoje - revelava-lhe ela, perdida no horizonte.
Foi naquele dia, daquele mês, daquele ano que fiz Amor pela primeira vez!

Segui-se um silêncio.
Calmo, cúmplice, como se as palavras ainda ressoassem e o seu eco não devesse ser interrompido.
Quebrou ela o silêncio:

- E tu?

Ele sorriu:

- Vocês Mulheres, por vos ser incutido que estão a "perder" algo, acabam por valorizar demais o momento e por isso se lembram das datas.
Sei lá quando foi... sei no entanto a data em que me casei.

- Será que te lembras da data porque foi nesse momento que sentiste perder algo?"

Balde de Agua fria

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E se andava tão feliz e entusiasmada com os primeiros sinais de Primavera, hoje já fui chamada 'a realidade com a neve que caiu durante toda a manhã e o frio que se fez sentir. De sexta para hoje passámos dos 23ºC para algo a rondar os zero. Lá tive que ligar novamente o aquecimento e voltar ao cachecol e ao chapéu (na foto).
Fiquei com um neura desgraçada. Aposto que o mesmo aconteceu a quem tão sapientemente disse:

- O que há de bom acerca do clima da Nova Inglaterra é que se passa a gostar de todos os outros climas!

4.04.2006

Concerto ‘a 6a (cont.)

Neste post vou, literalmente, dar-vos música. Isto porque vos vou tentar ilustrar, da melhor maneira possível, o que foi o concerto da Cesária Evora na passada 6a feira, com abertura do Seu Jorge.

Cá fora já se antecipava com excitação o concerto a que dentro de minutos iríamos assistir. Aqui, eu e o meu amigo Tony, exibindo orgulhosamente os nossos bilhetes ‘a entrada do Orpheum Theatre:

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A casa estava cheia e o craque Carioca, no palco apenas com o seu violão, desde logo conquistou a assistência com a sua simplicidadde, boa disposição e capacidade de comunicação. Começou por tocar uma das suas canções mais conhecidas:



Seguindo-se depois um clássico do Samba:




Para quem não sabe, o Seu Jorge, para além de ter sido personagem no filme “Cidade de Deus” (Mané Galinha), tornou-se sobejamente conhecido após ter participado no filme “The Life Aquatic with Steve Zissou”, onde contracenou com Bill Murray e interpretou, em Português, hits do David Bowie. Basicamente, é sobre este último facto que ele aqui fala. Mesmo que num Inglês macarrónico, a plateia percebu tudo, riu com ele e apreciou o esforço:



Para finalizar a sua pequena intervenção, a qual parecia estar ansioso por terminar tal era a excitação com que, tal como nós, esperava ansiosamente pela performance de Cesária, deixou-nos com “Favela”, canção onde refere os problemas sociais do Brasil e que, com tanta Alma, expressou um dia ver solucionados e poder contribuir para esse caminho melhor. Adorei ouvi-lo!



Passado o intervalo, eis que chega o grande momento em que começa o concerto da Diva de Cabo Verde. Como se poderão aperceber, o ângulo dos filmes muda significativamente. Isto porque, ‘a boa Portuguesa, reparei que na primeira parte do espectáculo havia 2 lugares mais ‘a frente e, arrastando um António bastante relutante, fiz com que nos mudássemos para lá. Não tivémos grande sorte e os donos dos assentos apareceram após o intervalo. Pelo menos deu para ver o Seu Jorge. Lá fomos nós recambiados para os nossos lugares mas não quero deixar de dizer que acho muito mal que o pessoal que não aparece logo no início apareça mais tarde. Estávamos tão bem sentadinhos lá ‘a frente, heheh!

Bem, começa o concerto.
A introdução deixou logo o pessoal ao rubro. Ah, é verdade, ao longo dos filminhos vão-me perdoar os guinchos que solto e os abanões que por vezes a câmera sofre. E’ que eu estava tão mas tão entusiasmada que não conseguia deixar de me expressar e de me abanar ao som daqueles ritmos contagiantes. A coisa começava logo pelo saxofonista que, para além de ser um músico exímio, dançava e abanava-se de tal maneira que só me apetecia saltar para o palco e dançar com ele.



Depois, eis que ela aparece:



A voz dela é extraordinária. Sem qualquer esforço, soa tal e qual como nos CDs que já conheço de trás para a frente. Foi com muito agrado e emoção que escutámos clássicos, como “Petit Pays” e “Sodade”:





Sentia-se na plateia uma vontade de dançar que fervilhava. Teria bastado um sinal da Cesária para que todos saltássemos das cadeiras e começássemos a fazê-lo, mas ela é muito quietinha. Só bate o pezinho e pouco mais, mesmo assim não cantando com menos Alma. Por ser tão sossegada, arrancou uma sonora gargalhada do público quando se bambuleou por segundos, mostrando que também dança:



Tanta emoção cansou-a o que fez com que, relaxada e descontriadamente, se sentasse ‘a mezinha situada no meio do palco e, bebendo uma água e fumando um cigarrito, desse lugar aos músicos. Mais uma vez, devo referir, excelentes:



O concerto decorreu num ápice, de tão bom que foi. No final, para “encore”, tivémos ainda direito a uma versão de “Besa-me mucho” que, na voz da Cesária, adquiriu contornos mais quentes.
Saímos os 3 completamente extasiados mas não tanto que não tivessemos conseguido vislumbrar na multidão que agora saía alguns músicos da banda. Claro está que fui logo ter com eles, pedi autógrafos, falei um pouco e, como não podia deixar de ser, tirei uma foto (irmão de um dos músicos, saxofonista e baterista):

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O baterista veio logo com a conversa:
- Dama, qual é o seu nome? A dama é tão bonita!! E’ casada? Se não, casa comigo Dama!!

Fónix, até me assustei. Agarrei-me logo ao Tony e ao António, fingindo que n˜åo ouvi nada e dizendo:
- Estes são os meus amigos!

-Dama, dê-me um abraço?!

Parece que o esquema não funcionou e tive mesmo que voltar costas.
Acho que, tal como nós, ele estava apanhado pela magia da Cesária… só que lhe dava para aquilo! Ainda se fosse o saxofonista a querer dançar comigo! :P

Não dá... (cont.)

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Pois é!

Embora o pessoal, ‘a excepção três ou quatro gatos pingados, não tenha demonstrado grande curiosidade (das duas uma, ou não são curiosos ou estão a precisar de nova sessão de entrega de óscares), mesmo assim vou-vos dizer o que se passou.

Hoje acabou-se tudo!
Acabou-se, kaput, finito.
Bati ‘a porta dele e disse-lhe:

- “Babe, não há mais pifareta para ninguém”.

E’ mesmo, desisti das aulas do clarinete (“desolé” Mafalda, Kika, Tripeiro, Fernando, Vi, Ivone, Apetecido, Crespita, Madalê e Fadalê, companheiros das sagas do pífaro. Acabaram-se os relatos que vos faziam rir) e hoje fui até ‘a casa do meu professor informá-lo da minha resolução. Foi com peninha que o fiz, afinal, se bem se recordam, o rapazote é todo engraçado… cof, cof, as aulas eram muito boas, era isso que eu queria dizer!

Mas, adiante. Acho que ele ficou um pouco numa de negação pois, mesmo tendo-lhe explicado os porquês da minha decisão, não hesitou em dar-me umas palhetas de rigidez mais adequadas ‘a minha embocadura e desde logo me disse que lhe ligasse se quisesse fazer uns duetos ou ter uma hora aqui e ali de vez em quando. Confesso que fiquei com vontade… pode ser que dê. O que é certo é que, tal como algumas pessoas previram, acabo por não ter tempo para dedicar ao instrumento. Assim, por muito boa vontade que tivesse, sem estudar em casa a coisa não poderia desenvolver muito. Por ora fica em águas de bacalhau!

Mas, não pensem que baixei os braços quanto ‘a música. Já tomei outra resolução, esta bem mais fácil, espero. No Sábado já pus um anúncio a dizer que procuro uma banda onde cantar. Afinal, para cantar não preciso de perder muito tempo a practicar, uma vez que a voz é o instrumento mais familiar a cada um de nós (e já tenho algum treino, dados os anos de coro no conservatório).

Até agora recebi quatro convites: um duma “chick”, que se auto-intitula de Guitar Diva, e que queria tocar com “chicks” e que música com “chicks” é que é fixe. Essa ficou logo excluída. Fedia a histericidade e superficialidade. Depois recebi convites de duas bandas de covers de hard rock. No thanks! Não quero andar a abanar a guedelha e a rebentar com as cordas vocais.

Por fim, a que se apresentou como banda ideal. Uma banda de 6 elementos, incluindo congas, violoncelo, violas e guitara, numa onda de rock acústico, bem melódico, e pronta a gravar em estúdio. Só mesmo ‘a procura da voz que lhes falta. Adorei os samples que me enviaram e eles pareciam também entusiasmados com as minhas aptidões. As melodias compreendiam a região que melhor se adpta ‘a minha tecitura vocal. Já se falava em audição e eu, claro, toda entusiasmada. Quando o tipo me diz que mora em cascos de rolha, literalmente a 100km de Boston, até me deu uma coisita má!
Tá mali!!
Eu especificava no meu anúncio que estou na área de Cambridge, quanto muito Boston. E o tipo contacta-me com a banda maravilha, aliciando-me a dando-me esperanças e depois, puff, "trabalhamos onde Judas perdeu as Botas"?!?!?!
Tá mali! Tá mali!
Bem, basicamente ainda estou orfã de banda mas, tendo em conta que em 2 dias recebi 4 contactos, pode ser que a coisa funcione eventualmente bem. Veremos!
Não percam o desenrolar desta nova saga musical :)

4.03.2006

Por estas e por outras....


E' que eu não cozinho lagosta! :)

Não dá...

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Hoje vou terminar tudo com ele!

4.02.2006

Aos Meus Amigos!!



E por falar na Si (post: São Francisco), lembrei-me da “Canção da América”, que podem aqui escutar pela voz da Elis Regina.

Neste vídeo, serve de banda sonora para a Saudade que a morte desta cantora tão querida do Brasil e do mundo trouxe. A primeira vez que a escutei foi pela voz de Milton Nascimento, também ela usada para imortalizar a Saudade, num tributo a Ayrton Senna, precocemente falecido. A Si ofereceu-me esse álbum, “Amigo”, e especialmente esta canção, quando tivemos que nos despedir, sem data de reencontro prevista, desconhecendo as voltas que a vida de cada uma daria, momento esse marcado por abraços, lágrimas e a dor da incerteza. Até hoje recordo esse momento com muito carinho e emoção.

Porque nem só os momentos tristes deverão avivar o quão importantes e queridas as pessoas são para nós, decidi dedicar-vos, aos meus Amigos, esta canção, só porque sim... porque celebro a Amizade todos os dias.

CANÇAO DA AMERICA

Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de 7 chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
o seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
uma lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto pra te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.

(Milton Nascimento)

(cliquem no Play e de seguida no Pause, para deixar que o filme carregue por completo. Assim, poderão vê-lo sem interrupções)

'As Cegas

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Aqui podem ler o que escrevi acerca desta foto.

4.01.2006

São Francisco

Eis-me finalmente com algum tempo para falar sobre a minha ida a São Francisco. Só lá tinha estado uma vez, nomeadamente no ano passado em Julho, altura em que até lá me desloquei para ir a uma conferência. Se na altura detestei a cidade por estar confinada ao Financial District e não ter qualquer amigo para me mostrar os recantos da urbe, desta vez, pura e simplesmente, adorei São Francisco. Isto porque, primeiro que tudo, os 4 dias que lá passei foram todos na companhia da minha querida mana Si.

A Si, a quem conheci na Alemanha há já 6 anos, tornou-se uma grande amiga desde o primeiro segundo que nos conhecemos e, volvido todo este tempo, a cada dia se torna mais próxima e mais intíma, daí (Crespita, sem menosprezo para ti), ser a minha outra Mana. Damo-nos extremamente bem, veja-se a “sessão de fotografias” (que acabou mais por ser de risos, quando a Si, artista nata, tentou aproveitar a luz):

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Estar na companhia dela e de toda a beleza e boa disposição que emana, tanto na sua maneira de ser e de estar como na maneira de se rodear não só de pessoas super porreiras como também de uma casa linda de morrer com um jardim de fazer chorar de inveja qualquer um, tornou São Francisco um portento.

A cidade transpira relaxamento e descontração.

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As pessoas são super simpáticas e afáveis, tendo-me acontecido por diversas vezes receber sorrisos na rua e ter estranhos a oferecer-me o que comiam enquanto deambulava pelas ruas. Isto agradou-me sobremaneira uma vez que, no geral, tanto em NY como em Boston, as pessoas (embora por vezes curiosas) na sua maioria passam por nós sem sequer olharem.

O tempo maravilhoso e solarengo parecia intensificar as cores da cidade, algo que também me agradou particularmente. Há muita côr!! Claro que na zona da Castro, centro gay da cidade, isso não é de surpreender, mas achei que São Francisco era muito mais colorido e luminoso do que a Big Apple (que se torna sombria devido a tantos arranha-céus e cimento) ou Cambridge, onde as pessoas parecem cinzentas por natureza (mas também só as conheci durante o Inverno).

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Passeei a pé pela Castro, Mission, Church e Market streets, e zonas circundantes, passando pelo parque.

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Sabe bem caminhar pelas ruas. Parece tudo muito familiar e uma pessoa sente-se benvinda. Sendo a cidade o estandarte da movimento Homossexual, achei piada a certos anúncios na rua:

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Também no metro se encontram anúncios curiosos, mas esses uma verdadeira ode ao cúmulo do “gosto-de-gastar-dinheiro-com-inutilidades”. Neste caso, anunciam um degrauzito para que o cachorro não se canse muito a subir para o sofá ou a descer do automóvel (acho que a associação defensora dos direitos dos animais devia intervir. Os coitados dos animaizinhos não deveriam ter que aturar estes humanos doidos):

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Após uma grande volta “a penantes”, apanhei o Bart (metro) até Ocean Beach, onde pude estar ao pé do mar. Confesso que a praia não é lá muito bonita e o mar estava bastante revolto devido ‘a ventania que se fazia sentir mas, mesmo assim, soube-me pela vida: o cheiro a maresia, o calor na cara, o vento nos cabelos e, por incrível que pareça, o Sol no local certo. Para qualquer Português, faz sentido ver o Sol pôr-se no mar, enterrando-se no azul. Ora, estando na costa Este dos USA, o sol está sempre no sítio errado, escondendo-se em terra. Assim, soube bem ter tudo no sítio, nem que só por um momento. Pela primeira vez, toquei no Oceano Pacífico. Deveria ter sido o pézinho mas, como estava um pouco frio (e não se pode confiar nos tubarões, hehe) fiquei-me pela mão, momento único na história e que aqui partilho convosco. Neste filme curto também os passarocos "speedy Gonzalez":



Seguiram-se uma ida até ‘a Cliff House, de onde a vista da praia é mais bonita:

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E iniciei o meu regresso ao centro da cidade passando pelo Golden Gate Park, desenhado ‘a imagem do Central Park, embora numa versão mais selvagem (o Central Park é muuuuuuuuito mais fixe!). Não sei porquê, decidiram lá pôr um moinho Holandês, mas confesso que nem fica muito mal no cenário.

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A Primavera já se fazia sentir e viam-se muitas pessoas a correr, a passear os cães, ou apenas a apanhar sol e a relaxar ao pé de lagos e de árvores a despontar:

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Fazia tenções de passar pelo De Young museum, mais abaixo no parque mas, como por esta altura já caminhava há 2 horas e ainda me encontrava a meio do caminho. Desisti. Fica para a próxima, pois quero regressar com toda a certeza.

Dirigi-me então ao centro da cidade, onde mais tarde me encontraria com a Si (note-se que era 6a feira e nem toda a gente estava de “férias” como eu :) ) para fazermos coisas da Gajas Manas, ou seja, Compras!! Não sou nada dada a isso e passam-se séculos sem que compre alguma coisa para mim mas, com a companhia certa, a coisa muda de cenário e torna-se divertida.

Esperei num café onde me pude aquecer. Embora o sol tenha brilhado sempre, ao fim do dia a cidade arrefece sempre e há uma brisa fresca. Felizmente, não fui assaltada pelo tão típico nevoeiro mas do frio ao fim do dia não escapei. Saboreando um chocolate quente, gostei de observar as pessoas e a azáfama perto de Union Square. Durante o tempo que estive naquele café, porque ocupava uma mesa para 2 e só lá estava eu, 3 pessoas, a seu turno, perguntaram se se podiam sentar. Acabei por ter companhia para a horita que ali fiquei e travar conversas interessantes o que, mais uma vez, demonstra que nesta cidade as pessoas são mesmo muito simpáticas.
Chegada a Si, lá fomos nós para a H&M. Escusado será de dizer que saímos de carteira mais vazia mas foi muito divertido. Tanta compra deixou-nos com fome e então, lá telefonou a Si ao Cedric. O Cedric é um amigo da Si, Francês, super, mas super mesmo, impecável, que conheci na noite em que cheguei. Tem carro e então está sempre a ser “chateado” com pedidos de “vamos aqui! vamos ali!”. O que vale e’ que é um paz d’alma e faz tudo isso com uma boa vontade extrema e até entusiasmo, sendo ele próprio aquele que sugere “vamos aqui! vamos ali!”, mesmo isso significando andar a conduzir o pessoal todo.

Lá fomos nós comer sushi, pelo qual tenho desejos agudos, qual grávida, desde que saí de NY e me mudei para Cambridge, onde o cenário gastronómico Japonês é uma desgraça. Depois de um repasto delicioso, segui-se a primeira “vista sobre a cidade”. O Cedric, já no fim da refeição, voluntariosamente dizia para a Si: “we could take her to the Twin Peaks”. E lá fomos nós, no “Pussy Cat Mobil” (nome com que baptizei o carro do Cedric devido ‘as forras de carro intencionais com pelinho de “leopildo”) para a “montanha”, de onde de facto a vista era impecável. A foto ficou meio tremida porque estava um briole do caraças :)

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Os dias que se seguiram foram, como não podia deixar de ser, impecáveis: passeios e mais passeios um dos quais a ida até ao outro lado da Baía até Berkeley, o que nos proporcionou uma viagem inesquecível de metro. ‘A noite, no regresso a SF, eis que eu, a Si, o Joaquim e o Cristina (ex-colegas meus de Universidade) nos metemos no Bart. Cientes de que era uma viagem algo longa, não nos preocupámos muito em ver amiúde em que estação estávamos. Isto a juntar ao forrobodó e risos constantes que até dores abdominais e lágrimas nos deram, fez com que vissemos que estávamos em cascos de rolha em vez de na direcção correcta já bastante depois. Uma vez que já passava da meia noite (por estas bandas o metro também deixa de correr muito cedo. Nada como NY, onde nunca pára!) já estávamos a ver a nossa vida a andar para trás, julgando que não haveria mais transporte. Felizmente, conseguimos ainda apanhar o último metro de regresso a SF, mas que implicou mais um tempo de espera. Uma viagem que deveria ter demorado uma hora levou cerca de 3h. Na estação, e para matar o tempo, pedi ao Cristina que nos tirasse, a mim e ‘a Si, uma foto. Só depois vi o resultado (ele bem nos dizia: esperem, esperem! ainda não está!):

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Cristina, o autor das “decapitadas”:

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Os dias em São Francisco foram também prolíficos em actividades culturais. Tantas, tantas que tiveram que ser umas atrás das outras :) No Domingo ‘a noite, a coisa começou, após mais uma Sushizada (coitados da Si e do Cedric) com uma ida ao concerto do Keith Jarrett, o último da série de três concertos a solo na América do Norte, dos quais assisti também ao primeiro, em NY. Confesso que, uma vez que o vi actuar três vezes nos últimos 9 meses, estou a precisar de férias do Keith Jarrett. Ele toca de facto divinalmente mas deu para me aperceber de alguma falta de imaginação nos repertórios (muito embora improvisados) e uma incidência no seu mau génio cada vez que se dirige ao público, o que me desperta alguma ambiguidade (até se dirigiu ao micro para dizer o seguinte: I have got nothing to say but, since I have the reputation, I should complain about something!). Depois do Keith, disparámos, literalmente para o “Café du Nord”, onde assistimos ao concerto de dEUs.

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Se na Europa esta banda Belga consegue ter, na boa, assistências de 7000 pessoas, por estas bandas são completamente desconhecidos e deu para assistir ‘a sua actuação num espaco bastante pequeno e familiar, onde o palco e os artistas estavam logo ali:

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Depois do concerto ainda deu para conversar com alguns membros da banda e tirar uma foto só que, nesta altura, a minha maquineta ficou sem bateria, razão pela qual o flash já não disparou e não tenho registos visuais do que se seguiu:

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Com tanta energia gasta a cantar, saltar e dançar no concerto, a fomeca bateu de novo ‘a porta e aí o grupo com que estava seguiu para o “Farolito”, uma Taqueria do mais simples e tradicional que há, por isso mesmo excelente. Dado que era Domingo ‘a noite e já de madrugada, o estabelecimento estava vazio, sendo só nós (eu, Si, Cedric, Alex, Sophia, Geraldine e Vincent, todos amigos da Si) os clientes. Apercebi-me que havia uma Jukebox e então, para animar a noite (ou antes, para que a animação, que era uma constante, não esmorecesse) vou de me dirigir ‘a máquina e, com a “ajuda” do Alex, tentar seleccionar 3 músicas da discoteca Mexicana/Salsa/Latina, completamente desconhecida. Digo "ajuda" porque, olhando os dois para a máquina quais bois a olhar para um palácio, sem saber bem como, eu e o Alex seleccionamos… nem eu sei o quê. O que é certo é que começaram a tocar músicas animadas demais.
Agarrei no Alex e desatei a dançar. Eis a prova, numa foto do telemóvel do Vincent, um gigante de quase 2 metros, como podem avaliar pelo ângulo).

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Os donos da Taqueria já nos olhavam num misto de espanto, tipo “estes gajos são doidos”, e satisfação por ver tanta animação na sua casa mas o que foi realmente “priceless” foi quando a música que se seguiu ‘a primeira contagiou toda a gente e lá andávamos todos aos saltos e aos pinchos pelo corredor da taqueria a dançar e a rir de forma hilariante. Ele era dançar o Limbo, ele era dançar 'a Cusaco Russo... foi uma alegria. Neste instante até entrou um casal ao qual imediatemente dissemos: “If you want to eat you have to dance” e eles, nao se fazendo rogados, juntaram-se ao chinfrim. Foi ESPECTACULAR!!!
No fim das músicas virei-me para os Mexicanos atrás do balcão, de mãos na cintura e sorriso maroto no rosto: “comé?! não há palmas?”. E eles rasgaram-se em sorrisos e aplausos enquanto eu agradecia com vénias cerimoniosas. Ninguém estava bêbado mas eu tenho que concordar que o comportamento que exibia era típico de quando fico “bêbada por osmose” (porque não bebo), isto porque estava de facto bêbada com tanta boa disposição, diversão e companhia extraordinária.

Para queimar os últimos cartuchos (teria que ir para o aeroporto ‘as 4h da manhã desta madrugada) fui visitar as últimas “vistas” de São Francisco. Lá rumámos todos (e o que é giro é que os amigos da Si alinhavam todos efusivamente no mote “mostrar a cidade ‘a Inês”) para a Treasure Island. Como podem ver, não era só eu que estava “bêbada de boa disposição”. Aqui, a Geraldine e o Cedric tentavam ter uma vista ainda melhor:

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Próxima paragem, Golden Gate bridge. Aqui, seguimos só eu a Si e o Cedric no “Pussy Cat Mobil”. Eu não sabia que lá íamos e só reparei que nos desviávamos do caminho para “casa” quando, ao perguntar ao Cedric para onde íamos, ele me respondeu com um sorriso enigmático. Mais uma vez, incansavelmente, não quis deixar de me mostrar mais um dos atractivos da cidade. Coitado, mal ele sabia no que se ia meter. Deu-nos, a mim e ‘a Si, um ataque de nostalgia e levámos o caminho todo a cantar as canções mais disparatadas. Até pusemos o Cedric a cantar a versão Francesa de “nós só queremos cuecas amarelas” com a melodia de “Yellow Submarine”, dos Beatles. Mas o pior ainda estava para vir quando, para celebrar o estar em pleno tabuleiro da Golden Gate, cantámos de goelas abertas “A Portuguesa”. Só visto!

A vista, mas uma vez, linda e ainda tive direito a uma nova perspectiva quando atravessamos a estrada e fomos até ao ponto Bonita. Aliás, tive mais que uma perspectiva uma vez que, caminhando no escuro da noite e só iluminados pela lua, não me apercebi que havia um desnível de cerca de 50 centímetros ‘a minha frente e, segura, dei o passo no vazio, seguido de um tombo digno de BD. A situação foi tão cómica que eu rebolava a rir enquanto que a Si e o Cédric, preocupados, olhavam para mim sem saber ao certo se rir se chorar. Não me magoei, que é o que interessa.

No regresso, senti ainda a emoção de descer a rua mais íngreme de SF, qual montanha russa e em que, por segundos, parece que o carro vai a cair no nada.

Foram uns dias muito bem passados e que deixaram saudades. Quero lá voltar, se possível muitas vezes. E' sempre bom estar com a Si, senti-me muito bem recebido pelos amigos dela e, com tanto bem querer, a cidade tornou-se espectacular.
Sei que é uma pirosísse mas não posso deixar de terminar este post sem cantarolar:

“I left my heart/ In San Francisco…”