12.07.2012

Grão-de-bico

Momentos mágicos 1



O meu maior Amor tem neste momento 62cm. Cresce incomensuravelmente pela minha grão-de-bico. E sei que, mesmo quando os limites físicos lhe determinarem a altura e o tamanho, esse Amor nunca encontrará limites.

'A noite, repete-se a rotina, rotina essa que, a cada dia que passa, se revela sempre nova e única, deitando por terra a própria definição de rotina.

A seguir ao banho, durante o qual brincamos, palramos e cantamos ao som da água, segue-se o secar, o pôr creme, o pôr a fralda, o vestir, o palrar um pouco mais, o pegar-lhe e encostá-la ao meu peito, sentindo-lhe o aroma de banho fresco e roupinha lavada. Tudo interrompido por beijos aqui e ali. E mais um beijo e mais um daqueles sorrisos rasgados que me fazem querer cobri-la de ainda mais beijos.

Depois, aconchego-a no meu colo e dou-lhe de mamar, num ritual em que o olhar que trocamos nos une e transmite o quão apaixonadas estamos uma pela outra. Perco-me na profunda inocência dos seus olhos amendoados, fixos em mim, como se nada mais existisse no mundo. E sei que, naquele momento, também o meu olhar adquire uma inocência e ingenuidade de outros tempos.

Quando já meio adormecida, deposito-a no berço, com um cuidado e carinho desmesurados. Cubro-a, ponho-lhe a "naninha" junto ao rosto e faço-lhe uma festa. Beijo-a e fico ali, parada, a olhar para ela. A olhá-la enquanto dorme. Tão serena!

Finalmente, algum tempo para mim. Mas, depois, quase que anseio pelo mínimo gemido ou estremunhar para lá ir vê-la. E, passado um tempo com ela a dormir, sinto saudade e vou ao quarto amiúde, só para a ver e, mais uma vez, ficar ali, parada a olha para ela. A olhá-la enquanto dorme. Tão serena!

Debruço-me sobre o berço e cheiro-a. De novo, aquele aroma a banho fresco e roupinha lavada, agora misturado com o cheiro morno e doce do sono.

Um dos meus maiores prazeres tem 62cm... e é tão grande!

10.22.2012

Ser Mãe é...


Estar sempre com as mamas de fora.

10.21.2012

Compondo com Linhas e Agulhas



A minha tia Tai-Tai é uma mão cheia de talento para coisas de agulhas e linhas. Veja-se o belo casaquinho amarelo com que presenteou a nossa cria :)

 Se quiserem miminhos destes, é só ir a este Blog e encomendar. Qualidade e rapidez são garantidas... e umas prendas de Natal bem giras também!

9.08.2012

Mãe Babada



A-DO-RO quando paro numa passadeira, 'a espera do sinal verde, e os que aguardam comigo comentam, olhando embevecidos para o carrinho de bebé que transporto:

- ohhhh, que linda!!
- ohhhh, so cute!!
- ohhhh, que adorável!!
- ohhhh, que pedaço delicioso de gente!!

Tenho a dizer que há muita gente sensata e inteligente por estas bandas :)

Ironias da (pós) Gravidez


Quando, ao fim de vários meses, se julga que, finalmente, se vai dormir de barriga para baixo, tal está longe de ser verdade, sob ameaça de explosão de proporções atómicas dos úberes que carrego.

9.03.2012

Ser Mãe é....



Ser Mãe é descobrir um Amor que dói.

8.24.2012

1 semana de Maria Elis


Hoje faz 7 dias. Há uma semana, a esta hora, preparavamos-nos para conhecer a nossa cria: a Maria Elis (Ê-lísh).

Foi um dia memorável, que ficará para sempre embutido nas nossas recordações e emoções.

 Foi assim que a saga do parto começou: Na 5a feira fui 'a consulta das 40 semanas, sendo que já tinham passado 2 dias sobre a data estimada para o nascimento da nossa frutinha tropical. Pelos vistos, se passarem mais de 6 dias, já não se pode parir no centro de nascimentos. E, pese embora eu estivesse já com os 2 cm de dilatação e com cérvix agora a 50% de adelgaçamento, se a bebé não saísse até 2a feira, então lá se iam por água abaixo todos os esforços para conseguir um parto o mais natural possível. Quem me tem seguido por aqui, sabe das trampolinices por que passámos até conseguirmos um lugar no centro de nascimentos.

Para evitar sermos excluídos, a parteira recomendou-me um acupunturista/reflexologista, que me poderia ajudar, de forma mais natural, a iniciar o parto. Ainda no gabinete, liguei para o Chinoca e, em 2:30h já estava no estaminé dele, com agulhinhas espetadas nas costas, pernas, mãos e dedos dos pés, seguido de estimulação dos mesmos pontos, mas desta vez com uma Chinesita a dar-me forte e feio com as suas massagens.

Certinho, direitinho... 'as 23h, enquanto víamos um filme, comecei a sentir o que me pareceram ser contracções. Discretamente, sempre que um contracção começava, levantava-me e ia ver que horas eram, para perceber qual o intervalo entre elas e a duração das mesmas. Estas duravam cerca de 30s a 45s, espaçadas de 20 minutos. Tal como aprendemos nas aulas pré-parto, o parto estava a começar. Uma vez que se mantinham consistentes, antes de todos nos deitarmos (a Elis esperou pela chegada dos vovós no dia 8 e a casa estava cheia para a sua chegada) já ficou toda a gente de sobreaviso. Amanhã, 6a feira, seria o grande dia.

Consegui dormir da meia-noite 'as 4 da manhã. Mas, a partir daí, as contracções já começavam a incomodar e não dormi mais. Ora ia 'a casa de banho, ora caminhava, ora me sentava sobre a bola de pilates, ora me deitava (e aí a coisa piava mais fino)... mas nada aliviava o desconforto. Telefonei 'a parteira perto das 8h. Ironia das ironias, foi justamente quando estava ao telefone com ela que as contracções me deram para vomitar. Então a coitada, durante um tempo só me ouvia a deitar a carga ao mar ou então a gemer e a interromper a conversa, porque lá vinha uma contracção. Ossos do ofício.

Sugeriu-me 30 minutos num banho de imersão, que ajudaram muito, e pediu que ligasse daí a 2 horas, quando, provavelmente as contracções iam durar 1 minuto, com intervalos de 5 minutos. As contracções bem aumentaram de intensidade e duração, mas o tempo entre elas, continuava nos 8-7 minutos. E a parteira a julgar que eu não estava a progredir. Fiquei nisto até 'as 13h, altura em que me disse para ir para o hospital, para me examinar, uma vez que já estava com contracções há mais de 12 horas.

Lá fomos nós: táxi (eu bem queria ter andado para lá mas, nesta altura, já não dava), uma contracção desgraçada enquanto o motorista acelerava pelas ruas de NY, mais um vomitanço (já prevenidos, levámos o saquito de plástico), e eis que chegámos ao hospital. Uma vez lá, 12º andar e triagem, para depois passar, se tudo estivesse bem, para o centro de nascimentos, no andar de baixo.

Ao ver-me lá, sentadinha na cadeira, a sorrir e a falar com o David, só interrompida por contracções que me faziam arfar para controlar a sensação (e, vá, pronto, mais um vomitanço), a parteira disse logo: deves estar com 4cm de dilatação. Se estivesses mais e em parto activo, de certeza que não te conseguias rir ou sentar aqui 'a espera.

C'um caneco, pensei eu, não me digas que agora é o meu cérvix que me vai sabotar e que me vai fazer parir aqui em vez de no centro?! Mas eu própria também já me começava a sabotar, pois pensava: se com 4cm dói isto, não quero imaginar como será aos 9cm e aos 10cm. Será que consigo?? Não estava a morrer, mas imaginar algo com uma magnitude de quase o triplo, não me animava muito.

Passadas 2 horas 'a espera (sim, 2h, porque também não havia pessoal suficiente no centro de nascimentos e não me podiam levar para um quarto sem haver uma enfermeira designada, para além da parteira... tudo a ajudar), eis que a parteira nos chama e nos dá a boa nova: boas notícias!! Vamos para o centro de nascimentos! Já temos enfermeira! Agora, só tens que estar com, pelo menos, 4cm de dilatação... caso contrário, já estás em trabalho de parto há mais de 12h, sem progressão... e terás que vir aqui para cima. E eu, cá para os meus botões, vai cérvix, dá-lhe, dá-lhe... dilata pah!! Eu realmente, tirando os momentos em que tinha que controlar a contracção, estava fina.


15:30h - Chegados ao quarto, eis que a parteira finalmente me examina. Ela não queria acreditar e só dizia: não é possível!! não é possível!! Ela está com 9cm de dilatação (ou seja, só faltava mais 1cm)!! E conseguiste estar lá em cima, a falar, a sorrir, sentada 'a espera 2 horas?! Incrível!! (devo dizer que esta é a 2a vez que deixo um técnico de saúde banzado. Já uma outra vez, com 12 anos, fui ao hospital porque julgava ter o braço partido. Ou antes, o meu pai insistiu que fôssemos, pois a minha mãe também não se queria crer que pudesse estar partido. Ao ver-me, tão caladinha, sem chorar e só a dizer "dói", disse logo que não podia estar partido. E estava mesmo. Voltando ao parto...). Como dizia o outro (mais ou menos): a dor a mim é uma coisa que não me assiste, hehehe. E eu, delirei com os 9cm de dilatação... e acho que foi aí que esbocei o único sorriso da sessão de parto, pois a partir daí, 'a medida que a coisa progredia, só me tentava concentrar, respirar, gerir a sensação.

Porque não conseguia manter nada no estômago, marchou um litro de soro intravenoso, que me deu energia para levar a coisa até ao fim. O jacuzzi também ajudou muito, pois a água quente e a ausência de gravidade aliviaram a pressão das contracções. E, claro, o apoio do David, que esteve lá, sempre de ânimo em cima, a encorajar-me e a apoiar-me. Inteligente, percebeu que por vezes o melhor era mesmo deixar-me sossegada, a concentrar-me no que quer que estava a sentir. Quando percebia que eu "voltava", dava-me pedacinhos de gelo 'a boca, que me sabiam pela vida.

A parteira previu que, uma vez que eu afinal estava a progredir tão bem, lá pela hora de jantar o bebé estaria cá fora... ao fim de 1h no jacuzzi, já eu sentia vontade de fazer força (lá pelas 17h). Mais uma vez, a parteira não queria acreditar (de certeza que ainda não tinha conhecido uma mulher do norte, carago :)). Apressaram-se a tirar-me do jacuzzi e a passar-me para a cama, porque, afinal, o bebé ia estar cá para fora bem mais rápido do que anteciparam e aquela banheira não é própria para partos dentro de água.

Esta transição foi difícil, pois as contracções já me impediam de andar e vinham bastante seguidas, e todo o meu corpo tremia que nem varas verdes. Contudo, experientes, a enfermeira e a parteira lá me conseguiram levar para a cama e pôr-me sobre uma cunha, de cócoras, com os pés sobre o colchão. Porque até aqui as águas ainda não tinham rebentado (o que foi óptimo, pois assim o pressionar do cérvix estava a ser absorvido pelo líquido amniótico), durante uma das contracções puseram-me deitada de lado e disseram-me para resistir ao desejo de fazer força. Só respirar. Caramba, aquela posição era horrível para uma contracção daquele calibre. E só respirar... difícil. Mas, funcionou: as águas rebentaram, saiu um esguicho de água quente e eis que senti o bebé no canal vaginal.

De volta 'a cunha, desta vez sentada no colchão porque já não conseguia fazer muito mais, eis as instruções que me indicaram que o fim estava próximo: segura as suas pernas por baixo do joelho, cotovelos fora da cama. David, segure essa perna, eu seguro esta, dizia a parteira. Quando a contracção começar, vai fazer força. Não fala, não faz sons, só empurra, empurra, empurra... o seu bebé vai sair, está quase a conhecê-lo/a!! Eu bem tentei fazer isso, mas quando o empurrar me fazia sentir um ardor e um queimar indescritível (o que eles por aqui chamam de "ring of fire", nome digno de uma saga do sr. dos anéis), eu não conseguia mais suster a respiração e empurrar e aí, berrava a bom berrar.

Coitadinhos dos meus pais. Na sala ao lado, 'a espera, a ouvirem tudo pela parede que nos separava, agonizaram a todas as tentativas de pôr o bebé cá para fora. A eles pareceu-lhes uma eternidade mas, pelos vistos, foram só 5 puxões (o que mais uma vez banzou a parteira, heheh).

A cada "push push", a sensação que me dava era de que, pese embora a pressão e o ardor, nada acontecia. Não sentia uma cabeça a passar, uns ombros, nada. E a parteira, a enfermeira, o David a dizerem-me, está quase, está quase, mas não me diziam o que era o quase. E eu convencida de que, pese embora o meu esforço hercúleo, do bebé ainda não se via nada. E foi aí que dei de caras com a tal "parede" que se descreve numa maratona: é aquele momento em que o desespero é tanto que pensamos em desistir, mas desistir também já não é uma opção. E aí, temos que nos entregar ao que estamos a sentir, baixar as defesas e deixar que o momento impere... e fiz muita, muita força, ignorando a dor, o ardor, o queimar, o desconforto... tudo. E, passada a contracção, estava ensopada em suor, escorria-me por todos os poros.

Ainda sem perceber qualquer manifestação de quem me rodeava que me indicasse em que estado estava a saída do bebé (o que mais me convenceu que ia ficar entre a espada e a parede por muito tempo) dei por mim a dizer o impensável: "não consigo! não consigo!". Afinal, tinha acabado de dar tudo de mim. E nada? Fui acordada das minhas conjecturas pela parteira. Disse-me "abra os olhos, olhe para aqui, debruce-se!"... e eu continuava "não consigo! não consigo!". E ela insistiu: "consegue sim, olhe, debruce-se".

E olhei e nem queria acreditar no que vi. Ali, 'á minha frente, aquele pedaço de nós que mimei e nutri por 9 meses, estava já com a cabecinha e os ombros de fora. "Tire o seu bebé, pegue nele!!" E, de repente, já era capaz de tudo, já tinha forças, já me mexia qual atleta e, num ápice, peguei-lhe por baixo dos bracinhos e trouxe-o para cima de mim.

A emoção é indescritível!! Aquele corpinho, tão delicioso, em cima do meu. Tão quentinho. Aqueles olhinhos a olharem-me. A procura imediata do peito, com aquela boquinha aberta, após o choro que anuncia a vida. Eu só chorava e abraçava aquele pedaço de nós: oh bebé! oh bebé!!... e não conseguia dizer mais nada. Olhei para o David e vi nos olhos dele a mesma emoção.

Foi tão lindo, tão lindo que é impossível descrever!

Já mo tinham descrito muitas vezes, mas nada consegue alcançar a dimensão daquele momento. Desapareceu tudo, já não sentia qualquer desconforto ou sequer me lembrava daqueles 5 puxões, das contracções... estava tudo para trás. O David, igualmente, viajava comigo nesta dimensão. Só passados uns segundos é que perguntei: é menino ou menina? 'mor, diz-me, quero saber por ti. Como se chama o nosso bebé? Com a emoção, ninguém se tinha lembrado de verificar o sexo da criança. Orgulhoso, o David disse-me: é a Elis!! :)

Assim, a nossa frutinha tropical nasceu com 3,45 Kg e com 53 cm de comprimento. Nasceu 'as 17:27 do dia 17 de Agosto de 2012. É muito saudável, passou todos os testes com distinção e saiu muito rosadinha e limpinha, nem parecendo uma recém-nascida.

Mama bem, dorme bastante e já tem o organismo todo a funcionar (viva as fraldas com cocó e xixi e os peidinhos, aqui e ali, que é para rimar). Chora pouco, mas quando o faz, fá-lo assertivamente.

Eu, pelos visto, virei a estrela do dia com a minha performance, que foi mais que fantástica e rápida. A parteira abraçou-me e disse que eu era a heroína dela naquele dia. A enfermeira que nos assistiu só dizia que os internos, no hospital, deviam assistir a partos como o nosso para perceberem que as induções, cesarianas e intervenções podem ser evitadas e que um parto é algo natural e para o qual estamos preparadas. Não tem que ser visto, necessariamente, como uma intervenção ou operação.

E, todas as enfermeiras, pediatras e técnicas que apareceram durante as 24h que lá estivemos, me deram os parabéns pelo parto magnífico e rápido que tive (para além de darem também os parabéns por a Elis ser uma perfeição). Fiz mesmo sensação. Cheira-me que isto é mesmo coisa das mulheres do norte! :)

Voltámos para casa no Sábado, dia 18, e estamos todos bem. Tirando o desconforto dos 3 pontos que levei (pelos visto, fiz lacerações que, numa escala de 1 a 3 correspondem a um
-1 e, portanto, mínimas e de rápida recuperação), nada me faria mudar de ideias sobre o parto da maneira que foi. Aliás, quando agora pego na Elis ao colo e fico embevecida a admirá-la e a lembrar o momento em que a pus em cima de mim, só penso que quero mais bebés e mais momentos assim. Ainda viro a Susaninha da Mafalda!

É uma experiência única e nunca me senti tão mulher, tão completa e tão feliz!

Feliz aniversário de 1 semana filhota e obrigada por seres o melhor presente que alguma vez recebemos.

8.20.2012

17 de Agosto, 2012


17 de Agosto, 2012. O dia mais inesquecível das nossas vidas!

8.16.2012

Espera

O/A petiz foi obediente e cooperou: esperou pela chegada dos avós. Agora, são eles (e todos 'a minha voltam), que desesperam com o tão típico "então, é hoje?".

 Confortável que está no Hotel Uterus, a nossa coisinha já ultrapassou a marca das 40 semanas na passada 2a feira. Hoje há consulta médica, para a qual não havia grandes certezas que eu conseguisse vir há uma semana. "Deve nascer" antes, dizia a parteira. Mas, o que é certo, é que ainda aqui estou com a minha tão adorada barriga e os menos desejados tarolos, vulgo pés inchados. 

Vamos lá a ver se a criança não me estraga os planos de um parto natural ao obrigar 'a indução, caso se recuse a sair até 'as 42 semanas. Se sair 'a mãe (que ficou 22 dias a mais nesse tal hotel), só vai sair mesmo 'a última (sem indução), mediante ultimatum médico :)

8.07.2012

Modo Cerebral

Ontem estava a ver um programa de culinária e apareceu no ecran: da Horta ao Prato. O que li foi: a Hora do Parto. Estou mesmo em modo gravidez!

8.04.2012

Pré-Sintomas

Existem vários sintomas que indicam que o parto pode estar para breve.
Tem :

- náuseas? Check  (níveis de hormonas a mudar de novo)

- vómitos? Check
- diarreia? Check  (organismo a fazer limpeza)

- vontade de limpar e arrumar tudo que nem doida? Check (preparar o ninho)

- corrimento espesso conhecido por "rolhão"? Check (acho eu. Desbloqueio do cérvix)

- cérvix dilatado? Check

- sensação de "cólicas menstruais"? Check (duas em três dias)

- perda de peso? Check


Pois é. Não falho uma.
Só espero é que a criancinha espere pela chegada dos avós, no dia 8.

Vá lá, fica aí só mais um bocadinho, está bem?

8.03.2012

Birthing Center - CONSEGUIMOS!!




Quem segue o Casaco Amarelo sabe concerteza do nosso desejo de um parto natural, no centro de nascimento (birthing center), e de como este nos foi negado, face ao facto de estarmos grávidos de 25 semanas quando tomámos essa decisão.

Ora, 'as 37 semanas, fomos 'a consulta com o Dr. Moritz e, mais uma vez (especialmente incitada pela nossa professora das aulas pré-natal), voltei a inquirir sobre a possibilidade de termos a nossa cria no centro de nascimentos. Pela 3a vez!

Não sei se pela minha insistência, se pela promessa de uma excelente garrafa de vinho do Porto (acompanhada do meu mais belo sorriso e olhinhos de bambi) o Dr. Moritz lá se desdobrou, falou com as parteiras com quem trabalha e lá nos conseguiu uma vaga no centro. Isto deixou-nos (a mim especialmente) em estado de graça.

Se já me tinha apaixonado pelo birthing center assim que o conheci, com o seu ambiente silencioso, calmo e tranquilo, luzes indirectas, musiquinha, possibilidade de mobilidade total, jacuzzi, bola de pilates e aparatos e todo o conforto, para mim e para os meus, depois de ter conhecido a unidade hospitalar no andar de cima, onde impera o barulho, azáfama e luzes fluorescentes, ainda mais decidida fiquei a parir no primeiro.

Que bom que conseguimos!!

No fim da consulta não resisti e, sem sequer lhe dar tempo, disse do Dr. Moritz: eu tenho que o abraçar, ao mesmo tempo que já o rodeava com os meus braços. Como é Europeu, eu sei que percebeu o gesto e até gostou.

Passados uns dias, quando me viu a sair da consulta com a parteira, retribuiu-me o abraço, perguntou se eu estava feliz e até comentou com uma outra paciente que passava que aquela era a melhor parte do trabalho.

Há 2 dias fomos já 'a consulta das 38 semanas, onde conheci mais uma parteira. São ao todo 4, sendo que uma delas nos vai assistir na hora H... que, me parece, já não está assim tão longe uma vez que, ainda sem estar em trabalho de parto, já tenho 2 cm de dilatação.

Muitos em breve poderei contar sobre a experiência do centro de nascimentos e, se tudo correr como esperado, sobre a entrada neste mundo deste pedaço de nós, naturalmente, sem drogas e de forma tranquila.

8.01.2012

MP3 Experiment

Lembram-se de eu vos falar da MP3 experiment?
E o mais engraçado, eu apareço aos 5:02. Obviamente, sou a grávida, de top vermelho, mochila 'as costas, touca azul e esguicho branco na mão :)


7.28.2012

Surpresa... de novo

Tinha listado a falta de memória como uma das ironias da gravidez. De maneira geral, até mesmo uma das desvantagens deste estado. Contudo, hoje de manhã funcionou a meu favor. Ontem recebi, pelo correio, miminhos de Portugal, incluindo os tão afamados Morenazos. Claro que hoje de manhã, quando acordei, já nem me lembrava que estavam no frigorífico... e foi com muita alegria que os vi como a resposta perfeita 'a pergunta "o que é que vou tomar de pequeno-almoço?" :)

Mais vale tarde do que nunca



A 2 dias de completar 38 semanas, 2 semanas das 40 previstas, parece-me que, finalmente, tenho "desejos". Nada de escandaloso ou apetites fora de horas... mas uma grande vontade de comer gelado de chocolate.

7.18.2012

Fim de semana NYorquino

Este fim de semana foi hiper, mega ocupado, cheio de acção, o que me deixa super feliz e com a sensação de que estou a aproveitar ao máximo o tempo que resta antes de a vidinha dar uma reviravolta para todo o sempre, amen :)

Confesso que ando meio sôfrega, com vontade de fazer tudo e mais alguma coisa, em antecipação do nascimento da nossa cria algures nas próximas 4 semanas. Vai ser maravilhoso ter esta coisinha cá fora, mas a mudança vai ser tão drástica que estou ciente de que, pelo menos durante uns tempos, bem vou ter que abrandar e habituar-me a ficar mais tempo em casa.

Mas passemos então ao fim de semana. Na 6a, chegou um amigo nosso de Boston, com quem fui até a uma noite de Forró ao ar livre no Lincoln Center, seguido de uma graaaaaande caminhada até ao rio Hudson, depois até 'a rua 80 (com direito a um geladito pelo caminho), Broadway, rua 72, Central Park e de volta a casa. Uma passeata de mais de 2 horas, que deixaram o nosso amigo boquiaberto: "mas tu estás grávida?! Ias dando cabo de mim".

No Sábado, "brunchámos" os três+1 e depois seguimos para o Warm Up no MoMa PS1, em Queens, festa de Verão que acontece todos os anos, todos os Sábados, entre Julho e Setembro. É o máximo: tudo ao ar livre, DJs a tocar, pessoal a dançar a beber e a comer, entrada nas galerias, uma instalação para refrescar toda a gente (este no era a "Wendy"). Vejam aqui. Um casal veio ter comigo, para me darem os parabéns por estar ali a dançar, grávida. Quando lhes mostrei 8 dedos com as mãos, assinalando que já só falta um mês, nem queriam acreditar. Esta pipoca electrónica que tenho aqui dentro é que está de parabéns, por me dar uma vida tão tranquila!

Terminada a dança, siga para Brooklyn, para uma mostra de documentários na qual um amigo meu ia mostrar o seu trabalho. Soube mesmo bem, estar sentadinha, ao ar livre. Depois, toca a regressar a Manhattan, para jantar com uma amiga. Não admira que, quando cheguei a casa, já depois da meia-noite, estivesse cansada.

Mas, isso não me impediu de que, no Domingo, depois de um brunch com a criança e o seu progenitor, me pusesse na bicicleta para pedalar 10km até ao sul da ilha, onde apanhei o ferry, com mais uns quantos amigos, para a Governor's Island. Fomos para lá munidos de uma pistola de água, um lençol branco, uma touca de banho, um peluche e um objecto plano e duro. Para além disso, todos tínhamos também o nosso leitor de MP3 com uma faixa especial, sem a qual toda a experiência tinha ido por água abaixo. Mas perguntam-me: que raio de experiência é essa, com tão estranha combinação de factores? Nada mais nada menos do que The MP3 Experiment Nine, promovida pela Improv Everywhere, que se diverte a organizar flashmobs. Soube disto o ano passado e fiquei ansiosa por participar no evento deste ano.

Podem ver aqui uma amostra do que é:




Isto foi o que se passou o ano passado. Este ano, seguimos e imitámos pessoas, também demos high-fives, deitámo-nos no chão, fizemos de fantasmas, corremos como se fossemos super-heróis e fizemos uma guerra de água gigantesca, que foi uma benção no calor pegajoso e abafado que se fez sentir durante o dia todo. Foi muito, muito divertido. A não perder!

De regresso a Manhattan, mais 10km de pedalada para cima, um banho rápido, e uma ida ao MoMa, desta vez para a mostra de cinema Brasileiro... e acabou o Domingo.

Uuufff... confesso que fiquei cansada, mas feliz :)

7.09.2012

Vida e Morte: o ciclo



É difícil de acreditar que já passou 1 ano.

Um ano sobre a morte de uma amiga querida. Um ano que, embora estivesse no meio da natureza e de um lugar lindo, passei o dia com uma angústia inexplicável, mesmo que em costas opostas de continentes diferentes, em diferentes hemisférios.

É daquelas coisas que não se explicam mas que nos fazem crer que, fisicamente ou não, continuamos ligados 'aqueles a quem estamos unidos por bem querença. Aquela coisa que me fez dirigir os pensamentos para aquele Sorriso, no momento em que descobri a vida que em mim se desenvolvia.

E hoje, ao ouvir o coraçãozito dessa mesma vida, soube que aquela morte foi apenas terrena... pois a Dani esteve ali.

Instruções

Ora segue aqui um guia ilustrado de como apanhar sol nas costas quando se está grávida de 8 meses :)

Primeiro - O maridão escava um buraco



Segundo - A gravidita estende a toalha sobre o mesmo, ajustando.



Terceiro - A gravidita enfia a barriga no buraco e pronto... já está!


6.29.2012

Prendas


Já várias pessoas me perguntaram como podem aceder 'a tão famosa lista de items para bebé que a Baby Fairy me tem ajudado a compilar.

Assim, podem encontrar os links logo aqui ao lado (Para a Favita), para quem quiser presentear o nosso fruto tropical :)

6.27.2012

Outro



Nunca é demais referir o quão fantástico é sentir o/a bebé a mexer cá dentro.

Cada vez mais nos fascina, uma vez que agora não só o/a sentimos, como podemos até ver a barrigota a mexer e adivinhar que aqui ou ali seja um pezinho ou um cotovelo a provocar aquela elevação. É verdadeiramente fantástico e, há coisa de 2 dias, estávamos no sofá a ver um filme e tudo parou quando a estrela decidiu começar a sambar. Com cara de parvos, ficámos os dois a curtir o espectáculo, com as mãos sobre a barriga.

Suspirei: vamos ter saudades destes momentos - saudosa que já estou da gravidez.
O David anuiu: Sim... mas não fique triste. Depois fazemos outro!

Quero ver se diz a mesma coisa daqui a 2 meses, quando não conseguir dormir e já não puder ver fraldas 'a frente :)

Euro 2012


Rai's partam os Espanhóis. Quase paria a criancinha antes do tempo!

6.23.2012

Autocarro



Continuo a andar de bicicleta para todo o lado, como sempre fiz. Ainda há 2 dias, porque 'as 10 da noite estava um calor insuportável, pegámos nas nossas binas e lá fui com o David para um volta de 2 horas e de 25km, junto aos rios.

Como já ouvi várias histórias de pessoas terem sido multadas pela polícia porque passaram um vermelho ao andar de bicicleta ou usaram uma faixa que não deviam, ocorre-me sempre que um dia serei eu. Nessa noite, a determinada altura, usámos a faixa destinada aos autocarros.

Ao mesmo tempo que me veio o pensamento "ainda somos multados", de imediato me ocorreu que não, não nos podiam multar. Afinal, eu sou sim um autocarro, com um belo de um passageiro cá dentro.

Oh Sr. Polícia, desta vez eu posso passar :)

Amêndoas


Pese embora me possa gabar de quase não ter quaisquer dos sintomas secundários associados 'a gravidez, é um facto que agora, pouco depois de comer, começo a ficar com uma azia desconfortável.

Descobri que comer amêndoas ajuda. E ajuda mesmo!
Agora, ando sempre com elas no bolso e como-as amiúde.

Mais pareço um esquilo.

6.22.2012

Médica de Patins


A Dra. D. foi  de patins! Adios muchacha!


Como vos disse, adorei a minha médica quando a conhecemos a primeira vez. Contudo, 'a medida que as consultas progrediam, comecei a notar que me despachava a grande velocidade e que aquela atenção inicial foi mesmo só coisa de princípio. Sentia que era só mais uma das suas pacientes e que não recebia o tempo e a atenção que desejava. Se já sentia um pouquinho isto, a coisa intensificou-se na última consulta com ela, quando lhe comecei a fazer perguntas, a questionar sobre o teste da glucose, sobre o parto e percebi que a estava a chatear eu querer saber tanta coisa. 

Não sei se é porque sou cientista ou não. O que é certo é que as instruções que recebi sobre o teste de glucose foram para não comer nada a partir da meia noite e no dia seguinte, de manhã, beber uma solução açucarada, marcar a hora e, passado uma hora, estar no consultório para tirar sangue e ver como processei o açucar. Ora, se não sabem os meus níveis de açucar iniciais, como vão saber se processei bem ou mal? Telefonei a perguntar isto. A médica não estava e depois ligou-me, deixando uma mensagem de voz que mais parecia um atestado de estupidez: o teste é assim assim e assado (como expliquei). Se acha que estas instruções são muito difíceis de seguir e tiver dificuldades, venha cá que eu explico de novo.

Para além de parecer um atestado de estupidez, não respondia de todo 'a minha questão. Mas, mesmo assim, lá fiz o que me mandaram e no dia seguinte estava lá para tirar sangue. Esperei no consultório para que me visse. Quando entrou, nem olá, nem como vai nem um sorrizinho. Carrancuda, a olhar para baixo, foi directa ao assunto: mas que coisa foi aquela de dúvidas quanto ao teste?

Para além de ficar meio carrancuda com as minhas dúvidas, ainda deu de estar a olhar para o telemóvel enquanto eu falava com ela acerca das dúvidas e questões que tenho quanto ao parto. Quero que seja o mais natural possível, com o mínimo de intervenções e drogas (se possível), quero que o bebé venha logo para cima de mim em vez de o levarem embora, quero poder andar e mexer-me enquanto em trabalho de parto... tudo recebido com muito pouca abertura. Não gostei. Saí de lá bastante insatisfeita e também com a ideia de que, quando a altura chegar, não só vou ter que enfrentar o parto como ainda lidar com resistência por parte da médica quanto 'as coisas se passarem da forma que eu quero e não acabarem numa cesariana só porque é mais prático.

Não sou louca ou radical de arriscar a minha vida ou a do/a bebé por um parto natural e sem drogas. Contudo, se estiver tudo bem, queria muito que me fosse dado o tempo e a flexibilidade para o meu corpo e o/a bebé fazerem o que têm a fazer, sem drogas, induções ou epidurais. Como disse, tudo isto pode mudar na hora H, e estou aberta 'a possibilidade, mas quero saber que a possibilidade de a Natureza fazer o que tem a fazer está lá. Desta feita, saí de lá resoluta a  encontrar um médico mais "natural" e que me aceitasse após as 25 semanas. 


Consegui!!
Agora tenho um novo médico, todo a favor das coisas naturais, que já conhecemos e de quem gostámos muito. Como tudo na minha vidinha, a coisa não foi trivial. Mas, com esforço tudo se consegue e ficámos muito felizes com o Dr. Moritz.

Passo a contar a mini-saga: quando percebi que a médica com quem estava não era muito inclinada a um parto natural e que, provavelmente, me traria resistência numa altura em que já tenho mais com que me preocupar (nomeadamente, pôr a criancinha cá para fora), fiz alguma pesquisa e encontrei um hospital aqui em NY com um birthing center (centro de nascimentos, daqueles com quartos com jacuzzi, bolas de pilates e toda a liberdade para se ter um parto sem drogas), que era exactamente o que eu queria. Contudo, quando telefonei, e por já estar de 25 semanas na altura, não existiam mais vagas. Fiquei meio triste e acho que a Sra percebeu do outro lado da linha, pelo que me disse que, pelo menos, me podia pôr em contacto com médicos que fazem partos nesse mesmo hospital (no andar acima do birthing center), que são, 'a partida, médicos com uma mente mais aberta e com uma filosofia que vai de encontro 'a minha. Aliás, muitos deles trabalham nos 2 andares.

A solução satisfez-me, pelo que, assim que desliguei, desatei a telefonar para todos os números que ela me deu. Recomecei a ficar desanimada, pois sempre que contava a minha história e que dizia que estava de 25 semanas, todos me respondiam que já era muito tarde, que só aceitavam grávidas até 'as 20 semanas. C'um caneco!! Muito tarde!??! Então ainda a procissão vai a meio e vou ter que me resignar a ficar com um médico que não me satisfaz? E se eu me tivesse mudado ou se a médica tivesse batido as botas, ia ficar sem cuidado médico? Não me resignei. E tanto telefonei e tanto insisti que uma alma caridosa me deu os minutinhos que queria para me explicar um pouco mais do que só dizer que estava de 25 semanas (altura em que me cortavam logo o pio). Assim, passados uns dias tinha o Dr. Moritz a ligar-me, para saber mais sobre a situação, para me conhecer um pouco e que simpaticamente me aceitou, pese embora o estado avançado (?) da minha gravidez. Ter feito os 64km do Bike New York no dia anterior acho que o convenceu que eu era mesmo uma grávida saudável e que não lhe estava a tentar passar a perna.

Fiquei felicíssima com a conquista e, por osmose, o David ficou também, pois o que ele quer é ver-me feliz :)

Toca de fazer mais uma pesquisa, desta feita sobre o médico, e está visto que nos saiu um com bónus. Não só as avaliações sobre ele são óptimas, como o tipo ainda é um tipo de estrela de Hollywood, com participação em vários documentários sobre partos (inclusivamente um que eu já tinha visto e que me fez mesmo querer tentar o parto natural), bem como com o seu próprio programa televisivo, tipo Dr. Oz. Nem 8 nem 80, pensei. Se calhar agora tenho que lidar com uma diva. Mas não. Atendeu-nos de forma extremamente simpática, pese embora já fossemos das últimas consultas do dia. Falou um pouco de Português connosco, do pouco que sabia, ouviu todas as nossas questões, sempre encostado, de braços cruzados, atentamente e com aquela expressão de que não tem pressa nenhuma. Isto soube bem melhor do que a médica anterior, sempre com a mão na maçaneta da porta assim que eu começava a perguntar coisas. Deu-nos mesmo a sensação de respeitar a nossa vontade, aconselhou-nos a ficar em casa o mais possível na altura do parto, que é mais confortável. Avisou e preparou o David, contudo, de que ele se ia passar quando o parto começar e que vai querer logo levar-me para o hospital. "Foi assim comigo", disse ele meio cúmplice, "mesmo sendo médico. Mas, quando é a nossa companheira e a nossa criança, somos todos humanos e o que mais queremos é passar a responsabilidade a quem sabe mais ou está mais apto". Explicou-nos também que as enfermeiras são donas e senhoras das decisões, pese embora ele seja o médico, pois ficam connosco muito mais tempo e só querem que lhes facilitem a vida. No entanto, temos que ser assertivos na nossa vontade e querer e tudo será respeitado.

Como se já não bastasse tudo isto ser música para os nossos ouvidos, também tivemos a inesperada oportunidade de ver o/a bebé, coisa que antes não acontecia no consultório médico mas sim num gabinete da especialidade.

Saímos de lá felizes e contentes e continuamos assim, mesmo após a 2a consulta, que tivemos no início desta semana. So far so good e esperamos que se mantenha assim até ao grande 

6.08.2012

Construção


Eu acho que noutra vidinha devo ter sido alguém que trabalhava com as mãos, pois nada me dá mais prazer do que fazer bricolage e coisas do género lá em casa.

Como contei, a semana passada fui até ao IKEA comprar mobília para preparar a chegada do nosso projecto. Nos dias que se seguiram ficava em pulgas para ir para casa e começar a construir as coisas. Qual passear em NY qual carapuça?! Construir é que é :)

ADORO construir coisas do IKEA!! Podia passar o dia todo a fazer isso que não me importava. Dá uma satisfação imensa interpretar as instruções, fazer (de preferência bem) e em pouco tempo ver o resultado.

Assim, após 2 serões, eis que o berço e o armário estão montados. O armário deu luta, pois com 3 prateleiras e 4 gavetas, aquilo tinha para ali parafusos e parafusinhos até mais não. Fiquei quase 6 horas 'as voltas, até estar finalmente montado. Não deveria demorar tanto tempo mas, o que é certo é que, conscientemente ou não, movo-me mais devagarinho e com mais cuidado, não vá alguma coisa perturbar o/a meu/minha pequeno/a. Tudo nas calmas!!

E o quarto está lindo!!!
Também distribui as coisinhas de bebé, que agora se vão acumulando, pelas gavetas, pendurei uns fatinhos nos cabides coloridos e, aos poucos, tudo começa a tomar forma. Em breve ponho aqui as fotos. Por ora, fica só a descrição. O David chega amanhã de viagem e quero que o novo look seja uma surpresa para o Papi!

Grávida ou Doidinha?

Com o progredir da gravidez, progride também a minha incapacidade de memória.  A cabeça está mais feita em água do que nunca e esqueço-me até do que estou a falar, a meio de uma frase.

Para tentar controlar um pouco a coisa, agora, sempre que me lembro de algo para fazer, digo a coisa em voz alta... e mais pareço uma esquizofrénica:

- 75.3 Kg!! (quando me pesei)
- cuecas!! (quando estava a preparar a mala para o ginásio)
- pôr creme na cara!! (a transição entre lavar a cara, pôr tónico e creme nem sempre decorre até ao fim)

Uma pessoa faz cada figura!!

6.07.2012

Grávida na praia - Bom e Mau



Ir 'a praia grávida tem as suas coisas boas e coisas más:

Boas:
1) nunca a parte de cima do bikini me ficou tão bem. Viva as mamas da gravidez!
2) nada de preocupações com encolher a barriga. Agora o que se que é exibir orgulhosamente la pancita.

Más:
1) apanhar sol nas costas, deitadinha de barriga apra baixo, está fora de questão... a menos que faça uma mega escavação para enfiar a barriga.
2) tem que se ir 'a água mais vezes para fazer chichi, o que nem sempre apetece muito, dado que a água por estes lados é meio fria.

Bike New York - A prova


Aqui está a prova de que, no Bike New York, eu ia feliz e contente. Olhem só a minha cara de felicidade ao sair da Queensborough Bridge :)

5.31.2012

Ainda há Cavalheiros


Embora já avançada no 6º mês de gravidez, continuo a sentir-me cheia de energia e genica.

Ele foi fim de semana prolongado em Boston, com duas viagens de mais de 4 horas de autocarro para trás e para a frente, praia, festa, churrasco, brunch, carregar com coisas doadas para a criança, qual jeriquita, ele foi nadar, andar de bicicleta. Um fartote!

Ontem, para não variar, deu-me para ir ao IKEA comprar coisas para o ninho da cria, mesmo o David não estando cá para me ajudar. Podia esperar? Claro que podia. Mas, ando tão eléctrica, que meti na cabeça que alugava um carro, ia lá, comprava, trazia, e tudo bem.

Como já devem antecipar, a coisa não foi bem assim. Escolhe o berço, escolhe o colchão, escolhe o armário, as gavetas, mais uns lençois, mais um edredon, uns bonecos, pratinhos e copos coloridos, mais isto, mais aquilo... no fim, tinha um carro bem cheio e com umas caixas bastante grandes e pesadas.

O que vale é que ainda há homens 'a moda antiga, por muito sexista que isto possa soar. Ao olhar para a caixa do berço, sem saber bem como a tirar adivinhando o peso que para ali vinha, olhei para o lado, vi um senhor "oh faxavôri, pode-me ajudar?" (com a mãozinha estrategicamente colocada na barrigota). O senhor nem pestanejou e, não só pôs a caixa lá como ainda me arranjou o carrinho, por forma a ficar tudo mais fácil.

Depois, já na zona de carregar o carro, cheguei a empurrar o carrinho atulhado e perguntei a um senhor que lá estava sentado se podia guardar as coisas enquanto ia buscar o carro. Acedeu prontamente e lá fui eu. Cheguei, estacionei o carro com a mala a jeito, fui buscar o carrinho e comecei a pôr os bancos para a baixo e a ver como ia enfiar aquelas caixas todas lá dentro. Andava eu nestas andanças quando o senhor que me guardou o carro veio com a esposa e disse logo, mais como uma afirmação do que como uma pergunta: "você precisa de ajuda!". Concordei que sim e os dois (e mais um senhor que depois se juntou), em menos de nada tinham acondicionado tudo, afastando-me sempre com um "it's OK honey, just stay there" quando eu tentava ajudar. No fim, agradeci imenso e referi que o meu marido agradecia muito também, do que se riram.

Bem, só falta descarregar o carro quando chegar a casa e já está quase, pensava eu quando ia a caminho. Chegada lá, mais um par de braços para ajudar. Assim que me viu, o porteiro agarrou num trólei, tirou tudo do carro, levou tudo para o elevador e ainda me trouxe uma das caixa ao 4º andar, assim que arranjou um tempinho para sair da entrada. Não me deixou levá-la, dado o peso. Fantástico!!

A cereja no topo do bolo foi puder ligar o ar condicionado (sim, porque mesmo com toda a ajuda, ainda dei ao litrinho com as coisas mais pequenas), que um amigo do laboratório simpaticamente se prontificou a instalar, uma vez que o Verão começou forte e feio em Nova Iorque, com 32 graus e muita humidade. Abdicou da hora de almoço para vir comigo a casa instalar as 2 unidades de janela. Tudo isto porque me queixei que o David só chegava para a semana e que tinha que suportar o calor até lá. Podia esperar? Podia. Mas é bom saber que ainda há quem veja uma donzela (cof, cof) em apuros e se prontifique desde logo a ajudar (Ok, eu sei que não é uma donzela qualquer... a barriga interfere. Mas pronto!)

5.08.2012

Bike New York IV


No Domingo passado lá fui eu participar de novo no Bike New York, como reza a tradição para cada ano que moro na Big Apple.

Este foi, obviamente, um ano especial, uma vez que fiz os mais de 60Km grávida de 6 meses. Provavelmente, foi uma das últimas voltas do género, pelo menos durante os próximos tempos. Claro que há sempre esperança e era bem giro fazer este passeio no próximo ano, numa bina como a da fotografia, com a cria toda alegre e contente na frente, a conhecer os 5 bairros de Nova Iorque!
Quem sabe? (se bem que para isso me tinha que sair o totoloto).

Curiosamente, das 4 vezes que fiz o BNY, esta foi a que me custou menos. A barriga não incomodou nem um pouco pois, diga-se, poucos são os que acreditam que já transporta um feto de 6 meses de tão jeitosinha e discreta que é. Senti-me cheia de energia, o/a petiz não se queixou, foi sossegadinho/a e transquilo/a. Só desatou a sambar quando, ao fim do dia, já fartinho de coisas açucaradas, lhe dei uma bela picanha com arroz e feijão, para colmatar a ausência do Papi, que devia ter vindo comigo mas cujos ossos de ofício o impediram. Fui com o nosso amigo J., com quem me vêem toda feliz na foto, que foi um super companheiro também.

As únicas marcas da bicicletada foram as do sol. De resto, nem dores de rabo, nem de pernas, nem de joelhos. Eu já disse que adoro estar grávida!!? É mesmo o máximo... e, contrariamente ao que se pensa (e seguindo o meu mote), é tudo menos doença. Por isso, toca a aproveitar :)










5.07.2012

Ironias da Gravidez: Cãibras


Como se já não bastasse eu dormir pouco desde que estou grávida e ainda sentir que dormir deixou de ser um prazer, agora, volta e meia, acordo a meio da noite com cãibras no pé direito. Mas não é assim uma coisinha qualquer!! Fico mesmo com o pé todo teso, os dedinhos todos abertos e umas dores do catano. E viro, reviro, levanto-me, estico, caminho... e pronto. É isto!

Pelo vistos é um sintoma descrito como típico da gravidez mas do qual se desconhece a causa em concreto. Pelo sim pelo não, agora virei uma macaquita e todos os dias como bananas. Não há-de ser por falta de potássio, caneco!

4.30.2012

Jackpot

Ainda na linha do post abaixo e do que já disse por aqui ao longo destas semanas, de entre as muitas coisas relacionadas com a chegada de uma nova vida 'as nossas vidas, a preparação material dessa mesma chegada sempre me assoberbou.

Como saber que carrinho comprar? Que banheira, biberão, será que este creme é bom? E que fraldas são mais apropriadas? Como deve ser o berço? Berço ou co-sleeper? Vamos carregar o bebé a olhar para nós ou para a frente? Que chupeta... se de todo? Qual? Como? E de que vamos precisar? Será que também precisamos de X, Y, Z? E quais os melhores brinquedos? E? E? E?

Tantas, tantas perguntas que eu nem sabia para onde me virar (digo eu porque, nestas coisas, e sapientemente, o David é muito mais relaxado, não sendo por isso menos preocupado). O problema é que hoje em dia, e especialmente nos EUA, há tanta, tanta opção, escolha e variedade, que tudo vira uma decisão complexa. Nada é uma só coisa, simples, única. Porque é que não é tudo como no tempo dos nosso pais e avós? Não havia metade das mariquices e tudo corria bem. A prova é que aqui estamos todos, ao fim de tantos milhares de anos de evolução humana.

Só que, como qualquer pai, quero o melhor, o mais, o supra, o uber e tudo e tudo! Que nada falte a este/a pequenote/a! Que o mais confortável e carinhoso mundo esteja 'a espera e preparado para receber este nosso pedaço de nós. Bem que sei que o melhor que lhe podemos dar já é todo este amor, que nos inunda e transborda... mas vocês sabem o quero dizer!

E foi enquanto viva este "drama" parvo que, quis o destino, a solução para esta minha ansiedade me caísse 'a frente, entre amigos, um ratatouille delicioso e um jantar até 'as tantas. Num desses serões na casa de uns amigos, conheci a Tatiana. Como se já não bastasse ser Brasileira, o que tornou logo tudo muito mais próximo, familiar e fácil, a Tati é, sem tirar nem pôr, uma perita em bebés e tudo o que lhes diz respeito, desde a gravidez, passando pelo parto e estendendo-se pela amamentação e todos os cuidados inerentes a estes mini-homens. Com muuuuuitos anos de experiência como ama, muuuuuitos anos na indústria da puericultura, a Tati está agora a começar a sua própria empresa de "baby planner". Como se fosse daquelas pessoas a quem incubimos a tarefa de decorar a nossa casa ou organizar o nosso casamento, só que prepara a vinda de um bebé ao mundo.

E que alívio!! Poucos minutos a falar com ela transmitiram-me logo uma calma e tranquildade que, até então, não sentira, pois ela sabe MESMO do que fala. Não é só teoria mas sim conhecimento de quem pôs a mão na massa e de quem já o faz há muito tempo. Como me parece que ganhei o Jackpot, para além do privilégio de lhe poder fazer perguntas, virei também "cobaia" da Tati.

Por forma a que, quando a empresa arrancar, já haja uma reputação associada, a Tati disse desde logo que me providenciaria os serviços dela de graça, em troca de publicidade para o futuro, o que faço mais do que voluntariamente. Não podia ter pedido uma ajuda tão preciosa quanto esta!

Há coisa de 2 semanas fui com ela ver carrinhos de bebé e foi com muita satisfação que esta tarefa (outrora monstruosa) se revelou divertida e dei por mim toda entusiasmada a ver, a experimentar e a escolher. Aliás, fiquei cheia de vontade de comprar não só o carrinho, mas tudo, o que até então era o meu mais recente pesadelo. E tudo por causa da Tati, que faz tudo parecer tão simples e fácil, sempre aconpanhado de muita experiência e lógica. ADORO!!

Não imagino como seria se não tivesse conhecido a Tati, esta Baby's Fairy, como gosto de lhe chamar :)


Fruto tropical Amarelo

Ao saber que estavamos grávidos, confesso que não me/nos deu para começar a comprar coisas imediatamente. Até mesmo agora, 'as 25 semanas, são poucas as coisas que temos para a Papaia e, mesmo as que temos, foram quase todas dadas. Haverá tempo e não há necessidade de começar já a encher a casa. Tudo com calma.

Contudo, ainda no início desta aventura, sem sequer procurar ou buscar, tropecei neste fatinho, amarelo claro está, na Internet. E não resisti, acabando por ser a primeira roupinha do nosso fruto tropical.

Vai ser o/a mini "Casaco Amarelo" :)

4.22.2012

Glow ou Taradinhos?



Se até aqui julgava que havia um certo "je ne sais quois" que, aparentemente, faz os homens repararem mais em mim, agora que a curva da minha gravidez se insinua e não existem quaisquer dúvidas de que carrego este pedaço de nós, estava convencida que as coisas iam amainar. Afinal, a barriga é sinal de que há macho no pedaço.
Pois, mesmo assim, os homens continuam doidos.

Há por aí muito taradinho!!

4.21.2012

Lado Esquerdo



Sinto sempre o/a nosso/a bebé do lado esquerdo da minha barriga, sem excepção.

Acho que, tal com cantam os Clã, este pedaço de nós sabe que esse "é o lado da intuição;
é o lado onde mora o coração"... onde está o maior, mais profundo e incondicional Amor que alguma vez sentirá.

4.20.2012

Ironias da Gravidez - A Memória



Já tinha lido antes que, quando se está grávida, a memória fica destrambelhada. Pensei logo, "oh, isso é só para quem já é naturalmente cabeça no ar. Comigo não!". Ah não, não!?!

Se eu não visse, não acreditava. Parece que me deram uma droga qualquer (bem, as hormonas são mais ou menos isso) e ando que nem barata tonta.

Eu, que desde criancinha, com 2, 3 anos, NUNCA me esqueci de um tupperware, um chapéu ou um brinquedo no infantário (sendo até motivo de espanto para as educadoras); Eu, que tenho uma memória tal que surpreendo os meus pais com lembranças que remontam a 1979, quando eu nasci em 78; Eu, que penso em tudo e mais alguma coisa e coordeno a minha vida, a do David, a do meu chefe, a do laboratório e do que me aparecer 'a frente, com tudo em dia e na hora... agora esqueço-me de tudo.

A prova provadinha foi no fim de semana passado quando, ao regressar de Toronto, e já calejada por tantas e tantas viagens nestes 34 anos, perdi o passaporte.... entre a segurança e passagem pelo raio-x e o portão de embarque, 200 metros 'a frente. Estava incrédula! Mas como!?!

É mesmo verdade: a gravidez lixa-nos a cabeça toda. Justamente quando há tanta coisa para preparar, organizar e fazer, antes do nascimento da Papaia, nosso fruto tropical predileto. Ou então, agora que aos poucos me torno um pequeno elefante, memória de elefante nem vê-la... ironia atrás de ironia.

*o que vale é que os Canadianos são mesmo super simpáticos e ontem, passados 4 dias, já tinha o meu querido passaporte em casa de novo.

A ironia contiua



É o que eu digo!! Isto não é normal!

7:20 e eu para aqui com tinta no cabelo, para passar o tempo.

Hoje deu-me para acordar 'as 6:20 da matina, pese embora tenha ido para a cama já depois da meia noite. Mas eu não devia estar a dormir enquanto o posso fazer senhores?

Só comigo....

4.12.2012

Papaia - Cidadã(o) do Mundo



Se há duas semanas voltou do Brasil, por onde passeou por São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e pela não menos importante Vargem Grande do Sul, amanhã a nossa Papaia (estadio no qual se encontra o nosso fruto tropical 'as quase 23 semanas) segue para um fim de semana em Toronto... chique!

Das duas uma, ou sai um um cidadão do mundo ou sai um bichito do mato. Vamos torcer pela primeira opção :)