12.31.2005
Um Bom Ano para Todos
Nesta noite, esqueçam-se todas as "balanças" que nos limitam. Sejamos felizes.
Aproveitem ao máximo tudo o que vos é oferecido para que se entre no novo ano repleto de boas energias e positivismo.
Há que as ter para enfrentar as adversidades inevitáveis.
Divirtam-se! :)
12.28.2005
Essência
Lá diz o ditado...
12.17.2005
Ai que me ia dando uma coisinha má!
Aterrei esta manhã em Londres.
Fruto do jet-lag e da falta de sono, seguia meio alienada no autocarro que nos transportava entre terminais. Ao olhar pela janela, caí na realidade violentamente. Os níveis de adrenalina subiram rapidamente, as sinapses dispararam que nem loucas, o coração bateu forte e senti suores frios.
Não, não me apaixonei.
Em vez disso, vi o que, para mim, parecia ser a eminência de um acidente.
"Porra, vamos em sentido contrário!!!"
Lembrei-me então que estava na terra dos Beefs e que o trânsito se processa ao contrário.
Trengos!
Aeroporto: Dicas
Após tantas andanças por aeroportos e companhias aéreas, eis algumas dicas que percebi serem úteis para encontrar o terminal de interesse, caso esta informação não esteja disponível :)
- Se o vôo fôr pela Ibéria, não há como enganar. Até um ceguinho chega lá. Basta seguir o chinfrim que a galinhada feminina Espanhola faz. E' uma festa!
- Se o vôo fôr pela Air France, então basta seguir os metrossexuais sisudos e as mulheres impecavelmente vestidas e, mais importante de tudo e detalhe infalível, que levem sapatos de salto alto, extremamente (des)"adequados" para viajar, especialmente para vôos trans-atlânticos.
- Se o vôo fôr pela British Airways, então basta seguir o cheiro a caril.
12.14.2005
12.13.2005
Legenda de um Gesto
Acordava agora para a última manhã que passavam juntos.
Junto a si, ele ainda dormia.
Sentia-o nas suas costas, quente e tranquilo. Também assim ela se sentia envolta por aquele abraço e aconchegada no seu interior. Lentamente, virou-se. O seu corpo moveu-se também, ajustando-se ao dela. Num sono não perturbado continuava a abraçá-la.
Nesta posição, ficou a olhá-lo. Admirava-lhe as feições. Lábios carnudos, pestanas longas, uma leve marca na face deixando adivinhar o sorriso amplo. Memorizava a pequena cicatriz no sobrolho, o quase imperceptivel sinal na orelha. Sentia-lhe o cheiro e o toque. A respiração, profunda, confundia-se com o bater do mar lá fora, tão perto.
Perdeu-se demoradamente nesta contemplação...
Desejou que o tempo parasse e puder segurar aquele momento. Dentro dela, soaram-lhe então os primeiros acordes daquela música (Gorecki -Lamb):
“If I should die this very moment
I wouldn’t fear
For I’ve never known completeness
Like being here
Wrapped in the warmth of you...”
Encaixou-se sob o seu queixo, naquela reentrancia já tão familiar e tão sua. Sentia agora a aspereza da barba por fazer no cabelo e o peito macio no seu rosto. Abraçou-o mais. Inspirou fundo e deixou que a sua essência a invadisse.
Como que escutando a mesma música, num sono não perturbado, também ele a apertou contra si.
Junto a si, ele ainda dormia.
Sentia-o nas suas costas, quente e tranquilo. Também assim ela se sentia envolta por aquele abraço e aconchegada no seu interior. Lentamente, virou-se. O seu corpo moveu-se também, ajustando-se ao dela. Num sono não perturbado continuava a abraçá-la.
Nesta posição, ficou a olhá-lo. Admirava-lhe as feições. Lábios carnudos, pestanas longas, uma leve marca na face deixando adivinhar o sorriso amplo. Memorizava a pequena cicatriz no sobrolho, o quase imperceptivel sinal na orelha. Sentia-lhe o cheiro e o toque. A respiração, profunda, confundia-se com o bater do mar lá fora, tão perto.
Perdeu-se demoradamente nesta contemplação...
Desejou que o tempo parasse e puder segurar aquele momento. Dentro dela, soaram-lhe então os primeiros acordes daquela música (Gorecki -Lamb):
“If I should die this very moment
I wouldn’t fear
For I’ve never known completeness
Like being here
Wrapped in the warmth of you...”
Encaixou-se sob o seu queixo, naquela reentrancia já tão familiar e tão sua. Sentia agora a aspereza da barba por fazer no cabelo e o peito macio no seu rosto. Abraçou-o mais. Inspirou fundo e deixou que a sua essência a invadisse.
Como que escutando a mesma música, num sono não perturbado, também ele a apertou contra si.
Desktop Background
(Praia do Forno, Arraial do Cabo - RJ)
Na maioria das vezes têm-se para fundo do ecrãn do computador imagens de sítios paradisíacos, onde sonhamos ir... um dia... quem sabe. São indubitavelmente belas mas, ao mesmo tempo, trazem consigo a incerteza de algum dia se ser capaz de experienciar essas viagens almejadas. E suspiramos.
Ora, eu deixei-me disso!
Agora posso-me gabar de ter por fundo do meu computador uma foto tirada por mim.
E' certo que me faz suspirar também, mas desta vez por momentos bons, já vividos :)
12.12.2005
E por falar em Leitura...
Enquanto estive no Brasil conheci este casal maravilhoso, Edu e Dani.
Receberam-me com uma amizade e carinho enormes, só comparáveis ao sorriso lindo da Dani, que o Edu de forma tão querida apelida de "mulher sorriso Maracanã". Muita coisa haverá a dizer e vários relatos se seguirão onde poderão conhecer um pouco mais sobre eles e porque de forma tão imediata os guardei no coração.
No entanto, hoje escrevo por ser um dia muito importante para o Edu.
E' hoje o lançamento do seu primeiro livro, "O Meu Lar é o Botequim":
Embora ainda não conheça o seu conteúdo, a adivinhar pelos relatos deliciosos que tenho lido aqui , posso assegurar antecipadamente que será uma leitura excelente.
Enquanto fico ansiosamente 'a espera do meu exemplar, aproveito então para felicitar publicamente o Edu por este grande evento.
Parabéns! :)
Receberam-me com uma amizade e carinho enormes, só comparáveis ao sorriso lindo da Dani, que o Edu de forma tão querida apelida de "mulher sorriso Maracanã". Muita coisa haverá a dizer e vários relatos se seguirão onde poderão conhecer um pouco mais sobre eles e porque de forma tão imediata os guardei no coração.
No entanto, hoje escrevo por ser um dia muito importante para o Edu.
E' hoje o lançamento do seu primeiro livro, "O Meu Lar é o Botequim":
Embora ainda não conheça o seu conteúdo, a adivinhar pelos relatos deliciosos que tenho lido aqui , posso assegurar antecipadamente que será uma leitura excelente.
Enquanto fico ansiosamente 'a espera do meu exemplar, aproveito então para felicitar publicamente o Edu por este grande evento.
Parabéns! :)
12.11.2005
De pequenino...
Ao deparar-me com esta foto não pude deixar de me identificar com ela.
Não só pelo facto de o WC ser o meu local de leitura por excelência (e aposto que o de muitos de vocês também) mas também porque, quando era bem miúda e ainda dava os primeiros passos na arte de ler, já sentia o fascínio pelos livros e perdia-me em esforços estóicos para perceber mais além do que aquilo que sabia me permitia.
Nunca gostei de brincar com bonecas. Aliás, nunca soube como fazê-lo e admirava a facilidade com que a minha irmã o fazia (com bonecas ou com qualquer outro objecto). Admirava tanto que, sempre que tentava brincar com ela, estragava a brincadeira toda e a coisa terminava com o “caldo entornado” (eu era terrível).
Assim, a partir do momento em que comecei a perceber que as letras não eram apenas rabiscos engraçados mas que tinham sons específicos e que, quando combinadas, abriam portas para um mundo totalmente novo, metia-me na casa-de-banho com um livro e, do alto do meu pote côr-de-rosa (como menina bonita que era :P) volta e meia lá me punha aos berros para a cozinha:
- Oh “Manhe”?! Como é que se lê um “L” e um “H”?
- Mã?! E um “H” no início da palavra?
- E um “N” com um “H”?
E foi isto que me ocorreu quando vi esta foto.
Engraçado que, ao terminar este texto, me apercebi também de algo que até agora me tinha passado ao lado.
O facto de ter começado a ler marcou o fim de uma era e o início de outra: o fim de era em que eu azucrinava a minha irmã para o início da era em que passou a ser a minha mãe o alvo da minha “tirania”.
Grrrr, já disse que sou terrível? :P
12.10.2005
Sketch digno do Woody Allen (outro)
Está visto que eu sou perita em ter consultas médicas no mínimo bizarras e rocambolescas.
Qualquer dia ainda apresento a lista de situações inéditas ao Woody e, quiçá, criar-se-á um filme sucesso de bilheteiras, ao nível de um Monty Python :)
Esta passou-se na 4a feira, quando decidi ir visitar o meu Clínica Geral por causa de uma irritação na pele. Contrariamente ao esperado, atendeu-me um outro médico, bastante novo, que vim a perceber estar sob a alçada do meu médico, em período de aprendizagem.
Como novato que é, notava-se um cuidado extra em explicar tudo e perceber bem o quadro clínico, procedendo a um questionário exaustivo. Após todas as questões respondidas, pediu-me então que me despisse e vestisse uma daquelas batas azuis "muita giras" e saiu da sala.
Assim fiz. A Inês despe, a Inês veste e fiquei 'a espera do seu regresso. Quando entrou, pediu que abrisse a bata. A Inês despe. Analisou atentamente todas as marcas na pele e apresentou o seu diagnóstico, mais uma vez meticulosamente explicado. Mesmo com todas estas cautelas, decidiu chamar o meu médico, para confirmar a conclusão a que chegara. "Vista-se que eu já volto". A Inês veste.
Esperei mais uns minutos e chegaram os dois médicos. "Por favor, afaste a bata". A Inês despe (a esta hora já pensava, mas porque raio estou sempre a pôr e a tirar a bata? Mais vale ficar em pelo e pronto). Em típico diálogo de macho alpha para um outro macho, inferior, o meu médico refutava entusiástica e acaloradamente o diagnóstico do novato:
"See here, see here?" - levanta o braço da Inês, baixa o braço da Inês. Empurra para a frente, vê as costas. Empurra para trás, vê a barriga. Empurra para o lado, vê a cintura. Eu parecia um autêntico boneco.
"This is bla, bla, bla..." - dizia ele
"Do you think? But isn't this the "christmas tree" pattern?" - respondeu o novato
"How appropriate!" - pensava eu - "E' para combinar com a época festiva"
"No, no, no!" - continuava o meu médico, animadíssimo - "Let's call Dr. Bla, bla, bla"
"Ena, ganda festa" - pensei eu novamente para os meus botões (ou para a ausência deles) - parece que este pessoal conhece o Zeca Afonso e está a seguir 'a letra o que ele dizia: traz outro amigo também, venham mais cinco... porreiro".
"Get dressed. We'll be right back". Sairam da sala mas nem me dei ao trabalho de pôr a bata de volta. Já sabia que a ia tirar em menos de nada. Passado um bocado entram então o novato, o meu médico e uma outra médica, dermatologista.
Aproximando-se de mim e fazendo de novo todas as acrobacias com o boneco Inês, o meu médico mostrava agora 'a médica as marcas e a conclusão a que chegara, bem como as conclusões erradas a que o outro chegara, agora alguém muito secundário em toda a cena. Por esta altura eu já pensava que tinha algo extremamente raro, daí toda a azáfama.
"Três médicos?!? Não pode ser coisa boa não".
"So, what do you think?" - perguntou o meu médico 'a dermatologista.
"Hhmmm", balbuciou de forma desinteressada, "You're right"
"So, what is your suggestion for treatment?"
"Nothing"
"Pô", tanta coisa para no fim não ser nada?
Estou a brincar, é óbvio que é bem melhor assim. Pelos vistos, a irritação, da mesma forma que veio também se irá embora mas, depois de me sentir macaquinho de circo ou de Zoo, com 3 pares de olhos postos em mim, estava 'a espera assim de algo... complicado.
Qualquer dia ainda apresento a lista de situações inéditas ao Woody e, quiçá, criar-se-á um filme sucesso de bilheteiras, ao nível de um Monty Python :)
Esta passou-se na 4a feira, quando decidi ir visitar o meu Clínica Geral por causa de uma irritação na pele. Contrariamente ao esperado, atendeu-me um outro médico, bastante novo, que vim a perceber estar sob a alçada do meu médico, em período de aprendizagem.
Como novato que é, notava-se um cuidado extra em explicar tudo e perceber bem o quadro clínico, procedendo a um questionário exaustivo. Após todas as questões respondidas, pediu-me então que me despisse e vestisse uma daquelas batas azuis "muita giras" e saiu da sala.
Assim fiz. A Inês despe, a Inês veste e fiquei 'a espera do seu regresso. Quando entrou, pediu que abrisse a bata. A Inês despe. Analisou atentamente todas as marcas na pele e apresentou o seu diagnóstico, mais uma vez meticulosamente explicado. Mesmo com todas estas cautelas, decidiu chamar o meu médico, para confirmar a conclusão a que chegara. "Vista-se que eu já volto". A Inês veste.
Esperei mais uns minutos e chegaram os dois médicos. "Por favor, afaste a bata". A Inês despe (a esta hora já pensava, mas porque raio estou sempre a pôr e a tirar a bata? Mais vale ficar em pelo e pronto). Em típico diálogo de macho alpha para um outro macho, inferior, o meu médico refutava entusiástica e acaloradamente o diagnóstico do novato:
"See here, see here?" - levanta o braço da Inês, baixa o braço da Inês. Empurra para a frente, vê as costas. Empurra para trás, vê a barriga. Empurra para o lado, vê a cintura. Eu parecia um autêntico boneco.
"This is bla, bla, bla..." - dizia ele
"Do you think? But isn't this the "christmas tree" pattern?" - respondeu o novato
"How appropriate!" - pensava eu - "E' para combinar com a época festiva"
"No, no, no!" - continuava o meu médico, animadíssimo - "Let's call Dr. Bla, bla, bla"
"Ena, ganda festa" - pensei eu novamente para os meus botões (ou para a ausência deles) - parece que este pessoal conhece o Zeca Afonso e está a seguir 'a letra o que ele dizia: traz outro amigo também, venham mais cinco... porreiro".
"Get dressed. We'll be right back". Sairam da sala mas nem me dei ao trabalho de pôr a bata de volta. Já sabia que a ia tirar em menos de nada. Passado um bocado entram então o novato, o meu médico e uma outra médica, dermatologista.
Aproximando-se de mim e fazendo de novo todas as acrobacias com o boneco Inês, o meu médico mostrava agora 'a médica as marcas e a conclusão a que chegara, bem como as conclusões erradas a que o outro chegara, agora alguém muito secundário em toda a cena. Por esta altura eu já pensava que tinha algo extremamente raro, daí toda a azáfama.
"Três médicos?!? Não pode ser coisa boa não".
"So, what do you think?" - perguntou o meu médico 'a dermatologista.
"Hhmmm", balbuciou de forma desinteressada, "You're right"
"So, what is your suggestion for treatment?"
"Nothing"
"Pô", tanta coisa para no fim não ser nada?
Estou a brincar, é óbvio que é bem melhor assim. Pelos vistos, a irritação, da mesma forma que veio também se irá embora mas, depois de me sentir macaquinho de circo ou de Zoo, com 3 pares de olhos postos em mim, estava 'a espera assim de algo... complicado.
Fim de Dia
Relato do dia: neve e azares
E hoje o dia começou assim, com tudo coberto de branco e com flocos a pairar por todo o ar.
Bonito, sem dúvida, mas muito pouco práctico.
Nas ruas, por onde os carros passavam, a neve branca tinha-se já transformado em lama e era agora uma pasta de gelo acastanhada que cobria o asfalto, o qual teve que ser partilhado por bicicletas e carros, uma vez que nas bermas da estrada se acumulavam já bancos de neve que tornavam o trânsito de binas impossível. Mesmo com este cenário, decidi pegar na minha companheira de guerra e lá me fiz ‘a estrada com a bicicleta.
Fui cautelosa e cuidadosamente, pedalando devagar e aproveitando também para apreciar as transformações que uma simples porção de água sublimada induzem no quotidiano de outra forma normal: pessoas com gorros e luvas coloridas, vestidas com casacos grossos, com cachecóis ‘a volta da cara que só deixam vislumbrar os olhos, quais ninjas, emitindo baforadas visíveis, trânsito que se desloca mais lentamente, carros com correntes nos pneus, muitas pás, alguns trenós e limpa-neves.
Os adultos caminham mais sérios e sisudos, preocupados com as quedas eminentes das crianças para quem tanta neve só pode significar diversão e entretenimento. Toda a gente com faces rosadas e narizes vermelhos. Ia muito bem entretida nestas divagações quando, a determinada altura, algo me distraiu.
Sem razão aparente a minha bicicleta adquirira uma marcha diferente do deslizar habitual. Agora, saltitava ritmicamente.
”Não! Não!” dizia já eu para mim mentalmente antes de me decidir a olhar para as rodas.
“Bonito, já está!”
De todos os dias, TODOS, TODOS desde os quase 2 anos que aqui estou, logo hoje é que eu havia de ter um furo. Não, não podia ter sido ontem, ou antes ou ainda antes. Não, tinha que ser hoje. Juro que me apeteceu desatar aos saltos e ao berros de raivinha.
Respira fundo, inspira... expira... já está.
Assim, lá começou a Inês o dia a levar com neve na fuça, a caminhar pela neve e pelo gelo, que de si já exige bastante concentração e esforço para não escorregar e, como se não bastasse, ainda a carregar com uma bicicleta coxa. Entre dentes eu só resmungava “Porra, tu é que me devias carregar minha! Não era eu a ti, pá!”
E eu até estava bastante orgulhosa da minha bina até ‘aquele momento. E’ uma bicicleta de montanha, com pneus bastante grossos e muito pesada.
Desta feita, o mais comum é ter sempre todas as outras bicicletas (de cidade) a passarem por mim em alta velocidade, enquanto eu só me consigo deslocar a passo de caracol.
“Ha! Ha! Mas não hoje”, pensei eu (Mmmmuuuahahahaha – gargalhada mafarriquenta), “Hoje vou poder finalmente mostrar as vantagens de ter uma bicicleta tão robusta”. Yeah!!! Fia-te na virgem e não corras. Toma lá um furo que é para aprenderes!
Chegada ao lab, já tarde, e toda coberta de neve, tinha ainda que apresentar Journal Club (para os que não estão no meio, isto é algo que consiste numa apresentação em powerpoint para o lab de um artigo científico, que tenha sido publicado recentemente e com um impacto de interesse geral e elevado. O tema não está necessariamente dentro da nossa área de investigação, pelo que exige alguma pesquisa adicional). Para ajudar ‘a festa, o meu chefe sugeriu que apresentasse um paper sem dúvida interessante mas muito complicado. Andei ‘a volta dele 2 dias e mesmo assim não estava segura de que conseguiria explicar a coisa convenientemente.
“Hoje o dia não está, definitivamente, a correr bem”, pensei eu enquanto desanimadamente me dirigia para a sala de reuniões. Surpreendentemente, a apresentação não poderia ter corrido melhor. No fim, vários post-docs vieram até dizer-me que tinha feito um bom trabalho e que eles tinha de facto aprendido algo novo. A melhor satisfação veio mesmo do comentário do meu chefe, que raramente ou nunca faz tal coisa: “Good job! It wasn’t an easy paper to handle.”
“Uff, já me safei!” Está visto que afinal até foi bom ter-me passado da carola logo de manhazinha. Assim, perdi toda e qualquer energia para ficar nervosa e consegui pôr o raciocínio a seguir uma lógica coerente.
Terminado o JC, tive então que ir comprar uma nova câmara de ar para a bicicleta. Lá fora a neve continuava a cair, agora de forma mais intensa. Mesmo assim, decidi arriscar e fui para a rua. “São só uns quarteirões”, pensei eu. Devias era ter estado quietinha Inês. Fui mesmo quando a tempestade de neve se decidiu a atingir o seu pico mas, nessa altura, já ia a meio do caminho e voltar para trás ou continuar dava no mesmo.
Nunca tinha assistido a algo tão violento. A neve era tanta que não se via um palmo ‘a frente do nariz. Tudo era branco. Os pés enterravam-se num manto branco, aparentemente plácido mas que se revelava um constante desafio, pois não deixava adivinhar o que estaria por baixo. A determinada altura o vento começou a soprar com toda a força e os flocos eram-me então atirados contra a cara, qual areia batendo na pele. Até doía. Por vezes caminhei de costas, para evitar receber as rajadas de frente mas, mesmo assim, conseguia sentir nas pernas as calças coladas e a neve/água a ser forçada contra elas.
Nos ouvidos, o vento e a neve zumbiam, criando uma sensação desagradável quando conseguiam passar o gorro e depositar pequenas gotas frias nas orelhas.
E então, coisa inédita e nunca dantes vista (segundo vim a constatar com os locais).
Para além de todo o corropio de vento e flocos, juntaram-se ‘a tempestade relâmpagos e trovões. O cenário era assustadoramente belo. A luz dos relâmpagos adquire uma cor e um espectro completamente distintos dos que normalmente se vêem. Contudo, não consigo descrever como são. O som também é totalmente diferente. Menos cavo e surdo... talvez abafado.
O que achei mais curioso e me chamou muito a atenção neste caso foi o facto de a tempestade não ter cheiro. Associo sempre chuva, trovões e relâmpagos a um cheiro verde, cheiro a terra, mas hoje... era um cheiro branco. Inodoro, indetectável, limpo, ausente. De todos os factores que poderia enunciar, acho que a ausência de cheiro foi o que tornou a experiência inesquecível. O não ter cheiro conferia, de alguma forma, uma sensação de desconforto que até agora desconhecia... como se nada de familiar existisse no cenário que me rodeava.
Depois de muita luta, consegui comprar a dita camara de ar e regressar sã e salva ao lab. Ironia das ironias, a tempestade amainou exactamente quando lá cheguei. Parecia que tinha estado de propósito ‘a espera que me armasse em carapau de corrida e me fizesse ‘a estrada. Só me faltava que o mesmo sucedesse ‘a noite, quando tivesse que regressar a casa mas, felizmente, os azares já tinham chegado para o dia.
Embora as ruas estivessem cheias de neve, já não nevava e pude pedalar de volta. Foi giro verificar que muitas das vezes ia até mais rápido que os carros, mesmo indo bastante lentamente. Não fosse eu a Maria das montanhas-russas, a aventura divertiu-me muito. Pedalar no gelo exige alguma adrenalina, o que eu adoro, e houve vezes em que o equilíbrio andou preclitante mas, com reflexos rapidíssimos, uma agilidade sobrenatural e um mortal encarpado para saltar da bicicleta digno da super formiga atómica triónica (aposto que há alguém no Brasil a rir com esta tirada), consegui evitar os espalhos eminentes (já estão a ver que tanta neve teve os seus efeitos secundários, nomeadamente provocar ataques de parvoíce. O que vale é que são esporádicos, hehhe).
Seguem-se algumas fotos que, mesmo assim, consegui tirar:
Bonito, sem dúvida, mas muito pouco práctico.
Nas ruas, por onde os carros passavam, a neve branca tinha-se já transformado em lama e era agora uma pasta de gelo acastanhada que cobria o asfalto, o qual teve que ser partilhado por bicicletas e carros, uma vez que nas bermas da estrada se acumulavam já bancos de neve que tornavam o trânsito de binas impossível. Mesmo com este cenário, decidi pegar na minha companheira de guerra e lá me fiz ‘a estrada com a bicicleta.
Fui cautelosa e cuidadosamente, pedalando devagar e aproveitando também para apreciar as transformações que uma simples porção de água sublimada induzem no quotidiano de outra forma normal: pessoas com gorros e luvas coloridas, vestidas com casacos grossos, com cachecóis ‘a volta da cara que só deixam vislumbrar os olhos, quais ninjas, emitindo baforadas visíveis, trânsito que se desloca mais lentamente, carros com correntes nos pneus, muitas pás, alguns trenós e limpa-neves.
Os adultos caminham mais sérios e sisudos, preocupados com as quedas eminentes das crianças para quem tanta neve só pode significar diversão e entretenimento. Toda a gente com faces rosadas e narizes vermelhos. Ia muito bem entretida nestas divagações quando, a determinada altura, algo me distraiu.
Sem razão aparente a minha bicicleta adquirira uma marcha diferente do deslizar habitual. Agora, saltitava ritmicamente.
”Não! Não!” dizia já eu para mim mentalmente antes de me decidir a olhar para as rodas.
“Bonito, já está!”
De todos os dias, TODOS, TODOS desde os quase 2 anos que aqui estou, logo hoje é que eu havia de ter um furo. Não, não podia ter sido ontem, ou antes ou ainda antes. Não, tinha que ser hoje. Juro que me apeteceu desatar aos saltos e ao berros de raivinha.
Respira fundo, inspira... expira... já está.
Assim, lá começou a Inês o dia a levar com neve na fuça, a caminhar pela neve e pelo gelo, que de si já exige bastante concentração e esforço para não escorregar e, como se não bastasse, ainda a carregar com uma bicicleta coxa. Entre dentes eu só resmungava “Porra, tu é que me devias carregar minha! Não era eu a ti, pá!”
E eu até estava bastante orgulhosa da minha bina até ‘aquele momento. E’ uma bicicleta de montanha, com pneus bastante grossos e muito pesada.
Desta feita, o mais comum é ter sempre todas as outras bicicletas (de cidade) a passarem por mim em alta velocidade, enquanto eu só me consigo deslocar a passo de caracol.
“Ha! Ha! Mas não hoje”, pensei eu (Mmmmuuuahahahaha – gargalhada mafarriquenta), “Hoje vou poder finalmente mostrar as vantagens de ter uma bicicleta tão robusta”. Yeah!!! Fia-te na virgem e não corras. Toma lá um furo que é para aprenderes!
Chegada ao lab, já tarde, e toda coberta de neve, tinha ainda que apresentar Journal Club (para os que não estão no meio, isto é algo que consiste numa apresentação em powerpoint para o lab de um artigo científico, que tenha sido publicado recentemente e com um impacto de interesse geral e elevado. O tema não está necessariamente dentro da nossa área de investigação, pelo que exige alguma pesquisa adicional). Para ajudar ‘a festa, o meu chefe sugeriu que apresentasse um paper sem dúvida interessante mas muito complicado. Andei ‘a volta dele 2 dias e mesmo assim não estava segura de que conseguiria explicar a coisa convenientemente.
“Hoje o dia não está, definitivamente, a correr bem”, pensei eu enquanto desanimadamente me dirigia para a sala de reuniões. Surpreendentemente, a apresentação não poderia ter corrido melhor. No fim, vários post-docs vieram até dizer-me que tinha feito um bom trabalho e que eles tinha de facto aprendido algo novo. A melhor satisfação veio mesmo do comentário do meu chefe, que raramente ou nunca faz tal coisa: “Good job! It wasn’t an easy paper to handle.”
“Uff, já me safei!” Está visto que afinal até foi bom ter-me passado da carola logo de manhazinha. Assim, perdi toda e qualquer energia para ficar nervosa e consegui pôr o raciocínio a seguir uma lógica coerente.
Terminado o JC, tive então que ir comprar uma nova câmara de ar para a bicicleta. Lá fora a neve continuava a cair, agora de forma mais intensa. Mesmo assim, decidi arriscar e fui para a rua. “São só uns quarteirões”, pensei eu. Devias era ter estado quietinha Inês. Fui mesmo quando a tempestade de neve se decidiu a atingir o seu pico mas, nessa altura, já ia a meio do caminho e voltar para trás ou continuar dava no mesmo.
Nunca tinha assistido a algo tão violento. A neve era tanta que não se via um palmo ‘a frente do nariz. Tudo era branco. Os pés enterravam-se num manto branco, aparentemente plácido mas que se revelava um constante desafio, pois não deixava adivinhar o que estaria por baixo. A determinada altura o vento começou a soprar com toda a força e os flocos eram-me então atirados contra a cara, qual areia batendo na pele. Até doía. Por vezes caminhei de costas, para evitar receber as rajadas de frente mas, mesmo assim, conseguia sentir nas pernas as calças coladas e a neve/água a ser forçada contra elas.
Nos ouvidos, o vento e a neve zumbiam, criando uma sensação desagradável quando conseguiam passar o gorro e depositar pequenas gotas frias nas orelhas.
E então, coisa inédita e nunca dantes vista (segundo vim a constatar com os locais).
Para além de todo o corropio de vento e flocos, juntaram-se ‘a tempestade relâmpagos e trovões. O cenário era assustadoramente belo. A luz dos relâmpagos adquire uma cor e um espectro completamente distintos dos que normalmente se vêem. Contudo, não consigo descrever como são. O som também é totalmente diferente. Menos cavo e surdo... talvez abafado.
O que achei mais curioso e me chamou muito a atenção neste caso foi o facto de a tempestade não ter cheiro. Associo sempre chuva, trovões e relâmpagos a um cheiro verde, cheiro a terra, mas hoje... era um cheiro branco. Inodoro, indetectável, limpo, ausente. De todos os factores que poderia enunciar, acho que a ausência de cheiro foi o que tornou a experiência inesquecível. O não ter cheiro conferia, de alguma forma, uma sensação de desconforto que até agora desconhecia... como se nada de familiar existisse no cenário que me rodeava.
Depois de muita luta, consegui comprar a dita camara de ar e regressar sã e salva ao lab. Ironia das ironias, a tempestade amainou exactamente quando lá cheguei. Parecia que tinha estado de propósito ‘a espera que me armasse em carapau de corrida e me fizesse ‘a estrada. Só me faltava que o mesmo sucedesse ‘a noite, quando tivesse que regressar a casa mas, felizmente, os azares já tinham chegado para o dia.
Embora as ruas estivessem cheias de neve, já não nevava e pude pedalar de volta. Foi giro verificar que muitas das vezes ia até mais rápido que os carros, mesmo indo bastante lentamente. Não fosse eu a Maria das montanhas-russas, a aventura divertiu-me muito. Pedalar no gelo exige alguma adrenalina, o que eu adoro, e houve vezes em que o equilíbrio andou preclitante mas, com reflexos rapidíssimos, uma agilidade sobrenatural e um mortal encarpado para saltar da bicicleta digno da super formiga atómica triónica (aposto que há alguém no Brasil a rir com esta tirada), consegui evitar os espalhos eminentes (já estão a ver que tanta neve teve os seus efeitos secundários, nomeadamente provocar ataques de parvoíce. O que vale é que são esporádicos, hehhe).
Seguem-se algumas fotos que, mesmo assim, consegui tirar:
Small things... the most precious!
Neste dia tive todas as razões e mais algumas para ficar mal humorada e o catalogar de um mau dia. No entanto, enquanto batalhava no meio da tempestade acima descrita, eis que aconteceu.
O telemóvel tocou.
"Humpf! Go figure! Este que também nunca toca agora, que estou no meio do polo norte, preocupada em sobreviver (que dramática!!), é que se lembrou de dar sinal de vida".
Tira luvas, rebusca o bolso 'a procura do telemóvel, destapa a cara, arranja um espaço entre o gorro, o capuz e a orelha para conseguir ouvir e dizer algo, vira contra o vento...
"Hello?!"
Do outro lado, uma voz tão querida e familiar:
"Escuta!"
Seguiram-se breves instantes do que parecia ser silêncio mas então tornou-se claro.
Era agora o bater do Mar que eu ouvia.
Fiquei estática e por momentos tudo parou e deixou de existir. Só havia aquele som. Quase que conseguia ver o mar azul bater contra a areia branca e a espuma espalhar-se e esfumar-se.
Sustive a respiração e fiquei avidamente a tentar ouvir mais e mais... ah, o Mar!
Emocionei-me, fui envolta em calor e fiquei feliz.
Passei o dia com um sorriso no rosto.
Tu... obrigada! :)
O telemóvel tocou.
"Humpf! Go figure! Este que também nunca toca agora, que estou no meio do polo norte, preocupada em sobreviver (que dramática!!), é que se lembrou de dar sinal de vida".
Tira luvas, rebusca o bolso 'a procura do telemóvel, destapa a cara, arranja um espaço entre o gorro, o capuz e a orelha para conseguir ouvir e dizer algo, vira contra o vento...
"Hello?!"
Do outro lado, uma voz tão querida e familiar:
"Escuta!"
Seguiram-se breves instantes do que parecia ser silêncio mas então tornou-se claro.
Era agora o bater do Mar que eu ouvia.
Fiquei estática e por momentos tudo parou e deixou de existir. Só havia aquele som. Quase que conseguia ver o mar azul bater contra a areia branca e a espuma espalhar-se e esfumar-se.
Sustive a respiração e fiquei avidamente a tentar ouvir mais e mais... ah, o Mar!
Emocionei-me, fui envolta em calor e fiquei feliz.
Passei o dia com um sorriso no rosto.
Tu... obrigada! :)
12.06.2005
Recuperação
E o Casaco Amarelo regressou hoje do Brasil.
No entanto, os relatos ainda vão demorar a aparecer.
Tendo em conta que ainda ontem estava na praia mais paradisíaca e de águas mais límpidas que algma vez vi, envolta em sol e calor (o dele incluído... o melhor de todos):
Regressar para isto...
(jardim visto do meu quarto, cheio de neve)
E' violento demais!
Tenho que recuperar e voltar 'a real.
Sim, porque o Brasil foi puro sonho :)
No entanto, os relatos ainda vão demorar a aparecer.
Tendo em conta que ainda ontem estava na praia mais paradisíaca e de águas mais límpidas que algma vez vi, envolta em sol e calor (o dele incluído... o melhor de todos):
Regressar para isto...
(jardim visto do meu quarto, cheio de neve)
E' violento demais!
Tenho que recuperar e voltar 'a real.
Sim, porque o Brasil foi puro sonho :)
11.30.2005
Brasil
11.29.2005
Está Tudo doente!!
E bem doente!
Eu diria mais, está tudo GRAVIDAMENTE ferido.
Sem me aperceber, já passei aquela fase em que todas as amigas começam a casar para entrar directinha e sem aviso na fase em que começam todas a ficar grávidas.
Ele é uma prima que vai ter uma menina (segundo previsões estrambólicas mas muito prováveis, vai ser uma garina podre de gira, com caracóis e olhos azúis de encandear), uma "irmã adoptiva" que já está de barriga e a coisa até já chegou a Crestuma e Boston, um casal amigo que anda a tentar, um outro que tentou demais e, sem aviso, já estão inscritos para o dia dos pais da escola primária mais próxima dentro de 7 anos e ainda um outro casal em que ela, muito redonda, está quase a explodir e a mandar cá para fora a Leonor (desta vez não me enganei no nome, ah ;)) uma miúda que se avizinha um avião, uma vez que ainda dentro da barriga, já me anda a mandar SMS.... e a chamar-me tia.
TIA!!!!!
Vai chamar Tia a outra!
Eu já avisei a minha irmã!!
Até me ia dando o badagaio quando me disse que já andava a pensar em ficar... doente, nem mais!
Mas, mas... acabaste de casar?!?! Miúda, agora é tempo de treinar. Treinar é bom e aconselho vivamente. Mas só treinar, topas!?
Estás doudinha?!?!
Queres-me já aparecer com o pão no forno???
Nem penses!!!! Não podes, não podes!!!
Eu ainda não estou preparada para ser Tia!!
Está-me cá a parecer que por muito Hercúleos que os meus esforços sejam, quando menos contar levo com um molete* na mixola** :P
* papo-seco ou carcaça, 'a moda do Puorto, carago!
** carola/mona/cabeça... é 'a escolha. Basicamente, até vou andar de lado!
Thanksgiving
Ou, como lhe chama R., o Natal dos amigos.
Embora não haja qualquer tradição Portuguesa em celebrar o Dia de Acção de Graças (dizem voçês), a fabulosa celebração deste evento na casa de R. e M. já é da praxe. De S.Francisco até Boston, R.e M. foram sempre os promotores da maior festança nesta ocasião, e reunem sempre o maior número de amigos possíveis... e um "pirum", que neste dia é, sem dúvida alguma, a personagem menos animada (literalmente... está completamente inanimado, coitadito! Como diria M.: deu-lhe uma coisa!)
Já dá para antever que, quando se mudarem para PT, R. e M. lá continuarão a tradição, pois o que interessa mesmo é estarmos todos juntos... razão pela qual foi apelidado de "Natal dos Amigos". E' tal e qual uma festa de família, cheia de calor e sorrisos, mas só com amigos.
Ora este ano, a estrela principal foi uma bela ave de 13 quilos. Sim, leram bem. Treze!!! (ou "treuze", como diriam alguns e que aqui até dá mais ênfase 'a coisa)
Passadas mais de 8 horas na fornalha, estava finalmente pronto e os nossos excelentes anfitriões, prontos a servi-lo:
Aqui, M. já tinha dado azo aos seus intintos sanguinários (vulga travadinha que, felizmente, só lhe dá uma vez por ano, precisamente nesta altura) e o "pirum" já estava feito em fanicos:
Não faltou nada: cranberry sauce, puré de abóbora, pão de milho... hhmmm, não sei se tudo o que eu estou para aqui a enunciar é típico ou não. O que sei é que havia comida 'a fartazana e, claro está, para acompanhar tão lauta refeição, muito vinho para regar os morfes e fazê-los escorregar melhor (note-se que na adega está incluído o famoso vinho de laranja Tropicana, amigo de que nunca me separo ;))
Ainda a festa estava no início e a garrafeira já começava a ficar recheada.
X. e K. não conseguiam esconder o entusiasmo e os olhitos já brilhavam com o reflexo das garrafas.
Estavam tão, mas tão entusiasmadas que até quiseram começar a treinar como iriam beber. 'A X. saiu-lhe o tiro pela colatra, ou antes, a rolha pelo gargalo uma vez que, sem dar conta, agarrou numa garrafa de Ermelinda que já estava aberta... e veja-se o resultado
Bem, pela amostra já dá para ver que foi uma festa bem animada (e inibo-me de referir as Doce, Paulo de Carvalho, Herman José, Ena Pá 2000, alguns bafos, uns com cheiro a maça, outros a pêssego e outros mesmo a caldo, cuja presença mantivera a festa a bombar até 'a 6 da matina. Até já se dançava de joelhos, com kangas... só visto :P)
Facto engraçado foi que, por vezes, vindo do nada, lá se ouvia um "Porra da Ermelinda!!" que acabou por ficar quase tão famoso quando o "Oh Elsa" de um festival Sudoeste.
"Oh Ermelinda" bem que podia passar a ser o grito de guerra destes Thansgiving tão... Portugueses, hehehe.
Embora não haja qualquer tradição Portuguesa em celebrar o Dia de Acção de Graças (dizem voçês), a fabulosa celebração deste evento na casa de R. e M. já é da praxe. De S.Francisco até Boston, R.e M. foram sempre os promotores da maior festança nesta ocasião, e reunem sempre o maior número de amigos possíveis... e um "pirum", que neste dia é, sem dúvida alguma, a personagem menos animada (literalmente... está completamente inanimado, coitadito! Como diria M.: deu-lhe uma coisa!)
Já dá para antever que, quando se mudarem para PT, R. e M. lá continuarão a tradição, pois o que interessa mesmo é estarmos todos juntos... razão pela qual foi apelidado de "Natal dos Amigos". E' tal e qual uma festa de família, cheia de calor e sorrisos, mas só com amigos.
Ora este ano, a estrela principal foi uma bela ave de 13 quilos. Sim, leram bem. Treze!!! (ou "treuze", como diriam alguns e que aqui até dá mais ênfase 'a coisa)
Passadas mais de 8 horas na fornalha, estava finalmente pronto e os nossos excelentes anfitriões, prontos a servi-lo:
Aqui, M. já tinha dado azo aos seus intintos sanguinários (vulga travadinha que, felizmente, só lhe dá uma vez por ano, precisamente nesta altura) e o "pirum" já estava feito em fanicos:
Não faltou nada: cranberry sauce, puré de abóbora, pão de milho... hhmmm, não sei se tudo o que eu estou para aqui a enunciar é típico ou não. O que sei é que havia comida 'a fartazana e, claro está, para acompanhar tão lauta refeição, muito vinho para regar os morfes e fazê-los escorregar melhor (note-se que na adega está incluído o famoso vinho de laranja Tropicana, amigo de que nunca me separo ;))
Ainda a festa estava no início e a garrafeira já começava a ficar recheada.
X. e K. não conseguiam esconder o entusiasmo e os olhitos já brilhavam com o reflexo das garrafas.
Estavam tão, mas tão entusiasmadas que até quiseram começar a treinar como iriam beber. 'A X. saiu-lhe o tiro pela colatra, ou antes, a rolha pelo gargalo uma vez que, sem dar conta, agarrou numa garrafa de Ermelinda que já estava aberta... e veja-se o resultado
Bem, pela amostra já dá para ver que foi uma festa bem animada (e inibo-me de referir as Doce, Paulo de Carvalho, Herman José, Ena Pá 2000, alguns bafos, uns com cheiro a maça, outros a pêssego e outros mesmo a caldo, cuja presença mantivera a festa a bombar até 'a 6 da matina. Até já se dançava de joelhos, com kangas... só visto :P)
Facto engraçado foi que, por vezes, vindo do nada, lá se ouvia um "Porra da Ermelinda!!" que acabou por ficar quase tão famoso quando o "Oh Elsa" de um festival Sudoeste.
"Oh Ermelinda" bem que podia passar a ser o grito de guerra destes Thansgiving tão... Portugueses, hehehe.
Este não era Galo... mas que cantava bem, cantava!
No Sábado, ainda para dar cabo dos restos do "pirum", houve nova jantarada na casa de R. e M.. Como já disse várias vezes, nesta parvalheira tudo são bons motivos para os amigos se reunirem... e ainda bem.
Então nesta noite, para além da boa disposição que tipicamente desenrola sempre num serão longo e bem passado, algo sobressaiu. Não foi a vinhaça, não foi a comida, não foi a música... nem mesmo o famoso cachimbo de água que Z. trouxe da Turquia e que quase lhe custou uma deportação quando chegado ao aeroporto. Foi, nada mais nada menos do que, a salada.
Pois é, já estávamos todos sentadinhos 'a mesa a saborear o belo empadão com que R. nos presenteou, e vai de acompanhar a coisa com a típica saladita. Contudo, sem excepção, cada um que dava uma garfada da dita (eu incluída) referia um sabor... hhmm, exótico, algo herbal mas... diferente. Bom, sem dúvida. Toda a gente exclamava que a salada estava deliciosa. Que raio puseste na salada que está tão boa?
No início RC julgou que estavam no gozo com ele. Apanhado desprevinido na cozinha, viu-se, sem mais nem menos, eleito "voluntário" para preparar a salada. Em menos de nada estava com a taça e os vegetais 'a frente... e lá vai disso. Tentou desenrascar-se da melhor maneira, mas nunca nada de forma que transcendesse uma tradicional salada de alface e tomate... pensou ele!
No entanto, a pergunta repetia-se vezes sem conta. Mas o que tem a salada? Qual é o segredo? Diz lá?!!?
E RC só nos olhava com cara de espanto dizendo: "Não pus nada! Juro!"
'A força de tanto questionário, RC lá disse que pôs um pouquinho de soja.
"Nah!!!" exclamámos todos, não pode ser isso. " E' algo tipo... anis?! Rosmaninho?!"
Continuávamos todos com cara de dúvida e, apanhado-nos algo desprevenidos, RC levanta-se e vai até 'a cozinha. Dali, só o vimos a sair disparadao e, literalmente, a rebolar no sofá de tanto riso.
Estava descoberto o mistério... e nem RC sabia qual era pois, inadvertidamente, julgando que era azeite, com o que é que ele temperou a salada?
Conseguem ver?
Pois é... nada mais nada menos do que Chartreuse, 55% vol. álcool.
Não haveríamos todos de estar a lamber os beiços, ehhehe.
Então nesta noite, para além da boa disposição que tipicamente desenrola sempre num serão longo e bem passado, algo sobressaiu. Não foi a vinhaça, não foi a comida, não foi a música... nem mesmo o famoso cachimbo de água que Z. trouxe da Turquia e que quase lhe custou uma deportação quando chegado ao aeroporto. Foi, nada mais nada menos do que, a salada.
Pois é, já estávamos todos sentadinhos 'a mesa a saborear o belo empadão com que R. nos presenteou, e vai de acompanhar a coisa com a típica saladita. Contudo, sem excepção, cada um que dava uma garfada da dita (eu incluída) referia um sabor... hhmm, exótico, algo herbal mas... diferente. Bom, sem dúvida. Toda a gente exclamava que a salada estava deliciosa. Que raio puseste na salada que está tão boa?
No início RC julgou que estavam no gozo com ele. Apanhado desprevinido na cozinha, viu-se, sem mais nem menos, eleito "voluntário" para preparar a salada. Em menos de nada estava com a taça e os vegetais 'a frente... e lá vai disso. Tentou desenrascar-se da melhor maneira, mas nunca nada de forma que transcendesse uma tradicional salada de alface e tomate... pensou ele!
No entanto, a pergunta repetia-se vezes sem conta. Mas o que tem a salada? Qual é o segredo? Diz lá?!!?
E RC só nos olhava com cara de espanto dizendo: "Não pus nada! Juro!"
'A força de tanto questionário, RC lá disse que pôs um pouquinho de soja.
"Nah!!!" exclamámos todos, não pode ser isso. " E' algo tipo... anis?! Rosmaninho?!"
Continuávamos todos com cara de dúvida e, apanhado-nos algo desprevenidos, RC levanta-se e vai até 'a cozinha. Dali, só o vimos a sair disparadao e, literalmente, a rebolar no sofá de tanto riso.
Estava descoberto o mistério... e nem RC sabia qual era pois, inadvertidamente, julgando que era azeite, com o que é que ele temperou a salada?
Conseguem ver?
Pois é... nada mais nada menos do que Chartreuse, 55% vol. álcool.
Não haveríamos todos de estar a lamber os beiços, ehhehe.
11.26.2005
11.23.2005
Essência
Naqueles encontros todos ajudam e contribuem.
Uns trazem bebidas, outros comida, outros doces. Ela decidiu levar a salada. Na cozinha, junto ‘a banca, separava e lavava as folhas de alface juntamente com J., enquanto ‘a sua volta era um corropio de gente a chegar e a cumprimentar-se. Por entre toda a azáfama era quase impossível fazer-e ouvir e travar uma conversa com J. mas, a esforço, tentavam. A determinada altura notou que J. se aproximou dela, julgando que era para se fazer ouvir melhor. Mas não, J. permaneceu junto a ela por uns breves segundos, mas calada, com uma expressão curiosa. Só depois exclamou, com o seu divertido sotaque Francês:
- What perfume is that? You smell really good!
11.22.2005
Piloto
Ver esta foto lembrou-me de como tenho saudades de chegar a casa e ter um amigalhaço destes 'a minha espera, que salta, pincha, pula, corre e abana a cauda desalmadamente, de tanta felicidade. Assim, os maus dias até ficam logo 'a porta. Esquecem-se por uns momentos as preocupações e vive-se um pouco aquela felicidade genuina... tão simples mas tão calorosa!
E o meu último cãozito até se chamava Piloto... bem que podia ter sido este da foto.
O que a gente se ria com ele!!!
Eu e a minha mana éramos muito "macacas" (como a minha mãe costuma dizer) para o canito, mas era a relação perfeita. Tudo era feito na maior das brincadeiras e éramos os melhores amigos. Mesmo quando a minha irmã lhe puxava a língua, nos dias de maior calor, dizendo que era fiambre e não o deixava fechar a boca ou quando limpávamos o grande vidro da mesa da sala e nos punhamos do outro lado a chamá-lo e, o coitado do bicho, não sabendo que a superfície tranparente nos dividia, corria para nós mandando uma bela turra no vidro (mas foi só uma vez, porque ele era muito esperto e aprendeu logo) nunca um reencontro nosso foi desprovido de sorrisos ou de abanos de cauda.
E' cliché mas sinto verdadeiramente que os cães são dos mais fiéis e melhores amigos que podemos ter!
11.21.2005
Sketch digno do Woody Allen
Escuta
Em casa a música sempre foi cultivada.
Tanto eu como a irmã fomos afortunadas o suficiente para que, mesmo sem nos apercebermos, nos fosse incutido um sentido de melodia, de estilo, de ritmo. A música estava (e está) sempre presente e lembro-me que, enquanto miúda e no tempo em que CD era ainda uma sigla totalmente desconhecida, passava largas horas entretida com os vinis, a ver as suas capas, cores e letras.
Recordo com carinho um dia, se não me engano um Domingo de manhã, em que o meu pai, prestes a iniciar o pequeno almoço, que nestes dias é sempre mais longo e descontraído e o único requisito é usar pijama, foi escolher um disco para ouvirmos. Fui com ele e lembro-me desta capa. Não sei se foi a primeira vez que o ouvi. Certamente não a primeira vez que o vi. Contudo, foi esta vez que me ficou marcada. O meu pai sorria. Cuidadosamente retirou o disco da sua capa e, enquanto o limpava com a esponja de veludo, com aquele prazer e brilho nos olhos que segurar certas "relíquias" confere, disse algo como "Vamos ouvir uma senhora!".
Segui-se o "tic-tic" típico dos discos de pratos (e que para mim era sempre o equivalente a um rufar de tambores e a eminência de um revelação) e aquela voz encheu a casa.
“Ah, a Sandy!...”, saboreou a minha mãe.
Foi esse o dia que a Sandy Denny entrou no meu mundo e, embora por vezes melancólica e triste, está de alguma forma sempre associada a momentos bons, de família. Daqueles momentos com sorrisos e calor humano, luzes baixas e a sensação de ali termos tudo... de nada nos faltar, de sermos felizes.
De entre as muitas músicas que poderia ter escolhido, decidi partilhar convosco esta. Gosto muito dela essencialmente devido ‘a mudança de ritmo que ocorre pouco depois do seu início, voltando no fim novamente ao ritmo com que começou. Sendo o meu pai um ex-baterista (e dos bons, diga-se), ouvir esta música lembra-me sempre daqueles momentos em que ele, batucando naquilo que primeiro lhe aparecer ‘a frente, acompanha a melodia e, antecipando o desafio rítmico, fecha os olhos e fá-lo exímiamente, quiçá, recordando bons tempos, também eles associados ‘a música.
Momentos que sempre admiro e que me deixam com um sorriso.
Estou a sorrir e quis dividi-lo convosco :)
PS - Têm que fazer vários cliques de download até terem a música no vosso desktop. Desculpem lá o mau jeito mas, ainda não encontrei melhor solução!
11.19.2005
11.18.2005
Desidratada
Hoje não foi a yoga que me deixou desidratada mas sim este filme.
E chorei! E chorei!
E vocês?
11.17.2005
Sublime
E neste caso a modéstia pode mesmo ficar 'a porta e o Grammy é mais que merecido.
Se já gostava de Jorge Drexler, então agora, que o vi ao vivo na 2a feira, em NY, num unplugged, fiquei verdadeiramente convencida e apaixonada. Só a presença dele já cativa, pelo sorriso, pela simplicidade, pela descontração, bom humor e fácil ligação com o público.
Mas ouvi-lo... aquela voz!!
E' mesmo extraordinária. Tal e qual como no CD, extremamente afinada, doce e aveludada, mesmo numa canção 'a capela, em plena queda livre sem rede, sem paraquedas.
Só ele, o microfone e o silêncio do público embevecido.
Foi assim, quase que mágico... excelente!
Uruguaio.
Eu continuo a dizer... tem algo que só os Sul Americanos têm!
11.16.2005
Halloween Atrasado
Afinal, está visto que não poderia passar este ano sem me mascarar. Não foi no Halloween, mas quase. Como isto aqui é uma parvalheira e todos os motivos são bons para uma festarola, vai de se organizar uma festa no fim de semana passado, cujo tema foi personagens de filmes.
Mesmo que aqui ainda estivessemos em fase de preparação, digam lá que esta pandilha não fez bem o seu papel e recheou o cenário como deve ser?
(Gumby, dos "Monty Pyton". Sem dúvida alguma, a melhor personagem que apareceu na festa. "Ganda" M. :))
(Eduardo Mãos de Tesoura... que ao fim da noite, disparado na sua bicicleta - sim, ele tem uma só que no filme não aparece - mesmo com todas as suas tesouras, se esqueceu de cortar na rua certa e lá foi ele... sempranfran - que é como quem diz, sempre em frente! :P)
Last but not least: Las Gajas!!!
Jesminder de "Bend it Like Beckam", Cat Woman (versão Noiorquina e que nesta história acabou aos berros no meio da rua, a chamar pelo esgroviado do Eduardo Mãos de Tesoura, hehe), Mia de "Pulp Fiction" e "The Crow".
Mesmo que aqui ainda estivessemos em fase de preparação, digam lá que esta pandilha não fez bem o seu papel e recheou o cenário como deve ser?
(Gumby, dos "Monty Pyton". Sem dúvida alguma, a melhor personagem que apareceu na festa. "Ganda" M. :))
(Eduardo Mãos de Tesoura... que ao fim da noite, disparado na sua bicicleta - sim, ele tem uma só que no filme não aparece - mesmo com todas as suas tesouras, se esqueceu de cortar na rua certa e lá foi ele... sempranfran - que é como quem diz, sempre em frente! :P)
Last but not least: Las Gajas!!!
Jesminder de "Bend it Like Beckam", Cat Woman (versão Noiorquina e que nesta história acabou aos berros no meio da rua, a chamar pelo esgroviado do Eduardo Mãos de Tesoura, hehe), Mia de "Pulp Fiction" e "The Crow".
11.12.2005
Cello... or Nerd?
11.08.2005
Mezinha Precisa-se
Pessoal, desde que me mudei para cá que ando a dormir mal!
No início julguei que fosse por ainda não estar habituada 'a casa ou ao silêncio mas, passados 2 meses, estes factores já não são novidade. Depois, ainda julguei que fosse por causa do "cricar" dos grilos mas, uma vez que desde os 5 anos que faço campismo, também não é por aí que o gato vai 'as filhoses.
Não fumo, não bebo álcool nem café, faço bastante exercício físico... e, chegada a noite, dormir bem? Está quieto!
Acordo sempre cansada e com a sensação de que passei a noite toda a pensar, sem desligar a molécula.
Alguma sugestão de como convencer o João Pestana a ser mais meiguinho comigo?
11.07.2005
E eu ali "sugadita"!!!!
Que os Brasileiros são, não sua generalidade, bastante atiradiços toda a gente sabe, ou pelo menos deve sempre desconfiar :)
A prova disso é que, no forró, enquanto decorre a dança é frequente que me perguntem não se eu tenho namorado mas, mais atrevidamente, se o meu namorado está a ver.
Contudo, dada a situação que decorreu hoje, eu diria que eles é que deviam prestar atenção na namorada e verificar se ela está a ver.
A história é no mínimo caricata.
Dançava eu com o meu amigo Adelson, com quem vou sempre ao Forró e com quem já toda a gente se habitou a ver-me e, porque tinha uma blusa relativamente curta, em várias das voltas a tatuagem ficava parcialmente ‘a mostra.
Terminado o Xôte, voltei para o meu lugar e esperei sentada pela próxima dança, aproveitando também para descançar. O rapaz ao meu lado, que eu nunca tinha visto mais gordo, com quem nunca tinha falado ou dançado e em quem nem sequer tinha reparado, perguntou-me o que era a minha tatuagem. Respondi-lhe e a coisa ficou por aí.
Meteram-se mais umas danças, voltei de novo ao meu lugar e, passados uns momentos, o mesmo rapaz diz-me tristemente: porque eu perguntei para você o que era a sua tatuagem, minha namorada terminou comigo!
Fiquei completamente perplexa e não consegui evitar um “é doida!”. Eu, ali “sugadita” a dançar com o meu amigo, sem sequer saber da existência daquele rapaz quanto mais da namorada e, de repente, sou motivo de vendaval.
E que vendaval!
Afastei-me logo para outro lado, não fosse fazer mais estragos sem dar conta. Mesmo assim, deu para ver a cena: ela amuou, ela deixou-o sozinho, ela voltou, ela discutiu, ela chorou, ela voltou a sair, voltou de novo, fez beicinho… bem, no fim já estava tudo bem de novo mas o rapaz, coitado, no meio da história toda só encolhia os ombros. Não haja dúvidas que, ALGUMAS mulheres são, de facto, muito complicadas e ALGUNS homens deviam receber o prémio da paciência.
Incrível, eu ali sem fazer nada e zás… metida numa embrulhada. Logo eu que, NUNCA por NUNCA, me meteria fosse com quem fosse que eu soubesse comprometido. E’ ponto de honra que, até hoje, nunca quebrei. Só faltava a miúda vir tirar disputas comigo.
Fez-me lembrar a anedota do compadre Alentejanito, acusado de esfaquear o companheiro:
- Eu!? Eu estava aqui “sugadito” a descascar a minha maçanita e ele a atirar-se para cima da minha facanita!!
Bem, neste caso eu nem tinha consciência mas, mesmo quietinha, a coisa deu para o torto. Está visto que há gente que tem que ser menos insegura e aprender que o violoncelo não é um instrumento perigoso. Não o meu! :P
11.05.2005
11.04.2005
O que se poderia dizer acerca disto?
Inicio aqui uma nova rubrica, para avaliar até que ponto os meus leitores são imaginativos, cómicos, perspicazes ou apenas regulares, normais ou até aborrecidos.
O que fôr, será sempre interessante e uma forma de (espero) pôr a malta a bulir (acho que já se esqueceram dos óscares ;)).
Assim, sejam originais, directos e honestos.
O que se poderia dizer acerca disto?
O que fôr, será sempre interessante e uma forma de (espero) pôr a malta a bulir (acho que já se esqueceram dos óscares ;)).
Assim, sejam originais, directos e honestos.
O que se poderia dizer acerca disto?
11.03.2005
Lost Halloween
Pois é, no fim de semana passado festejou-se o Halloween mas para mim passou um pouco despercebido (ou então sou eu a tentar esquecer que perdi uma excelente oportunidade para me divertir). Infelizmente, não pude ir nem a uma festa em NY nem a outra em Cambridge porque me encontrava sob clausura, no meio das montanhas, com os “nerds” todos de Harvard.
Foi a Retreat do instituto onde, teoricamente, se deverá discutir ciência, desta feita de uma forma mais informal e num contexto diferente do do laboratório. Tipo “relaxa um pouco mas não muito”.
Por isso, somos levados para uma SPA lindíssima no meio das montanhas, onde nem sequer há rede de telefone, e intervalamos divertimento e lazer com alguma ciência.
Já vão perceber o que quero dizer.
Este é o sítio lindíssimo para onde fomos:
Esta a parte em que se faz ciência:
(oh p’ra ela tão catita a apresentar o seu poster)
E esta é a parte do divertimento e lazer. Eis-me com o meu amigo A. a desfrutar das vantagens de ter um jaccuzzi ao ar livre, onde pudémos apreciar bem quentinhos o topo das montanhas com neve. No interior, piscina, sauna, banho turco, massagens...:
Ao fim da noite houve festa mas… aquela malta não tem lá muito jeito. Acho que apagaram do cérebro a parte que diz “FESTA! FESTA! FESTA!”
De qualquer das formas, posso sempre tentar consolar-me por ter estado num lugar tão bonito (yah... fia-te na virgem e não corras! As festas que perdeste é que foram 'a maneira... sigh! :P)
Subscribe to:
Posts (Atom)