1.31.2006

E' uma Menina!

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Verdade seja dita. Embora a cidade seja uma m***da, o grupo de amigos Tugas (ou quase todos Tugas, não é I.? ;)) que aqui temos é de um carinho e de um calor extremo.
Quase como se de uma família se tratasse.

Ora o P. e a C. presentearam-nos (o grupo) este Natal com a extraordinária notícia de que vão ter um bebé.
Foi felicidade geral.

E’ uma alegria, cada vez que nos reunimos, ver o entusiasmo do pessoal a acariciar a barriga de C. e a perguntar como está o bebé , a curiosidade das raparigas sobre as belezas da gravidez, a brilho nos olhos de P. quando fala do rebento ou ficarmos todos embevecidos ‘a volta das fotos da ecografia.

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Hoje, P. e C. encheram o nosso dia com mais um pouco desta felicidade tão genuína que só os bebés trazem.

C. mandou-nos um mail:
Subject: E o sexo é...

“Tias e Tios:
Vamos ter uma menina na familia!
Beijinhos a todos.
C.”

Em menos de minutos, as respostas começaram a surgir. Era toda a gente a celebrar.

A alegria partilhada transbordava para além dos fios e circuítos.
Andamos ansiosos por conhecer a nossa “sobrinhita”. Imagino que o próximo tema de discussão vá ser o nome da cachopa. Discussão essa que será concerteza mais fácil do que decidir quem pega nela, quem lhe muda a fralda ou quem lhe dá banhoca quando tiver nascido :)

P. e .C. milhões de PARABENS e, da minha parte, MUITO OBRIGADA por esta "família" :)

1.30.2006

Vou para a cama com...

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Quando estou mais científica:

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Para rir:

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Para sentir:

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E' no que dá azucrinar o Destino

Tinha 14 anos e andava no 9ºano.

Num dos intervalos, junto ‘as escadas do portão principal da escola, comentava com o meu amigo Rui o sonho que tivera naquela noite.

- Vê lá o que eu fui sonhar?! E o mais giro é que era mesmo real Rui. Sonhei que tinha ido para os EUA e que andava em Harvard.

O Rui sorriu e, sempre muito cauteloso e correcto como só ele sabe ser para nunca por nunca ferir susceptibilidades, disse-me, batendo-me afectuosamente nas costas:

- Inês, mesmo sendo nós os melhores alunos da turma, acho que isso nunca será para o nosso bico.

Assenti com a cabeça, como que a concordar, mas não tinha assim tantas certezas disso.

“Porque é que não há-de ser, ora? Temos cabecinha como os outros....”

E penso ter sido este o momento que marcou o que seria por muitos anos uma das minhas maiores convicções. “Um dia vou para Harvard!”

A Universidade de Harvard, sobejamente conhecida como uma das melhores do mundo e pertencente ‘a Ivy League, andou sempre no meu horizonte.

“Um dia vou para Harvard!” ouviram os meus colegas de secundário frequentemente, bem como os colegas na Universidade (acho que alguns, ‘a força de o ouvir tantas vezes, já não ligavam e encolhiam os ombros a dizer – lá está ela!). Terminado o curso, fui aceite no programa de Doutoramento da Gulbenkian, juntamente com outros amigos de turma da Faculdade que, na consciência de que esse programa nos abriria quase todas as portas que desejássemos, de imediato assumiram: “Olha, é agora que ela vai mesmo para Harvard”. Era já um dado adquirido.

Chegada a altura das entrevistas, foi certinho direitinho. Tinha 8 entrevistas marcadas, 5 das quais onde? Nem mais, em Boston, todas na Universidade de Harvard. Mesmo tendo alguns laboratórios pedido que fizesse uma apresentação sobre o meu trabalho anterior (coisa não muito frequente quando se concorre para o Ph.D) não me inibi. “Armados em difíceis? ‘Bora lá!”
Fiz as entrevistas, fiz as apresentações e todos os laboratórios me ofereceram uma posição. Chegada a Portugal, a pergunta que se impunha:
-“Então Inês, quando vais para Boston?”
- “Não vou!” – e era ver a cara de espanto na maioria das pessoas. Toda a gente caía de cu.
- “Como não vais?!?!” – como quem diz: andámos estes anos todos a ser martelados com “Um dia vou para Harvard!”, “Um dia vou para Harvard!” e agora não vais?
- Não. Nem pensar!

Detestei de imediato a cidade, os laboratórios desiludiram-me e, de uma maneira geral, as pessoas tinham uma atitude superior e presunçosa que me mexeu com o sistema.

Assim, abro aqui espaço para, juntamente ao caso do 69, quebrar mais um mito urbano. Harvard não é a nata da nata que se pensa. E’ okzito mas nada do outro mundo.

Tive a sorte imensa de, em Nova Iorque (onde se realizaram as outras entrevistas), ter, não só encontrado uma cidade E X T R A O R D I N A R I A e com a qual me identifiquei de imediato, como também encontrei um (soon to be) chefe que adoro e por cujo intelecto ando constantemente apaixonada.

Nem pestanejei: NY here I go!! Esqueci a minha convicção (felizmente flexível) e andei felicíssima da vida até que...

... pois é. Ao fim de 1 ano e 8 meses, o meu chefe recebeu e aceitou uma posição em Harvard e, lá foi a Inês de requitó para a parvalheira que tanto detestou e que já tinha colocado para trás das costas.

Desta feita, hoje em dia é frequente ouvir dos meus amigos, quando me lamurio desta terrinha e suspiro com saudades da Big Apple:

- Era o destino Inês!! Acho que também ele (o destino) se fartou de te ouvir!

Pelo sim, pelo não, agora não me pronuncio quanto 'a minha próxima convicção :)

1.29.2006

No Forró

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" (...)
Porque beijo é bom roubado
sem cobertura da razão
Pega ladrão, pega ladrão
Devolve o beijo que um só beijo é tentação (...)"
(Rastapé - Beijo Roubado)

Contra Factos...

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"Chovia.
Por ser 2ª feira 'a noite, só um punhado de pessoas se encontrava no bar calmo e de luzes baixas. Embora a maioria preferisse o balcão ou se distribuísse pelas pequenas mesas, um grupo de amigos conversava no centro do espaço. A música, aprazível, algo entre o Lounge e o Chill Out, permitia uma atmosfera propícia 'a discussão.

Eles eram 4: duas raparigas e dois rapazes.

Argumentando vigorosamente e acompanhado por um abanar de cabeça consensual do amigo, P. tentava convençê-las:

- Não! Isso nem sempre é verdade! Não se pode generalizar que todos os homens tenham um fetiche com duas mulheres, lésbicas ou bissexuais. Não pode ser tudo catalogado pela mesma tabela!

- Tretas!! - respondeu D. com um sorriso divertido.
Vocês são todos iguais! - olhando de soslaio para os 2 amigos.

Ela permanecia calada.
A discussão não era nova e os argumentos pareciam-lhe algo gastos e pouco fundamentados.

P. continuava e M. concordava com uns "aha", aqui e ali.

- Isso é ser muito quadrado! Aliás, é um preconceito... blá, blá, blá...

E continuava a gesticular, defendendo a sua ideia, no que parecia ser um discurso interminável.

Estava enfastiada.
- Impossível que ele acredite no que diz - pensou.

Neste momento, o olhar dela cruzou-se com o da amiga.
Sorriram.
Cúmplices, aproximou-se dela.

E P. continuava... blá, blá, blá...

Deslizou os dedos por entre os cabelos da nuca de D., sentiu-lhe o calor e puxou-a levemente para si. Olhando-a nos olhos, o seu polegar acompanhou a linha da maxila de D., que agora inclinava a cabeça ligeiramente, expondo mais o pescoço.

Os olhos fecharam-se.
Os lábios carnudos encontraram-se e os corpos aproximaram-se. Provando-se, as bocas abriram-se languidamente para dar espaço 'as línguas, que se exploraram num beijo longo e húmido. Já no final, susteve o lábio inferior de D. entre os seus, por uns segundos, num misto de mordida e chupada provocante.

Abrindo os olhos, verificou que estavam agora rodeadas por todos os homens do bar, de expressão sedenta e curiosa.

Já não se ouvia P.
M. esquecera-se que estava a abanar a cabeça e deixara-a, abandonada, numa posição que lhe permitia um melhor ângulo de visão.
O bar, agitou-se."

1.27.2006

Decidido!

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OK, pessoal. Acabaram-se os penteados estrambólicos!

Obrigada pela vossa participação e opiniões. Imagino que tenham passado a noite em branco a pensar no que responder, dada a premência do assunto, mas acreditem que valeu a pena, pois tiraram-me desta minha ansiedade, heheh.

Contrariamente ao esperado, ganhou o curto. Confesso que o resultado me surpreendeu uma vez que, principalmente os rapazes, me costumam perguntar porque não deixo crescer o cabelo. Julguei que gostavam mais!

Mas ainda bem que assim foi, pois eu também prefiro o curto e não andava com pachorra para o deixar crescer. Já está marcado o corte para este fim de semana (Rita, prepara-te ! ;))

Porque nem todos aderiram ao repto, exige-se um agradecimento pessoal ‘aqueles que o fizeram publicamente. Afinal, este era um assunto de EXTREMA importância e urgência e a vossa participação foi primordial :)

Assim:

Vi – Obrigada pelo elogio ao sorriso e aos 10 anos. Foste a única!
Corte rebelde e despenteado, sempre. Nem sequer uso pente ou escova. Gosto de acordar, dar um jeito com os dedos e “já ‘tá”.

Pedro Beltrão – Ora aqui está um comentário que me surpreendeu. Preferes curto? E eu que julguei que isso tinha sido parte da razão para A nega, hehehe ;)

Madalê – Não me desiludiste. Es cá das minhas! Agradeceria os piropos mas... mãe acha sempre que somos bonitos!

Raquel – Não conheço (acho) mas obrigada pelo voto. Gaja que é gaja sabe como estas coisas são importantes!

Menina Azul – ‘As ordens! ;)

Tripeiro, Inês, Ivone e Fernando – Comentários simpáticos como sempre. Gosto bastante de “chocar” as pessoas. Obvio que o cabelo curto não é um choque mas fiquei satisfeita por contrariar a vossa tendência bem como por ver que são flexíveis. Detesto quando o pessoal fica atido a uma ideia e é assim, “no matter what”.

Sofia, Sara e Fadalê – OK, vai ser intermédio. Já há algum tempo que ando com a “pancada” de rapar o cabelo mas, dado o frio extremo e as vossas sugestões, reconsidero e fico-me por um corte curto, mas não radical. Pode ser?

Maffa – Ser do contra também é giro e conta em democracia :)

Anónimo – Só pela determinação, ganharia logo o Curto (lá se ia a democracia ao ar) mas, não foi necessário. Juntaste-te ‘a maioria mas, de maneira especial. Obrigada por esse beijo na nuca... adoro! E prometo usar um vestido curto quando nos encontrarmos... mas tem que ser Verão, ok? :)

1.25.2006

Vamos a Votos!

Ultimamente tenho acordado com cada penteado mais estrambólico que seria capaz de meter inveja a qualquer punk.

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Assim, exigem-se medidas drásticas. O meu cabelo está naquela fase em que ou sofre um corte radical ou, então, aguento-me mais um tempo 'a bronca e deixo-o crescer.

Que preferem?

Comprido?

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Ou curto?

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PS - As fotos têm cerca de 10 anos... mas dá para ter uma ideia, espero :P

Gosto de...

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Ai... sim, isso!

1.24.2006

De volta ao Circo

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E hoje regressei ao Power Yoga.

Porque quando estive em Portugal me armei em carapau-de-corrida e me pus a fazer exibições das posições que sabia (cof, cof), acabei por distender o músculo da perna e tive que estar um período em convalescença (é no que dá as casas em PT serem um gelo).

Só faltou mesmo fazer "fisioterapia 'a patinha", como o Poli (cão de estimação da minha prima), mas não foi caso para tanto.

Já recuperei e a aula correu bem. E, preparem-se, até consegui fazer o Corvo. Tchanam!!!! (Ver imagem. Obvio que não faço tão bem quanto essa caramela, mas isso agora não interessa nada :P).

Claro que depois fiquei sem pio, do esforço e do cansaço, mas a aula soube-me pela vida. Saí de lá toda ZENita.

Um bOOOOOOOMMMMMMMM tudo para vocês!

Azarito

Há pessoas com muita pouca sorte e que têm o azar ter o seu nome escolhido por um outro tipo de pessoas, este sem 2 dedos de testa.

O presidente do conselho directivo da escola secundária onde estudei teve não só o infortúnio de ser baptizado de Adolfo como, ainda por cima, o sobrenome era Dias.

Adolfo Dias!
Bonito não?

Escusado será de dizer que era um belo que motivo de risota (mas até era merecido uma vez que ele era meio estafermóide), de brincadeiras como:

- Oh Adol!
ou
- Chama-se Fodias, Adol Fodias.
ou ainda
- Já não fode?

E vocês, que nomes conhecem a juntar a esta categoria?

Ele há com cada pedido!

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No Forró:

Ele disse:
- Oh, mulher bonita! Quero beijar você! Quero ser seu neném. Faça comigo o qu'ocê quiser!!

Eu pensei:
- Olha, este quer que eu lhe mude as fraldas! :P

1.23.2006

Tiro ao Alvo

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Hoje acordámos com neve pelo pescoço.
Nevou durante a manhã inteira. Floco enormes, quais farrapos, flutuaram pelo ar deixando tudo coberto de um espesso manto branco.
Agora que já parou e que a temperatura subiu, ao andarmos na rua levamos com grandes pedaços de neve na carola, que se soltam aqui e ali das árvores.
Já não bastava andarmos que nem pinguins e agora ainda temos que usar capacete.
“Tá Mali!”

Legenda de um Gesto

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Do Pão-de-Açucar, admirou a Cidade Maravilhosa, ali aos seus pés.
Sentiu-a com o jeito açucarado dele. Viram o pôr-do-sol, conversaram como se estarem juntos fosse a coisa mais natural de acontecer. Ela absorvia cada momento como se do mais importante se tratasse, sem querer perder nenhum pormenor. E cada pormenor a fazia ter a certeza que tudo era real e não imaginação.
Sim, estava ali. Estavam ali!
No Bondinho, já de regresso, uma família Mexicana desceu juntamente com eles. De todos os elementos, aquela criança chamou-lhe a atenção. Acocorada num dos cantos da cabine, de nariz espetado no vidro, exclamava com genuína alegria e com os olhos pestanudos brilhantes “Estoy en Brasil! Estoy en Brasil!”.
De mãos dadas, ela encostou a cabeça ao ombro dele, acariciou-lhe a parte interna do braço e, inspirando de felicidade, pensou para si:
“- Eu também!”
Neste momento os olhos dela encontraram os da criança, que lhe sorriu, como se tivesse percebido.

Não perdeu pela demora!

No seguimento do post anterior, eis a parte II.
Dos melhores sketches nos últimos tempos!

Ainda 'a distância, reconheci-o.

"- Olha, Olha! Quem é ele?!
Se me disser outra vez que me come que nem broa, como anteontem, leva já com a resposta!"

E foi precisamente neste momento, quando passava por ele novamente, que o desgraçado, qual truque telepático, me disse mesmo:

"- Comia-te que nem broa!"

Desta vez não ia com pressa e podia perder algum tempo a dar-lhe uma resposta... e que gozo que esta me deu. Parei alguns passos 'a frente dele e virei-me. Ao ver-me fazer isto reparei que ficou algo perplexo mas, completamente indescreitível, foi a cara que fez quando me viu a dirigir-me a ele.

Sorri de boca fechada. Maozinha na cintura e ar superior, eis que lhe digo:

" - Querido, não tens dentes para a minha côdea e, mesmo que treinasses muito, nunca terias uma faca de tamanho suficiente para passar manteiga no meu pão.
Ah, e já agora, sugiro que mudes o repertório, pois ainda anteontem me disseste o mesmo e é óbvio que a técnica não funciona."

Sorri novamente de boca fechada e virei costas.

Acho que, mesmo já tendo passado mais de uma hora sob este hilariante encontro, ainda é possível encontrar o mafarrico com cara de parvo no meio da rua, sem saber o que me responder. Acho que da próxima vez, pensará melhor 2 vezes antes de dizer que come broa... a minha ou a de outra pessoa.

Phadalê e Edu, missão cumprida :D

1.21.2006

E caía-lhe tudo, hehehe!

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Hoje na rua passei por uma rapaz que, provavelmente na certeza de que eu não entenderia a língua, me disse em bom Portugês:

- Comia-te que nem broa!

Consequências de se viver no local onde se encontra a maior comunidade Tuga da costa Este dos USA. Abstive-me de me voltar ou reagir ao comentário, embora fosse de facto bem metida surpreende-lo. Vários pensamentos atravessaram rapidamente a minha mente:

"- Comia-te que nem broa?!?! - Ora aí está uma expressão que desconhecia. E foi preciso vir para os USA. Uma resposta tipo "O que tu queres sei eu", do Gato Fedorento, assentaria que nem uma luva. Virar-me p'ra ele, fazer-lhe uma proposta indecente e o gajo acagaçar-se todo."

E sorri...

Mas, mal ele sabia que o que dizia nem era assim tão descabido. Não pelo comer, óbvio, mas porque na mochila carregava nada mais nada menos do que 10 pães e 4 broas.
Uma outra consequência de viver neste cú-de-Judas onde a maioria dos Tugas vieram parar é que, mesmo pertinho de casa, há uma padaria que faz as delícias do paladar Lusitano. Desta feita, é frequente ficar incubida de levar o pão quando há jantarada/festarola, como era o caso.

Assim, o meu último e mais hilariante pensamento foi:

" Devia virar-me para ele, tirar uma broa da mochila e dizer-lhe:
- Querido, acho melhor treinares!"

E a propósito de Pão

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Partilho convosco uma fotografia de Doisneau, que acho fantástica:
"Le Pains de Picasso"

1.20.2006

Um para esta mesa, por favor!!

Um dia vou gostar e ser gostada assim:

" Ela tem viajado demais, consequências de mudanças no trabalho, e eu tenho, ô constatação boba, ficado sozinho demais. Mas vai que deu uma viração nesse começo de ano e ela tem ficado em casa durante a semana e a casa está muito mais bonita por isso.

Quando ela chega eu vento e tenho a ligeira impressão de que isso fica visível. Ela faz sempre festinha em mim, ainda de pé na porta, dá-me um beijo e acarinha meus cabelos. E eu, bobo, marejo os olhos.

Assim como eu, bobo, fico a fazer fotografias dela diante do espelho se pintando, dela acordando, dela dizendo bom dia, dela pedindo mais um "cadiquinho" de preguiça antes de se levantar, como, bobo, fiz-lhe uma supresa na segunda-feira.

Sacumé. Semanas a fio sem a minha garota e o sol da segunda-feira parecia muito mais brilhante, o azul do céu ainda mais azul, só porque ela me dissera no domingo à noite, "essa semana eu não viajo...". Daí eu tô no centro da cidade, penso nela e me dá vontade de dar pulos, como disse o Pessoa num poema recitado pela Bethânia (lembrei-me dos versos na hora!). Seria ridículo. Entro num quiosque de flores e escolho as mais bonitas. Mando entregar em seu trabalho. Rápido. Paro pra tomar um café e fico, bobo (de novo), esperando o celular tocar.

Ele toca. E ela me diz coisas tão bonitas (tive a impressão de ouvi-la com a voz marejada) e eu choro no balcão sozinho, e eu prometo um jantar caprichado à noite, e ela sorri, diz que sim, que quer, e eu, bobo, fico zanzando pelos corredores do Forum a pensar no cardápio da minha menina.

E vou às compras e escolho cada ingrediente como se fosse preparar o primeiro jantar, para causar a primeira impressão, para impressionar pela primeira vez.

Chego em casa e a casa está muito mais bonita do que na semana passada pelo simples fato de que a expectativa de sua chegada é capaz de dar cores a tudo, enquanto que sua ausência me deixa andando pela casa na penumbra em busca do cheiro que o olfato mais aguçado há de perceber (deixei de fumar de novo).

Preparo a comida e lembro que não janto em casa quando ela não está. Acho graça disso. E fico de olho no relógio, e sinto que vento quando vem chegando a hora.

E quando ela chega à noite abraçada na braçada de rosas dá-me um abraço indizível e ficamos ali, os dois, na sala da casa que está tão bonita...

A dona está demais."

Não é lindo?
Edu, querido, não resisti em partilhar este teu texto maravilhoso!

Tirado daqui, onde podem ver a causadora de tão belas palavras... ela bela também.

1.19.2006

Desmancha Prazeres

Hoje comecei o dia a abrir as pernas para um homem.

Sem dúvida a melhor maneira de iniciar o dia... não fosse ele o meu ginecologista.
Bah!!! :P

SEXO! SEXO! SEXO!!

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Aviso 'a navegação. Como já se devem ter apercebido, este post é impróprio para menores de idade e pobres de espírito ;)

Este blog anda tão sem participação que até se ouve o zumbido das moscas.

Tomei uma decisão drástica, desesperada mesmo.
Vou falar de SEXO! SEXO!! SEXO!!!

Se, mesmo assim, não funcionar, então sim, desisto e vou pregar para outra freguesia (bem, se as moscas resistirem, começo um blog sobre drosophilas. Elas merecem)

Ora bem, então o tema é SEXO! SEXO! SEXO!
Ainda estão aí, certo?

Apetece-me falar desse mito urbano que é o 69.
Mesmo quando somos putos e ainda pouco ou nada percebemos da coisa, é já sabido que, se ouvirmos tal expressão, se devem seguir sorrisinhos cúmplices e atrevidos (como se para bom entendedor meia palavra bastasse), mesmo não sabendo a ponta de um corno acerca do assunto.

E desde logo se forma a ideia que o 69 é “THE THING”.

Para confirmar o panorama, basta fazer uma busca rápida no Google e logo assim, ‘as 3 pancadas, nos primeiros resultados lêem-se frases como: “ This (69) is considered one of the best oral intercourse positions.” ou “The best way for oral sex”.

Como disse, um mito!
Pois é meus amigos, eu não concordo nada!
Percebo que seja uma posição algo arrojada, que denota abertura de espírito e ‘a vontade entre o casal, o que eu acho crucial numa relação mas, ninguém me consegue convenver que seja A MELHOR coisa neste campo.

E’ bom, ok. Não fiquem com a ideia errada. Acho MUITO bem (e bota MUITO nisso, viu!!) que se explorem estas e todas as outras posições. Mas, o MELHOR???
Como é que o pode ser com tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo?
Uma pessoa não se consegue concentrar, meus! E’ complicado! Se se pensa em cima nao se sente em baixo, se se sente em baixo nao se pensa em cima (ou "viso-versa", como dizia o outro). E as coisas têm que ser feitas como deve ser, certo?

Curta e grossa, esta é a minha opinião.
E a vossa?
Vá, não se armem em púdicos.
E’ bom e até os animaizinhos gostam… e há sempre a possibilidade de serem Anónimos.
"Portantos"!!!!! :)

PS1 - Cheira-me que acabei de assinar a sentença de morte do blog :P

PS2 - Hhhmm, se é assim, talvez devesse colocar aqui um incentivo... só para não arriscar. Hhhmm, ok. Da próxima vez falo do 68 :D

1.18.2006

"Bosta" Weather

As amplitudes térmicas nesta região são no mínimo extraordinárias.
Se no Domingo eramos fustigados por um vento com os seus "agradáveis" - 21ºC, hoje a temperatura ronda os 14ºC positivos. Note-se que estou a falar de uma diferença de 35 graus, num espaço de 3 dias.
Como diz um amigo meu, "Se não gostas do tempo em Boston, espera 5 minutos".

1.17.2006

Hawaii, here I come! *

Agora ‘a distância, vejo que a perda das luvas em Nova Iorque era já sinal de mau agoiro.

De 6a feira para Domingo a temperatura desceu vertiginosamente. Assim, muito embora tivesse um casaco algo grosso, não estava minimamente preparada para os -21 ºC que me esperavam quando regressei a Boston, Domingo ‘a noite (note-se que na 6ª feira saí de cá com 10ºC positivos).

Passei ainda pelo laboratório e, por volta das 22h, decidi-me a ir para casa. Uma vez que estava de bicicleta e sem luvas, só pensava em pedalar rapidamente, tanto para aquecer como para chegar logo logo ao quentinho do lar. Escusado será dizer que, mesmo assim, quando lá cheguei, quase não sentia as mãos e estava gelada. Procurei avidamente as chaves no bolso das calças, a custo (porque os dedos já pareciam trambolhos), consegui pegar na chave desejada e, quando vou a metê-la na ranhura... não entra.

- Quê?! Mas é esta a chave!!

Olhei bem de novo e lá estava o plástico azul que a identifica. E entretanto, o vento soprava desalmadamente e o frio era cada vez mais frio. Nova tentativa, e chave nada de entrar. Se com as mãos normais já dói forçar uma chave na fechadura, com os dedos completamente congelados ainda é pior. Entretanto, já não sentia o queixo nem os lábios e os pés iam pelo mesmo caminho.

- Queres ver que ainda me vai dar o badagaio como em Veneza!? (onde devido a hipotermia só me lembro de apagar na praça de S.Marcos e acordar algures num Banco com um amigo a esfregar-me os pés, que não sentia, e um namorado a tirar as meias e o casaco para me dar roupas secas). Só que desta vez vai ser ridículo. Quando me virem vão julgar que sou parvinha por ter na mão a chave que abria a porta ‘a minha frente e ter ficado cá fora.

Já desesperava. A quase meia hora que fiquei ao frio a tentar inutilmente introduzir a chave na fechadura pareceu-me interminável. Basicamente a fechadura congelou (e sei que isto acontece porque, na Alemanha, também fiquei uma hora ao frio ‘a espera de um amigo que, porque as portas do carro congelaram, não se conseguia deslocar e, quando chegou, tive que entrar pela porta dele, porque só tinha conseguido abrir uma das portas). Estava tão desesperada com o frio que quase pensei em pedir ‘a pessoa que estava dentro de um carro do outro lado da rua para me deixar entrar e aquecer um bocadinho. Como os vidros eram escuros e não conseguia vislumbrar quem estava lá dentro, pensei que seria melhor dar-me o fanico a arriscar... mas pelo andar da carruagem iria mesmo arriscar.

Entretanto já pensava em alternativas: telefonar para a senhoria, que mora na casa ao lado. Olhei para lá e estava tudo apagado.

- F***sse (desculpem lá, mas nesta altura já não ligava puto ‘a boa educação. Eram raios e coriscos para todo o lado) é fim de semana prolongado (feriado Martin Luther King na 2ª feira), não deve estar.

Após um esforço estóico para pressionar as teclas correctas no telemóvel (a esta hora as mãos já estavam roxas) confirmei o que temia.

- Não atende... bonito!

Próxima vítima, o meu melhor amigo (vide fotos publicadas há dias):

- “Mori”! Pre-pre-ciso da tu-tua ajuda (isto é para que o leitor perceba que com o frio já nem conseguia falar direito). Não consigo entrar em casa!!! A porta está congelada! Será que me podes vir cá ajudar ou então eu posso ficar na tua casa? (isto tudo dito na mesma linguagem, topam? Parecia o Emplastro a falar).

Obvio que, de imediato, Z. começou a preparar os arreios do cavalo para se fazer ao caminho e vir salvar a donzela mas, não foi preciso. Eis que uma alma caridosa se lembrou de me ajudar e, afinal, a senhoria estava em casa (só que como é gorducha não se deve ter conseguido deslocar a tempo para atender o telelé) e ligou-me nesse instante. Faço mais um esforço hercúleo para marcar a tecla certa do telemóvel e aviso o meu cavaleiro:

- Aguenta os cavais, “mori”. Acho que a gorducha me vai salvar! (bem sei que não é assim nas histórias mas, não queria que também ele congelasse, coitadinho!).

A senhoria abre-me então a porta das traseiras e, finalmente, consigo entrar em casa, pela cozinha. Nesta altura os meus dedos já estavam tão mas tão congelados que basicamente não os sentia. O pior foi quando começaram a reanimar. As dores eram tão intensas e o latejar/queimar tão forte que durante 15 minutos as lágrimas me escorriam pela cara abaixo involuntariamente.

Quando finalmente tudo voltou ao normal, verifiquei que fiquei com as pontas dos dedos da mão direita queimados... e fónix, hoje ainda me doem.

Assim, depois de tamanha aventura (ou antes, desventura), tomei um resolução irrevogável. Quando terminar o Ph.D, o meu destino vai ser um local quente, cheio de sol e com pessoas sempre morenas (obviamente que com isto não quero dizer que vá trabalahr num solário :P)

E mai nada!

* Mais coisa menos coisa!

1.16.2006

Fim de Semana

Muitos amigos, braços abertos e abraços.
Festa até de madrugada, um brunch com sorrisos e ressacas, uma despedida, conversa de ""gaijas" pela noite dentro, Upper East Side, Upper West side, o bambolear da carruagem de metro, o pára-arranca do autocarro, a aventura de um táxi amarelo, Central Park, um Empire State Building envolto em neblina, Chinatown, uma Pita a caminho de um encontro, Sushi para o jantar, uma experiência nova e divertida, uma sessão fotográfica, uma conversa interessante no L-Train, um cheirinho de East-Village.
De novo no jardim Zoológico meu preferido... estive em NY :)

1.12.2006

Is it me or Spring is here?

Acordei com o Sol. Envolta em luz e calor. Deixei-o entrar e saboreei cada momento.
Na aparelhagem, o “shuffle” escolheu a Primavera, de Vivaldi, para começar a manhã. Tudo parecia florescer, até mesmo o wireless do meu computador que, pela primeira vez, captava um sinal (quem diria, wireless na parvalheira!).
De botas amarelas e pretas (qual Abelha Maya) e casaco verde alface, saltei com a minha bicicleta para os agradáveis 11ºC (note-se, POSITIVOS!!!) que me esperavam lá fora. Um ciclista em sentido contrario sorriu-me e disse-me bom dia.
Toda a gente parece ter um sorriso na cara.

1.11.2006

Ao meu MELHOR Amigo!

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Hoje acordei mais feliz e optimista.
Obrigada!
Tu sabes porquê... :)

1.10.2006

Cello

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"O violoncelo é um amante que se abraça por trás"
E como eu gosto desses abraços...

Yeeeessssssss!!!!!

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Já está aí!!!!!!
O novo albúm daquele cantor que Amo de Paixão!
Quando canta, aquela voz e aquelas melodias... deixam-me com sorrisos, com o coração apertado, com um balanço, um molejo, com um nó na garganta ou lágrimas a dançar nos olhos.
Djavan... sempre!

Há Dias...

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...em que me apetecia ser invisível.

1.09.2006

Padre Sofre

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" For Aristoteles, the two ways of making conjoined twins bear on their individuality. He rules that if conjoined twins have separate hearts, then they are the products of two embryos and are two individuals; if there is only one heart, then they are one. The question of conjoined twin individuality haunts their history.

Thomas Aquinas thought that it depended on the number of hearts and heads (thereby ensuring perpetual confusion for priests who wanted to know how many baptisms conjoined infants required)."

In
"Mutants", de Armand Marie Leroi, acerca dos gémeos Siameses.

Gato Fedorento

Quando fui a Portugal, em Agosto, senti-me completamente "emigra" quando dava por toda a gente a citar expressões que desconhecia, tipo "o que tu queres sei eu", "segue, recto, recto, recto", "15 a zero" ou "tu não tens personalidade jurídica".

Embora fosse algo sobre o qual já tinha ouvido falar vagamente, o fenómeno "Gato Fedorento" estava ainda longe de ter relevância no meu quotidiano. Assim, decidi-me a entrar verdadeiramente no esquema. Reuni uma "batelada" de sketches e escusado será dizer que me tenho rido a bandeiras despregadas com o humor deste pessoal.

Por causa deste episódio, tive um dos meus ataquinhos, que quem me conhece minimamente sabe exactamente o que quer dizer. Ao querer explicar a coisa, começo a rir sem conseguir parar, simultaneamente começo a chorar sem conseguir parar, ao mesmo tempo que esboço tentativas frustradas de proferir as palavras, mas que só resultam na projecção de perdigotos na direcção do desgraçado que me está a ouvir. Inevitavelmente, fica toda a gente a rir, não da piada que eu ainda não contei mas da piada que aquilo deve ter, tendo em conta a bela figura que faço.

Mesmo não tendo sido muito abonatório para a minha imagem ( o ataquinho deu-me em pleno Clube Faialense, esse marco do futebol Português em Cambridge, onde se assistia 'a projecção do jogo do FCP) este é o "Gato Fedorento" meu preferido: o Atum!

PS - Notem no pormenor do nome do cão!

Cocktail Musical

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Ingredientes:

- uma fatia generosa de Nils Petter Molvær
- 250g de Susheela Raman
- um cheirinho de Lila Downs
- uma pitada de Björk

Resultado: Lhasa (Anywhere on This Road - "The Living Road")

1.08.2006

Gosto de Chagall

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Porque é azul!
Contrariamente ao que se possa pensar, a minha côr preferida.

1.07.2006

Cristo Flutuante

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Quando fui ao Rio de Janeiro pela primeira vez, fizemo-lo de carro.
Partimos de São Paulo e, após uma viagem algo longa, eis que finalmente, no meio da noite escura, iluminado, o avistei. Era o Cristo Redentor.

De imediato me emocionei. Era real... estava de facto na Cidade Maravilhosa. Lembro-me de ter ficado com um nó na garganta e lágrimas nos olhos, que turvaram um pouco a visão, fazendo com que o Cristo parecesse algo a voar na escuridão do Corcovado.
Exclamei então: "O Cristo Flutuante!"

Já há bastante tempo que não recordava este episódio, até há pouco tempo, quando regressei ao Rio de Janeiro. Desta vez não em emocionei mas, mesmo sem lágrimas a turvar, pareceu-me que ali estava ele, de novo a flutuar.

Acho que, para mim, ficará esternamente como o Cristo Flutuante :)

Tacto

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Gosto de sentir, de texturas, de temperaturas, de contornos, de formas.

Recordo o filme "The Juror" não tanto pela história, cujos pormenores já não recordo bem, mas por, pela primeira vez, me ter sido apresentado um conceito de escultura que desconhecia e que achei pura e simplesmente delicioso.

A personagem representada por Demi Moore é uma escultora cujas obras de arte são para se sentir e não para se ver. Reduzem-se a caixotes que, por dentro, escondem todo um mundo sensorial e táctil. Ver a escultura é senti-la.

Quase todos os dias me lembro deste conceito pois, tanto ao acordar como ao deitar, é o tacto que experimento primeiro ou por último, respectivamente. Ao pousar os pés no chão, sinto o macio deste tapete e reservo sempre uns segundos para me entregar a essa sensação.

Hhhmm.....

Sexo em Grupo: Aprovado

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Desenganem-se os que já vinham com um sorriso malicioso 'a espera de descrições suculentas de um ménage. O "Turn On" ficou-se mesmo pelo título. Vou falar de sexo em grupo sim, mas do dos peixes.

Surpreendidos? Pois é, os malandrecos gostam da coisa.

Não são raros os dias cujas manhãs começam por ser de total desespero para mim, uma vez que os casais de peixes que deixei juntos durante a noite pura e simplesmente não se interessaram um pelo outro... e nada de embriões.

Já farta do voyeurismo típico de ficar a olhar para as "matting-cages", inutilmente, decidi juntar os casais todos no mesmo tanque. Já o devia ter feito há mais tempo.

Foi uma festa! Era um corropiao dentro de água indescritível e, em menos de nada, eis que começam a aparecer os ditos embriões.

Afinal, do que os peixitos precisavam era de um pouco de inovação ;)

1.05.2006

1ª vez? Ainda não

No dia 3, pela primeira vez, regressei a Boston como sendo este o local "Casa".
Pela primeira vez, perdi um brinco no aeroporto.
Pela primeira vez disseram-me palavras que sempre quis ouvir... pena ter sido de um estranho e não de quem desejaria.

Reflecti activamente sobre estes acontecimentos e concluí que não podia ser bom agoiro. Tantas primeiras vezes...
Hhhmm, cá para mim também vai ser a primeira vez que me vão abrir as malas e lá se vão todas as delícias proibidas com que a Madalê sempre me recheia a bagagem.

Expectante, esperei junto ao tapete, temendo ver aparecer uma mala esventrada.
Ufff, enganei-me. Eis que apareceu a minha malita, intacta e intocada.
Ainda não foi desta que a minha comidita ficou com os gulosos e gorduchos dos Americanos :P

1.04.2006

Braille

Hoje é o aniversário de Louis Braille, criador de uma linguagem baseada no tacto (Braille), que permite aos cegos ler e escrever.

Embora não seja, felizmente, cega, sou fiel utilizadora e apologista desta linguagem.

Como o Amor é cego, o remédio é mesmo usar as mãos, de preferência em exemplares destes, não concordam? ;)

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1.01.2006

Reencontro

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(J.S.Bach - French Suite Nº1 in D minor - Sarabande)

Estudei piano durante 12 anos, 8 dos quais no conservatório.

Fui a melhor aluna, tive bolsas, fui a concursos, fiz audições. Toquei em palcos, a solo, em duos ou trios. Recebi aplausos, flores, parabéns, até mesmo de estranhos.

Fruto deste "sucesso", o que era inicialmente um hobbie acabou por se tornar uma "obrigação". A determinada altura reparei que continuava os meus estudos musicais mais pelos outros do que por mim. O prazer que tocar me dava era agora camuflado por expectativas, metas a atingir, prazos...

A entrada para a Universidade apresentou-se como a "desculpa" ideal para, de forma airosa, poder cessar os meus estudos sem que parecesse que estava a desistir.

Não desisti. Por natureza essa é uma palavra que não faz parte do meu vocabulário. Apenas parei. Precisava de tempo, de espaço. De ganhar de novo aquele espaço em que o tocar piano não surgia como "número de circo" mas sim apenas e quando eu sentia vontade. E aí sim, me dava um gozo imenso.

Passaram-se quase 10 anos sobre esta decisão durante os quais, aqui e ali, sempre que este passado surgia, ouvia algo como "ah, então és profissional!", "deves tocar imenso!"... e dentro de mim a resposta imediata: "Não... já não!".

Ouvir isto, inconscientemente, levou a que desenvolvesse um sentimento ambíguo em relação ao piano, que sabia ser um amigo mas que agora, com toda a certeza, se apresentaria como um inimigo cada vez que me sentasse para o tocar.

Cada nota, cada compasso, cada frase, serviria para me certificar que já não sou o que era, que já nada soa tão bem, que os dedos já não são agéis e que passagens, outrora triviais, se apresentam agora como verdadeiros desafios.
"O normal", dirá qualquer pessoas mas, mesmo sabendo isso, sentia invariavelmente algo como "vergonha" e raramente ou nunca toquei durante estes 10 anos.

No entanto, por estes dias decidi-me. Arriscar com mais confiança. O não acreditar, mesmo com a melhor das preparações, não permite logo 'a partida uma boa interpretação. E se sair mal, tenta-se de novo!

Assim, liberta de quaisquer sentimentos de mediocridade ou presa em comparações não são válidas, sentei-me ao piano. Abri-o e senti-lhe o cheiro tão caracterítico. Pousei os dedos nas teclas e saboreei o toque, ainda familiar.
Com a pauta 'a frente, eis o que saiu.

Senti-o como um reencontro... de um amigo.