4.08.2011

O meu prédio é uma pessoa - Flores



Eu cá acho que o meu prédio é uma pessoa sim, mas não uma pessoa qualquer.
E' uma bela de uma gaja, daquelas meio carpichosas.

Cheira-me que se deve ter chateado com alguém e que esse alguém se anda a tentar redimir. Então, é ver flores e vasos de plantas a chegarem todos os dias, 'as dezenas, entregues religiosamente todas as manhãs, desde que a Primavera começou (onde quer que ela esteja, pois eu ainda não dei por ela). Há flores nos jarrões da entrada, há flores nos canteiros que ladeiam os prédio, há flores a ser plantadas no parque, juntamente com outras platas e arbustos. Flores por todo o lado.

Resmas de homens de joelhos na terra, mãos sujas, fatos de macaco. Há mais jardineiros do que jardim, parece-me. Os homens estão doidos! Mas, mesmo assim, parece que nunca chega e no dia seguinte chegam mais.

E' ou não é uma gaja? Daquelas castigadoras? :)

4.07.2011

NY - Cabeleireiro



Hoje fui ai cabeleireiro.

Chegada lá, pediram-me para esperar. Na entrada, uns sofazinhos, uma mezinha com bolinhos e chazinho, umas revistas... até aí tudo normal. Passado um bocado, vem a rapariga chamar-me. Julgava que já ia lavar a cabeça ou qualquer coisa assim, mas não. Enganei-me.

A miúda veio-me chamar para um tour ao salão, desde o hall de entrada até 'a casa de banho, passando por uma parede branca, vazia, só com uns pregos, onde, segundo ela me informou, expõem quadros de artistas (ao que parece o artista da semana levou os quadros ontem).

Mais parecia que me queria vender o salão. E, pelo que vi, toda a cliente que lá chega, tem direito a nova corrida, nova viagem.

Muito estranho, mas... ok, pode ser... quando em Nova Iorque....

4.05.2011

Nespresso



No novo lab, um corredor separa a minha bancada da sala de conferências. Na sala, 'a disposição de quem quiser, uma Nespresso e uma pilha de caixas de cápsulas, com todos os sabores... é 'a escolha.

Volta e meia, chega-me aquele cheirinho a café, quentinho, acabadinho de sair. Virando um pouco a cabeça, consigo vislumbrar a espuma cremosa, caramelo.

Que inveja! Como eu gostava de gostar de café!

4.01.2011

O meu prédio é uma pessoa - Porco Vietnamita



Como referi aqui, o meu prédio mais parece uma pessoa do que outra coisa. Como há já várias coisas acerca do dito sobre as quais quero escrever, inicio agora a rubrica "O meu prédio é uma pessoa", porque cheira-me que isto vai dar pano para mangas.

A título de exemplo, segue a pérola de email que recebi hoje de manhã, na sessão de classificados, onde a comunidade (pessoas que moram no complexo) escreve sobre coisas que estão a vender, sobre serviços que estão 'a procura, etc...

Olhem só se não é de rir:

"Category - Housing
Item - Vietnamese Pig
Description -

Hi all,
I recently bought a vietnamese pig (also known as mini pig, or teacup pig).
His name is Silvio, and is a great pet, very smart and love to gather with people..
The problem is that is growing excessively, 100 pounds in 2 weeks, and I suspect is not a mini size pig but a regular one.
My studio is too small for him.
Do you want him?
I will give it away only to someone who owns at least a one bedroom apartment.
I paid 500 dollars and ask for 485 (pig + special plastic bags..)"


Primeiro, a categoria é Housing, o que me dá logo vontade de rir, pois do que ele está 'a procura é de uma quinta ou de um curral.

Depois, o óbvio: o gajo compra um porco a julgar que vai ser um mini-pig e o bicho vai de lhe crescer 25 kilos por semana. Mas ele ainda não tem a certeza se é um teacup pig ou não... só suspeita. Ou as chávenas de chá (teacup) no Vietnam são gigantes ou este gajo é cegueta... não, é mesmo parvo. E, ainda por cima, descreve o porco como um "great pet". E' um animal de estimação tão "great" que o gajo o quer despachar... arrã. A adivinhar pelo post, ele deve viver num estúdio. Deve ser um excelente pet, especialmente na rapidez com que deixa o espaço todo numa pocilga, literalmente.

Só de imaginar a cena num dos apartamentos daqui já me parto a rir. Está bem que os apartamentos são enormes para os standards the Manhattan mas daí até albergar um porco com mais de 50kg vai um grande passo.

Agora, o que eu acho que a cereja no topo do bolo é ele julgar que alguém está disposto a dar 485$ por um porco gigante, ainda mais em Nova Iorque, onde 'as vezes nem espaço para as pessoas há. Ah, e o pormenor dos sacos plásticos especiais. O gajo de certeza que está num aperto dos grandes, se calhar até a ter que partilhar a cama com o suíno e, mesmo assim, o espírito Asiático (desculpem se soa preconceituoso mas, é um facto) fá-lo não abrir mão de nada... ou antes, faz o "grande" facor de descontar $15 e ainda dar uns sacos especiais (o que quer que seja que os sacos possam ter de especial).

Amigo... nem dado!! :P

3.31.2011

Gadgets






Desde Domingo passado até ontem que se verificaram os dias mais geeks de que tenho memória. Assim, sem mais nem menos, adquiri, não uma, não duas mas sim três, leram vem, três, gadgets/maquinetas/brinquedos/coisas-para-me-manter-entretida-e-distraída-em-vez-de-estar-na bancada-do-lab-como-devia-estar-agora :)

Quer por razões pessoais quer por razões profissionais, eis que agora tenho um iPod nano (tão "crido" e fofinho, laranjinha, já que não havia amarelo), um sistema Wii (já com 2 comandos e com um braço 'a banda de andar a jogar 'aquilo. E' a loucura) e um laptop Macbook Pro (acho que conseguem perceber logo quais os pessoas e profissionais).

Há dias passei horas a encher o iPod com música, a criar pastas (eu e a organização), dar nomes 'as playlists... quando vi, já passava da 1 da matina e eu ainda 'a voltas com aquilo. Ontem, depois do cinema e da saga até Queens, ainda me pus a instalar coisas no computador... vai-se a ver, 2:30 da manhã.

Com o Wii (ainda) não fiquei até tão tarde mas divirto-me 'a brava a criar personagens para aquilo. E' mesmo 'a gaja.

Hoje, em vez de estar na bancada, como devia, ando a sincronizar o meu computador "velhinho" com o novo, a instalar mais umas coisas, a escolher a bolsa para o bichinho (gaja, gaja), a escolher o desktop, o screensaver... coisas muito úteis como vêem, e que não podem esperar. Máxima urgência.

A ver a que horas me deito hoje... estas gadgets andam a dar cabo de mim, mas gosto tanto tanto delas!!!! :D

NY details



- Um dos paparazzi era um chinoca minorca, caga tacos, anão, perna curta e rente ao chão. Munido da sua potentíssima máquina fotográfica, com uma objectiva quase do tamanho dele e capaz de o derrubar caso se distraísse e desequilibrasse, fazia também parte do seu equipamento um banquinho desdobrável. Transportava-o para aqui e para ali com imensa destreza e era em cima dele que se punha por forma a conseguir elevar-se sobre as cabeças dos seus rivais.

- Após ter visto a Liv e o Kevin (cá para os amigos), uma rapariga (e tantos outros) agarrou-se logo ao telemóvel, através do qual, excitadíssima, relatava a quem a ouvia do outro lado: ela é super alta e está mesmo aqui, a 2 metros de mim. Oh my God!! Oh my God!!

- Quando saímos do cinema, eu e a J. metemos-nos no F-Train e seguimos em direcção 'a rua 63 (julgávamos nós), em amena cavaqueira. A determinada altura, o caminho pareceu-nos algo longo, os nomes das estações pouco familiares. Até as pessoas no metro eram diferentes.

Mas espera, estamos no F? Sim, confirma-se. Hhhmm, mas onde é que estamos? Com a conversa não ouvimos os anúncios do motorista que avisam da mudança de trajecto (mesmo que tivessemos ouvido, não tínhamos percebido nada porque toda a gente sabe que estes altifalantes dos lugares públicos só estão autorizados a emitir sons fanhosos e inintelegíveis) e, quando demos conta, já estávamos a atravessar o rio para Queens.

Bonito!! E nós com tanta vontadinha de chegar a casa, com sono e cansadas (diga-se que o sono foi especialmente induzido pelo filme Francês que fomos ver, "Certified Copy"... Francês e está tudo dito). Decidimos sair na próxima estação, e inverter a nossa direcção. O plano era bom mas, devido 'as obras e sei lá que mais, os metros não corriam na direcção oposta. Tivemos que esperar de novo pelo metro que tínhamos acabado de abandonar e mais 'a frente saímos novamente, para inverter a direcção... e mais uma vez essa opção foi-nos negada. Parecia um daqueles pesadelos em que estamos num labirinto e não conseguimos sair.

Eu quero ir para Manhattan!!!!! (até me lembrei da Samantha, no Sex and the City).

E lá entrámos nós de novo no metro, para nos enfiarmos ainda mais em Queens e tentarmos chegar 'a única estação que permitia o retorno 'a "civilização".

O que vale é que nos deu para a parvoíce (mais a mim do que 'a J., mas depois acabou por entrar na onda). Dizia eu, armada em snob: que coisa?! Nós, meninas do Upper East Side, chiques, divas, aqui, a caminho de Queens... mas pronto, não te apoquentes J. Temos que ser uns para os outros e fica-nos sempre bem interagirmos com as minorias! (aqui, como a J. tão bem disse, eu parecia a irmã do Michael Bluth, do "Arrested Development"... bacoca, bacoquinha, burra, burrinha). E ríamos, pronto. Ao menos isso.
Sempre é mais giro andar "perdida" no metro acompanhada do que sozinha, como me aconteceu aqui... esta cena é meio parecida :)

** Fragmento do "Casaco Amarelo em NY"

"(...) Hoje queria ir igualmente nadar mais um pouco mas, os planos foram todos por água abaixo... ou antes, ficaram sem água! Queria comprar bilhetes para um espectáculo da Broadway e, para tal, caminhei até Washington Square, onde se encontra o polo principal da NYU e também a central de bilhetes, onde há descontos para estudantes (só mesmo nessas circunstâncias é que posso adquirir ingressos para tal evento). Chegada lá, bati com o nariz na porta. A bilheteira só abria às 12:30 e eu não podia esperar porque tinha embriões a crescer. Assim, voltei para o lab e decidi comprar os bilhetes da parte da tarde. Planeei ir lá às 17:30 para regressar por voltas das 18:30, o que ainda me dava tempo para ir nadar dessa hora até às 20h. Qual quê... o plano até era bom e exequível mas, a totoinha da Inês pura e simplesmente "perdeu-se" no metro. O que se passou foi que na linha que eu queria passam 4 metros, uns que param em todas as estações e outros que vão directos a paragens mais longínquas. De início apanhei um destes e vi a paragem que eu queria passar-me à frente. Assim que pude, saí e tentei parar na estação que queria no regresso. Parecia um filme cómico... mais uma vez, meti-me num metro que me permitiu uma vista previlegiada da dita plataforma, mas sem parar lá. Voltei, então, ao ponto de partida. Dou nova olhada ao mapa, excluo o metro W (que era no qual eu tinha feito esta primeira tour) e vai de decidir que o que eu queria era o N, Downtown. Espero na linha correspondente, vem o metro e entro, toda contente. Pois, pois... vai de ver outra vez a "8th street" (paragem que eu queria) a passar à minha frente e népias de conseguir lá chegar. Acontece que na mesma linha que o N corre o Q e eu não reparei que estava a entrar neste último. No regresso, nova tentativa para ficar na 8th street, novo falhanço... e vão duas viagens no carrocel. Finalmente, à 3ª, consigo sair na 8th street. É o que faz não estar habituada a metros com 4 linhas! Bem, lá vou eu toda lampeira à central de bilhetes e, qual não é a desilusão, após este esforço Herculeo, quando me dizem que os bilhetes já esgotaram. É preciso ter azar... começaram a ser vendidos hoje! Claro está que a ida à piscina ficou sem efeito uma vez que perdi uma hora a "passear" de metro. Mas, durante as 5 viagens que fiz, até deu para observar pessoa bastante curiosas. Uma, em particular, chamou-me a atenção pelo ar mórbido. Era uma moça, de aproximadamente 25 anos, muito branca. Os olhos eram azuis muito claros e, pos ser tão branca, as veias transpareciam um tom igualmente azulado. O cabelo era preto azeviche, com reflexos roxos, sendo também roxos o camiseiro e a mala, que se destacavam na idumentária totalmente negra. Está-se mesmo a ver o que ela me lembrou... um belo de um vampiro. "Será?". Bem, em NY tudo é possível... porque não? (já sei, já sei... filmes a mais!). Esqueci-me de ver como eram os dentes mas ela não estava com cara de bons amigos e, portanto, não os mostrou!
Bem, não consegui exercitar a nadar mas bem que o fiz a andar, a subir e descer escadas. Pode ser que amanhã lá consiga ir, está-me mesmo a apetecer. Não sei é se depois desta noitada terei energias... são agora 5:30 da manhã. Os embriões esperam-me..."

Kevin Bacon e Liv Tyler





E eis que se deu o meu primeiro encontro imediato com famosos 'a séria aqui em NY.

Ontem, fui até Washington Square, para ir ao cinema com amigas.
Cheguei lá mais cedo do que o previsto.

Logo 'a saída do metro, que fica logo ao lado do IFC, uma confusão de gente. Pensei até que já nem desse para comprar bilhetes, pese embora a minha chegada adiantada. Montes de paparazzis, flashes, câmeras. Não conseguia vislumbrar o porquê de tanto furor mas, depois de perguntar a um dos fotógrafos, que nem sequer desviou o olhar para me responder (não fosse ele perder algo importante), percebi que eram o Kevin Bacon e a Liv Tyler que ali estavam.

Cá fora não os vi mas, assim que entraram, os paparazzi bazaram, ficaram só as pessoas que iam para o cinema (afinal, havia bilhetes ao pontapé) e, lá dentro, vi-os no hall, onde ficaram ainda a conversar.

Ela, tem a cara de anjo, linda, que lhe é característica, é altíssima (mais uns saltos finíssimos de 20cm) e escanzelada... cheirou-me a anorexia. Ele, mais baixinho e magrinho do que o imaginava, também a dar para o escanzeladote.

Lá dentro, eram só mais 2 pessoas. Ela até se virou para o rapaz do cinema e perguntou: "where's the bathroom?". Tal como nós, comuns mortais, também faz xi-xi :)

Podia ter falado com eles, tirado fotografias mas, parva como sou, não tinha a máquina comigo. Já devia saber que, em NY, isso passa a ser um acessório tão essencial, quanto a carteira ou as chaves de casa porque, quando menos se espera, algo digno de registo pode acontecer.

3.29.2011

Custo de vida



Ontem comprei algo na Amazon e, no fim, quando chega a parte de saber quanto nos vai custar a brincadeira, vejo que, por estar em NY e enviar o pedido para lá, pago um imposto que não pagava em Massachusetts. Até na Internet NY é mais caro, caramba!

Pelo sim, pelo não, ainda envio tudo para Massachusetts, já que, durante 1 ano, os correios fazem o favor de reencaminhar a correspondência... de graça ;)

Esquecimento



Estou mortinha, mas mesmo mortinha, por que chegue Agosto e resolva de uma vez por todas esta história da placa. Normalmente as pessoas esquecem-se das chaves, da carteira, do guarda-chuva... eu esqueço-me dos dentes.
Isto não é normal!

3.27.2011

Telefone: o trauma/prova superada... para nada



Embora não tenha quaisquer problemas com idade e fale dela abertamente, até há bem pouco tempo fazer anos era um pesadelo para mim. Isto porque mexia com um trauma que eu sempre tive com telefones... e toda a gente sabe que no dia de anos se recebe montes de telefonemas. Bem, pelo menos mais do que o normal.

Vá-se lá saber porquê, falar ao telefone deixava-me nervosa, ansiosa e com as mãos a transpirar. Ficava sempre tão preocupada com a possibilidade de um daqueles silêncios desconfortáveis, em que ninguém diz nada, que quase nem prestava atenção no que me estavam a dizer e passava aqueles segundos a pensar no que ia dizer a seguir. E, claro está, que isto tornava a conversação ainda mais difícil e a probabilidade de eu dizer algo completamente parvo e descabido aumentava exponencialmente... que era outra coisa que me deixava nervosa. Afinal, ninguém gosta de fazer figura de urso e, acreditem, ao telefone eu transformava-me numa completa ursa.

Até hoje estou para perceber porque é que isto acontecia, até porque ao vivo até sou normaleca, acho... converso e tal mas, ao telefone... pronto, empancava.

Curiosamente, com o passar dos anos e, espero, ao tornar-me mais madura, este desconforto foi-se desvanecendo e, pese embora não seja a coisa que eu mais gosto de fazer, falar ao telefone tornou-se algo normal e com a qual nem me importo. Obvio que o estar longe ajudou e acredito também que parte da superação está relacionada com o facto de, aqui nos EUA, se resolverem montes de coisas pelo telefone... assim, tive que me adaptar e habituar.

Ironia das ironias, com o passar dos anos, não só eu amadureci, espero, como os meios de comunicação também evoluiram e, hoje em dia, que já posso perfeitamente receber todas as chamadas do mundo, as pessoas agora despejam "Parabéns" no Facebook ou por email e o assunto fica resolvido. Recebem-se aquelas palavrinhas, sabe-se que a pessoa se lembrou de nós, nos quer bem e dispensa-se a conversar "forçada".

Parece-me que a minha emancipação telefónica veio tarde e a más horas pois hoje em dia falar ao telefone tornou-se obsoleto. A pessoas preferem mil vezes mandar mensagens de texto, escrever um email ou algo no Facebook. Tudo menos contactar a pessoa directamente.

Nada contra... só tenho pena de agora, que consigo, não poder pôr o meu ex-medinho 'a prova :)

33... diga lá outra vez?!



Fazem hoje 33 anos que os meus pais se tornaram pais pela primeira vez.

Mais do que as felicitações que surgem no dia de hoje por causa do meu aniversário, penso que os que devem ser verdadeiramente felicitados são eles, os meus pais, que desde aquele momento em que os meus pulmões se encheram de ar, embaracaram numa aventura que, até hoje, têm cumprido de forma exímia e exemplar.... e na qual ainda me surpreendem, conseguindo superar-se quando já pensava que o tinham feito anteriormente.

Mais que parabéns para mim, parabéns para vocês!! :)

3.25.2011

Alguém me sabe explicar?



Eu cá acho que o meu Mac anda deprimido. O raio do computador parece uma criança mimada, sempre a precisar de atenção e que lhe pegue ao colo, literalmente. Deve ser da nova casa pois, desde que aqui chegámos, que se recusa a dar música pelo Airtunes, a menos que esteja bem sentadinho nas minhas pernas. Assim que toca no sofá, pronto, pára. Pego nele, volta a tocar imediatamente. Se estiver em cima da mesa também funcemina mas em cima do sofá é que não, nem pensar. E o sofá nem é dos piorzinhos... de pele e tal, mas pronto, o computador recusa-se. Esquisitinho o bicho, hein?!

3.22.2011

Famosos

Isto há dias em que uma pessoa até se sente importante. Na 2a feira, abro o Público Online e vejo uma reportagem sobre um amigo meu. Depois, recebo o vídeo sobre uma nova cantora Portuguesa e, qual não é o meu espanto quando, ao olhar para ela, a reconheci imediatamente. Também a conhecia!

Está visto que, se em Nova Iorque não és famoso, pelo menos conheces famosos :)

Fica aqui o vídeo da Luísa, porque já agora também a podem ficar a conhecer. Um misto, pareceu-me, de Norah Jones, Madeleine Peyroux e mais alguma coisinha... bem bom!!

3.18.2011

Gelado Dove



Eu cá acho que me foi rogada uma praga ou qualquer mau olhado no que toca a gelados. Eu nem sou daquelas pessoas loucas por gelados mas, quando encontro um que gosto, agarro-me 'aquele e já não escolho mais nenhum. Gosto, pronto, fica.

Se bem se lembram, em 2005, quando eu ainda estava aqui em NY, apaixonei-me pelo Gelado Godiva Dark Chocolate... e foi um belo de um balde de água fria quando o desgraçado desapareceu do mercado, para ser substituído pela versão light, horrível!

Depoisl, a esperança renasceu quando, já em Boston, encontrei os gelados de pauzinho da Dova, Triple Chocolate. Hhhmmm, que bons que eram. Eram porque, como já devem ter adivinhado, também esses deram de frosques a determinada altura e nunca mais se encontraram em lado nenhum.

Voltei a ficar orfã de gelados mas eis que depois apareceram os gelados da Dove, em caixinhas, com uma camada de chocolate espessa em cima de todos eles. E apaixonei-me pelo de chocolate, pelo de menta, pelo de cereja, pelo de amoras... e toda a gente lambia os beiços quando eu aparecia com esta maravilha do mundo moderno. A alegria até durou vários anos e nunca me ocorreu que aqueles gelados tão delcioso fossem um fenómeno local, e logo de Boston. A ser, que fossem de NY, cidade onde (supostamente) se encontra de tudo.

Pois é, já sabem o que vou dizer a seguir. Aqui na Maçã... não existem gelados Dove. Buáááááá!!!
Já procurei em 5 super mercados diferentes, já procurei online, procurei até em fóruns e, tal como eu, também há uns maluquinhos que sentem saudades do gelado e que colocam questões tipo: "onde se encontram gelados Dove em NYC?". E resposta? Não há. Ninguém sabe.

Então, eis-me aqui, em Nova Iorque, coitadinha, sem geladinho nenhum que me satisfaça.
Se alguém me quiser mandar uns pelo correio, assim, bem embaladinhos e tal, a gerência mais que agradece. Garante-se estadia em Manhattan 'a borliu :)

Bomba



A propósito da catástrofe que se desenrola no Japão, hoje no Públco lia-se:

"O nível cinco significa que a situação em Fukushima é um "acidente com amplas consequências", segundo a Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos (INES, International Nuclear and Radiological Event Scale). Segundo esta escala, os eventos..."

Para o bem e para o mal, as pessoas bem que me dizem que eu sou uma bomba. Confirma-se.

3.10.2011

NYC Condoms



Hoje fui ao médico e estes preservativos estavam lá para quem os quisesse lavr.
Até a protecção aqui tem a cara de NYC :)

A assentar arraiais

Ora aqui estamos nós em Nova Iorque. Eu, de volta, o David, a estrear-se.

Faz hoje uma semana que saímos de Boston e parece que já foi há uma eternidade. Confesso que sinto saudades das pessoas mas, muito embora ainda nem tenha dado para aproveitar nada da Grande Maçã, da cidade nem me lembro. Por agora, tem sido desempacotar, arrumar, pintar (o David tem sido mesmo o homem do pincel!), limpar, desempacotar mais coisas... uma estafa. So tenho saído de casa para compras básicas e para ir para o trabalho que, por ser novidade, acaba também por ser cansativo.

Mas estamos bem e felizes. Adoramos a nossa casinha e, Nova Iorque é sempre nova Iorque. Mesmo só pondo o narizinho de fora, já deu para sentir a energia.

Só a título de exemplo, o prédio onde moramos tem o seu próprio website. Quase parece um blog, como se de uma personalidade se tratasse. Podemos ficar amigos dos vizinhos, saber o contacto de emergência para tudo, mandar email a todos os funcionários a requerer manutenção, limpeza, marcar elevadores, reservar o jardim... é o que se quer. Só mesmo em NY :)

3.01.2011

Mudança



Ontem já tudo foi empacotado e seguiu para Nova Iorque. Foi um dia de mudança longo e difícil, mas felizmente chegou ao fim.

Encontramos-nos agora no limbo, em que já não estamos cá, mas também ainda não estamos lá. Por 3 dias, a nossa casa é um hotel e agora andamos a tratar das últimas coisas: bancos, cartões, cancelar luz, internet, TV, doar coisas que descobrimos na mudança, vender o carro... há sempre coisas para fazer.

Embora custosas, mudanças são sempre uma coisa boa, e esperamos ansiosamente pelo que NY nos tem para dar... contudo, confesso que sinto já saudades dos amigos daqui, que nem ainda deixei e que já me fazem falta. Mas, se virmos bem as coisas, foi isso que também senti há quase 6 anos, quando fui recambiada de NY para Boston. O bom é que as amizades ultrapassam as distâncias!

Como dizia uma leitora do Casaco, o Casaco volta a NY... vamos a ver se para coisas melhores e maiores!!

2.27.2011

NYC 'a vista



Quase se escutam as moscas. Não por falta de novidades ou coisas para contar mas porque tenho andado numa roda viva. Só assim, de "repentemente", esta semana mudamos-nos para... Nova Iorque!! Sim, mudar, as in, para uma nova casa, um novo emprego, uma nova vida. Como vêem,assim que a poeira assentar, vai haver muito para dizer.
Me aguardem!! :)

2.01.2011

Batucada na Rua



No fim e semana passado, foi a minha primeira actuação com o Bloco AfroBrasil, grupo de percursão a que me juntei há uns meses e sobre o qual já aqui falei.

Por ser uma actuação de rua é que me juntei porque, se errasse, ninguém notava muito, heheh. Assim, lá invadimos nós Harvard Square, para animar aquele Sábado 'a tarde.

Foi muito, mas muito, mas muito divertido! E' incrível a energia que todos aqueles tambores a tocar transmitem. Incrível também que, mesmo ao ar livre, o som seja tão alto que tive que usar os abafadores. Toda a gente dançava, toda a gente vibrava e nós, a tocar, ainda o fazíamos com mais vigor e vontade, batendo com toda a força. Foi mesmo o máximo.

Embora tenhamos tocado por duas horas, na rua, com temperaturas abaixo de zero e por entre montanhas de neve, nem dei conta do tempo passar. Só as bolhas nas mãos e, no dia seguinte, a dor no braço, me fizeram ver que, afinal, ficámos por ali a tocar por muito tempo. Mas valeu muito, muito a pena e teria repetido a dose sem problema... bem, desta vez, talvez com luvas. Com o entusiasmo também não as usei e eis o resultado :P




Bendita a hora








Está visto que bazei de Boston em boa altura. Embora agora tenha que estar aqui, em Atlanta, 'a espera por um total de 9 horas, mais vale esperar aqui do que lá, onde a neve se acumula e cancela todos os vôos!

Buenos Aires



Eu avisei: não aturo mais tempestades de neve.
Pelo vistos, hoje vai haver outra... e neste momento escrevo do aeroporto, a caminho de Buenos Aires. O prometido é devido :)

1.31.2011

Bodas de Coral



Posso dizer que sou uma pessoa poupada, bastante responsável no que diz respeito a gastos, dívidas, contas, poupanças... enfim, durmo descansadinha 'a noite, sabendo que o que tenho foi ganho com o meu suor, que não devo nada a ninguém e que tenho a garantia de no dia seguinte ter um tecto sobre a cabeça e comida na mesa.

Contudo, tenho também a noção de que não devemos ser escravos do dinheiro e que este também serve para nos dar prazeres e felicidade. O dinheiro é para gastar... desde que com conta peso e medida e, vá lá, um desvariozinho de vez em quando, aqui e ali, não faz mal a ninguém.

Desta feita, acabei de gastar algum dinheiro... e não podia estar mais feliz por o ter feito.

Os meus pais vão fazer, em breve, uns bonitos 35 anos de casados. Bonitos porque, até hoje, pese embora as resmunguices e rezinguices típicas da idade, continuam apaixonados e a amar-se como sempre os conheci, melhores amigos, companheiros, com respeito e consideração mútuos.

Eles são um espectáculo!!!

E, muito embora sejam como eu em relação ao dinheiro (aliás, foi deles que aprendi), dentro dos seus limites conseguiram-nos dar, a mim a 'a minha irmã, miminhos que mais são luxos e que nos fizeram sempre apreciar estas acções. E, como filhota grande que já sou, tento agora retribuir da melhor maneira que posso.

As restribuições, fui-lhas feito ao longo da vida, 'a medida das circunstâncias. Porque, agora, felizmente, as coisas correm bem, achei que era mais que justificada uma super prenda para este aniversário tão especial.

Assim, com a ajuda do David (e conselhos de quem já lá esteve), os meus pais vão passar um semana na ilha da Boa Vista, Cabo Verde... e a única coisa que tiveram que saber foi a data, hora de embarque e em que hotel vão ficar hospedados.

Merecem isto e muito mais... dar-lhes-ia o mundo se pudesse! Por ora, oferecemos um bocadinho de Cabo Verde... quem sabe, todos os anos, lhes oferecemos destes presentes que, aconteça o que acontecer, ficam sempre com eles e são uma riqueza que nunca podem perder.

Viajar! Conhecer! Experimentar!

Boa viagem meus Fatinos queridos!!!

Flocos de... sabonete



Este Inverno já tivemos para aí umas 5 quedas de neve valentes, algumas das quais dignas da denominação "tempestade de neve".

Embora ainda nem tenhamos chegado a Fevereiro, este Janeiro já se consagrou o terceiro mais "nevoso" de que há história em Boston, com uns bonitos (leia-se horríveis) 97.3 cm de neve.

Fica daqui o meu protesto: a partir de agora, os únicos flocos que aceito são os de sabonete, como na imagem. Acho que era uma excelente ideia!

Apple TV



Há uns meses atrás adquiri a Apple TV, que é o máximo e dá um jeitão.

Contudo, a trademark da Apple, de ter tudo bonitinho, com um design altamente sofisticado e moderno, acaba por ser mais uma desvantagem do que uma vantagem no que toca ao controlo remoto.

E' tão fininho, mas tão fininho e tão lizinho... tão slick, como eles gostam de dizer por aqui, que o bicho se mete por tudo quanto é sítio e, na maioria das vezes, dá de desaparecer sem deixar rasto. Desaparece nos espaços do sofá, entre as pregas da mantinha, por entre as almofadas... 'as vezes estou sentada em cima dele e nem dou conta (felizmente nunca desapareceu nestas circunstâncias :P).

E' comum passar mais tempo 'a procura do comando do que aquele que levaria a fazer a accão que desejo. Raça do miúdo!!!

1.26.2011

Departures



Ontem vi um filme de uma beleza e sensibilidade extremas.
Lindo!!
Debulhei-me em lágrimas e senti a Saudade que mora comigo, dos meus Pais, a apertar cá dentro. E quis dizer-lhes que os Amo, ainda mais do que já digo... nunca é demais!

1.25.2011

México 3 - Ik Kil/Chichen Itza

O prometido é devido. Hoje não vou falar do frio mas sim do calor do México :)

Mexico 3

Gelo



Hoje de manhã estava tanto frio, mas tanto frio que, embora a casa estivesse quentinha (até dormi só de t-shirt de manga curta), a janela tinha gelo do lado de dentro.

Eu sei que isto já é bater no ceguinho, e prometo que não torno a falar do frio... mas têm que concordar que -30 graus é inédito (e espero que único e que não volte a registar-se).

1.24.2011

70 graus



O David está no Brasil.
Está, aliás, na Cidade mais linda deste mundo, no Rio de Janeiro.

De manhã dizia-me que, lá, a sensação térmica era de 40 graus, face aos -30 que sinto por aqui.

Separam-nos 70 graus... não sei se fique com mais inveja de ele estar na Cidade Maravihosa, se da temperatura.

E para fugir do frio





Cheira-me que estes destinos já estiveram mais longe.

Está um frio do ca*@#*lho



E falam eles de frio polar em Portugal, com temperaturas acima de zero graus.

Amanhã de manhã vai ser um forrobodó por estas bandas vai! Para abrir a pestana, toma lá com -30 graus. Mas calma, que vai melhorar. Lá pelas 11h SO' vai parecer que estão -23 graus.

E' caso para medidas de aquecimento drásticas. Se eu fosse um homem, era isto que usava :)

1.23.2011

Notas Soltas

* Descobri qual a função principal de um acrílico (porque dizer "placa" é horrível). Contra todas as expectativas, ter um acrílico com 2 dentes (já disse que "placa" é muito horrível, não já?) deixa uma pessoa a falar Espanhol que é uma maravilha. Com esta coisa na boca, fico tão sopinha-de-massa que aquele trejeito que eles fazem de pôr a linguinha junto aos dentes, para pronunciar o S em "por Supuesto", "Siempre" e que tais, sai sem esforço nenhum. Nem sequer deito "gafanhotos" e valeu-me um merecido elogio no México: " hablas tan bien Español. Es Mexicana?"

* Consumismo é mesmo a palavra de ordem neste país. Porque agora quase não vemos televisão, liguei para o nosso servidor a pedir que cancelassem a mesma e nos deixassem só a internet. Surprise, surprise!!!! Ter só internet é muito mais caro do que ter internet e televisão. Deixa lá estar a televisão então.

* Confirma-se, está um frio do caraças!!

1.21.2011

iTunes e Artwork





Na altura em que ter internet ainda era coisa rara, já para não referir fazer downloads de tudo e mais alguma coisa, os CDs e os Vinis abundavam lá por casa.

Sempre gostei da sensação de abrir a gaveta ou olhar para as várias colunas carregadas de CDs e percorrer com os dedos as caixas dos mesmos. Sabia de cór cada capa, que cores tinha, como era a lombada daquele CD. E a memória visual ajudava-me muito a lembrar-me de músicas, de artistas, de momentos... agora, com os computadores, iTunes, mp3 e ter a música toda digitalizada, sinto muito a falta desse registo visual. E' para mim uma grande muleta.

E' frequente saber que conheço a música que está a tocar mas, porque me falta a imagem do CD, por vezes não consigo identificá-la de imediato... não fosse eu, actualmente, ter 18,396 canções na minha "discoteca", número este que tem sempre tendência para aumentar e não para diminuir.

Assim, decidi que ia catalogar todas as minhas músicas no iTunes. Atribuir a todos a respectiva capa (artwork) e, sempre que possível, tê-las em display quando ouço música. Assim, é só olhar para o monitor e, aos pouquinhos, vou associando os nomes 'as capas.

Parece que, de repente, passei de um estado de latência ou amnésia temporária para um estado de clarividência. Tenho muito mais noção do que ouço, do que ouvi ontem ou do que adicionei hoje. Tudo porque tenho o registo visual daquele CD.

E' com orgulho que anuncio que, finalmente, terminei de catalogar todas as minhas músicas. Custou mas foi... e agora, tenho um display todo bonitinho :)

Frrrrrrrrrrrio, muito frrrrrrrrrrrio!



Mais valia estar caladinha.

Ando para aí a queixar-me da neve e da chuva mas, ao menos quando essas são as condições meteorológicas, as temperaturas são mais ou menos "amenas"... andam ali entre os -1ºC e o 1ºC.

Olhem só o que nos espera no Domingo ( e não só).
Vai ser a loucura!!!! Pinguins 'a l'abordage!!!!

Manjar: Boa companhia e Boa comida (espero)







Terminou há pouco o que demoninei por "saga dos jantares"... ou "maratona gastronómica"... ou, curtir bem os Amigos, a companhia e as iguarias Portuguesas.

Desde 5a feira passada que tenho sempre alguém cá por casa 'a noite. Num misto de saudades, que surgem quando se passa umas semanas fora e se quer saber das novidades e como foram essas mesmas semanas para todos os amigos que também viajaram e agora estão de volta, e do querer partilhar todas as coisas boas que se trouxe da Santa Terrinha (vulgo salpicões, chouriços, queijo da serra, vinho do Porto, marmelada da mamã, bolo da Madeira, tarte de amêndoa, café, etc...), estava quase que sôfrega para me encontrar com toda a gente. O David estar no Brasil e eu por aqui sozinha, neste Inverno mafarriquento, também ajudou 'a festa.

Vai daí, 5a feira passada fomos 3, na 6a éramos 8, no sábado 3 de novo, no Domingo 4 (e este foi especial, pois foram só gajas, e uma delas directinha de São Paulo, carregada de boas novas), na 2a foi noite de jogos, com mímicas e charadas para 8, na 3a uma breve pausa, para depois receber novamente 3 amigos ontem e 3 amigos hoje.

E cozinhar é um prazer. Detesto fazê-lo só para uma pessoa, mas faço-o de coração quando sei que tenho com quem partilhar.

Do queijo pouco sobrou... um "cuzinho". A marmelada da Madrecita marchou rapidamente, entre "ohs" e "ahs", de prazer e satisfação. Os salpicões e chouriços, foram desaparecendo aqui e ali, disfarçados no refogado ou nas ervilhas, sempre a dar aquele gostinho especial. A tarte de amêndoa e o bolo da Madeira foram mais resistentes e ainda há vestígios dos mesmos digno do nome... o mesmo já não se pode dizer da 7a maravilha do mundo, o vinho do Porto "do Tio João".

Embora sobriamente engarrafado num garrafa verde, sem rótulo, só o "B" (de Bom) escrito na rolha e o pequeno autocolante, onde se lia suncitamente "Porto João", deixavam adivinhar a iguaria que por ali vinha. Vinho do Porto, daquele que não se encontra em prateleiras de loja, de idade pouco precisa, mas certamente avançada... 30, 40? Quiçá, 50 anos! Directamente da região demarcada do vinho do Porto, do Douro, do Peso da Régua, terra onde muitas das minhas origens nasceram, ainda com algum pó acumulado nas curvas da garrafa. Certamente que o carinho e boa vontade com que o meu Tio me oferece destas relíquias também aperfeiçoa o sabor já de si magnífico... pelo que dizem, claro. Infelizmene, eu beber não bebo. Mas delicio-me com as reacções dos meus amigos. Imperetrivelmente, muitas das exclamações incluem "o melhor vinho do Porto que algum vez bebi!". E eu acredito e sei que é verdade. Nem eu própria fico indiferente ao perfume que este nectar dos deuses exala.... até molho dedo em alguma pinguinha que verta fora do copinho. Afinal, todo o pedacinho deste vinho do Porto que não seja consumido, é um desperdício.

Sobra agora a garrafa vazia, ainda em cima da mesa, por entre os despojos do jantar de hoje e destes dias, envolta no quão bom foi ter toda esta gente aqui, rever todos os Amigos, partilhar todas as coisas boas e voltar 'a vida "normal" da melhor maneira... sim, porque é sempre um choque voltar a Boston, ser recebido pela neve e pelo frio, pela distância que nos separa daquele porto de abrigo onde nos recolhemos por uns dias.

E nada como o calor humano, para que tudo seja mais fácil!

1.19.2011

Pinguins



Pior do que uma tempestade de neve que deixa paredes de neve em tudo quanto é lado, é nevar o dia todo, como aconteceu ontem e depois as temperaturas subirem um ou dois graus. O suficiente para a neve passar a chuva e depois a água e a neve virarem uma mixórdia tal que há poças em todo o lado. Pior que poças, poças disfarçadas, que parecem chão com neve em cima e, vai-se a ver, quando lá pomos o pé, ficamos com água até ao tornozelo. Agua fresquinha, fresquinha, como devem imaginar.

A cereja no topo do bolo é que depois 'a noite as temperaturas descem abaixo de zero, vira tudo gelo, e depois andamos num rink de patinagem autêntico.

Atravessar a rua vira um desafio, porque ou temos água ou temos paredes de neve 'a nossa frente. Ontem tive que andar uns 100 metros (num passeio cheio de gelo) até finalmente conseguir passar para o outro lado da rua (qual chicken)... e depois andar tudo para trás de novo.

Qual chicken não... parecemos todos verdadeiros pinguins.

1.15.2011

Mãos fumegantes



Volta e meia as temperaturas descem a pico. Até -5 graus ou isso, até se suporta, mas ontem, por exemplo, os termómetros 'a noite marcavam -11 graus com sensação térmica de -17. Ninguém merece.

Juro que, de manhã, mais parece que o volante do carro está congelado. Por vezes não lhe consigo pegar com as mãos, de tão frio que está. Há dias, tentei conduzir com luvas mas, por não ser muito prático, a meio do caminho tirei-as.

Foi engraçado vê-las a fumegar. Literalmente, deitavam fumo como se deita da boca.

1.12.2011

México 2 - Custou mas chegámos

Hoje nevou como nunca antes vi... ou se vi, foi tão mauzinho que apaguei da memória e hoje foi para mim o pior nevão de sempre.

Acumularam-se, durante a noite e parte do dia, 17.5 polegadas de neve, que é o mesmo que dizer que a neve atingiu 44.5 cm de altura... quase meio metro. E' bonito? E'. Fica tudo branquinho, numa calma e num silêncio muito particulares, como se só se pudesse sussurrar para não perturbar tal placidez. As árvores, já sem folhas e só com ramos, acumulam paredes de neve sobre eles, num equilíbrio instável e delicado. Mais parecem feitas de renda. A cidade parou. As escolas não abriram, muita gente (tal como eu) não foi trabalhar. Poder-se-ia dizer que era uma cidade deserta, não fosse, aqui e ali, começarem a aparecer as pessoas quando a neve abrandou, de pás em riste, para libertarem os carros do que mais parece ser um estado de hibernação. Também eu passei mais de uma hora a tentar desenterrar o nosso carro (já que o Sr. meu marido está no bem bom no Brasil :))... e aí... a porra da neve já não tem piada nenhuma.

Enquanto me degladiava com a neve, o vento, o gelo que entra pelo espaço que a luva deixa no punho, a água fria que começa a ensopar as calças, cada vez que piso a neve em redor do carro e me afundo até ao joelho, o pingo no nariz que não consigo coçar, o gorro que insiste em tapar-me os olhos, os movimentos que não são fluídos por causa do casaco de esquimó, dei por mim a pensar no meu querido Mérrrrico e em como, há duas semanas atrás, também eu estava no bem bom, com sol e calor. E lembrei-me que tinha que actualizar o Blog.

Eis aqui então a 2a parte da saga Mexicana (que, espero, chegue ao fim.... pois a da West Coast ainda está incompleta e a de Fernando de Noronha nem sequer começou :P).

Após termos perdido um dia de viagem, chegámos a Cancun no dia 30, já perto das 14h. Optimista, pensava e dizia ao David: assim que sairmos, vamos buscar o carro que alugámos, seguimos para Tulum, devemos chegar lá perto das 16h e ainda dá para darmos um mergulhinho no mar. Parecia ser fácil, mas desde logo vi que o nosso azar ainda não tinha terminado. Chegados ao balcão da Hertz, fomos informados que, porque não tínhamos aparecido no dia anterior (dia de início da reserva), tínhamos perdido o nosso carro e agora não tinham nenhum para nos dar.

Tretas!! Após uma breve averiguação nos outros balcões, das outras companhias, percebemos que a escassez de carros se devia ao facto de, porque também havia embróglio nos vôos que saiam do México para os USA e as pessoas ficavam em terra, acabavam por não devolver os carros quando esperado e daí não havia carros para ninguém.

Agora digo isto com toda a calma mas, na altura, em que cada um começa a passar a batata para o outro, já me diziam que tinha que telefonar para a Expedia, agência nos USA através da qual fizemos a reserva. E telefonar, digo-vos, é um desafio, mesmo que se esteja no aeroporto. Telefone, ninguém tinha. OK, vamos comprar um cartão para chamadas internacionais. Espera, não temos dinheiro. Levantar dinheiro na caixa também foi engraçado, mas fez-se. Comprado o cartão e marcado o número, numa cabina, "número não reconhecido". Ai o caraças. E WiFi, há no aeroporto, para telefonar do Skpe? No, no tenemos "WiFive". Boa. Saídos do sagão, afinal já havia "wifive", no sagão. "Está en todas partes, señora". Duh!?!?! Há horas que estou a perguntar isso e ninguém me diz que há. Bem, 'bora lá usar esta "wifive". De onde é que está a vir o sinal? Ah, é dali! Comecei a andar com o computador, saindo debaixo do alpendre. Assim que saio, juro, no segundo exacto, começa a chover e a água a cair nas teclas e no monitor e... quase mandei aquela porcaria toda ao chão, pois já estava passada com tantas dificuldades, depois de horas de viagem e atrasos e muito cansaço e fome.... ah, e calor, porque vínhamos com roupa para zero graus quando lá estavam 30. Assim que arranjei um local abrigado, parou de chover... claro! O David, calmo como sempre, tentava aliviar a situação, mas eu já só amaldiçoava as férias que ainda nem tinham começado. Depois de várias tentativas com a "wifive", finalmente o skype conseguiu chamar o número desejado. Quando atenderam, era uma gravação a dizer que tinham muitas chamadas e que não atendiam ninguém. Nem é preciso descrever o desespero. Com isto, já tinha passado mais de uma hora que tínhamos chegado ao aeroporto e ainda dali não tínhamos saído.

Continuávamos na estaca zero, sem carro, sem saber como reinvidicar o que tínhamos reservado e pago e sem saber como ir para Tulum, a quase 2h de distância. Decidimos ir para o gabinete central da Hertz, noutro terminal e ver no que é que aquilo dava. Chegados lá, 40 pessoas na nossa situação: tudo 'a espera de carro. Bonito!

Os homens da Hertz já nem sabiam para onde se virar, sem carros nenhuns e com clientes a mais, cada um com a tampa a saltar mais do que o outro. Como nós, mais gente havia para ir para Tulum. Então, após uma hora 'a espera de carros que nunca apareceram, a Hertz lá organizou uma carrinha que nos levaria a todos, de graça, até ao destino e, no dia seguinte, entre as 9h e as 11h, a Hertz de Tulum ia telefonar-nos para nos dizer quando iríamos conseguir um carro (yah, amanhã, passa-se mais um dia sem carro... não vamos conseguir fazer nada, desesperava eu)... mas pronto, não havia mais nada a fazer e então lá fomos nós para Tulum, sem carro 'a vista.

Pelo caminho fomos largando os passageiros nos respectivos hóteis e nós e outro casal fomos os últimos. Pelo sim pelo não, pedimos que nos levassem ao escritório da Hertz em Tulum, só para acertar tudo e ver se havia carro ou não. Nem queríamos acreditar quando, finalmente a nossa sorte mudou e havia não 1 mas sim 2 carros lá, um para nós e outro para o casal. Perfeito!!! Finalmente alguma coisa boa. E como a gente merecia, deram-nos também um mergulho com golfinhos de graça, que era algo que eu ia fazer de qualquer das formas e que agradeci de bom agrado.

Assim, já de carrito em nossa posse (Aaaaaaaaaaleluia!!!!!) seguimos para o hotel. Agora só faltava chegarmos ao hotel e também termos perdido a nossa reserva porque não chegámos ontem, dizia eu com o meu "optimismo" amargo de tantas experiências más de uma só vez. Felizmente enganei-me e, embora já tarde, chegámos ao paraíso.

Mexico 2

Croissants



Este vídeo é fascinante! Nunca pensei ficar a vê-lo até ao fim dos seus 10 minutos mas, é tão interessante que, quando dei conta, já tinha acabado... e eu com uma vontade enorme de dar uma trinca num daqueles croissants.

Devo dizer, contudo, que depois de ver a parte do 1Kg de manteiga, nunca mais vou olhar para estes miminhos sem me vir 'a cabeça a bomba calórica que são... ou como um dia, quando fôr grande, vou querer dominar a cozinhar como este pasteleiro domina a massa :)

1.07.2011

México 1 - Parolinhos

A viagem para o México começou da pior maneira, uma vez que, dado o caos que se instalou nos aeroportos por causa do nevão que assolou a Costa Este dos EUA, os vôos estavam todos atrasados e as pessoas em terra eram mais que muitas. Assim, embora tenhamos saído no dia 29, como previsto, fizé-mo-lo para Houston, em vez de irmos directos para Cancun. México, só no dia a seguir. Por isso, perdemos um dia no Mérrrico Lindo.

Bem, mas nem tudo foi mau. Pela primeira vez na vidinha, fui sentada em 1a classe e, claro está, adorei. Parecíamos uns parolinhos, a apreciar coisas tão básicas, como sejam ter espaço para as pernas mas que, num avião, fazem toda a diferença.

As fotografias falam por si :)

Mexico 1

12.28.2010

Dentista



Para além dos meus pais e de alguns amigos, quando vou a Portugal, o meu Dentista é aquele que recebe sempre, sempre, sempre uma visita minha. Pode gabar-se de me ver mais vezes e com mais frequência do que pessoas bem mais importantes para mim mas que, por uma razão ou por outra, nem sempre consigo visitar.

Nasci com a infelicidade de ter uns dentes/gengivas péssimos, pese embora seja das pessoas mais cuidadosas e preocupada com a saúde dos mesmos. Visito o dentista pelo menos 2 ou 3 vezes por anos, uso elixir, fio dental, parta dentífrica XPTO, mas, quando a genética não está lá, não há nada mais a fazer do que tentar gerir a má sorte.

'A força de tantas desvitalizações, esse procedimento passou para mim a ser a norma. Contudo, desta vez a coisa piou mais fino e um pivot acabou por ir ao ar, deixando um novo buraco junto a um outro que já por lá se encontrava (resultado de uma extração o ano passado). Era meu desejo fazer 2 implantes, para que estes espaços fossem preenchidos mas, como um azar nunca vem só, ao que parece o meu maxilar também não tem massa óssea suficiente para os mesmos. Desta feita, por 6 meses tenho para aqui uma coisa metida na raíz (ou antes, no espaço deixado por esta) que, em princípio, vai estimular o crescimento ósseo, para que então os implantes possam ser equacionados.

E vou ficar desdentada, com este buracão aqui, Dr.? - perguntei eu já a temer que ia voltar para os EUA, qual velha desdentada. Não se preocupe, que vai ficar impecável, respondeu ele com a sua calma e optimismo característicos. Assim, não vim com um buraco enorme mas vim com um acrílico com 2 dentes... vulgo, uma bela de uma placa (ou seja, vim uma velha desdentada disfarçada).

Quem olhar para mim, nem nota e, de facto, não tenho buraco nenhum 'a mostra, mas aquela porcaria incomoda para caraças. E' certo que só passaram 24h desde que passei para o clube das placas (mas é só por 6 meses, ok?) e ainda tenho que me habituar, mas não auguro grande sucesso. Comer com aquilo, nem pensar. Parece que tenho uma montanha na boca que, volta e meia, decide deslocar-se. Para além disso, 'a volta de lá andar sempre com a língua, para me habituar ao corpo estranho que quase me sufoca e volta e meia me dá esgares de vómito, tenho bolhinhas na ponta de língua. Como se calçasse um sapato apertado e andasse com ele todo o dia.

Há também que referir que agora falo que nem uma adorável "sopinha de massa", mas cheira-me que daqui a uns dias já domino a nova técnica de palato.

Estou mortinha por Junho, para deixar de usar isto e ir pôr os implantes. Agora, o meu dentista pode-se também gabar de eu marcar viagens em função dele :)

Boston-Lisboa-Boston



Estamos acabadinhos de chegar de Portugal, onde é tudo tão bom que não há post que lhe faça jus. Foi bom. Muito, muito bom!!

Eramos para ter voltado ontem mas, graças 'a tempestade de neve por estas bandas, tivemos que ficar em terra. Bem vistas as coisas, foi a melhor coizinha que nos aconteceu. Se tivessemos vindo ontem, teríamos que parar em Ponta Delgada, já para não referir aturar os Açoreanos que por lá se apanham. Nada contra os Açoreanos, mas há uma espécie deles, Açoreanus immigrantis, que é tão bacoca que não há paciência. O avião vira uma festa de aldeia quando lá vão.

Assim, ao virmos hoje, pudemos usufruir de uma noite num hotel em Lisboa com tudo pago, tivemos direito a um vôo directo, pela SATA, excepecionalmente a voar 'a 3a feira, só para nós. Não só viemos directos como ainda cada um de nós pode vir deitado, tantos eram os lugares vazios. Nesta caso, vir em primeira classe ou não não teria feito diferença nenhuma.

Confesso que ontem ainda tememos que a coisa desse para o torto, pois se o vôo de hoje fosse também cancelado a nossa idade para o México, amanhã, estaria bastante comprometida. Já me estava a preparar para passar o dia pregadinha ao balcão da Delta, em Lisboa, a pedir 'a Sra. (ou Sr.) por todos os santinhos para nos arranjar um vôo Lisboa-Cancun, já que o de Boston-Cancun não poderia ser realizado uma vez que ainda estávamos em Portugal. Felizmente não foi preciso.

Claro que não podia tudo correr bem, bem, bem. A aterragem cá foi a pior de sempre. Eu já ia agarradinha ao saquito de plástico (para variar) e não visualizei o horror (se bem que o tivesse sentido... quase não acertava no saco) mas o David, lívido, relatou-me o que viu da janela: o quanto o avião oscilou já mesmo junto 'a pista, de tal forma que a asa, sobre a qual íamos sentados, ficou a um palmo do chão... um palmo mesmo, não é exagero. A coisa foi tão rés-vés-Campo-de-Ourique que, mesmo sem termos os Açoreanos a bordo, no fim se ouviram palmas, coisa quase inexistente nos dias que correm (excepto, claro, nos vôos que param em Ponta Delgada. Aí, é um forrobodó!). No rosto de todos (menos no meu, que estava era com cara de quem chamou o Gregório e foi poupada da bela visão) lia-se o alívio de estarmos vivinhos. Batiam palmas não pela aterragem fantástica mas por termos escapado a um senhor acidente. Enfim...

Mas a festa continuou! Quando já no táxi, a caminho de casa, parados num semáforo, eis que um carro se enfia na nossa traseira. Pumba!! Fruto não só da neve, mas também de alguma falta de travões (ou destreza, vá-se saber), uma mulherzita quis fazer amizade com o nosso motorista. Depois de um grande chinfrim (a mulherzinha devia ter ido para actriz), lá apareceu a polícia e tudo se resolveu. A nossa chegada a casa foi bem recebida... já chegava de emoções.

A ver se amanhã não continuamos a saga.

Merrrrrico Lindo!!! Aqui vamos nós, para o calor e para celebrar o início de 2011, que se avizinha próspero... depois conto :)

Bom ano para todos!